OS CINCO MAIORES PROBLEMAS DO BRASIL.

Se fizéssemos uma consulta à população brasileira sobre o tema titulo do presente artigo, certamente receberíamos respostas como a educação, segurança, saúde,transporte, emprego, habitação, saneamento e outras. O que de fato não deixa ser verdadeiro. Contudo, precisamos inverter o processo para um melhor entendimento, pois o que importa não são apenas os problemas em si, mas os fatos que os motivam e, principalmente os responsáveis por suas criações e por suas soluções. Desta forma, sob meu entendimento, os cinco maiores problemas do Brasil são:

  • 1º. Os seus políticos da esfera federal;

  • 2º. Os seus políticos da esfera estadual;

  • 3º. Os seus políticos da esfera municipal;

  • 4º. Os seus executores das políticas em todas as esferas;

  • 5º. O seu povo.

Não se trata de exagero, tampouco da crítica pela crítica, o fato é que considero os políticos do nosso país os grandes responsáveis pelo desordenamento jurídico, social e econômico em que vive o Brasil.

São os políticos partidários de todas as esferas, os responsáveis pela implantação de políticas públicas focadas no bem-estar da população, e infelizmente não as executam. Particularmente aquelas que se refletem diretamente no IDH - Índice de Desenvolvimento Humano.

São eles de partidos diferentes, mas em sua quase totalidade filiados a um único partido, o PIP - Partido doInteresse Próprio -. Se acham acima de tudo e de todos. Se julgam intocáveis. Vendem dificuldades para gerar facilidades. Só não se denominam semideuses, pois semi não os interessa, querem ser pleno ou nada e, não estão nada interessado em praticar politicas publicas que beneficiem a população. Ainda continuam achando que “circo e pão resolvem tudo” e, que o povo não tem iniciativa, memória nem persistência nos objetivos.

Do mesmo modo, os executores da politica em todas as esferas, como ministros, secretários, chefes de gabinetes, funcionários públicos em níveis gerenciais e de chefias, lobistas, consultores e outros, que estão ali exatamente para dificultarem os procedimentos e negociarem as vantagens individuais.

O povo brasileiro, por sua vez tem sido cúmplice, pela inércia e omissão absoluta. É um dos grandes culpados pela atual situação social que vive o pais hoje, pois tem o maior poder de todos – o voto – e não sabe fazer uso dele, tampouco exerce os seus direitos de pressões e cobranças.

Ressalvados, a movimentação popular ocorrida em junho/13, que mobilizou o pais e, espero que persista e não seja apenas um ensaio atrasado. As mobilizações populares em nosso país são tão raras que como se diz popularmente, podem ser “contadas nos dedos”.

Todos os anos vemos tragédias que se repetem nos mesmos moldes e locais, tais como enchentes, desabamentos, secas, estradas intransitáveis. Todos os dias assistimos à falta de segurança, de assistência médica, de escolas adequadas, saneamento básico, habitação, transportes. Vemos as policias trabalhando em condições precárias, e policiais envolvidos em corrupção e extorsão de toda ordem. As noticias veiculadas sobre corrupção no pais dominam as páginas dos jornais e noticiários. Os mensaleiros continuam soltos e exercendo mandato parlamentar. E, alguns ainda tem a coragem de dizer que isto é fruto do estado democrático de direito. Isto é fruto sim, do não exercício legal da democracia.

Ver presidenta da republica aprovar a lei 12.732 de novembro/2012, que determina que o doente portador de câncer, após ter a constatação da doença em seu prontuário médico deverá ser atendido no prazo de até 60 (sessenta) dias, e divulgar isto como um grande feito, é assinar o atestado de descaso total a saúde do povo como um todo e chamar a todos nós de imbecis e idiotas.

É de domínio público a péssima safra de políticos que temos em nosso país, e, isto vem evoluindo negativamente desde o tempo do Brasil Império. Entretanto, acredito que ainda podemos minorar os danos causados por esses sanguessugas ao nosso país e ao nosso povo.

É preciso ação. Vamos sair do discurso:“não quero saber de política” - “política, tô fora” - “gente séria não se mete com política” - “Políticos, são todos corruptos”. “É tudo farinha do mesmo saco.”

Este tipo de reclamação e registro qualquer um pode fazer, não há brilho nisso, mas sim uma demonstração de acomodação, conformismo, aceitação do errado e como não dizer de covardia. Ser ordeiro, não significa ser cordeiro.

Paradoxalmente, não sou do tipo que julga todos ou 99,9% dos políticos corruptos e descomprometidos. Sei que existem políticos sérios e com boas intenções. Estimaria este número em pelo menos 20%. Ocorre que se trata de uma equação matemática que transferida à pratica deixa claro que 20% não podem vencer 80%, seja pelo voto ou pela persuasão. Particularmente, por que não é possível persuadir desonestos, sobretudo mexendo em seus ganhos pelo OPVP – Orçamento Pessoal Via Politica -. Isto, partindo-se do pressuposto de que a cada pleito eleitoral esses vinte por cento que refuto como honestos e bem intencionados sejam eleitos.

Resumindo, dos 20% comprometidos com a vida pública e o bem-estar dos cidadãos, 15% aderem aos 80% já contaminados e, dos 5% restantes, 3% ficam na inércia esperando o fim do mandato recebendo sem produzir e pensando se desistem ou se aderem aos agora 95% já contaminados. Restam 2% esperneando e bradando sem ressonância, pois nós, - o povo - não cobramos, não apoiamos e não acompanhamos nada.

Como transformar esta equação matemática em favor do povo e do Brasil? São ideias simples, de aplicações ininterruptas, que mudarão este cenário, pois os políticos corruptos e inertes não deixarão de existir, pelo contrário, tendem a aumentar se não nos posicionarmos.

Cabe a nós reduzirmos este numero e transformarmos estes 2% residuais em pelo menos 50% para que tenhamos uma disputa justa. Votando, fiscalizando e indo às ruas para manifestações pacificas, teremos uma possibilidade real futura para ajustarmos essa curva inversa no gráfico da vida da sociedade brasileira.

Sem duvida isto demandará muito tempo, contudo, se não iniciarmos nunca chegaremos lá e, é melhor um futuro distante do que o nunca definitivo.

 

Acunha

junho/2013