Introdução

A justificativa deste trabalho baseia-se no fato de que os profissionais da saúde estão geralmente preparados para lidar com a doença, mas pelo desgaste diário e a cobrança voltada para a visão de lucros, focam na necessidade de curar as doenças de um paciente, entretanto promover saúde de qualidade e acima de tudo com humanização não e adotado como parte integrante do processo de internação hospitalar.A hospitalização na infância pode se configurar em uma experiência traumática, ela afasta a criança da sua vida cotidiana, fazendo-a precocemente aflorar sentimentos de culpa, punição e medo da morte. O conceito de “hospitais-hotéis” é tendência atual e real, o gestor hospitalar deve ter a capacidade de correlacionar as necessidades financeiras, administrativas sem esquecer o ser-humano que primordial nesse processo.O gestor hospitalar pode então usar desta técnica lúdica para desenvolver um trabalho de qualidade sem perder a essência da medicina.O campo da saúde vem se redesenhando a partir de diferentes identidades subjetivas, então se faz necessário ir de encontro aos grupos beneficiário de suas ações. Na atenção ás crianças passam necessariamente pela interpretação sócio cultural das demandas características do ser criança.Embora sem contato direto com o paciente cabe aos gestores não deixar que por padrão o paciente deixe de ser um individuo e passe a ser apenas um “caso” ou um “número” para a instituição, é preciso entender a criança como um todo, no atendimento é preciso incorporar o lúdico como forma auxiliar de tratamento visando assim diminuir trauma estar hospitalizado, criando um canal direto com o universo da criança. Flexibilizar as regras para essa promoção pode ser visto como um grande desafio para os profissionais de saúde que se veem em meios muitas vezes, a uma rígida hierarquização hospitalar.No trabalho com pacientes infantis, devem ser considerados alguns conceitos referentes à humanização do ambiente hospitalar. São necessários esforços para diminuir o sofrimento físico e psíquico da criança hospitalizada, considerando que esta é um ser intimamente dependente de outro ser, que naquele momento, também sofre com o aparecimento da enfermidade. Esta pode ser vista como um ataque ao organismo como um todo, inclusive no aspecto emocional, que fica bastante comprometido. Deve-se – portanto - atentar para alguns fatores da situação de hospitalização, repensando modelos de atendimento que visem a minimização do sofrimento da criança hospitalizada, tendo como princípio a promoção da saúde.O oficio do palhaço fala do esforço o homem de se entregar à única condição possível de existência: a da relação humana. Ele nos reconecta com essa potencialidade e com a essência da medicina, esse fascinante universo pelo qual anda nosso imaginário sobre vida e morte, por onde circulam afetos e desejos impressos nos corpos. Espaço em que os sentidos do olhar, ouvir e tocar fazem circular esses acontecimentos. A humanização nas instituições de saúde constitui, ao longo de anos, uma parceria bem sucedida entre artistas e profissionais da saúde, estimulando alterações importantes em relação ás crianças hospitalizadas: mudança positiva no comportamento, maior colaboração com exames e tratamentos, melhora na comunicação, diminuição da ansiedade com a internação e eventuais intervenções cirúrgicas.    Para avaliar a repercussão do “palhaço” no ambiente hospitalar, os “Doutores da alegria” em parceira com o Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social realizaram em 2007 e 2008 pesquisas qualitativas e quantitativas junto a profissionais de saúde em hospitais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Segundo os dados desta pesquisa 85,4% das crianças apresentam evidências clínicas de melhora após receberem a visita dos palhaços, em relação aos profissionais de saúde, 49,5% da equipe está mais coesa e 45,8% abriu- se espaço na equipe para se falar de questões delicadas e sensíveis. No programa HumanizaSUS uma das bases é a mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no trabalho. Tendo em vista este ponto, o uso do lúdico vai de encontro com todas essas necessidades, pois, embora não ajam estudos que comprovem benefícios financeiros reais para a instituição, cabe ao gestor oferecer para seus clientes um atendimento que supra como um todo suas necessidades, no caso das crianças essas necessidades vão muito além pois a criança tem seu próprio mundo e sua aceitação ao tratamento depende diretamente de como a mesma associa o tratamento em sua realidade.

 

Procedimento (s) Metodológico (s):

Foi realizada uma revisão bibliográfica em livros, artigos e periódicos com intuito de possibilitar uma analise e interpretação dos diferentes conceitos e formas exposta sobre o assunto abordado.

Conclusão e discussão

            A partir deste trabalho pode-se se concluir que, apesar de não termos no Brasil um estatuto especifico que regulamente e oriente a utilização do lúdico como recurso terapêutico várias iniciativas de sucesso já podem ser detectadas e este brilhante trabalho vem contribuindo cada vez mais com o tratamento principalmente de crianças hospitalizadas.         Para os gestores hoje a inquietude é muito maior do que no início das atividades, embora um hospital tenha por finalidade promover cura e alívio a seus paciente, já não se pode contentar-se apenas com isso, é imprescindível nos dias de hoje compreender o individuo como um todo afim de não apenas sanar uma dor, mas sim promover o bem-estar mesmo que nas condições adversas de uma hospitalização, para que a criança não perca o seu direito de ser, de brincar.   A missão dos gestores é muita mais ampla agora, precisamos estar preparados para lidar com as novas demandas que estão surgindo e embora ainda não haja um ISO de humanização não se pode mais pensar em uma gestão eficiente sem que nela a humanização esteja como pilar.

 

 

Referências

 

A promoção do brincar no contexto da hospitalização infantil como ação de saúde. Rosa Maria de Araújo Mitre, Romeu Gomes. Boletim de Iniciação Científica e m Psicologia – 2002, 3(1): 34-52

A criança hospitalizada: espaço potencial e o palhaço. Mariana Monici de Paula Machado, Dinorah Gioia-Martins.

Doutores da ética da alegria. Morgana Masetti. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.17, p.453-8, mar/ago 2005

E AGORA DOUTOR, ONDE VOU BRINCAR?CONSIDERAÇÕES SOBRE A HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL. Andréia Taschetto PARCIANELLO Rodrigo Brito FELIN. Barbarói. Santa Cruz do Sul, n. 28, jan./jun. 2008

Doutores da Alegria – Institucional – Relatórios Anuais -Livro de atividades 2010 – Disponível em:

http://www.doutoresdaalegria.org.br/internas.asp?secao=osdoutores_novidades

Portal da Saúde – HumanizaSUS - Diretrizes para a implementação do HumanizaSUS- Disponível em :

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/visualizar_texto.cfm?idtxt=28345