Ló: Meu amor, o que você dizia sobre DEUS cegar o povo de Sodoma?

Esposa de Ló: Tá, Ló. Depois você me envergonha, tá?

Ló: Tudo bem. Arruma as coisas para irmos quando os visitantes mandarem.

Esposa: Ló... eu não sei... eu não sei se quero ir embora... de Sodoma.

   Ló se assusta.

   Abraão está em sua tenda conversando com Sara, desta vez, mais leve.

Abraão: Sara, eu não pretendo ficar nesta cidade por muito tempo. O SENHOR prometeu nos dar esta terra. Ainda me lembro do dia em que me separei de Ló.

   Ele relembra o dia em que se separou de seu sobrinho:

Abrão: Não haja desa­vença entre mim e você, ou entre os seus pasto­res e os meus; afinal somos irmãos! Aí está a terra inteira diante de você. Vamos separar-nos. Se você for para a esquer­da, irei para a direita; se for para a direita, irei para a esquer­da.

  Então, Ló olhou atentamente para os lugares, mas a esquerda ele viu um lugar muito rico, todo ele bem irrigado, até Zoar; era como o "jardim do SENHOR", como a terra do Egito, lugar que ficava lá no vale do Jordão.

Ló: Escolherei aquela terra, a terra de Sodoma.

   Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló separou-se dele: De onde você está, olhe para o norte, para o sul, para o leste e para o oeste: to­da a terra que você está vendo DAREI a você e à sua descendência para sempre. TORNAREI a sua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se for possível contar o pó da terra, tam­bém se poderá contar a sua descendência. Per­corra esta terra de alto a baixo, de um lado a outro, porque EU a DAREI a você.

Abraão: ELE DISSE que me daria toda a terra de Canaã, ou seja, ela está em minha responsabilidade. Tenho que saber como anda as outras cidades.

Sara: Mas as cidades daqui são habitadas, e algumas têm reis até. Não vai ser nada fácil.

Abraão: E quem disse que seria? Temos que ter fé e sempre lembrar: “A fé não torna as coisas fáceis, mas as tornam possíveis”.

Sara: Mas vamos às quais cidades?

Abraão: Primeiro, retornaremos a Neguebe. Depois, iremos às cidades de Cades e Sur, de lá, por último, Gerar. Sara, antes que eu esqueça, em todas essas cidades que a gente for, diga que somos irmãos. Porque os reis que em Canaã habitam têm quantas mulheres quiserem. E para tê-la teriam que matar-me.

Sara: Entendo. Por que não expulsa esses reis idóla-tras de nossas terras?

Abraão: Porque o SENHOR não permitiu ainda, mas quando permitir... veremos se os deuses deles vão salvá-los.

   Em Sodoma, na rua está Maika com Eitan.

Maika: Eitan, por favor, venha conosco, de todo o pessoal de Sodoma você foi o único que não ficou cego. Uma demonstração de PODER e MISERICÓRDIA de DEUS.

Eitan: Basta!!!! Chega de sermão! Vá, você e me deixe aqui! Eu não quero ir.

Maika: Eitan, o SENHOR destruirá a cidade se você não sair daqui... morrerá.

Eitan: E você só vai se eu for?

   Maika sai de lá correndo e chorando.

   Na casa de Ló.

Ló: Como assim não sabe se quer ir? Nós não temos que querer e sim obedecer. O que pensamos ou achamos não interessa.

Esposa de Ló: Tá. Vou arrumar as coisas.

   Maika entra em casa correndo e chorando.

Ló: O que foi, minha filha?! O que aconteceu?

Maika: Eitan... não aceitou vir com a gente.

Ló: Ah, era isso? Pensei que tinha sido coisa pior.

Maika: E existe coisa pior que isso?

Ló: Minha filha, não é por nada, mas eu já imaginava. Ele que contou que tínhamos visitantes. Agora só falta Danna chegar.

   Danna entra com o semblante triste.

Danna: Ninguém quis vir conosco. Nem mesmo Yair. Eu insistir e nada. Pelo visto, Eitan também não aceitou.

Ló: Então só vamos Maika, Danna, minha esposa e eu. Está tudo arrumado?

Esposa: Está.

   Ao raiar do dia Ló se despede dos amigos e famili-ares, assim como as filhas e a esposa. Os anjos os apressam.

Um dos anjos: Vamos, vocês têm que ir agora. Vamos! Vamos, Ló! Depressa, depressa! Depressa! Leve daqui sua mulher e suas duas filhas, ou vocês também serão mor­tos quando a cidade for casti­gada.

   Mas eles continuavam demorando. Então os anjos escutaram a VOZ do SENHOR dizendo: Abraão pediu a MIM que salvasse seu sobrinho, Ló. Tire-os dai a qual-quer custo, mas digam a eles para não olharem para trás.

Um dos anjos: Ainda bem que o SENHOR É MISERICORDIOSO. Por favor, venham.

   Ele pegou Ló pelo braço e o puxou junto com suas filhas e sua esposa para fora da cidade.

Um dos anjos: Fuja por amor à vida! Não olhe para trás e não pare em lugar nenhum da planície! Fuja para as montanhas, ou você será mor­to!

Ló: Não, meu se­nhor! Seu servo foi favorecido por sua benevo­lência, pois o senhor foi bondoso comigo, poupan­do-me a vida. Não posso fugir para as montanhas, senão esta calamidade cairá sobre mim, e morrerei. Aqui perto há uma cidade pequena. Está tão próxima que dá para correr até lá. Deixe-me ir para lá! Mesmo sendo tão pequena, lá estarei a salvo.

Um dos anjos: Está bem. Também lhe aten­derei esse pedido; não destruirei a cidade da qual você fala. Fuja depressa, porque nada poderei fazer enquanto você não chegar lá!

   Ló e sua família começam a caminhada, caminha depressa. Quando chega à porta da cidade o sol já havia nascido. Nuvens escuras se formam em cima das cidades de Sodoma e Gomorra. Consegue-se ver as cidades. Em Canaã, Abraão acorda e vai direto ao lugar onde viu o SENHOR pela última vez. Ele vê o fogo caindo do céu, mas isso não o abala. Ele sabe que a oração que ele fez foi respondida. A esposa de Ló quer olhar para trás, Ló a lembra que não pode. Ela se vira. Demora tempo suficiente para ela olhar e depois disso é transformada em uma estátua de sal. É possível ver lágrimas nos olhos de Ló. Mas ele não olha para trás e continua. Entra numa caverna.