Os Dois Aspectos da Intercessão

Intercessão tem dois aspectos: o primeiro é de colisão, luta, violência, choque e denota confronto. O outro, de encontro, colocar-se entre, orar, suplicar. Esses são os dois significados da palavra hebraica "paga". Portanto, interceder é enfrentar os poderes das trevas, colidindo contra elas, pela batalha espiritual, e colocar-se diante de Deus, firmado em Suas promessas, a fim de pleitear a causa de outros; no encontro, falo com Deus numa atitude de quebrantamento e submissão e, no confronto, guerreio com Satanás e as suas hostes, a favor dos homens.
1) Primeiro aspecto: Confronto = Quando estamos intercedendo, os poderes das trevas se opõem fazendo resistência para que não recebamos as nossas bênçãos. Saiba que não é Deus Quem retém as bênçãos do seu povo. Há muita gente enganada pensando que Ele é o nosso problema. Absolutamente não! O Senhor, Adonay-Jirê, não é o nosso problema, é a fonte inesgotável das nossas bênçãos. O apóstolo Paulo escreveu: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com todas sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais" (Ef.1:3). Para que você entenda o que estou falando, quero dar-lhes a seguinte ilustração: Suponhamos que eu tenha dado um par de sapato para o Ariel Carvalho, meu filho mais velho, e o Carlos, um desconhecido, o tenha segurado, impedindo que ele chegue ao seu verdadeiro destino. Onde está o par de sapato? Já o despachei para o meu filho. Se o par de sapato ainda não está em suas mãos, onde irá procurá-lo? Contra quem irá lutar? Contra mim, ou contra quem o reteve? É claro que é contra o Carlos.
O Pai Celestial já despachou do Céu tudo quanto é necessário para obtermos uma vida de vitória. Em Cristo, todas as bênçãos já pertencem a nós! O Senhor Jesus já pagou o preço lá no Calvário para que nós tenhamos a vitória, a paz, saúde e a prosperidade. Tudo que é de Deus é nosso. Todos os tesouros do Pai pertencem a nós, em Cristo. Por que, então, muitos cristãos estão vivendo uma vida depauperada, escravizada, derrotada, oprimida e amarrada? Alguém no reino espiritual está segurando as nossas bênçãos. Pois o Pai Celestial já as despachou desde a morte de seu filho lá na cruz! Então vamos brigar com quem está retendo as nossas bênçãos. É hora de nos voltarmos para Satanás e declararmos em sua cara asquerosa: "Tira as tuas mãos sujas das minhas bênçãos. O Senhor Jesus pagou o preço, seu atrevido, ladrão, pois eu vou entrar agora na guerra, munido da autoridade do NOME DE JESUS!". Esta atitude na intercessão é chamada de combate ou guerra espiritual. Paga = ir contra, confrontar e guerrear. Se Satanás chegar perto, ele verá que os filhos de Deus são ousados como um leão enfurecido! É nesse aspecto que os intercessores são chamados de "guerreiros de oração".
2) Segundo aspecto; Encontro = Neste segundo aspecto da intercessão, temos a sala do "Trono da graça" onde se encontra Deus, o Grande Rei (Hb.4:16); pois é nessa sala que podemos nos colocar diante do Pai celeste e trazermos perante Ele as necessidades dos homens e orarmos derramando a nossa alma em favor deles . É aqui que recebemos a compaixão Divina em nosso espírito, e nos identificamos e nos associamos com Cristo em seu Ministério intercessório junto ao Pai. Portanto podemos dizer que, interceder é encontrar-se com Deus Pai e identificar-se como seu Filho numa sociedade intercessória na sala do "Trono da graça".
A intercessão nos identifica com Cristo e nos torna seus sócios na oração. Na oração intercessória, encontro-me com Deus levando, no bojo de minha oração, as petições em prol dos necessitados. Quando me encontro na sala do "Trono da graça", tenho convicção de que estou na presença do Rei amoroso e eterno, pois estou identificado e em sociedade com o Seu Filho, Jesus. Então os ouvidos do Rei estão inclinados e prontos para ouvirem a voz intercessória de minha oração. Nesse ENCONTRO com o "GRANDE REI", passo a obter de sua parte benefícios em prol de meus irmãos, bairro, cidade, estado, nação e do mundo. Permitam-me lhes explicar melhor:
Por volta do ano de 474 a.C. , Assuero, o rei da Pérsia, perguntou três vezes a Ester, sua esposa judia: "Qual é a tua petição?" (Et.5:3; 7.2; 9. 12). Nas três vezes, ele garantiu que seu desejo se realizaria. Assuero, talvez o mesmo Xerxes, governava um império que tinha 127 províncias, desde a Índia, ao sul da Ásia, até a Etiópia, ao norte da África.
Trinta anos depois, provavelmente em 444 a.C., Artaxerxes, outro rei da Pérsia, declarou ao seu copeiro judeu, chamado Neemias: "Que me pedes agora?" (Ne.2:4).
Quase cinco século depois, lá pelo ano 30 d.C., Herodes Antipas prometeu a Salomé: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei" (Mc.6:22).
Tanto Assuero quanto Herodes chegaram a declarar que dariam, se necessário, até a metade de seus reinos (Et.5:3; Mc.6:23).
Todos os três, Ester, Neemias e Salomé, fizeram pedidos preciosos a Assuero, a Artaxerxes e a Herodes. Ester obteve livramento dos judeus, condenados a morrer em massa, em um só dia. Neemias obteve licença para se ausentar do trabalho por longo período de tempo com o propósito de reconstruir Jerusalém. E Salomé obteve a cabeça de João Batista!
Essa prontidão para atender os pedidos não se restringe somente aos poderosos deste mundo. Deus, o nosso Grande Rei e Pai, também, mais do que eles, abre as portas da sala do "Trono da graça" para outorgar bênçãos sem medidas na vida de todos aqueles que, identificando-se e associando-se com o Seu Filho, Jesus, por meio da intercessão, adentram a Sua presença para Lhe fazer orações intercessórias.

Shalom Uvrachot!
Paz e benções!
Pr. Ronaldo Carvalho,
Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia e
Ciência da Religião-Fatem ?Am, e Especializado no Hebraico Bíblico.
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