Dá-se o nome de competências ao conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores aplicados, de forma funcional e ordenada, para a obtenção de um resultado específico.


A professora Maria Tereza Fleury, da FEA/USP, define competência como um saber agir responsável e reconhecido que implica usar, mobilizar, integrar, desenvolver e transferir conhecimentos, recursos, habilidades e experiências que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.

 

Atualmente, as competências podem ser divididas em dois grandes grupos, as chamadas Competências Técnicas (Hard Skills) e as Competências Não-Técnicas (Soft Skills).

 

Podemos definir as Hard Skills como as habilidades específicas mínimas que uma pessoa deve ter para desempenhar a contento suas atividades profissionais.  Estão incluídos ai o conhecimento técnico, metodológico, as certificações profissionais.  As Hard Skills podem ser adquiridas através da experiência acumulada, pela leitura de manuais técnicos, conhecimento de processos de negócio ou implementação de metodologias específicas.

 

O conhecimento e aplicação exclusivos das Hard Skills tornam os profissionais tão especiais e diferenciados quanto os grampeadores.  Os seguidores cegos de regras, processos e metodologias podem ser facilmente substituídos, sem perda significativa para a organização.

 

Já é consenso entre especialistas de RH, que todo esse ferramental técnico necessita de determinadas características base para serem completamente potencializados: as Soft Skills.

 

Para Cristina Almeida, diretora da NeoConsulting, consultoria de RH, as chamadas Hard Skills, ou seja, competências técnicas, já viraram commodities.  "O que faz diferença quando avaliamos uma pessoa é a postura que possui e a forma como lidera pessoas."

 

Soft Skills é tudo o que não envolve conhecimento técnico, de produto, ferramentas ou tecnologia.  São as atitudes e posturas, que tornam os profissionais cada vez mais completos, com habilidades para comunicação, negociação e desenvoltura no ambiente organizacional.

 

As Soft Skills são, por exemplo, habilidades de comunicação que promovem o trabalho em equipe, envolvem uma forma estruturada de apresentar idéias, gerenciar projetos e pessoas, resolver problemas e prover serviços com alto grau de excelência.

 

Algumas pessoas apresentam essas características de forma inata.  Entretanto, é importante salientar que as Soft Skills são, basicamente, comportamentos.  E comportamento é uma questão de escolha.  Com um bom planejamento e uma boa dose de esforço, os profissionais podem desenvolvê-las e aperfeiçoá-las.

 

Um primeiro passo é mapear quais as Soft Skills são as mais adequadas ao desempenho profissional de cada um.  Departamentos de RH estruturados possuem uma matriz de Cargos X Competências que indicam qual o caminho a seguir.

 

Depois de mapeadas as Soft Skills, é preciso detectar os gaps de competências.  Quais competências o profissional precisa desenvolver?  Em quais competências o profissional precisa evoluir?  Empresas que se utilizam de sistemas de Avaliação Baseado em Competências Comportamentais, ao longo do tempo e da análise das medições, vão mapeando essas necessidades.

 

Por último, cabe ao profissional investir em seu desenvolvimento.  São cursos, workshops, livros, eventos externos, viagens...  Toda uma gama de atividades voltadas ao desenvolvimento e aperfeiçoamento das Soft Skills.

 

Como demonstrado, grande parte do trabalho de planejamento do desenvolvimento profissional pode ser facilitado e apoiado pelo departamento de RH das organizações.  Entretanto, na omissão deste, cabe ao profissional arregaçar as mangas e crescer!