Braga, uma cidade fundada pelos romanos há mais de dois mil anos atrás, é uma cidade cheia de cultura e tradições e um ponto de encontro para a História, a Religião, a Indústria Tecnológica e o Ensino Universitário. Igualmente rica é a gastronomia deste distrito com pratos típicos muito conhecidos pelo resto do país, motivo porque lá se encontrarão alguns dos melhores restaurantes.

Uma refeição típica à maneira de Braga pode iniciar-se com uma fumegante taça de Caldo Verde, uma sopa geralmente espessa e de cor verde proveniente da couve cortada às tiras bastante finas que foi nomeada como sendo uma das 7 Maravilhas de Gastronomia de Portugal. A sua confeção é bastante simples; resume-se a preparar a base da sopa triturada – composta por batatas, cebolas, dentes de alho, sal e azeite – adicionar a couve às tiras e levantar fervura. Na região, esta sopa é servida em tigelas de barro, regada com um fio de azeite e acompanhada por rodelas de chouriço e uma bela fatia de broa de milho.

Como prato principal, pode-se saborear o peixe mais apreciado em Braga: o bacalhau. Existem muitas receitas típicas, no entanto, destaca-se o Bacalhau à Narcisa, uma receita que era, inicialmente, apenas confecionada num restaurante com o mesmo nome antes de ganhar adeptos nas regiões em redor. Este prato de peixe consiste numa posta de bacalhau frita com a particularidade do peixe, das batatas e das cebolas serem fritos no mesmo azeite com louro e cravinhos. O truque para apreciar bacalhau macio está em escaldá-lo com água a ferver e cobri-o com azeite e alho, na véspera da confeção.

Uma alternativa ao prato de peixe são as Papas de Sarrabulho. Trata-se de uma iguaria típica do Inverno por se tratar de um prato forte, logo mais apreciado em tempos mais frios, acompanhando com um vinho verde ou tinto de qualidade, e por estar associada à altura da matança do porco.

A receita para esta iguaria varia entre os diferentes concelhos, mas à moda de Braga, o prato implica cozer frango caseiro e várias partes do porco, tais como carne de veia, fressura, presunto e sangue de porco esfarelado, para não falar de toucinho magro, chouriço de carne e de sangue, e pão, e temperados com limão, sal, pimenta cominhos, cravinhos da Índia, noz-moscada, salsa, loureiro e hortelã-pimenta. É uma receita que leva dois dias a ser preparada e pode ser acompanhada com Rojões à Moda do Minho, com Tripa de Porco frita, com Farinhato frito às rodelas, com Fígado de Porco frito, ou simplesmente com batatinhas pequenas alouradas.

Por último, mas não menos importante, está o momento de adoçar a boca com um pudim típico de Braga, o Pudim Abade de Priscos, que foi candidato finalista para as 7 Maravilhas de Gastronomia de Portugal. Foi uma das poucas receitas que o Abade de Priscos, muito reconhecido pelo seu talento e amor pela culinária, partilhou com a população, no século XIX.

É, de um modo típico, usado um tacho de latão ou de cobre. Talvez apenas para verdadeiros apreciadores de doçaria, a receita passa por juntar a um litro de água a ferver meio quilo de açúcar, casca de limão, pau de canela e toucinho gordo e deixa-se ferver até atingir o ponto espadana, isto é, o ponto em que, quando a calda de açúcar cai num recipiente com água fria, forma uma bola mais consistente que acaba por ficar rija. Batem-se ovos, adiciona-se um cálice de um saboroso Vinho do Porto, mistura-se tudo com a calda preparada e leva-se à cozedura por meia hora. Quando estiver quase frio, pudim é desenformado para o prato de servir com um aspeto caramelizado tão apetitoso que deixa todos com água na boca.

Existe uma variedade gastronómica nesta região de Portugal muito rica para os verdadeiros apreciadores de comida. As receitas divulgadas tanto neste artigo, como pela Internet e Televisão, não prescindem de uma viagem ao distrito de Braga e saborear estes e outros pratos típicos da região confecionados com a receita original, enquanto se conhece a terra que lhes deu origem.