Nos dias de hoje, a nossa ida ao médico pode não ser mais tão simples como antigamente. Não é raro fazermos milhões de exames, passar por dezenas de consultas e ainda continuar sentido os sintomas que nos levaram procurar um especialista.

Neste momento, inicia-se um processo onde o paciente busca auxílio de um profissional capaz de dizer do que ele sofre e por que sofre. Quando tais perguntas não são respondidas o paciente angustia-se, o que poderá levá-lo ao abandono de novos exames.

Sabemos que a tecnologia atual facilita os diagnósticos, mas há a carência de profissionais na área da saúde mais humanos e atentos não somente aos aspectos fisiológicos, mas também a aspectos sociais e psicológicos. Desta forma, surge uma nova forma de atender pacientes que buscam algum tipo de tratamento, a interdisciplinaridade.

A interdisciplinaridade propõe a interação num grupo, confrontando disciplinas diferentes para a evolução de um novo conjunto de saberes articulados. Para que este trabalho atinja a sua eficácia, é de extrema necessidade que não haja a hegemonia de um saber, pois todas as vertentes devem caminhar juntas em prol de um único beneficio; a promoção de saúde e bem estar.

As doenças apresentam causalidades múltiplas, as epidemias falam sobre uma questão social, a angústia e a depressão evidenciam questões emocionais, e doenças congênitas revelam fatores biológicos.

Por estes motivos, é importante que uma equipe de atendimento em um hospital, em um posto de saúde ou em clínicas particulares, seja formada por profissionais de todas as áreas em questão, ou se isso não for possível, que pelo menos esses profissionais sejam sensíveis a essa multicausalidade das doenças para fazer o encaminhamento deste paciente ao profissional mais adequado, pois em um momento primário, é a demanda do paciente que deverá ser atendida e respeitada.

Porém, também é necessário salientar que muitas vezes, o trabalho conjunto se torna uma sobreposição de saberes, e tal sobreposição pode acarretar sérios problemas ao tratamento deste paciente, como por exemplo, o início de um tratamento tardio. Apesar do crescimento de atendimentos interdisciplinar, vale a pena lembrar que cabe ao paciente optar pelo seu tratamento, desta forma inicia-se um tratamento mais humanizado com foco no respeito e bem estar do doente.