Em termos de popularidade, destacam-se duas lendas principais sobre os botos-do-mar: a do boto solidário e a do boto-da-meia-noite. Diz a primeira que de todos os bichos do mar, os botos são os mais solidários visto que, quando aparece algum cadáver boiando nas águas, êles o vão empurrando até a beira da praia para que, assim, possa ser visto pelos homens e Ter, então, o seu sepulta- tamento providenciado.

Mas na realidade não é esse o propósito dos botos. O que acontece é que , ao contrário dos golfinhos , eles têm a sua boca muito para atrás, em relação ao seu focinho e, então, não conseguem morder nada que esteja boiando, para o que seria preciso que mais de 1/3 da sua cabeça saísse da água, o que de fato não ocorre e , assim , a sua “solidariedade” é apenas aparente ...

Quanto ao boto-da-meia-noite, diz a sua lenda que êle é um rapaz muito bonito que, com os seus encantos, cos- tuma atrair as moças e seduzi-las , com muita conversa e habilidade mas que, chegando a meia noite , despede-se ràpidamente e mergulha no mar, visto que à essa hora o seu encanto se desfaz e êle volta a ser de novo o boto-do- -mar...

Pelo menos essa é a estória que costumam contar todas as moças solteiras que engravidam e justificam dizendo que os seus rebentos “são filhos do boto-do-mar”...