Os benefícios da aplicação de um sistema Cross docking em uma empresa do setor varejista em Ponta Grossa – Pr

Glauco Ribeiro Lopes

Universidade Norte do Paraná - Unopar - Ponta Grossa – Brasil

[email protected]

Juliano Ferreira da Silva

Universidade Norte do Paraná - Unopar - Ponta Grossa – Brasil

[email protected].

 

 

Resumo

As empresas varejistas desenvolvem atividades direcionadas para garantir o abastecimento adequado dos produtos para seus clientes. Nesse processo os gestores de compras procuram equilibrar dois objetivos conflitantes. Por um lado, pretende-se minimizar o investimento em estoque e por outro, minimizar o índice de falta ou rupturas de produtos. A administração das compras e a gestão dos estoques constituem setor vital para as empresas varejistas. Por outro lado, os estoques absorvem enorme volume de recursos e consiste maior investimento ativo das empresas e por outro as compras representam a maior conta de despesas do varejista. Pela importância que exercem no volume das vendas e no fluxo de caixa das empresas, as compras vêm recebendo uma atenção especial dos varejistas, de suas áreas comercial e financeira. A proposta do sistema Cross docking procura oferecer elementos que ajudem os gestores de compras a determinar os níveis de estoque adequados evoluindo na direção da melhoria continua. Essa melhoria deverá buscar a diminuição dos níveis de estoque e dos índices de faltas.

Palavras chave: varejistas, compras, estoque e cross docking.

 

 

1 Introdução

 

Este artigo busca compreender e apresentar o sistema Cross docking e as técnicas que podem promover uma melhora de eficiência das atividades proporcionando elementos que permitam ao leitor entender a concepção do Cross docking e os benefícios que gera sua implementação, ainda levá-los a entender os benefícios de aplicação de um Cross docking na cadeia de abastecimento, assim como reconhecer os pontos críticos do processo de implantação. Possibilitará essa concepção de interação com a empresa e o fornecedor de forma a planejar, operar e controlar, pelo monitoramento dos serviços, das mercadorias, das informações e dos materiais da empresa implementando uma nova forma de distribuição logística o Cross docking com a intenção de integrar e aprimorar as funções da empresa garantindo seu abastecimento e competitividade no mercado varejista.

No sistema Cross docking, as cargas que entram são levadas diretamente à expedição como parte do fluxo de saída. Numa tradicional instalação de centro de distribuição o produto normalmente vai à estocagem e a seu devido endereçamento até uma possível transferência entre lojas ou a reposição do produto no ponto de venda.

 No proposto sistema Cross docking deverá ter instalações de armazenagem, pois a carga viaja diretamente da área de recebimento à expedição é não há necessidade de estocagem, algumas vezes as cargas são direcionadas aos veículos que as esperam para seguirem para as respectivas rotas na compressão do tempo de ciclo de vendas de cada loja, tais cargas precisam ser identificadas, aquilo que são ou para onde estão indo. Se paletes ou caixas contém cargas mistas ou completas, os produtos precisam ser claramente separados existindo entregas disciplinadas para cada loja ou parceiro.

Para separar as cargas mistas precisa haver espaço suficiente no depósito, o espaço será economizado com resultado de não manter estoque, mas grande espaço para dispor a carga é necessário.

Parente afirma que (2000, p. 237)

que muitas empresas varejistas estão utilizando de sistemas de distribuição que permitem expressivas melhorias no processo de abastecimento, esse sistema aperfeiçoam o sistemas de controle de estoques, ajudam a implementar a reposição continua, permitem maior segurança e rapidez do fluxo de abastecimento e no giro dos estoque. A implementação de sistemas mais eficazes de impactos significativos nos resultados de lucratividade da empresa.

A vantagem do sistema Cross docking é a eliminação da atividade de armazenagem, assim se consegue aumentar o giro dos produtos, reduzindo o custo de estoques e aumentando a velocidade do fluxo dos produtos até o consumidor final. Esta vantagem impacta na redução de preços finais e permite o uso de produtos mais frescos, o que aumenta satisfação dos clientes.

Aparentemente, o sistema Cross docking se apresenta como muito simples e parece não oferecer nenhum esforço na sua implementação. No entanto, a verdade é distante desta suposta facilidade, a maior causa dos fracassos no sistema Cross docking ocorrem justamente pela falta de entendimento sobre os requisitos necessários, assim como da falta de planejamento adequado a sua execução.

 

Contudo, esse artigo trata de operações com produtos acabados com destinos para o consumidor final, estas operações consistem, normalmente, no recebimento de veículos que consolidam pedidos de um ou mais fornecedores, cujos destinos são previamente acordados nos pedidos e identificados, seja no recebimento ou na sua origem assim, tais produtos podem seguir diretamente à expedição, podendo ser expedido no mesmo dia para as lojas ou parceiros.

2 Fundamentação

 

2.1 Logística

 

O conceito logístico existe a muito tempo. Cresceu no ambiente militar durante a segunda guerra mundial com o objetivo de atender as necessidades das batalhas.

Segundo Martins e Alt (2009, p. 330)

existe em logística três dimensões principais: uma dimensão de fluxo (suprimentos, transformação, distribuição e serviço ao cliente), uma dimensão (processo operacional, administrativo, de gerenciamento e de engenharia) e uma dimensão de domínio ( gestão de fluxos, tomadas de decisão, gestão de recursos e modelo organizacional).

A principal função da logística está ligada basicamente a dimensão do tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o transporte logístico de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado as necessidades do comprador.

Com o decorrer dos anos, esse conceito migrou para o ambiente empresarial, ganhando grande importância e fazendo parte da rotina das empresas mundo a fora.

A definição de Ballou (2001 p.21) sobre logística empresarial consiste no:

Define a logística empresarial como: o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias primas, estoque em processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes.

A Logística de acordo com o conceito de vários pesquisadores visa de um modo geral, demonstrar como as empresas podem alcançar de maneira mais rentável o atendimento aos clientes de forma personalizada e no prazo esperado.

 

2.2 Suplay Chaim Management

Antes de começar uma discussão teórica sobre de Sistema de Cross docking deve-se citar o Supplay Chain Management que é todo o esforço envolvido nos processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final, sendo também uma forma integrada de planejar e controlar o fluxo das mercadorias, ou seja, englobam todos os esforços empenhados na elaboração e na distribuição de um produto ou serviço, desde o primeiro fornecedor até o consumidor final e o gerenciamento da oferta e da demanda, matérias-primas, acompanhamento de estoque e pedidos e controles de distribuição e entrega.

Para o autor Fleury, (2000, p. 39)

Em contraposição a essa visão restrita, existe uma crescente percepção de que o conceito de Supply Chain Management é mais do que uma simples extensão da logística integrada, pois inclui um conjunto de processos de negócios que em muito ultrapassa as atividades diretamente relacionadas com a logística integrada. Além disso, há uma clara e definitiva necessidade de integração de processos na cadeia suprimentos.

Pode-se então dizer que Supplay Chain deve funcionar de apoio para o Sistema Cross docking. Estes devem ser integrados ou haver sinergia entre eles.

O Sistema Cross docking apresenta-se como um novo formato de distribuição que busca oferecer melhores serviços e manter a oferta de produtos através da utilização de estoques e preços reduzidos. Para isso, reduz o manuseio de materiais dentro das instalações, transferindo a mercadoria diretamente da área de recebimento para área de embarque.

2.3 Compras

 

Dentro de uma visão estratégica, o conceito de compras, segundo Neves e Hamacher (2004 p. 145)

É que entendido como um processo de identificação, avaliação, negociação e contratação das fontes de fornecimento para produtos necessários para o funcionamento da organização, visando maximizar os resultados dentro de um cenário competitivo.

O ciclo de compras inclui a definição da estratégia de compras, na qual serão baseados os objetivos e a tomada de decisão da aquisição, avaliação e seleção dos itens a serem adquiridos, ou seja, os produtos ou serviços o desenvolvimento dos contratos baseados nos processos e na negociação entre as partes e por fim o gerenciamento do fornecimento. Com isso objetiva-se abraçar as mudanças organizacionais, através da colaboração criativa e estratégica, a fim de criar valor de negócio. No futuro, as empresa líderes de mercado serão aquelas que conseguirem combinar e souberem gerenciar as atividades de compras com foco estratégico.

 

2.4 Armazenagem

 

A armazenagem é o processo que envolve a administração dos esforços necessários para manter os materiais estocados. Estes locais podem estar localizados dentro ou fora do armazém. Alguns fatores influenciam esta ação como a localização dimensionamento de área, arranjo físico, equipamentos de movimentação, recursos humanos e financeiros. O manuseio de materiais está associado com a armazenagem e a manutenção dos estoques, essa atividade envolve a movimentação de materiais no lugar onde se encontram estocados, que pode ser tanto estoques de produtos acabados quanto estoque de matéria- prima, podendo ser também a transferência de um depósito para outro. Sabendo que o produto não pode permanecer no estoque por mais de 24 horas.

De acordo com Fleury, (2000, p. 153)

a armazenagem uma das áreas mais tradicionais da Logística tem passado nos últimos anos por profundas transformações, por isso exige uma nova abordagem gerencial. Essas mudanças refletem-se na adoção de novos sistemas de informação aplicados ao gerenciamento da armazenagem, em sistemas automáticos de movimentação e separação de produtos e até mesmo na revisão do conceito do armazém como uma instalação cuja finalidade principal é a estocagem de produtos.

 

2.5 Gestão dos estoques

 

Originou-se na função de compras em empresas que compreenderam a importância de integrar o fluxo de materiais a suas funções de suporte, tanto por meio do negócio, como por meio do fornecimento aos clientes imediatos, isso inclui a função compras, acompanhamento, gestão de armazenagem, planejamento.

A gestão de estoques é uma ferramenta essencial para apoiar os principais propósitos de toda empresa lucro e a satisfação dos clientes.

 Scherr, (1989, p. 281) afirma, que o desafio é formular estratégias para a que aquisição e o armazenamento dos estoques sejam as mais vantajosas para a firma.

De acordo com Moreira (1993, p. 463)

os estoques são quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo, constituem estoques tanto os produtos acabados que aguardam venda ou despacho, como matérias primas e componentes que aguardam utilização na produção.

Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa mantém, seja para vender para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção.

 

2.6 Cross docking

 

Podemos definir Cross docking como uma operação dentro do sistema de distribuição, aonde os produtos chegam em veículos, são recepcionados, separados e posteriormente encaminhados para outros veículos, com destino ao consumidor final.

O Cross docking é definido como um sistema de distribuição no qual a mercadoria recebida, em um armazém ou Centro de Distribuição (CD), não é estocada, mas, sim, imediatamente preparado para o carregamento de entrega. De acordo com o mesmo artigo, o Cross docking é a transferência das mercadorias entregues, do ponto de recebimento, diretamente para o ponto de entrega, com tempo de estocagem limitado ou, se possível, nulo.

Por outro lado Moura (2008 p. 156) define

crosso docking  como o fluxo acelerado de produtos do recebimento à expedição. Ao contrário da operação de estocagem, onde o produto é recebido, armazenado e depois seguem para a expedição, no Cross docking, como parte do fluxo de saída, as cargas que entram são levadas diretamente à expedição.

De outra forma o Cross docking pode ser definido como um sistema de distribuição onde os produtos são recebidos em uma plataforma e armazenados e em um determinando tempo e preparados para serem enviados a seus destinos imediatos.

Basicamente o Cross docking reduz o nível dos estoques com entregas frequentes em pequenas quantidades e com custo operacional reduzido, a aplicação deste sistema busca reduzir a estocagem e o picking (é a atividade responsável pela coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da área de armazenagem para satisfazer as necessidades do consumidor) e ainda diminui as operações de manuseio. Contudo no transporte rápido há baixo custo, cargas são consolidadas os pagamentos de frete são mais baixos por serem feitos em somente uma entrega.

Cross docking corresponde a separação de pedidos. Uma das funções de um armazém logístico permite transitar materiais com diferentes destinos. O Cross docking é um tipo de armazenagem interna evitando as operações de armazenagem, permitindo reduzir prazos necessários para operações logísticas por ser esse tipo de sistema usado especialmente pelos grandes distribuidores.

A intenção de um Sistema Cross docking é de reduzir custo de recepção, armazenagem e preparação. Melhorias para o transportador e fornecedor redução no tempo de estocagem menores que 24 horas isso é possível devido já estar definido o destino das mercadorias antes mesmo dele ser recebido, redução de erro na separação evitando retrabalhos e também erros na entrega.

A estratégia de um Sistema Cross docking se fundamenta em fluxos continuos de produtos. O Cross docking agiliza o fluxo de produtos ao longo de toda a cadeia de abastecimento. Os produtos são enviados a seu destino final diretamente, ou seja, os produtos não necessitam de uma ordem de pedido.

O Cross docking não é um projeto para uma área somente da empresa, todas as áreas da empresa devem estar envolvidas nesse processo, ou seja, para que tenha êxito requer que muitas partes se integrem e trabalhem juntas como seleção de fornecedores, fluxos apropriados de informações e de produtos, custos e pessoal apropriado para gerenciar essa integração.

 

2.6.1 Objetivos Cross docking

 

Para Ballou (1993) pode proporcionar um nível mais alto nos serviços de distribuição aos clientes, e consumidores, através de planejamento, organização e controles efetivos para as tarefas de movimentação e armazenagem que visam tornar mais fácil o fluxo de produtos.

Entendendo melhor são respostas rápidas as habilidades da empresa em satisfazer os requerimentos de serviços ao cliente em um curto período de tempo, as discrepâncias mínimas devem evitar qualquer situação que provoque a quebra do desempenho do sistema como demoras, paradas de produção, mercadorias avariadas, entregas em lugar errado, entre outras, inventários mínimos: por manter baixos níveis de estoque e ao mesmo tempo garantir a disponibilidade dos produtos, indicando que os recursos aplicados em inventários estão sendo bem utilizados,  consolidação de movimentos com custos mais significativos em logística é o custo dos transportes e a consolidar o envio para o mesmo cliente ou destino, utilizar a capacidade de carga máxima.

 

2.6.2 Aplicação

 

Uma das maneiras de minimizar os custos de armazenagem é a aplicação do Cross docking, onde a mercadoria é remanejada de um veiculo para o outro sem que passe obrigatoriamente por um depósito ou centro de distribuição (Logpro, 2009)

Pode ser aplicada a qualquer operação de recebimento e expedição em qualquer tipo de ambiente de movimentação, tornando a operação de estoque uma importante estratégia de movimentação. Sua aplicação pode ser feita em qualquer empresa que tenha a necessidade de aperfeiçoar as operações.

Nas entregas em grandes centros urbanos, devido as restrições a circulação de veículos de grande porte, impedindo de efetuar as entregas, a aplicação do Cross docking é necessária onde o veículos de grande porte descarregam seus produtos no armazém, os produtos cruzam o armazém e em seguida carregam outro veiculo de menor porte que efetuará as entregas.

 

2.6.3 Vantagens

Esse sistema que visa melhorar o desempenho operacional da distribuição exibe vantagens tais como redução de custos, redução de tempo, redução de área física, redução da falta de estoque na cadeia de abastecimento, redução do número de estoque em toda a cadeia de abastecimento. A principal delas é a redução de custos, toda a dinâmica permite que se ganhe com essa operação, mesmo que seja complexo o suficiente alguns modelos se bem coordenados possibilitam além da redução de custos aumentarem o nível de satisfação dos clientes.

2.6.4 Pessoal qualificado, Equipamentos e apoio eficientes

 

O sistema Cross docking exige o planejamento do espaço físico necessário interno e externo, área de recebimento, estoque e expedição, docas, pátio para manobras e estacionamento, e também mão de obra para a realização das tarefas, como desconsolidação e reconsolidação de cargas.

O Cross docking resulta em ganhos na redução do manuseio e na disponibilidade e velocidade dos produtos para os clientes finais, além de todo planejamento prévio, o Cross docking exige certo nível de gerenciamento tático do trabalho, supervisão qualificada e recursos adequados. Falhas simples nos procedimentos podem causar o fracasso do processo no seu objetivo final. Quando ocorrem problemas, recursos e mão de obra devem ser reorganizados para normalizar a situação.

 

2.6.5 Sistema de informação adequado

 

O maior desafio da logística é atender de modo eficiente e eficaz o desejo do cliente, nesse ponto, a tecnologia da informação exerce papel importante para auxiliar os processos de compra, gerenciamento de armazém, frota, planejamento de pedidos, entre outros.

Investimentos em tecnologia da informação devem estar integrados através de requerimento de um sistema ERP ou WMS, roterizadores, sistema de rastreamento de forma a permitir um completo sincronismo, que é um dos segredos do Cross doking eficiente.

 A utilização do código de barras e radio frequência permite uma rápida captação de dados, velocidade nas transações, precisão nas informações e atualização em tempo real.

2.6.6 Pontos críticos

Voltados para a implementação de melhorias na área de abastecimento de produtos com o objetivo de fornecer a base necessária para o funcionamento efetivo do sistema Cross docking, o ponto critico é convencer os membros da cadeia a absorver esses custos e esforços. Não é uma tarefa fácil, pois deve-se  ter em mente a cooperação entre todos os membros da cadeia produtiva para atingirem o sucesso.

É necessária a sincronização entre fornecedor e demanda, ERP’s inadequados podem prejudicar o processo, é difícil determinar os produtos candidatos, pode ocorrer stock-out pela ausência de estoque de segurança.

Outro caso crítico pode ocorrer na recepção de cargas, o transportador apresenta as notas fiscais correspondentes aos produtos que serão entregues, para que o comércio possa recebê-los é necessário que antes os dados da nota sejam digitados no sistema interno, seja realizada uma conferência com o pedido de compra realizado nesse momento pode-se identificar divergências que resultem na devolução de produtos ou serviços e somente após isso é liberada a recepção. Em alguns casos esse procedimento pode levar um tempo expressivo o que significa um alto custo operacional para o comércio e para o fornecedor, afetando toda a cadeia de abastecimento.

2.7 Implementação do sistema Cross docking

 

O primeiro passo na execução é identificar parceiros potenciais, os parceiros mais fáceis para começar um sistema Cross docking é com empresas que já são Cross docking, a experiência vai ajudar a acelerar a sua curva de aprendizado. Uma das questões mais difíceis para desenvolver um sistema de Cross docking é compartilhar o máximo de informações comerciais como dados sobre vendas, pedidos previsão de chegada devem ser compartilhados de forma a facilitar o planejamento de cada elo da cadeia de abastecimento, os tipos de produtos e quando será entregue, em que quantidade e com que destino são essenciais para o planejamento das operações. Deve haver espaço suficiente e mão de obra e equipamentos especializados para a realização das tarefas necessárias para separação de pedidos e quebra de cargas, também requer certo nível de gestão de trabalho, isto porque, quando ocorrem problemas, recursos e mão de obra devem ser reorganizados de forma a normalizar a situação sem que ocorram perdas.

Muitas operações possuem todos os elementos físicos requeridos para implantação do Cross docking, ou seja, disponibilidade de um depósito, pessoal, equipamentos e veículos. Nestas circunstâncias, é temeroso executá-lo, sem o desenvolvimento de um planejamento prévio e formalizado. Este tipo de operação exige sincronização e integração entre diversas funções internas e externas (ALVES, 2000).

O Cross docking pode proporcionar significativos benefícios para a maioria dos tipos de armazenagem, no entanto a chave para uma bem sucedida iniciativa é compreender a adoção de novas tecnologias de informação que permitem o compartilhamento de dados que viabilizam a coordenação necessária para executar com eficiência dos novos processos e implica mudanças que extrapolam as fronteiras da empresa e são extremamente dependentes de relacionamentos cooperativos entre os parceiros do sistema.

Com relação aos obstáculos referentes ao uso do sistema, como principais a sincronia entre o fornecimento e a demanda, melhoria nos sistemas de planejamento e de comunicação das empresas e o desenvolvimento de uma colaboração inter e intra-organizacionais aproximando todos os colaboradores da cadeia de suprimento de forma global. Estes são, segundo o autor, os obstáculos que devem ser superados de forma a permitir a implementação do sistema em uma empresa.

3 Metodologia

 

Para o desenvolvimento do artigo e alcance dos objetivos propostos foi realizado uma abordagem teórica sobre o sistema Cross docking e avaliação das possibilidades de sua utilização, seguido de relatos de colaboradores de uma empresa varejista da cidade de Ponta Grossa com o intuito de verificar a aplicação real do Cross docking e traçar um caminho para sua implementação. A escolha deste foi intencional devido os dois integrantes do grupo trabalhar na empresa.

Não é tão simples implantar um sistema de Cross docking em uma empresa, na verdade, constitui-se um desafio por exigir muito esforço, comunicação e informação em toda cadeia,  equipamentos para a quebra de cargas consolidadas, separação de pedidos e reconsolidação de cargas. Além disso, requer um nível avançado de gerenciamento tático.

Ainda sim, os benefícios de se introduzir o Cross docking em uma empresa trazem ganhos como a redução de tempo, espaço e custos, portanto vale o esforço.

Ao oferecer o Cross docking a empresa deve responder alguns requisitos como: esse sistema vai gerar mais vendas? Irá desenvolver mais lealdade com seus clientes? O Cross docking será um requisito de negócio com este cliente no futuro? Seus concorrentes como estão olhando o Cross docking como uma oportunidade? Estas perguntas, se respondidas positivamente, trará benefícios econômicos no futuro.

4 Apresentação dos dados e Analise dos resultados

 

Foi observado que as técnicas podem ser aplicadas onde se objetiva agilizar a operação e atender de maneira eficiente as necessidades dos clientes. Nos casos analisados

Produtos com destinos definidos

Quando os produtos a serem recebidos já têm seus destinos definidos fica muito mais fácil direcionar as cargas e aperfeiçoar o processo.

Produtos de curta validade e alto índice de giro

Mercadorias que tem necessidade de maior agilidade na entrega e prazos de validade curtos dispensam a estocagem e logo são expostos nos pontos de venda.

Entregas em centros urbanos

A execução de entregas, principalmente em centros urbanos sofre restrições de espaço e peso, podendo assim dificultar as entregas, tendo como ponto de partida a transposição de cargas de veículos pesados para veículos leves para a entrega nos destinos.

Fabricantes que se utilizam de distribuidores ou atacadistas

Utilizar de demanda de todos os parceiros para fechamento de volumes de cargas completas direto do fabricante excluindo assim os intermediários consolida estas cargas, direciona e distribui para várias lojas e parceiros.

Armazenagem

A redução de área física será referente às compras que serão feitas conforme a necessidade de cada loja.

Recebimento de mercadorias

Agilidade no recebimento de mercadoria que já foram consolidadas no embarque, agendamento com os fornecedores, redução do tempo de permanência dos veículos para descargas.

Descontos

Nos volumes de mercadorias negociados pelo departamento de compras mantendo a oferta de produtos com preços reduzidos para o consumidor final, obtendo assim uma maior competitividade de mercado.

5 Conclusão

 

Para que as empresas possam oferecer cada vez mais qualidade, preço competitivo, reduzir perdas e melhores níveis de satisfação dos clientes, precisa, viabilizar novas ferramentas para atingir esses objetivos, assim o sistema Cross docking é um sistema de distribuição que busca oferecer melhores serviços e manter a oferta de produtos, através da utilização de estoques e preços reduzidos. Para alcançar tais objetivos reduz o manuseio de matérias dentro das instalações, transferindo as mercadorias diretamente da área de recebimento para a área de embarque.

Assim, reduz o nível de armazenamento e acelera a entrega do produto. Entretanto, esse sistema pode ser utilizado de forma diferente e a forma a ser utilizada pode depender do tipo de produto e da estratégia da empresa.

Sendo o Cross docking um sistema complexo, para se obter sucesso com o seu uso, fabricantes, distribuidores e varejistas devem trabalhar em constante e sincronizada integração dos fluxos de materiais com o fluxo de informações. Alem disso, o uso de um programa de implementação requer um planejamento formal, envolvendo as equipes da empresa, juntamente com seus parceiros, incorrendo em uma programação compartilhada. Para potencializar maior probabilidade de sucesso sugere-se um projeto piloto e reuniões periódicas com o objetivo de ajustar e sistematizar os processos.

Assim existem algumas questões chave que devem ser levadas em consideração para o melhor aproveitamento deste sistema de distribuição, como: o uso de sistemas de informações adequados, equipamentos e mão de obra treinada, seleção dos produtos capazes de suportar o sistema, criação de uma parceria entre os elos da cadeia de distribuição, entre outros fatores que foram apresentados neste artigo, com o intuito de melhorar o sistema de distribuição tornando-o mais eficiente e atingindo as reduções de custos esperadas.

Neste artigo foi apresentado como a ferramenta é eficaz quando todos os fatores essenciais para sua aplicação são utilizados.

 

Referências

 

ALVES, Eduardo Sampaio. Sistemas logísticos integrados: um quadro de referência. 2000. 109 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade federal de Santa Catarina, Florianópolis.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2001. 

BALLOU, Ronald H. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 1993

FLEURY, Paulo Fernando.  Logistica Empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.

LOGPRO. Cross docking. 2009.

Disponivel em: <HTTP//www.logpro.com.br//logpro/Crosso-Docking.asp> Acesso em 18/11/14

MOURA, R.A. Armazenagem: do recebimento à expedição em almoxarifados ou centros de distribuição. 6 ed. São Paulo: Imam, 2008b (Série Manual de logística; v.2).

MARTINS, Petrônio Garcia e ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3 ed. Ver. E atualizada. São Paulo: Saraiva 2009.

MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operação. 1ª ed. São Paulo: Pioneira, 1993.

NEVES, Lincoln Wolf de Almeida; HAMACHER, Silvio. O processo de compra e a logística integrada. São Paulo:Revista Teclogística: Publicare, 2004.

PARENTE, J. G.Varejo no Brasil: gestão estratégica.1. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

SCHERR, F. C. Modern Working Capital Management. New York: Prentince-Hall, 1989.