Os quatro pilares da educação, e educação para um desenvolvimento sustentável,  teorias educacionais do século XXI?

 

Brasil, 22 de abril de 1500, os “civilizados” europeus chegam ao Brasil e encontram em nossa terra os quatro pilares da educação  bem estruturados pelos “selvagens” das comunidades tribais.Mesmo sem o conhecimento científico da “civilização”, os ditos selvagens praticavam  também, a educação para o desenvolvimento sustentável.

Nas comunidades  que habitavam o Brasil, aprender a aprender era uma regra social, os  mais jovens aprendiam  com o exemplo dos mais velhos de forma natural, sem exigência de tempo ou espaço determinado e muito menos imposição de hierarquia.

As crianças aprendiam a fazer observando a técnica dos adultos, porém isso não os impedia de usarem a sua criatividade no momento que  tivessem habilidades para executar as suas tarefas.

Os membros da comunidade aprendiam desde cedo a conviver de forma harmoniosa, pois entendiam que todos dependiam de todos.

Aprender a ser  era apenas conseqüência, o desenvolvimento humano acontecia á medida que cada um entendia a sua função social e a sua responsabilidade dentro da comunidade  para garantir o bem estar e a sobrevivência do grupo.

Nas comunidades tribais brasileiras, aprendia-se desde a infância através da educação empírica, o respeito a natureza, pois para eles todos aqueles recursos pertenciam a deuses,  seres superioras, e portanto, não podiam usufruir desses recursos com desrespeito para não correrem o risco de serem castigados. Os  ditos selvagens tinham plena convicção que dependiam da natureza para sobreviverem. Os nossos antepassados não julgavam-se deuses.

Brasil, 27 de janeiro de 2012, ao ler  o texto escrito por Moacir  Gadotti sobre a qualidade da educação, publicado em 2009 somos transportados ao Brasil Colônia,   quando os invasores europeus com a sua suposta intelectualidade,  implantaram o seu modelo de civilização predatória  em nosso país, com a proposta educacional dos  jesuítas. Tal proposta  ao ser implantada  destruiu o  modelo  simples e  eficiente de educação, das comunidades aqui existentes.

Sem a intervenção “inteligente” dos nossos colonizadores, hoje poderíamos estar vivenciando  outra realidade educacional, seríamos bem mais felizes se continuássemos sendo uma Terra de “selvagens”.

Ao longo da nossa história tentamos copiar modelos educacionais norte americanos e europeus, nada compatíveis com a nossa condição sócio econômica, e este é um dos motivos de tantos fracassos.

Em pleno século XXI com tantas teorias e tecnologias educacionais sentimos falta da educação do  Brasil de março de 1500, e tentamos ocultar a educação de qualidade praticada pelas comunidades tribais.Falamos sobre  os quatro pilares da educação e a educação  para o desenvolvimento sustentável, como se fossem idéias inéditas, da contemporaneide.

Há alguma esperança de que um dia sejamos capazes de recuperar a  lição de educação, dos nossos antepassados “selvagens”? Pouco provável, pois o nosso orgulho não nos deixa perceber que a bandeira da educação defendida pelos teóricos  da atualidade, como meta a ser alcança, já foi hasteada  pelas comunidades tribais, e rasgada pelos mesmos intelectuais,  que agora tentam remendar.

 

   

  Rejane Paradella Silva