OS CLIMAS DA REGIÃO NORDESTE



Marcelo Cavalcante Nunes Morgado
Graduando Licenciatura Plena em Geografia ? UEPB.


RESUMO


Demonstra as características do complexo climático da Região Nordeste, que possui quatros sistemas de circulação de Correntes Perturbadas de Sul, Norte, Leste e Oeste. Influenciando a Região no que concerne ao ambiente, ressaltando a complexidade dos fenômenos climáticos que se traduzem não em grandes diferenciações térmicas, mas na extraordinária variedade do ponto de vista pluviométrico, decorrente, fundamentalmente, do posicionamento dessa área em relação aos diversos sistemas de circulação atmosféricas ocorridas no Brasil.

Palavras-Chave: Ventos, Temperaturas, Precipitações.


INTRODUÇÃO


Temos notado que a região Nordeste proporciona uma temperatura média de anual entre 20° e 28° C. Nos espaços situados acima de 200 metros e no litoral oriental as temperaturas alteram de 24° a 26°C. Já as médias anuais inferiores a 20°C, localiza-se nas áreas mais altas da chapada Diamantina e do planalto da Borborema. A referência de precipitação anual se altera de 300 a 2000 mm. Neste aspecto, quatro tipos de climas estão presentes na Região do Nordeste Brasileiro: o Clima Equatorial Úmido, o Clima Litorâneo Úmido, o Clima Tropical e o Clima Tropical Semi-árido. Com precipitação média de chuvas de menos de 300 mm por ano, às quais acontecem durante no máximo três meses, produzindo uma vazão a estiagens que persistem às vezes mais de dez meses, Cabaceiras na Paraíba tem o título de município mais seco do país. De acordo com Andrade, sobre a gravidade do clima para a Região afirma.

No nordeste, o elemento que marca mais sensivelmente a paisagem e mais preocupa o homem é o clima, através do regime pluvial e exteriorizado pela vegetação natural. Daí distinguir-se desde o tempo colonial a "Zona da Mata", como o seu clima quente e úmido e duas estações bem definidas _ uma chuvosa e outra seca [...] (ANDRADE, p.37).

Posteriormente, o Clima Equatorial Úmido é identificado em uma restrita área da região localizada a oeste do Maranhão que sofre influência do clima equatorial, com temperaturas elevadas e chuvas abundantes. Esse tipo de clima é apurado pela massa equatorial continental, e sua fundamental área de passagem é a Amazônia. Que tem como característica de alta taxa de umidade, em benefício da presença dos rios e da vegetação na região, e elevadas temperaturas, por localizarem-se em inferior latitude. Nesse sentido, as chuvas são estáveis e abundantes, chegando a exceder 2 500 mm anuais, conseqüência da convecção ou elevação vertical do ar e racional esfriamento e condensação. Proporcionando também baixa intensidade térmica anual, a menor do Brasil, inferior a 4°C, e medianas térmicas anuais superiores, que variam pouco, de 25 °C a 28 °C.

Em seguida, o Clima Litorâneo Úmido presente do litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte. Compreende a faixa da margem do Nordeste e do Sudeste e suporta a extensão da massa tropical atlântica. Proporcionando as características de precipitações reunidas no inverno, que alteram de 1500 mm a 2000 mm durante o ano, de médias térmicas altas. Nessa estação, no litoral nordestino, a incidência da Massa Tropical Atlântica, de ar quente e úmido com a Massa Polar Atlântica, de ar frio e úmido, gera chuvas frontais. Durante o verão, de igual quantidade no Sudeste como no Nordeste, há o encontro da Massa Tropical Atlântica nas áreas mais elevadas, como o planalto da Borborema (no Nordeste) e as serras do Mar e da Mantiqueira (no Sudeste), provocando as chuvas orográficas. De acordo com Andrade, sobre advento das massas de ar, afirma.

A umidade do ar e as taxas pluviométricas anuais diminuem do litoral para o interior mas, encontrado mais ao Oeste a escarpa da Borborema, aumentam novamente devida à queda de chuvas orográficas.(ANDRADE,p.39.)

Depois, o Clima Tropical, presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. É o clima mais característico do Brasil, por isso chamado de Tropical típico.Compreendendo áreas das regiões Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste. Possuindo características marcantes, pela vivência de duas estações bem definitivas, como o Verão, com estação chuvosa, gerada pela massa de ar equatorial continental e pela massa tropical atlântica. E o Inverno, com estação seca. Neste período, a Massa Equatorial Continental se contrai, consentindo lugares para a ação de outras massas de ar, como a Massa Polar Atlântica e a Massa Tropical Continental. A massa polar usa o corredor constituído pelos terrenos mais baixos da região Centro-Oeste e aborda a porção sul da Amazônia, quando a tempo pode chegar a 10 °C. E também pelas intensidades térmicas anuais superiores, necessitado pela extensão da continentalidade.

Em última analise, surge o Clima Tropical Semi-árido, presente em todo o sertão nordestino e ao norte de Minas Gerais. As massas que agem para a passagem desse tipo de clima são a massa tropical atlântica e a massa equatorial continental. Quando atinge ao interior do Nordeste, a Massa Tropical Atlântica perde a sua umidade, pelas barreiras montanhosas que evitam a entrada das chuvas, que acontecem no litoral. É um clima brasileiro que possui o baixo índice de precipitação anual. Originando a dificuldade da estiagem, pela má repartição das chuvas, acumuladas em alguns meses do ano. Através do seu índice de chuvas anuais atinge, às vezes, ser abaixo de 500 mm. Visto pelas médias térmicas anuais e as suas temperaturas que são elevadas. De acordo com Mendonça, através da presença do clima semi-árido, garante.

Clima tropical-equatorial com nove a onze meses secos. Neste subtipo climático, também conhecido como clima semi-árido, encontram-se localidades marcadas por paisagens bastante secas e quentes, mesmo que apresentando alguma pluviosidade em partes do ano. Trata-se de porções do sertão do Nordeste marcadas por irregularidades pluviométricas e elevadas temperaturas. (MENDONÇA, p.163)

Assim, a admirável extensão territorial da Região Nordeste de 1.540.827 Km2, com o seu relevo formado por extensas planícies de baixadas litorâneas, por vales baixos, na maioria das vezes inferiores a 500m, entre níveis que se erguem, muitas vezes, a cotas de 800m na Borborema, Araripe, Ibiapaba e de 1.200m na Diamantina ? aumentando à junção de diversos princípios de circulação atmosférica que transformam a climatologia desta Região uma das mais complexas do mundo.

Esta complexidade não se traduz em grandes diferenciações térmicas, mas reflete-se em uma extraordinária variedade climática do ponto de vista da pluviosidade, sem igual em outras Regiões brasileiras.

Entretanto, apesar dos dois primeiros fatores acima Convergência Intertropical de exercerem papéis importantes na climatologia da Região, sua complexidade decorre fundamentalmente de sua posição geográfica em relação aos diversos sistemas de circulação atmosférica. Os demais fatores agem sobre as condições em interação com os sistemas zonais e regionais de circulação atmosférica.

Deste modo, inicio um perfil sobre as condições climáticas, desta Região em estudo focalizando a circulação atmosférica que atua sobre ela.


A REGIÃO NORDESTE


O Nordeste Brasileiro é a segunda região mais populosa do país, com mais de 50 milhões de habitantes. Abrangem os Estados do Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e o arquipélago de Fernando de Noronha, que está localizado no Oceano Atlântico, na depressão do Estado do Rio Grande do Norte, sendo Distrito do Estado de Pernambuco desde 1988. Podemos também considerar como parte do Nordeste a área que vai da metade leste do Maranhão até o norte de Minas Gerais.

Apesar da sua admirável formação territorial. A Região Nordeste tem afrontado graves dificuldades vinculadas ao clima semi-árido quente e seco do interior da região e a sua condição socioeconômica é precária de boa parte da sua população. Onde, de acordo com a sua história, a sua povoação aconteceu de feitio mais intenso nos iniciais séculos de ocupação européia. Numa Região com grandes diferenças e contrastes naturais e socioeconômicos, entre a faixa litorânea e o interior. De maneira geral, possui uma economia que abastece o mercado do Centro-Sul do Brasil. De acordo com Andrade, sobre o clima do Sertão para a Região afirma.

[...] do Sertão, também quente, porém, seco, e não só seco, como sujeito, desde a época colonial, a secas periódicas que matam a vegetação, destroçam os animais e forçam os homens à imigração.Entre uma área e outra se firma uma zona de transição, com trechos quase tão úmidos como o da Mata e outros tão secos como o Sertão, alternando-se constantemente e a pequena distância, que o povo chamou Agreste.(ANDRADE,p.37).


De certa forma, as áreas geográficas são intensamente diversificadas na Região Nordeste. Com o seu arranjo espacial de atividades econômicas que amparam na compreensão dessas diferenças. Pelo seu complexo regional, localizam-se extraordinários núcleos industriais volvidos para a produção de petróleo, aço e substâncias químicas, produtos que são revendidos em todo o país. No mesmo sentido que, também existem pequenas tecelagens caseiras estabelecidas em cidades do interior.

A sua agricultura do mesmo modo ostenta condições muito irregulares. Têm usinas canavieiras que aproveitam bóias frias em enormes latifúndios de criação de gado, de modernos monopólios irrigados, onde se desenvolvem frutas tropicais, e minifúndios domésticos que dão produtos para subsistência.

Neste aspecto, pela sua historia e a sua admirável natureza repartiram o Nordeste em sub-regiões, ou seja, espaços mínimos que têm uma série de características comuns. Assinalam quatro as sub-regiões nordestinas, distinguidas por fatores apropriados de forma socioeconômica como o Meio-Norte, o Sertão, o Litoral e o Agreste.

E sem falar do enorme potencial turístico que a Região proporciona de forma atrativa, eficaz, capaz de seduzir, de motivar turistas do Brasil e de todo o mundo. Possuindo boas temperaturas durante o ano todo e principalmente elevadas no Verão pela enorme expansão de suas belíssimas praias litorâneas e arenosas.



A CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA NA REGIÃO NORDESTE



Durante todo ano, nas regiões tropicais do Brasil, à exceção do oeste da Amazônia, sopram, freqüentemente, ventos do quadrante leste, oriundos das altas pressões subtropicais, ou seja, do anticiclone simifixo do Atlântico Sul. Esta massa de ar tropical, de vorticidade anticiclônica, possui temperaturas mais ou menos elevados, fornecidas pela intensa radiação solar e telúrica das latitudes tropicais, e forte umidade específica fornecida pela intensa evaporação marítima. De acordo com Mendonça, sobre a importância da circulação da massa de ar para a Região garante.

Sua característica de mobilidade é decorrente do deslocamento sazonal do centro de altas pressões, que ora se posiciona mais próximo da costa oeste dos continentes ? no verão, quando é atraído pelo campo de baixas pressões que se forma sobre ele -, ora mais afastado ? no inverno, quando o campo de pressões mais baixas posiciona-se sobre o oceano. Esses dois centros apresentam um deslocamento sazonal no sentido leste-oeste. (MENDONÇA, p.98).

No entanto, em virtude de sua firme subsidência elevada e conseqüente inversão de temperatura, sua umidade é restringida à camada de superfície, o que lhe dá um caráter de homogeneidade e estabilidade. No setor oriental do anticiclone, isto é, na costa da África, a inversão térmica está na maioria das vezes a 500m acima do nível do mar. Porém, no setor ocidental desta alta, o aquecimento do continente, a corrente marítima (quente) que tangencia o litoral do Brasil e o obstáculo imposto pela encosta do Planalto Brasileiro, produz no ar superficial um ligeiro movimento ascendente que eleva a inversão térmica para cima de 1.500m. Por conseguinte, a umidade absorvida do oceano transpõe até grandes alturas, tornando o setor ocidental da massa tropical marítima mais contida à instabilidade que o setor oriental. A inversão térmica que está mais alta a oeste, aumenta gradativamente para norte em direção à Convergência Intertropical e para o sudoeste em direção à frente polar, até desaparecer nestas descontinuidades. De acordo com Ferreira, sobre o deslocamento dos ventos para a Região afirma.

Ao longo da Zona de Convergência Intertropical, o aquecimento do ar sobre as águas mais quentes dos oceanos, com a convergência provocada pelos ventos alísios, causa uma convecção quase diariamente. Como resultado, muitas trovoadas desenvolvem-se freqüentemente em grandes áreas de nebulosidade, ao longo dessa zona de convergência aparece ao longo da costa da região Nordeste do Brasil, no oceano Atlântico. (FERREIRA, p.115).

Todavia, não obstante da inversão térmica superior se achar mais elevada na esfera ocidental do anticiclone subtropical, o domínio deste anticiclone conserva a permanência da temperatura. Praticamente, esta constância simplesmente cessa com a chegada de correntes perturbadas.

Esses cursos de circulação perturbadas, culpados por inconstâncias e chuvas na Região Nordeste, envolvem quatro sistemas, a conhecer: a) sistema de correntes perturbadas do sul; b) sistemas de correntes perturbadas do norte; c) sistema de correntes perturbadas do leste; d) sistema de correntes perturbadas do oeste.


As Correntes Perturbadas de Sul


São representadas por inversões de frentes polares com descontinuidades, oriundas do choque entre os ventos anticiclônicos da massa polar e massa tropical somente poucas vezes consegue ultrapassar as adjacências do Trópico de Capricórnio durante a Primavera e o Verão. E quando conseguem, o fazem ao longo das áreas litorâneas, raramente excedendo o paralelo de 15° de Latitude Sul, quase, ocorrendo chuvas frontais e pós-frontais ao extenso litoral e encosta do planalto até o sul da Bahia. De acordo com Tubelis, sobre a intensidade das correntes perturbadas para a Região assegura.

Em sua trajetória provoca precipitações frontais, que podem estar associados à precipitações pré ou pós-frontais. As inversões ocorrem durante o ano todo, porém são mais extensas e freqüentes no inverno. A trajetória da Massa Polar é determinada pelo relevo, e sua invasão é condicionada pelo desenvolvimento das massas de ar encontradas em sua trajetória. (TUBELIS, p.242).


As Correntes Perturbadas de Norte


São representadas pelo desvio da Convergência Intertropical. Esta obstrução é originária da convergência dos alísios dos dois hemisférios. Através da extensa depressão equatorial, na maioria das vezes conhecida por uma região de calmarias, pelo ar ascendente, provocando chuvas e trovoadas, às vezes com muita intensidade. Segundo Tubelis, sobre o fluxo desta corrente garante que.

Durante sua trajetória sazonal a Convergência Intertropical está sempre oscilando para norte e sul, dando em conseqüência, ventos com direção norte e sul, respectivamente. A pronunciada convergência provoca chuvas intensas e abundantes, acompanhadas de trovoadas. (TUBELIS, p.239).


Em média, durante o ano, esta depressão está situada mais perto de 5° Norte que do equador geográfico. Porém, em simetria com os centros de altas dos dois Hemisférios, a Convergência Intertropical está constantemente oscilando segundo os componentes gerais Norte e Sul. Suas mudanças meridionais mais extraordinários se apresentam no Verão-Outono. Na Região Nordeste ela se faz notar de caráter admirável a partir da metade do Verão e chegando a sua maior presença no Outono (março-abril), quando consegue seu arranjo mais meridional. Por meio de seus eixos Norte a Noroeste, os espaços a noroeste da Região são as áreas ao mesmo tempo abordadas por esta corrente perturbada. Através dos deslocamentos para o sul, a Convergência Intertropical atinge a gerar chuvas inclusive sobre os paralelos de 9 a 10° Sul. Nas adjacências do vale longo embutido do rio São Francisco sobre a Estação Ecológica do Raso da Catarina.


As Correntes Perturbadas de Leste


Vimos, que os alísios oriundos do anticiclone subtropical do Atlântico Sul possuem uma inversão térmica superior. Esta inversão divide os alísios em duas camadas: a inferior, fresca e úmida; e a superior, quente e seca. Quanto mais baixa for esta inversão mais estável é o tempo. Vimos também que no litoral do Nordeste esta inversão é mais alta, desaparecendo ao contato com a frente polar ao sul e com a Convergência Intertropical ao norte. Todavia, submerge ao mesmo tempo em atuação de outros fenômenos ativos chamados: ondas de leste e linhas de instabilidades tropicais.


As ondas de leste compõem outro princípio de correntes perturbadas na Região Nordeste, caminhando de Leste para Oeste. Este acontecimento não está satisfatoriamente analisado para se ter uma opinião mais exata. É sábio, que são típicos dos litorais da zona tropical, abordados pelos alísios. De acordo com Tubelis, sobre a direção das correntes afirma.

Resulta da alimentação do anticiclone do Atlântico pela Massa Polar Marítima e corresponde à chegada das frentes frias na região tropical. O desaparecimento da inversão superior nestas ondas provoca a mistura das duas camadas horizontais dos alísios. Este fato dá origem a precipitações mais ou menos abundantes, que se deslocam de leste para oeste, acompanhando o avanço da frente fria. (TUBELIS, p.240).

De qualquer forma, não há dúvida que tais fenômenos de perturbação ocorrem no seio dos anticiclones tropicais sob a forma de pseudo frentes, sobre as quais desaparece a inversão térmica superior, o que permite a mistura de ar das duas camadas horizontais dos alísios, e conseqüentemente, chuvas mais ou menos abundantes anunciam sua passagem.

No Brasil tais fenômenos foram relacionados com um reforço de ar polar nos alísios de Leste a Sudeste, com anticiclone polar de posição marítima. Ocorrendo desde Rio Grande do Norte, ao norte do Estado do Rio de Janeiro, e com mais freqüência da Zona da Mata de Pernambuco à Zona Cacaueira da Bahia.


As precipitações necessitadas a este fenômeno enfraquecem bruscamente para oeste, raramente extrapolam as escarpas da Borborema e da Diamantina. Esse princípio de circulação perturbada é mais comum no Inverno, assistencial no Outono, enquanto que na Primavera e Verão são muito menos habituais.


As Correntes Perturbadas de Oeste


O sistema de instabilidade de Oeste decorre do seguinte: entre o final da Primavera e o início do Outono, o interior do Brasil é freqüentemente submetido a ventos de Oeste a Noroeste trazido por linhas de Instabilidades Tropicais. Trata-se de alongadas depressões barométricas induzidas em dorsais de altas. No viés de uma linha de instabilidades tropicais o ar em convergência ocasiona na maioria das vezes chuvas e trovoadas. Estes acontecimentos são comuns no interior do Brasil, principalmente no Verão. Sua ascendência proposta estar vinculada a circulação ondulatória que se constata na frente polar Atlântica ao contato com o ar quente da zona tropical. De acordo com Tubelis, sobre curso dessa corrente afirma.

Ocorrida à precipitação, o vento cessa rapidamente, as nuvens se dissipam, o céu torna-se limpo e o sol ou as estrelas voltam a brilhar. Estas precipitações são conhecidas como chuvas de verão. (TUBELIS, p.241).


A partir dessas sinuosidades desenvolve-se, ao norte a frente polar Atlântica, uma ou mais instabilidades tropicais sobre o continente, pelas quais submerge a inversão térmica superior. Depois de formadas, elas propagam-se para Leste. À medida que a frente polar Atlântica caminha para o equador as instabilidades tropicais se deslocam para Leste ou Sudeste, anunciando com nuvens e na maioria das vezes, as chuvas tropicais, advento da frente polar Atlântica com antecipação de um dia, poderá não mais atingir a região. De acordo com Tubelis, sobre advento das frentes na Região, assegura.

As linhas de instabilidade tropical estão associadas com a ondulação da frente polar. Elas se formam em número de uma ou duas, ao norte da frente polar. Apresentam orientação norte-sul e se deslocam de oeste para leste ou sudeste, com velocidade de até 60 km/h, podendo permanecer semi-estacionárias. (TUBELIS, p.241).


As Instabilidades Tropicais que invadem a Região Nordeste, na maioria das vezes, se formam sobre o Pará e Goiás. Daí, elas se deslocam para Leste. Indo para o sul da Região, repetidas vezes, adentrando sobre a Bahia, e se perdendo sobre o oceano, simultaneamente o ar do Atlântico retrocede para o Leste. Porém, ao norte, raramente elas alcançam cruzar o Estado do Piauí, evitadas pela persistente alta tropical sobre o interior da Região, nas pequenas latitudes.


Outro espaço repetidamente reprimido a estas inconstâncias é no litoral oriental da Região Nordeste. Neste local as linhas de Instabilidades Tropicais raramente são conseqüências de transposições por meio do Maranhão, constituídas em cima do próprio litoral. Porém, a presença das depressões alteradas na Região Nordeste é rebaixada às anotadas no interior da Amazônia e nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Isso deriva conseqüentemente ainda que no Verão, sendo o centro de atuação do Atlântico Sul permanecendo suavizado e acuado para o Leste, sobre o oceano, e sua inversão térmica fica muito alta, sobre a Região Nordeste continuando num dorso elevado, adequadamente intenso para bloquear ou evitar a incursão de Oeste de pelas correntes perturbadas.


CONCLUSÃO


Percebemos que a diferenciação climática da região Nordeste é um pouco complicada, consistindo em quatro sistemas de circulação que influência na mesma proporção climática e são denominados Sistemas de Correntes Perturbadas de Sul, Norte, Leste e Oeste.

Assim, as correntes oriundas do Sul, constituídas pelas frentes polares chegam à região na primavera e verão pelas extensões litorâneas até o sul da Bahia ocasiona chuvas frontais e pós-frontais, incidindo no inverno alcançando até o litoral de Pernambuco, enquanto o Sertão continua sob ação da alta tropical.

Já o princípio de correntes perturbadas de Norte, concebidas pela Convergência Intertropical, geram chuvas do verão ao outono até Pernambuco, nos arredores do Raso da Catarina. Inversamente, as correntes de Leste são mais comuns no inverno e habitualmente geram chuvas consideráveis no litoral, rara vezes chegando às escarpas do Planalto da Borborema (800 m) e da Chapada Diamantina (1.200 m).

Em seguida, o sistema de correntes de Oeste, ocasionadas pelas linhas de Instabilidade Tropical, incidem desde o término da primavera até o começo do outono, rara vezes atingindo os estados do Piauí e Maranhão.

Deste modo, Os meses de inverno, principalmente junho e julho, apresentam mínimas entre 12°C e 16°C no litoral, e baixos nos planaltos, sendo apurado em 1°C na Chapada da Diamantina após a entrada de uma fonte polar. Logo a precipitação na região é intricada pela fonte de ansiedade, sendo que seus totais anuais que se alteram de 2.000 mm até os inferiores a 500 mm no Raso da Catarina, entre Bahia e Pernambuco, e na depressão de Patos na Paraíba. De tal modo, que a precipitação média anual na região nordeste é baixa a 1.000 mm, sendo que em Cabaceiras, interior da Paraíba, foi anotado o mínimo índice pluviométrico anual já analisado no Brasil, 278 mm/ano. Inclusive, no sertão desta região, o momento chuvoso é, normalmente, de somente dois meses no ano, capaz, em poucos anos até não ter, ocasionando as batizadas secas regionais.



REFERÊNCIAS



ANDRADE, M. C. A terra e o homem no Nordeste. Contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. Recife: Editora Universitária da UFPE, 1998.

CPTEC ? Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. http://www.cptec.inpe.br/. Disponível em: Acesso em: 3 ago.2011.

FERREIRA, Arthur Gonçalves. Meteorologia Prática ? São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 11 ago. 2011.

INMET ? Instituto Nacional de Meteorologia. < http://www.inmet.gov.br/ >. Disponível em: Acesso em: 7 ago. 2011.

MENDONÇA, Francisco; OLIVEIRA, Inês Moresco Danni. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

TUBELIS, Antônio; NASCIMENTO, Fernandes José Lino do. Meteorologia descritiva: fundamentos e aplicações brasileiras. São Paulo: Nobel, 1980.