MEURIANE APARECIDA BENTO FERREIRA








OS PARADIGMAS DO MEIO AMBIENTE: UMA EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL NA ESCOLA
Artigo cientifico apresentado ao curso de Pós Graduação Lato Sensu da AUPEX, com requisitos parcial para obtenção do certificado em Administração Escolar.
Orientadora: Profa MSc. Tania Sueli Fantini.








ITAJAI
OUTUBRO 2010
OS PARADIGMAS DO MEIO AMBIENTE: UMA EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL NA ESCOLA
Meuriane Aparecida Bento Ferreira¹

Tania Sueli Fantini²

RESUMO
O meio ambiente tem sido uma preocupação mundial, sustentabilidade é tema de muitas palestras e congressos no Brasil e pelo mundo. Apesar de ecologistas discutirem a mais de meio século os efeitos da ação do homem sobre o meio ambiente, a temática é recente. Cuidar do aspecto ambiental não é perda de tempo mais urgência global. A falta de um gerenciamento consciente, ou seja, na utilização dos recursos naturais e o consumo descomedido da população, desencadeiam um processo continuo de desequilíbrio ambiental, social e econômico. As grandes empresas e corporações estão aderindo a projetos sociais com o intuito de desenvolver uma educação socioambiental e projetos econômicos voltados a uma reestruturação de consumo na busca de uma consciência responsável. Se a mídia fala de sustentabilidade ou de responsabilidade socioambiental a escola deve ser a mais interessada em fazer parte dessa corrente em prol da continuidade da sociedade no planeta. A escola tem papel fundamental na construção da sociedade por uma educação sustentável, mesmo em meio a tantas dificuldades, turbulências e desigualdades ela é voz ativa para contribuir na transformação e formação do cidadão. É preciso conhecer para interagir, através dos gestores e da equipe pedagógica que a transformação começa na renovação de conceitos e paradigmas sobre o meio ambiente. Toda equipe escolar, funcionários, voluntários e alunos fazem parte desse desenvolvimento para uma consciência sustentável.

PALAVRAS CHAVES: Sustentabilidade; Meio Ambiente; Educação Sustentável.

1 INTRODUÇÃO
Desde a década de 60 a Organização das Nações Unidas vem debatendo e propondo alternativas para o atual modelo de desenvolvimento em direção a uma sustentabilidade planetária.
Na década de 60 e 70 o conceito de Educação ambiental estava vinculado muito a atividades sobre a ecologia, biografia e preservação da natureza, estimulando, num primeiro momento, um retorno à chamada a natureza intocada e uma visão romântica de mundo.
Simultaneamente, o forte debate da questão ambiental foi marcado pela concepção alarmista e catastrófica dos problemas ambientais, apontados pelas ONGs, pelo movimento ambientalista e por grupos de cientistas.
Outra concepção de Educação Ambiental enfoca o diagnostico e a resolução de problemas concretos, que na maioria das vezes fica na mera constatação de fatos e danos ambientais. Ou seja, fica restrita a ações isoladas e executadas em datas comemorativas e eventos específicos relativos ao meio ambiente.
Muitas vezes é caracterizada por um tom alarmista, exagerado e catastrófico da questão ambiental, apenas identificando os problemas ambientais e deixando transparecer uma grande dificuldade na resolução destes.
Podemos destacar um grupo de concepções de educação ambiental que considera os problemas ambientais como conseqüência de processos de transformação e construção histórica, cultural e tecnológica, cujas ações são, em sua maioria, localizadas no tempo e no espaço.
A educação ambiental está relacionada com o meio e a forma da humanidade de pensar coletivamente.
Dentro destas concepções a escola tem papel incomparável na intenção de alinhar os conceitos para uma educação ambiental consciente. Os paradigmas precisam ser quebrados e a escola precisa envolver-se ativamente nessa nova consciência da existência humana.
O gestor escolar tem papel fundamental para uma pratica pedagógica ativa onde a Educação Ambiental começa pelos gestores, equipe pedagógica e professores. Como podemos ensinar aos alunos se dentro da própria escola não é feita a separação de lixo?! Parece simples mais nossas atitudes revelam conceitos e os que estão ao nosso redor percebem isso.
Pensar Educação ambiental é pensar com responsabilidade social de cidadão, percebendo a existência do outro respeitando seu espaço e sua singularidade.

2 SUSTENTABILIDADE

O conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o uso de recursos naturais ou não de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que dele dependem para existir.
Pode parecer um conceito difícil de por em prática e em muitos casos, economicamente inviável. No entanto, não é bem assim. Mesmo nas atividades humanas altamente impactantes no meio ambiente como a mineração; a extração vegetal, a agricultura em larga escala; a fabricação de papel e celulose e todas as outras; a aplicação de práticas sustentáveis nesses empreendimentos; revelou-se economicamente viável e em muitos deles trouxe uma melhora financeira, ou seja, trouxe um extra financeiro para a empresa.

Sustentabilidade, assim, implica o uso dos recursos renováveis de forma qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação, em soluções economicamente viáveis de suprimento das necessidades, além de relações sociais que permitam qualidade adequada de vida para todos. (PARAMENTROS CURRICULARES NACIONAIS,1997, p.12)

O conceito de desenvolvimento sustentável foi utilizado pela primeira vez na Assembléia Geral das Nações Unidas em 1979, indicando que o desenvolvimento poderia ser um processo integral que inclui dimensões culturais, éticas, políticas, sociais, ambientais, e não apenas econômicas.
A preocupação das instituições vem crescendo com o meio ambiente em que vivemos. Em 1929- Constituição de Weimar (Alemanha) ? Função Social da Propriedade; 1960- Movimentos pela Responsabilidade Social (EUA); 1971- Encontro de Founex (Suíça); 1972- Singer publica o que foi reconhecido como o primeiro balanço social do mundo; 1972- ONU ? resolução 1721 do Conselho Econômico e Social ? estudos sobre o papel das grandes empresas nas relações internacionais; 1973- PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Genebra); 1977- determinação da publicação do balanço social - relações do trabalho (França); 1992- ECO 92 ou CNUMAD (Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) ? Criação do Projeto Agenda 21; 1997- Betinho de Souza e IBASE incentivam publicação do balanço social; 1999- Criação do Selo "Empresa Cidadã"; 1999- 1ª Conferência Internacional do Instituto Ethos; 2000- ONU e o Pacto Global.
A capacidade humana de transcender limites geográficos, de superar constrangimentos físicos, de ultrapassar a barreira do tempo pela comunicação do saber através das gerações obriga-nos, a nós, homens e mulheres que vivemos este momento histórico carregado de potencialidades unificadoras, à responsabilidade de salvar o planeta, tornando-o mais habitável, curando as feridas que já deixamos em sua face. (GADOTTI, 2000, p.16)

Os projetos empresariais que atendam aos parâmetros de sustentabilidade começaram a multiplicar-se e a espalhar-se por vários lugares antes degradados do planeta. Muitas comunidades que antes viviam sofrendo com doenças de todo tipo; provocadas por indústrias poluidoras instaladas em suas vizinhanças viram sua qualidade de vida ser gradativamente recuperada e melhorada ao longo do desenvolvimento desses projetos sustentáveis.
A área educacional muito tem ouvido sobre sustentabilidade, meio ambiente mais qual tem sido o envolvimento real da escola a essas práticas educativas que garantam a continuidade dos aspectos culturais, sociais, econômicos, físicos e ambientais do planeta?!
A cultura de sustentabilidade ainda não foi adotada pela maioria da população do nosso país e, como educadores, devemos pensar numa escola que promova esse aprendizado, a fim de se ensinar a importância de atitudes de preservação, solidariedade, conscientização, cidadania, respeito para que as gerações futuras não sofram tanto com a destruição ambiental, social e econômico. O aluno precisa assim como todos nós de responsabilidade social.
A escola tem papel belíssimo na vida dos alunos e de toda equipe escolar, temos ainda a comunidade que ao ser percebida pela escola local sente-se mais segura e corajosa para lutar por seus sonho.
A escola tem essa habilidade de produzir e de disseminar informações com conteúdos relevantes para a conscientização e mobilização da sociedade em prol do desenvolvimento sustentável. Há um longo caminho a ser percorrido para que o homem tenha total consciência do seu papel no mundo moderno, contribuindo para construção de um modo de vida sustentável em sua plenitude.
O foco dos indicadores de sustentabilidade deve ser veemente no monitoramento das três dimensões, ambiental, social e econômica. O crescimento econômico e principalmente o populacional, até 2100, certamente provocará um impacto ainda incalculável, porém certeiro, na emissão de CO2 no planeta, se não forem tomadas sérias medidas de redução do gás carbônico. Os problemas de degradação da terra são nossos problemas, é papel de todos trabalharem em prol do meio ambiente.
Em uma pesquisa publicada no último semestre pela Climate Confidence Monitor, em 12 países, com 12 mil pessoas, mostra que embora o cenário climático se mostre mais grave, a população está menos preocupada com o clima, em relação a 2007. O retrocesso, segundo o estudo, se caracteriza pela menor disposição percebida nas pessoas em mudar comportamentos e contribuir para minimizar o aquecimento global. Isso mostra que a consciência mundial sobre o problema climático caiu significativamente.
Se, em 2007, cerca de 70% dos entrevistados disseram ter ouvido falar muito sobre o tema, esse percentual passou para menos de 40% em 2008, triste mensuração da referida pesquisa. O grave é que periodicamente são publicados dados de avanços na crise ambiental, como é o caso do estudo divulgado no final do ano passado pela Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU.
Foi revelado que o nível de gás carbônico no ar atingiu novo recorde e subiu 0,5% em apenas um ano. Estudos apresentam que o nível atual dos gases de efeito estufa na atmosfera já é de quase 40% a mais que na era pré-industrial e sem sinal de que vai diminuir.
O que explicaria esse fenômeno de desinteresse, se as questões da sustentabilidade parecem cada vez mais difundidas na sociedade? Parte dos entrevistados na pesquisa da agência americana alegou que a estabilidade econômica, seguida pela violência, como no caso dos brasileiros, preocupa mais. Mudanças climáticas aparecem em terceiro lugar, na conclusão.
As constantes mudanças de valores e crenças que ocorrem na velocidade atual exigem articulações conceituais e práticas no mundo, seja nos negócios ou na administração pública.
É preciso atitude para mudar o cotidiano de cada cidadão. O que se espera é a compreensão individual e coletiva, a começar pela sensibilização sobre o uso e o consumo que compete a cada um, no contexto atual de vida, crítico ambientalmente.
A educação é o caminho que mais pode com uma base sustentável que garanta a permanência bem sucedida das gerações futuras. As crianças de hoje, que ouvem e praticam lições ambientais dentro de sala de aula, como laboratório, ao se tornarem os gestores nas décadas seguintes, a probabilidade em praticarem os conceitos será maior, percepção que as gerações de todo o século XX não conseguiram. Em curto, médio e longo prazo, a maior crise é a ambiental. Os fatos comprovam e os alertas oportunizam o que ainda pode ser feito, agora.
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. (Comissão Mundial de Desenvolvimento ? ONU)

Para um desenvolvimento sustentável é necessário planejamento e principalmente desenvolver uma consciência responsável com o próximo e com o planeta em que vivemos, é preciso reconhecer que os recursos naturais são finitos.
A palavra desenvolvimento é confundida com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico.

A agenda 21 foi assinada em 1992, no Rio de Janeiro, por 170 países. Ela discute a essência do que é desenvolvimento sustentável, o processo pelo qual ele pode ser alcançado, e as ferramentas de gerenciamento necessárias para alcançá-los. A comunidade global é um reflexo das tendências e escolhas feitas nas comunidades locais do mundo. Em um sistema de relações complexas, pequenas ações locais têm impactos globais, em larga escala. Os problemas ambientais não podem ser resolvidos por programas globais, porque nós não vivemos globalmente e ninguém investe recursos para alcançar objetivos que não estão diretamente ligados às necessidades locais, nem tornam a vida das pessoas mais sustentáveis. ³


2.1 GESTÃO ESCOLAR E RESPONSABILIDADE SUSTENTÁVEL
Um grande desafio para os tempos de hoje na administração escolar e para toda a equipe da mesma, é tornar esse ambiente um lugar de novas conquistas, de inovação, ou seja, uma nova forma de ver o mundo. Ensinar os conteúdos com uma postura nova, com uma visão globalizada do todo mais com atitude local.
A gestão escolar vem passando por mudanças oriundos das crescentes exigências sociais por uma educação básica de qualidade do avanço do conhecimento sobre a aprendizagem de novas politicas educacionais e do avanço do conhecimento sobre a gestão escolar.
0 objetivo da gestão escolar dentre tantos outros é superar os desafios administrativos da escola, buscando olhares significativos à gestão pedagogica, gestão dos recursos humanos e administração no âmbito da educação escolar. Essas tres areas caminham juntas, integradas, com o objetivo de garantir o processo educativo das unidades escolares.
Os desafios na escola são muitos e na maioria das vezes para equipe escolar é dificil saber por onde começar. A função do gestor vai alem de resoluções dos problemas administrativos, principalmente quando provem da administração pública.
Por muito tempo o Diretor trabalhou apenas preocupado com uma administração burocratica de qualidade,agindo e decidindo situações sozinho. Era somente direcionada á responsabilidade pela escrituração e registro escolar e cabia ao diretor decidir. Atualmente, a função de diretor passou a ser de gestor, ou seja, direciona-se para a articulação de diversas variáveis, ele não precisa mais articular sozinho mais pode administrar a escola em equipe.

A preocupação em relacionar a educação com a vida do aluno ? seu meio, sua comunidade ? não é novidade. Ela vem crescendo especialmente desde a década de 60 no Brasil. Exemplo disso são atividades como os "estudos do meio". Porém, a partir da década de 70, com o crescimento dos movimentos ambientalistas, passou-se a adotar explicitamente a expressão "Educação Ambiental" para qualificar iniciativas de universidades, escolas, instituições governamentais e não-governamentais por meio das quais se busca conscientizar setores da sociedade para as questões ambientais. Um importante passo foi dado com a Constituição de 1988, quando a Educação Ambiental se tornou exigência a ser garantida pelos governos federal, estaduais e municipais (artigo 225,§ 1o, VI)8 .(PCNs, 1997, p.15)

A escola tem papel importante na construção de uma consciencia ambiental. Construção essa que engloba gestor, coordenador, orientador, professores, enfim, toda equipe e comunidade escolar.
Para que a escola tenha resultados significativos em todos as suas variaveis, mas principalmente na Educação ambiental sustentavel, trabalhar em equipe é fundamental. Quando ensinamos educação ambiental ensinamos sobre nós, seres biologicos.

A educação ambiental vai muito além do conservacionismo. Trata-se de uma mudança radical de mentalidade relação à qualidade de vida, que esta diretamente ligada ao tipo de convivencia que mantemos com a natureza e que implica atitudes, valores, ações. Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada, com o contexto, com os outros, com o ambiente mais proximo, a começar pelo ambiente de trabalho e doméstico.(GADOTTI, 2000, p.96)

Uma das caracteristicas de um gestor escolar é caminhar junto de sua equipe conhecendo-a e ajudando-a no que for necessário. O gestor escolar preocupa-se com o bem estar de sua equipe, procura ser exemplo para a todos que o cercam, contagia todos ao seu redor com seu entusiamos, amor e visão. A educação sustentável parti dos lideres, gestores podendo assim enfluenciar sua equipe e todos ao seu redor.

Desta vez, porém, não há escolha: ou mudamos e nos pautamos pelo cuidado e pela responsabilidade coletiva, autolimitando-nos em nossa voracidade e vivendo a justa medida em todas as coisas na perspectiva do bem comum humano e ambiental, ou enfrentaremos uma tragédia sem precedentes. A autolimitação significa um sacrificio necessário que salvaguarda o Planeta, tutela interesses coletivos e funda uma cultura da simplicidade voluntária. Não se trata de não consumir, mas de consumir de forma responsável e solidária para com os seres humanos e os demais seres vivos de hoje e que virão depois de nós. Eles também têm direito à Terra e a uma vida com qualidade.(BOFF, 2003, p.69)
2.2 PROFESSOR E A SUSTENTABILIDADE

O professor na escola é a pessoa mais importante para o aluno, sua função ser o mediador entre o conhecimento e o aluno o torna ainda mais peça fundamental ao no meio ambiente, na construção de uma educação sustentável.

Cabe ao professor então organizar a estrutura cognitiva do aluno, utilizando-se do conhecimento prévio dele e investigando a buscar novos conhecimentos. Compreendendo o meio ambiente como estrutura organizada em ecossistemas de seres bióticos e abióticos onde o ser humano está inserido e é responsável pelo seu desenvolvimento, transformando-o, preservando ou destruindo, vemos a Educação Ambiental como uma etapa essencial de educação. (GRUPO ANJOS DA NATUREZA, cit. por diretrizes Básicas para a Educação da Rede Municipal de Itajai, 2003, p.61)

Esse é o novo compromisso social da educação, qualificar para manter boas condições de vida, oportunizar para a dignidade. Aproveitar materiais descartáveis é uma forma de enriquecer o conhecimento, além de mostrar que o lixo pode ser transformado.
Não temos mais espaço geográfico suficiente (lixões) para armazenar o que é descartado pela sociedade. O lixo descartável da própria escola pode ser reaproveitado como material na pratica de técnicas que estimulem o saber, o aprender e principalmente a ter uma consciência sustentável.
Os produtos construídos podem ir para o acervo da escola ou serem doados para uma instituição que atende crianças carentes. Os artesanatos podem ser comercializados essa atitude levará os alunos a aprenderem que seu trabalho tem valor e que é possível iniciar as primeiras atividades lucrativas, que podem garantir o sustento de suas famílias.
Montar uma horta na escola é uma forma enriquecedora de trabalhar a sustentabilidade. Técnicas de plantio podem ser ensinadas aos alunos, que poderão cultivar espécies vegetais que garantam a qualidade de uma boa refeição.
Essa iniciativa pode leva o aluno a preparar uma horta em casa e vender o que cultivou, os alimentos colhidos na escola podem ser divididos entre toda a comunidade escolar.
É papel da escola capacitar os mesmos para estas aprendizagens, pois poderão encontrar dignidade em suas vidas. Com uma cozinha experimental, pode-se ensinar a fazer compotas de doces e aproveitar as frutas que antes eram desperdiçadas. As cascas poderão ir para receitas de tortas, sucos ou mesmo para a horta da escola, servindo como adubo. E aos poucos, cria-se a consciência de que através da transformação é possível sobreviver. As mesmas ainda podem ser vendidas em feiras livres, levando algum dinheiro para a vida dos mesmos.
É necessário mostrar que a coletividade leva ao crescimento, que a divisão de tarefas e responsabilidades pode proporcionar qualidade nos resultados de nossas intenções, e que um grupo de pessoas pode transformar a sociedade. Dessa forma nossos alunos estarão convivendo com conceitos de sustentabilidade, conteúdos e aprendizados que ficarão por toda a vida. E transformaremos o mundo através de pequenas atitudes, primeiramente realizadas por pequenos grupos.

2.3 COMUNIDADE ESCOLAR E SUSTENTABILIDADE

A participação democrática da comunidade escolar na educação é um caminho fundamental para se promover uma educação sustentável de qualidade. A comunidade onde a escola está inserida é fundamental nessa caminhada.
A escola ao ajudar a comunidade local ajuda o aluno e sua família, as duas podem caminhar juntas na construção de uma sociedade mais solidaria e sustentável. Trabalhos de conscientização, de reciclagem podem estar sendo fornecidos pela escola. Os próprios pais de alunos podem oferecer colaboração ajudando a escola na troca de serviços.

É desejável a comunidade escolar refletir conjuntamente sobre o trabalho com o tema Meio Ambiente, sobre os objetivos que se pretende atingir e sobre as formas de conseguir isso, esclarecendo o papel de cada um nessa tarefa. O convívio escolar é decisivo na aprendizagem de valores sociais e o ambiente escolar é o espaço de atuação mais imediato para os alunos. (PCNs,1997,p.25, )



3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação ambiental teve um desenvolvimento satisfatório nos últimos anos e foi definitivamente incorporada ao currículo escolar.
Para termos um sociedade com uma consciencia responsável a respeito da educação sustentável, as escolas precisam estar engajadas como um todo. Toda equipe escolar e comunidade precisam caminhar juntas para terem um resultado significativo.
A escola pode promover oportunidades para que toda equipe escolar tenha conhecimento das ações que a mesma faz, como separar o lixo reciclável, papel A4 reciclado, conservação dos materiais da escola, reaproveitamento dos alimentos, bazar, etc. A escola pode estar ensinando a comunidade sobre os conceitos do que é sustentabilidade, educação sustentável, qual o papel da escola no meio ambiente, etc.
Os projetos e datas comemorativas sobre meio ambiente são importante mais também é preciso criar uma consciencia permanente de responsabilidade com o meio e pessoas em que o aluno vive, seja na escola, no pátio, em casa,na rua etc.
A escola, a familia, a comunidade são agentes transformadores na vida do aluno, para uma consciencia responsável a uma educação sustentável.
As catastrofes ambientais causadas pelo crescimento populacional e a utilização desinfreada dos recursos naturais deixam a comunidade global em alerta. O planeta em que vivemos pede ajuda e nós para onde vamos se não cudarmos da nossa casa (terra)?
A sociedade precisa refletir em suas ações refazer pensamentos, trilhar outros caminhos e analizar o rumo que estamos tomando.

4. REFERÊNCIA S

BOFF, Leonardo. Ética e Moral: a busca dos fundamentos.Rio de Janeiro. Ed.:Vozes, 2003.
ECO 92 ou CNUMAD (Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) ? 1992.
DIRETRIZES BÁSICAS PARA A EDUCAÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE ITAJAI- Educação Ambiental. Itajai:PMI.SED, 2003.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo. Ed.:Peirolópolis, 2000.
PARAMENTROS CURRICULARES NASCIONAIS. Tema transversal Meio Ambiente. Brasília : MEC/SEF, 1997.