OS PRIMEIROS CINQÜENTA ANOS DO SÉCULO XX.

 

 

LIMA, Francisco Leandro da Silva[1]

Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos

Universidade Estadual do Ceará

Email: [email protected]

                                                                                            

 

RESUMO: O presente artigo busca fazer um apanhado sobre os primeiros cinqüenta anos do século XX. De inicio foi marcado pela dominação imperialista dos países ricos, que invadiram as nações pobres em busca de matérias-primas e também para expandir seus mercados consumidores. A primeira e segunda Guerra Mundial teve momentos de grande horror para a humanidade, a qual nunca tinha presenciado tamanha barbaridade. Chegou se momentos em que a humanidade estava a um passo de se aniquilar. O Nazismo foi outro momento de grande de horror na história da humanidade, Hitler com sua capacidade de mobilização de massas para realização de seus objetivos, diga-se de passagem, maquiavélicos, fez atrocidades inimagináveis. Enfim foi um começo de século muito conflituoso e que marcou a raça humana com esses eventos. Mas não foram apenas acontecimentos tristes, teve também coisas boas como, por exemplo, as inovações tecnológicas, que melhorou a vida das pessoas, em parte, pois as desigualdades sociais permaneceram.

PALAVRAS CHAVES: Imperialismo, Dominação, 1º Guerra Mundial, Violência, 2º Guerra mundial, Nazismo, Ditadura.

 

THE FIRST FIFTY YEARS OF THIS CENTURY.

ABSTRACT: This article seeks to do an overview about the first fifty years of the twentieth century. In the beginning was marked by the imperialist domination of the rich countries, poor nations that invaded in search of raw materials and to expand their markets. The first and second World War had moments of great horror for humanity, which had never witnessed such a barbarity. He came to moments when humanity was on the verge of annihilation. Nazism was another moment of great horror in human history, Hitler with his ability to mobilize the masses to achieve its objectives, say, in passing, machiavellian, made unimaginable atrocities. Anyway it was a very conflicted beginning of the century that marked the race with these events. But it was not only sad events, he also had good things such as, for example, technological innovations that improved people's lives, in part because social inequalities remained.

KEYWORDS: Imperialism, Domination, 1st World War, Violence, 2nd World War, Nazism, dictatorship.

 

        Os primeiros cinqüenta anos do século XX foram marcados por muitos acontecimentos, como o Imperialismo, a primeira e segunda Guerra Mundial e o nazismo. Seguirei discutindo esses assuntos no presente artigo.

        A doutrina Monroe significava que somente os EUA tinham poder sobre a America do sul, impossibilitando as potencias européias de penetrarem de forma política e econômica, apenas os EUA tinham o direito de influenciar e dominar os países latinos, isso se tornou mais forte à medida que os EUA se tornou mais poderoso:

 

Na America Latina, a dominação econômica, e a pressão política, quando necessária, eram implementadas sem conquista formal. As Américas constituíam, é claro, a única região importante do globo onde não houve rivalidade seria entre grandes potências. A exceção da Grã-Bretanha, nenhum estado europeu possuía mais que restos dispersos dos impérios coloniais (principalmente caribenho) do século XVIII, sem maior significado econômico ou outro. Nem os Britânicos nem qualquer das outras nacionalidades viam boa razão para hostilizar os EUA. Desafiado a doutrina Monroe. (Hobsbawm. 1988, p.90).

 

A doutrina Monroe foi um elemento importante, e que diferenciou a partilha da America em relação aos outros continentes, pois nenhuma nação se impôs a hegemonia dos Estados unidos, sobre o continente sul-americano, não houve rivalidade entre as nações pra disputar o controle do continente, diferentemente de outras partes do globo, isso se deve em parte a essa doutrina, advinda de um respeito que os EUA haviam conquistados ao logo dos anos como grande potencia econômica e política.

        O Imperialismo reconfigurou o mundo de uma forma diferente dando uma nova roupagem aos países de economia frágil, agora alem de frágeis e “mandados” por países estrangeiros que usavam de seu poder político e econômico, para submetê-los aos seus caprichos econômicos e a sua hegemonia. O fato de alguns países se destacarem economicamente através de uma industrialização maciça, e também a conquista de certo prestigio político, possibilitou que essas nações passassem a explorar outras partes do globo. Em geral países de economias frágeis, pouco dinamizadas, produtoras em geral de gêneros primários. Buscava nessas nações, matéria-prima para sua indústria e mercados consumidores para seus produtos:

 

Essa repartição do mundo entre um pequeno numero de estados, que dar titulo ao presente volume, foi a expressão mais espetacular da crescente divisão do planeta em fortes e fracos, em “avançados” e “atrasados” que já observamos. Foi também notavelmente nova. Entre 1876 e 1915, cerca de um quarto da superfície continental do globo foi distribuída ou redistribuída, como colônia, entre meia dúzia de estados. (Hobsbawm, idem, p.91).  

 

Os países atrasados eram aqueles países que ainda não tinham sido industrializados, enquanto que os países avançados era aqueles que já tinham se industrializados, e sua economia cresciam freneticamente. Por conta de todo esse processo de industrialização começou a distribuir ou redistribuir um quarto da superfície do globo, parte essa que outrora não despertava interesse econômico, mas que era muito rica em diversidade de matéria-prima para a indústria, além de possuir um grande mercado consumidor.  

         As relações comerciais, políticas e sociais se intensificaram de tal forma, que acaba por atingir ate os lugares mais longínquos do planeta, como por exemplo:  o município de Quixeré, que despertou o interesse de multinacionais como A Del Monte, com escritório sediado em Miami EUA, veio montar uma fazenda de 2.620 há. Pra cultivar melão melancia para exportação na localidade de baixa do feliz, município de Quixeré, e utilizar mão de obra local, cerca de 1800 trabalhadores, Isso se deve a dinâmica que o capital exige para se multiplicar:

 

O fato maior do século XIX é a criação de uma economia global única, que atinge progressivamente as mais remotas paragens do mundo, uma rede cada vez mais densa de transações econômicas, comunicações e movimentos de bens, dinheiro e pessoas ligando os países desenvolvidos entre si e ao mundo não desenvolvido. (Hobsbawm, Idem, p.95).

 

Essa economia global única é o que nos chamamos de Globalização, onde tudo esta interligado, na forma de uma aldeia global, através da economia, transportes, telecomunicações e ate culturalmente. Por exemplo: hoje uma crise financeira na bolsa de valores de Nova York pode interferir na contratação de trabalhadores da fruticultura aqui em Quixeré, pois por conta dessa eventual crise as pessoas passam a consumir menos frutas tropicais na Europa, pois não é um gênero de primeira necessidade, então irar cair a demanda por frutas tropicais, as empresas vão diminuir a produção, caindo suas exportações, pois não vão produzir em grandes volumes, sem ter tanta gente pra consumir, logo vai parar de contratar mão de obra e provavelmente ate demitir trabalhadores. Parece não ter nada a ver Quixeré com Nova York, mas tem, e isso é o fenômeno da Globalização.

        Lugares outrora remotos agora passaram a ser habitados por europeus, que buscavam terras prósperas, muitos acharão oportunidades. Porem todo esse “desenvolvimento” se deu deixando de lado os povos nativos, agora marginalizados pelos europeus, era como se o conhecimento tecnológico e cultura valida fosse apenas as das nações desenvolvidas economicamente, renegando a cultura dos povos nativos “Pois a sua civilização agora precisava do exótico. O desenvolvimento tecnológico agora dependia de matérias-primas que, devido ao clima ou ao acaso geológico, seriam encontrados exclusivo ou profusamente em lugares remotos.” (Hobsbawm, Idem, p.96). Para não parar o desenvolvimento dos países ricos, se  recorrem aos países pobres em busca de matéria-prima exótica as quais não possuíam em seus países ou mesmo que possuíssem era pouco. Mesmo após toda essa intromissão, nada de interessante ficou nos países pobres, o que ficou foi apenas devastação, no meio ambiente com a exploração dos recursos naturais de forma indiscriminada para atender as necessidades da grande indústria. Alem é claro da exploração da mão-de-obra local, pois essa retirada de matéria prima exigia o emprego de mão de obra, que era em geral a dos nativos:

 

Essa malha de transporte cada vez mais fina incorporou ate os países atrasados e anteriormente marginais à economia mundial, e criou nos velhos centros de riqueza e desenvolvimento um interesse novo por essas áreas remotas. De fato, agora que eram acessíveis, muitas dessas regiões pareciam à primeira vista meras extensões potenciais do mundo desenvolvido, que já estavam sendo povoadas e desenvolvidas por homens e mulheres de origem européia, eliminando ou repelindo os habitantes nativos, gerando cidades e sem duvida com o tempo, civilização industrial: EUA a oeste do Mississipi, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do sul, Argélia, o cone sul da America do sul. (Hobsbawm, Idem, p.96). 

 

Essa malha de transportes foi à implantação de rodovias, ferrovias nos países em desenvolvimento, linhas aéreas, criação de portos e o aumento no trafego marítimo de navios com pessoas e cargas. Uma grande leva de imigrantes invadiu regiões como Canadá, Austrália, áfrica, America do sul entre outras regiões, com a missão de desenvolver essas regiões. Posteriormente implantaram a indústria nessas regiões, a qual pode ser chamada de civilização industrial.          

        O rápido crescimento demográfico exigiu uma grande demanda por alimentos, as zonas temperadas da terra, como Brasil, Argentina, Uruguai, Austrália, Rússia e alguns países africanos agora com grande povoamento europeu estavam produzindo alimentos em grande quantidade que outrora era escasso: 

 

Independente das exigências de uma nova tecnologia, o crescimento do consumo de massa nos países metropolitanos gerou um mercado em rápida expansão para os produtos alimentícios. Básicos da zona temperada, cereais e carne, agora produzidos de modo barato e em grandes quantidades em varias zonas de povoamento europeu – America do sul e norte, Rússia, e Austrália. (Hobsbawm, Idem, p.97).

 

Como Hobsbawm destaca, o rápido crescimento da população mundial possibilitou que o mercado de alimentos crescesse de forma rápida, pois agora existia uma grande quantidade de terras que estavam sendo exploradas, em zonas temperadas da terra, e uma grande população a ser alimentada.       

         A exportação de países pequenos chegou ao ponto de torná-los especializados em produzir determinadas matérias primas ou produtos primários, como o Brasil se especializou em produzir café, a Malásia borracha e estanho, o Chile nitratos, o Uruguai carne, Cuba açúcar e charutos e assim por diante:

 

Esses fatos não mudaram a forma nem o caráter dos países industrializados ou em processo de industrialização, embora tenham criados novos ramos de grandes negócios, cujos destinos ligavam-se intimamente aos de determinadas partes do planeta, como as companhias de petróleo. Mas transformaram o resto do mundo, na medida em que o tornaram um complexo de territórios coloniais e semicoloniais que crescentemente evoluíam em produtores especializados de um ou dois produtos primários de exportação para o mercado mundial, de cujos caprichos eram totalmente dependentes. (Hobsbawm, Idem, p.98). 

 

Era como se os países em desenvolvimento estivessem a serviço das grandes potencias mundiais, e de certa forma chegou-se a um ponto que era isso que acontecia, pois autonomia política esses países não possuíam, faziam o que as nações influentes determinavam. Mandavam sem precisar colonizar essas terras e botar a bandeira. As ordens eram dadas de forma sutil, entretanto eram obedecidas a risca.      

        Nada mais excitante que a promessa de novas terras, riqueza, e muita prosperidade, oferecida pelo estado para convencer as pessoas a desbravarem novas terras. Foi através dessa ideologia que o estado mobilizou e encorajou as levas de imigrantes em busca de novas terras:

 

Muito mais relevante era a conhecida pratica de oferecer aos eleitores a gloria, muito mais que reformas onerosas: e o que há de mais glorioso que conquistas de territórios exóticos e raças de pele escura, sobretudo quando normalmente era barato dominá-los? De forma mais geral, o imperialismo encorajou as massas, e sobretudo as pontencialmentes, a se identificarem ao Estado e a nação imperiais, outorgado assim, inconscientemente, ao sistema político e social representado por esse Estado justificação e legitimidade. (Hobsbawm, Idem, p.106).

 

O estado conseguiu uma forma de convencer as pessoas a concordarem com suas ações, através da ideologia do patriotismo, identificando-os como atores das conquistas, conseguiu que muitas pessoas fossem juntamente com o estado abrir novas fronteiras para aumentar os domínios do império.

         Segundo Hobsbawm nos fala, o impacto econômico foi tremendo nos países de economia frágil, pois ficaram subjugados as grandes potencias que ditavam o que fazer e o que não fazer, dependendo de seus anseios e ambição econômica:

 

O impacto econômico do imperialismo Foi significativo, mas é claro, o que ele teve de mais significativo foi sua profunda desigualdade, pois as relações entre metrópole e países dependentes eram altamente assimétricas. O impacto da primeira sobre os segundo foi dramático e decisivo, mesmo sem ocupação efetiva, ao passo que o impacto dos segundos sobre as primeiras pode ser insignificante e raramente foi uma questão de vida ou morte. (Hobsbawm, idem, p.110). 

 

As economias emergentes sofreram grande impacto, quem saiu ganhado nessa história toda foram concerteza as nações ricas, como nos fala Hobsbawm foi uma relação assimétrica, não tinha como ser justa, em resumo os países dependentes serviram de degraus para os países ricos acumular mais capital.      

        Como diz mais a frente o economista alemão a Europa só queria saber de lucros e “vida boa” e quanto ao trabalho pesado foi destinado aos países pobres, como se eles tivessem obrigação de trabalhar para sustentar os europeus, essa lógica ideológica reinava nas mentes dos burgueses europeus. Foi isso que aconteceu nessa nova configuração política e econômica, onde a lei da selva predominava, sendo o mais forte subjugando o mais fraco:

 

‘A Europa’ escreveu o economista alemão Schulze-Gaeverbitz, ‘transferira o ônus da labuta física - primeiro o da agricultura e da mineração, depois as fainas mais árduas da indústria - às raças de cor, contentando-se em viver de rendimentos, e talvez, neste sentido, prepara o terreno para a emancipação econômica. E mais tarde política, das raças de cor’. (Hobsbawm, Idem, p.124).

 

A Europa sempre se considerou vanguarda do progresso da humanidade, entretanto quando se fala em trabalho pesado sempre deixa para as nações segundo seu olhar, atrasadas tecnologicamente, culturalmente e etc. Porem se servia dessas nações através de rendimentos que recebia e investimentos que fazia nesses países.        

        A segunda guerra mundial marcou a humanidade para sempre a qual pode ser chamada de global, segundo Hobsbawm “a segunda guerra mundial foi global. praticamente todos os Estados independentes do mundo se envolveram, quisessem ou não, embora as repúblicas da América Latina só participassem de forma mais nominal.” (Hosbsbawm, 1995, p. 31). O envolvimento foi da seguinte forma quem não estava no combate, tinha que aliar-se a um dos lados e ofertar pelo menos ajuda seja com armas, remédios, alimentos enfim mantimentos Não tiveram escapatória, todos os países tinham que escolher um lado, em cima do muro é que não podia ficar.

        Na primeira Guerra Mundial o cenário era terrível, pois os soldados passavam maior parte do tempo entrincheirados, tinham que conviver com cadáveres em estado de decomposição, excrementos humanos e etc. Como se já não bastasse à carnificina! Que acontecia a frente das trincheiras:

 

Essa era a ‘frente ocidental’. Que se tornou uma maquina de massacre provavelmente sem precedentes na história da guerra. Milhões de homens ficavam uns diante dos outros nos parapeitos de trincheiras barricadas com sacos de areia, sob as quais viviam como-e-com ratos e piolhos. (Hobsbawm, Idem, p. 33).

 

As condições no campo de batalha eram pra La de sub-humanas pois os soldados eram obrigados a conviver diariamente com ratos, piolhos, moscas,  larvas comendo as entranhas dos cadáveres que poderia ser de seu ex-companheiro de batalha ou mesmo do inimigo. Fico imaginando o cheiro no ar, de pólvora com sangue humano com o mau cheiro de corpos em putrefação, imagino também a confusão mental a qual esses soldados eram submetidos vendo seus amigos morrerem e apodrecerem ao seu lado, ter que fazer refeições naquele ambiente infernal, a comida de um campo de guerra já não deve ser muito boa imagine juntando o cenário de devastação o mau cheiro horrível que invadia as narinas, só muita fome pra poder engolir a ração. Pode se dizer que foi o inferno na terra.       

         As pessoas na década de 1930 já previam a Segunda Guerra Mundial, devido a instabilidades econômicas após a Primeira Guerra Mundial “A imagem de frotas de aviões jogando bombas sobre cidades, e de figuras de pesadelo com mascaras contra gases, tateando caminho como cegos em meio à nuvem de gás venenoso perseguiu minha geração”. (Hobsbawm, Idem, p.43). O horror foi tamanho que deixou uma geração marcada, com tamanha violência a qual poderão experiênciar, pois nunca tinham visto tamanha barbárie:

        De todas as armas utilizadas na primeira guerra mundial, uma das que foi utilizada com mais sucesso foi o submarino, pois se utilizava da estratégia para matar o inimigo, de preferência atacavam navios que trazia suprimentos para seus países, na tentativa de matar os civis de fome. 

 

A única arma tecnológica que teve um efeito importante na guerra em 1914-8 foi o submarino, pois os dois lados, incapazes de derrotar um do outro, decidiram matar de fome os civis do adversário. Como todos os suprimentos da Grã-Bretanha eram transportados por mar parecia factível estrangular as ilhas britânicas mediante uma guerra submarina cada vez mais implacável contra os navios. A campanha chegou perto do êxito em 1917, antes que se descobrissem meios efetivos de contê-la, mas fez mais que qualquer outra coisa para arrastar os EUA à guerra. Os britânicos por sua vez, fizeram o melhor possível para bloquear os suprimentos da Alemanha, ou seja, matar de fome a economia e a população alemãs. (Hobsbawm, Idem, p.36).

 

O submarino foi muito importante, pois por pouco não foi decisivo para se ganhar a guerra, mas de qualquer forma desempenhou um papel extraordinário. Porem no dia-dia da batalha a arma mais utilizada era o rifle, o qual na falta de munição a baioneta era utilizada como arma       

        Dentre muitas armas que foram utilizadas na segunda guerra mundial, podemos destacar a metralhadora, o fuzil, a bomba atômica sendo uma das armas mais destrutivas que o ser humano já pode inventar. Foi uma guerra mais tecnológica, diferente da primeira na qual quando a munição da arma acabava o soldado tinha opção de estripar a adversária com a baioneta acoplada a sua arma.         

        A amplitude do terror foi tão grande que Hobsbawm nos fala em guerra total, que outrora poderia ser maciça, a segunda guerra deu uma nova roupagem ao ato de guerrear, pois agora era uma espécie de vale tudo e a vida humana tinha perdido o valor, a matança era generalizada sem respeitar civis fossem velhos mulheres ou crianças tudo era alvo:

 

O preço da derrota frente ao regime nacional-socialista alemão, como foi demonstrado na Polônia e nas partes ocupadas da URSS, e pelo destino dos judeus, cujo extermínio sistemático foi se tornando aos povos conhecida de um mundo incrédulo, era a escravização e a morte. Daí a guerra ser travada sem limites. A segunda Guerra Mundial ampliou a guerra maciça em guerra total. (Hobsbawm, Idem, p.50).

 

Não se tinha limites para matar, a vida humana tinha perdido totalmente o valor para o inimigo, os campos de concentração alemães era praticamente um açougue onde a espécie humana mais especificamente os judeus eram abatidos.  

        A segunda guerra mundial foi a maior guerra em numero de mortes, tanto de civis como de militares, não se sabe ao certo a quantidade, existe apenas uma estimativa:

 

Suas perdas são literalmente incalculáveis e mesmo estimativas aproximadas se mostra impossíveis, pois a guerra (ao contrario da primeira guerra mundial) matou tão prontamente civis quanto pessoas de uniforme, e grande parte da pior matança se deu em regiões, ou momentos, em que não havia ninguém a postos para contar, ou se importar. As mortes diretamente causados por essa guerra foram estimadas entre três e quatro vezes o numero (estimado) da primeira guerra mundial. (Hobsbawm, Idem, p.50).

 

Nuca se tinha visto tanta matança na face da terra ate então como se viu na segunda guerra mundial, pois como Hobsbawm nos fala os números são incalculáveis, pois a maior parte da matança se deu em lugares ou ocasiões que não havia ninguém pra se importar ou muito menos pra contar a quantidade de mortos ou feridos, muitos, mesmo só feridos eram entregues a sorte, se ninguém os socorresse agonizavam ate a morte.      

        Foi a desumanização da guerra, pois a matança tinha que ser a mais eficiente possível, alem do mais agora existia a impessoalidade, era como se não existissem as pessoas do outro lado da mira, tudo se reduzia a números, fossem mortos ou feridos, eram apenas estatísticas para engordar os números da guerra, que não se saciava com tanto sangue. Hobsbawm nos mostra melhor essa situação a seguir:

 

Mas a produção também exigia organização e administração – mesmo sendo o seu objetivo a destruição racionalizada de vidas humanas da maneira mais eficiente, como nos campos de extermínio alemães. Falando em termos mais gerais, a guerra total era o maior empreendimento até então conhecido do homem, e tinha de ser conscientemente organizado e administrado. (Hobsbawm, Idem, p.52).

 

A guerra como qualquer outro empreendimento humano necessitava de organização e uma boa administração existia uma grande produção industrial voltada pra guerra de armamento, fardamento, carros, motos, alimentos processados, aviões, navios e etc. toda essa produção necessitava de organização como também na hora de matar, o que se procurava era matar o maior numero de pessoas com o menor custo possível, pois a guerra é também bastante onerosa financeiramente. A destruição de vidas humanas e dos países inimigos era o objetivo final, mas antes de se chegar a esse objetivo, era preciso ordem e disciplina pra almejar o objetivo final, vencer.       

        Era como se estivessem jogando videogame, como se tudo aquilo não fosse real. Aconteceu algo semelhante na guerra do Iraque, na qual os soldados estavam dentro do tanque de guerra mascando chiclete, escutando Rock e vendo o alvo (pessoas) através de telas, tornando a matança para o soldado, algo surreal, como se fosse um videogame:

 

Outro motivo, porem, era a nova impessoalidade da guerra, que tornava o matar e estropiar uma conseqüência remota de apertar um botão ou virar uma alavanca. A tecnologia tornava suas vitimas invisíveis, como não podiam fazer as pessoas evisceradas por baionetas ou vistas pelas miras de arma de fogo. (Hobsbawm, Idem, p.57).

 

Essa forma de guerrear faz com que os soldados se sintam como se estivesse brincando ou jogando, pois não existe contato direto com suas vitimas, deixando-os mais incessíveis.       

        Tudo isso infelizmente, serviu de certa forma para o que nos vivemos hoje, que é um dia-a-dia cercado de violência da qual nos acostumamos, contudo nos é muito maléfico. Foi o legado deixado por essa era de guerra, alem é claro da carnificina e do horror sem precedentes na historia das guerras:

 

Em resumo, a catástrofe humana desencadeada pela segunda guerra mundial é quase certamente a maior na história da humanidade o aspecto não menos importante dessa catástrofe é que a humanidade aprendeu a viver num mundo em que a matança, a tortura e o exílio em massa se tornaram experiências do dia-a-dia que não mais notamos. (Hobsbawm, Idem, p.58).

 

A segunda guerra mundial nos tornou anestesiados, com a realidade em que vivemos, pois não estamos em guerra porem a diversidade e freqüência da violência tanto no campo como nas cidades é grande, no entanto nos acostumamos.        

         “A Revolução Russa é o acontecimento mais importante do século XX, representando para este tanto quanto a revolução Francesa para o século XVIII.” (Trangtenberg, 1988, p.50). A revolução Russa é considerada como uma grande revolução do século XX, que pena que não seguiu uma trajetória que deveria culminar com o comunismo. Pois não conseguiram se desvencilhar de velhos modelos como as relações de produção autoritárias.

         O Estado se aproveitou literalmente da mão-de-obra da massa Russa para poder enriquecer, enquanto os trabalhadores continuavam na miséria, a revolução só foi boa para o estado em termos financeiros:

 

A servidão constituiu nas mãos do estado um recurso para assegura uma arrecadação fiscal estável e permanente, num País onde havia abundancia de terra e a agricultura representava a principal fonte de exploração econômica, mas onde a mão-de-obra era escassa. (Trangtenberg, Idem, p.54).

 

O estado muito ganhou com esse sistema de servidão, enquanto a maioria do povo trabalhava para enriquecer uma minoria. A grande quantidade de terras possibilitou a expansão da economia através da agricultura.         

         A Revolução Industrial na Rússia só deu resultado para os empresários, que enriqueceram, enquanto isso se criou o proletariado que era expropriado, mas também desenvolveu sua consciência e organização política:

 

A revolução Industrial na Rússia enriqueceu uma minoria no meio rural, abalou a estratificação social tradicional pré-capitalista, fazendo crescer a burguesia Industrial e a classe dos mercadores e fazendo surgir um proletariado. Impulsionou o povo à ação social e política. O Estado Russo autocrático e tradicionalista, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, por pressão popular, enveredará pelo caminho do constitucionalismo ocidental. (Trangtenberg, Idem, p.60).

 

Nota se que de acordo com Trangtenberg, foi a parti da revolução que burguesia Industrial e classe dos mercadores afloraram, criando também uma aristocracia agrária, transformando de forma enérgica a estratificação social.      

         Discutia-se na Rússia qual a maneira de se chegar ao socialismo, se necessitaria passar antes pelo capitalismo, ou se iria direto, sem precisar passar por esses estágios. Mas uma coisa era certa, a figura central dessa mudança era o proletariado, uma revolução socialista dependia do mesmo:

 

O grande debate que dividira os intelectuais será o havido entre o populismo e o marxismo. Enquanto o populismo pregava a transição da Rússia diretamente ao socialismo, sem a necessidade de passar pelo capitalismo, o marxismo introduzido na Rússia por Plekhanov, pregava a inevitabilidade da passagem pelo capitalismo para atingir a fase socialista. Já em 1870 os populistas constituíam uma sociedade secreta que praticavam o terrorismo individual, assegurando primazia ao campesinato na mudança social. Plekhanov, fundador em 1883 do grupo Emancipação do trabalho, contrapunha a eles as teses clássicas do marxismo, em que o proletariado representaria a figura central da mudança social. (Trangtenberg, Idem, p. 64).

 

Para Plekhanov o proletariado seria o autor da revolução social, que culminaria com o socialismo, existem divergências entre os teóricos do socialismo sendo que cada linha de pensamento via um caminho diferente para se chegar ao comunismo.        

         A Revolução dependia de toda uma conjuntura política e também da consciência social, pois a população foi o agente transformador se não tivesse existido tal momento, provavelmente também não houvesse ocorrido a revolução:

 

Os bolcheviques, pela voz de Lenin, desde 1894 consideram o operário o único combatente pelo regime socialista. Durante a revolução de 1917, tanto mencheviques como bolcheviques concordam que sem a grande indústria capitalista é impossível construir o socialismo e que a classe operaria é a única força com que pode contar a Revolução. (Trangtenberg, Idem, p.69).

 

Novamente Trangtenberg enfatiza a grande importância do proletariado como agente trasfomador, considerado o operário como um soldado para a revolução, isso também se deve a grande organização política da classe trabalhadora.        

          Foi assim que os manifestantes foram tratados, covardemente e cruelmente assassinados a queima roupa, pelos soldados do czar. Esse acontecimento deu mais força para tomada do poder pelos bolcheviques:

 

A 9 de janeiro de 1905, milhares de operários e suas famílias dirigiram-se ao Palácio de inverno. Os manifestantes foram metralhados a queima roupa por milhares de soldados. Durante a noite, trens repletos de cadáveres conduziam-nos aos bosques, para enterrá-los em valas apressadamente aberta. (Trangtenberg, Idem, p.71). 

 

Apesar de centenas de mortos na noite de nove de janeiro de 1905, mostrou como o povo russo é guerreiro, pois deram seu sangue por não agüentavam mais tanta opressão, dando sua vida pela causa que lutavam uma sociedade mais justa.         

          A criação do soviete foi uma forma organizada que os operários viram um meio de serem representados, e aumentar a chance de mudarem alguma coisa politicamente “O Palácio de inverno caiu na noite de 25 de outubro de 1917 nas mãos do partido Bolchevique sob a direção de Lenin”. (Trangtenberg. Idem, p.77) Foi a parti daí que a revolução foi instaurada, muita coisa mudou desse dia em diante, apesar do Estado tomar as rédeas do proletariado, não deixou de ser uma revolução:

 

A 10 de janeiro de 1905 realiza-se uma greve geral, e sem São Petersburgo, entre janeiro e fevereiro de 1905, cria-se o primeiro soviete, de delegados operários. Esse soviete era resultado de um movimento unificado de auxilio mútuo entre os trabalhadores, criado para enfrentar o período de duração da greve geral. Como se manter unidos sem se sentirem obrigados a pertencer a qualquer dos partidos existentes? A solução foi a criação do soviete, que asseguraria uma ação social continua e permanente. Reunia-se periodicamente, editando um jornal de informações sindicais. Criaram-se Sovietes em todas as partes do país. (Trangtenberg, Idem, p.71).

 

A criação dos sovietes foi um marco na revolução, pois possibilitou que os operários se organizassem sem que ao mesmo tempo pertencessem a partidos políticos. Permitiu uma ação organizada dos mesmos.         

           A Revolução era pra ser socialista, contudo o Estado tomou de conta, de certa forma subestimando a capacidade dos operários, de gerir o processo de mudança. O que era contraditório, pois se a revolução era socialista, deveria ser comandado pelo proletariado, o que não aconteceu. “O que emergia da revolução Russa era a esperança de se construir uma nova sociedade. No entanto, substituiu-se o czarismo pelo capitalismo de estado”. (Trangtenberg, Idem, p.113). Infelizmente o sonho de uma sociedade mais justa e igualitária não aconteceu para os Russos que tanto lutaram por essa causa, porem foram surpreendidos pela ditadura do Estado que os reduzia simplesmente a mão-de-obra, engrenagem responsável por manter o sistema produtivo funcionando, arrecadando e mantendo privilégios para poucos:

 

A Revolução de 1917, pois fim à supremacia política da burguesia, eliminando sua base econômica, a propriedade privada dos meios de produção, e mudou o sistema de propriedade existente. Porem não teve suficiente força para alterar as relações de produção autoritárias que caracterizam uma sociedade dividida em classes. Que forças se opunham a uma transformação radical do mundo do trabalho? Mais do que todas, evidentemente, a burguesia. A perspectiva da gestão operaria da produção não só colocava em jogo sua propriedade dos meios de produção como também a possibilidade de conservar posições privilegiadas, mascaradas sob a competência técnica ou cargo que mantivesse poder decisório. (Trangtenberg, Idem, p.83).

 

A revolução, pois por terra o modelo de produção no qual os meios de produção eram privados. Contudo não conseguiu por fim as relações de produção autoritárias que configuram uma sociedade dividida em classes. O primeiro passo para a transformação social mais completa foi dando que foi a eliminação da propriedade privada, entretanto o segundo que seria a extinção das classes sociais, não foi dado, pois a burguesia se opôs.            

          “O momento da formação do obscuro partido nazista, 1919 é de crise nacional intensa e de grande movimentação contra-revolucionaria”. (Lenharo, 1991, p.18). O momento embrionário do nazismo foi a parti da formação desse partido, criado por um ferreiro e um jornalista. Era um partido de pouca expressão política. Mais a frente Hitler entrou, assumindo a liderança do partido e o batizou de NSDAP.

         Hitler tinha tudo para ser uma pessoa “normal”, mais um artista, como queria ser, talvez ate famoso. Todavia seguiu a carreira política e se transformou em um ditador: sanguinário, cruel, que tinha obseção pela disciplina e era perfeccionista em tudo que fazia, alem da cede de poder:

 

Ate então, Adolf Hitler tivera uma trajetória-comum. Nascido em Brauman, no interior da Áustria, em 1889, era filho de um funcionário aduaneiro. Fizera seus estudos secundários em Linz, para seguir a profissão do pai. Mas dizia querer ser pintor, artista. Em 1907, entre uma opera e ou outra de Wagner, a que assistia, tentou entrar na academia de belas-artes de Viena, mas foi reprovado. (Lenharo, Idem, p.19).

 

Quem diria que uma pessoa com esse perfil fosse se transformar em um político carrasco e persuasivo o qual se tornou Hitler. Tinha tudo para ser mais um, no entanto não foi o que aconteceu como nos mostra a história. 

          A organização e propaganda foram dois grandes elementos decisivos para a dominação nazista. Não fosse isso, provavelmente esse projeto político não houvesse obtido o resultado que teve:

 

Mas não é na fraqueza da desunião das esquerdas e sim na força do momento nazista que se pode entender sua organização e sua propaganda, assinala Hannah Arendt, são mais fortes que a inexpressividade de seus oponentes. Os nazistas levavam muito a serio suas mentiras propagandistas, impressionavam e se impressionavam com a força de sua organização. (Lenharo, Idem, p.26).

 

 A organização das forças nazistas como também suas mentiras bem contadas através da propaganda tornaram o regime legitimado enquanto seus oponentes ficaram nos bastidores dos acontecimentos, era a vez dos nazistas.        

         Após subirem ao poder, a partir do dia 7 de abril, os nazistas mostraram suas garras, começou a perseguição a judeus, ciganos, esquerdistas e etc. só ficou quieto quem eles queriam e que também estavam do seu lado:

 

Depois das eleições, a ditadura nazista da inicio a uma autentica limpeza de área: sindicatos e partidos políticos são dissolvidos, suas sedes invadidas, expropriados seus fundos e empastelados seus jornais. A lei da depuração de 7 de abril da inicio a grande expurgo nas administrações e repartições públicas, eliminando esquerdistas, Judeus e democratas. (Lenharo, Idem, p.29).

 

Assim que o partido nazista chegou ao poder mostrou realmente a que veio, fazendo uma limpeza geral nas repartições públicas e outros setores da sociedade, expurgou judeus, democratas e esquerdistas. E isso foi só o começo do que Hitler iria fazer.          

        Envolver as pessoas nesses espetáculos era uma forma de fazer com que as pessoas não percebessem o que realmente estava acontecendo, ficavam impressionadas com a grandeza dos espetáculos, que eram realizados mesmo para impressionar! Enquanto isso as pessoas levavam suas vidas adiante como se estivessem enfeitiçadas, pois não se davam conta do que estava acontecendo:

 

A chave da organização dos grandes espetáculos era converter a própria multidão em peça essencial dessa mesma organização. Nas paradas e desfiles pelas ruas ou nas manifestações de massas, estáticas, em praças públicas, a multidão se emocionava de maneira contagiante, participando ativamente da produção de uma energia que carregava consigo após os espetáculos, redistribuindo-a no dia-a-dia, para escapar a monotonia de sua existência e prolongar a dramatização da vida cotidiana. (Lenharo, Idem, p.39-40).

 

Fazer com que as pessoas se sentissem parte do espetáculo fazia com que elas se sentissem especiais e importantes, fazendo parte de algo maior que era a multidão que se transformava em algo uno. A capacidade de persuasão de Hitler era tão grande que após esses espetáculos as pessoas voltavam para suas rotinas cheias de energia e contagiadas com o que tinham visto.          

        Hitler tinha um carisma com a massa, apesar da sua dureza, discursava muito bem e através de sua fala convencia muita gente a concordar com a ditadura a qual eram submetidos:

 

Ponto marcante do evento era o instante em que Hitler tomava a palavra. O caráter emotivo de sua fala encadeia momentos alternados de tensão, mas tende a assumir um clima de histeria, preponderantemente arquitetado pela violência verbal, alimentado pelo uso constante de palavras como ‘esmagar’, ‘força’, ‘ódio’, ‘cruel’. (Lenharo, Idem, p.41-42).

 

Hitler era muito bom na arte da oratória, pois conseguia de maneira peculiar envolver e convencer a multidão com o seu discurso inflamado, grande parte do que foi Hitler deve-se a sua forma de se dirigir a platéia em sua fala.       

        O nazismo era encarado de tal forma que para Hitler e também para seus seguidores, era quase como se fosse uma religião, pois era cheio de rituais tudo muito bem organizado e cheio de detalhes, o militante nazista era tido como uma espécie de crente, um religioso fanático, o qual deveria seguir cegamente os “dogmas” do Nazismo. “Diante dos heróis mortos, Hitler homenageava aqueles que haviam se disposto, pelo seu gesto, a ficar ao lado da grandeza do Führer sacrificando-se por ele e por sua missão redentora.” (Lenharo, Idem, p.45). Era uma forma de encorajar as pessoas a lutarem ao seu lado, para Hitler era uma espécie de gloria, ou melhor, queria que pensassem que fossem, pois através desse discurso seria mais fácil convencer as pessoas. “‘Este homem guiara o povo alemão sem preocupar-se com as influencias terrestres’, afirma Hess. ‘sua vontade é efetivamente a vontade de Deus’, dirá Darré. É o ‘novo Redentor’ assegura Röhm”. (Lenharo, Idem, p.46). Para alguns, Hitler era tido como um salvador, um novo Cristo, fazendo uma breve analogia. A arrogância de Hitler era tanta que “tinha por costume chegar aos locais das festividades de avião. sobrevoava lentamente sobre a esplanada para aparecer aos olhos de seus fieis ‘como um Deus descendo sobre a terra.’” (Lenharo, Idem, p.46). Tamanho era a sua megalomania que chegava ao ponto de se achar um Deus digno de adoração e reverência:  

 

O modo como a multidão se comportava durante todo espetáculo, e a maneira ritualística com que ele era organizado, acentuavam o caráter de culto religioso desses acontecimentos, a ponto de levar um observador francês a denominar o congresso anual de Nuremberg como o ‘concilio anual da religião Hitlerista. ’ Ali eram definidos os dogmas, e eram lançadas as encíclicas. O militante nazista é visto como um crente, um apostolo e um fanático. No ano de 1937 - diz a mesma fonte – circulava uma estampa representando o Führer de pé diante de uma mesa, tendo ao seu lado, sentados, seus extasiados companheiros. E como legenda, as palavras: ‘no principio era o verbo’. (Lenharo, Idem, p.42).

 

No partido nazista o fanatismo era tão grande a ponto de ser comparado a uma religião, pois alguns acontecimentos eram tão ritualizados que se podia ate imaginar se tratar de celebrações religiosas, Hitler era tido como um Deus encarnado. Nos não podemos afirmar que Hitler estava errado ou certo, pois o que aconteceu foi algo resultante de uma conjuntura política ideológica dentre outros fatores daquele momento histórico, devemos como historiadores estudar mais profundamente o assunto para que possamos entender melhor esse momento obscuro e tão condenado da História da humanidade, para que possamos entender melhor a figura de Hitler e o fenômeno do nazismo.

        Busquei nesse artigo falar de forma resumida sobre alguns acontecimentos dos primeiros cinqüenta anos do século XX. Procurei explanar sobre o Imperialismo, a Primeira e Segunda Guerra Mundial, a Revolução Russa e o Nazismo. De modo que existirão outros acontecimentos importantes porem um artigo é pequeno para discutir todos, contudo o que foi explorado é de grande relevância histórica.

        Falar dos primeiros cinqüenta anos do século XX, em um artigo é tarefa árdua. Pois cada assunto desses que discuti, daria uma coleção de livros, sem contar nos outros acontecimento e eventos da primeira metade do século XX. No entanto me esforcei para trazer uma visão panorâmica sobre os principais acontecimentos históricos nos primeiros cinqüenta anos do século XX.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

 

Hobsbawm, Eric J. A era dos impérios. Rio de Janeiro: Paz e terra, 3° edição, 1988.

 

Hosbsbaw, Eric J. A era dos extremos: o breve século XX. São Paulo. Companhia da Letras, 1995.

 

Lenharo, Alcir. Nazismo “o triunfo do nazismo”. São Paulo: ática, 3º edição, 1991.

 

Trangtenberg, Maurício. A Revolução Russa. São Paulo: atual, 1988.

 



[1] Graduando do curso de História, Licenciatura Plena. Fafidam-UECE