Os Benefícios da Gestão Participativa para Organizações

Segundo Chiavenato (2000, p. 10) "a administração é uma das mais importantes áreas da atividade humana, pois ela possibilita tomada de decisão, coordenação de diversas atividades, gerenciar pessoas, avaliar desempenhos e resultados, alocação de recursos etc".
A abrangência das atividades gerenciais torna-a complexa e relevante, fazendo com que haja maior dependência dos gestores aos seus colaboradores, pois só desta forma conseguirá atuar eficientemente em todos os setores da empresa.
Porém, na gestão participativa os colaboradores têm lugar ativo nas organizações, pois a tomada de decisão não é função apenas dos gerentes ou do diretor superintendente da empresa. Este modelo gerencial veio revolucionar todos os outros, pois, mais do que administrar pessoas é administrar com pessoas. Desta forma, Mentzberg (2003, p. 113) questiona: "[...] por que uma organização deve descentralizar? Simplesmente porque nem todas as suas decisões podem ser entendidas em um centro, em um cérebro".
Os gestores não têm como precisar as reais dificuldades e necessidades nos diversos setores da empresa, e isso dificultará na elaboração de estratégias de funcionamento da mesma. Mas, com a participação das pessoas envolvidas nos diversos níveis, terá aumento de qualidade nas decisões e na administração, por que as decisões não serão baseadas em um diagnostico intuitivo, mas real.
Na organização participativa todos os que estão envolvidos no processo (clientes internos, externos, fornecedores...) têm o direito de compartilhar nas tomadas de decisões, não apenas de forma esporádica, mas, rotineiramente. Para Mentzberg (2003, p, 129) "a descentralização é completa quando o poder não está baseado em cargo ou conhecimento, mas na filiação. Todos participam igualmente da tomada de decisão. A organização é democrática".
Quando todos os que fazem parte da empresa, mesmo que tenham funções operacionais, podem opinar através do diálogo, envolvendo-se nas discussões de idéias, a crítica fundamentada e o respeito às opiniões do outro. Isso reforça a participação do grupo e pode levar a um acordo satisfatório dos envolvidos bem como a motivação. Schermerhorn (2007, p. 177) diz que "a participação pode aumentar a criatividade e a informação disponível para o planejamento. Pode também aumentar o entendimento e a aceitação dos planos, além do comprometimento para com o seu sucesso".
Sempre que a empresa percebe que os seus colaboradores podem atuar, não somente na execução das tarefas, mas, no planejamento dando sugestões, criticando, etc, todos tendem a ganhar. Tanto o funcionário, que vai desenvolver melhor sua potencialidade, como a empresa, que terá maiores estratégias e coesão. Levando em consideração a estrutura formal das organizações, que no decorrer dos anos tem se mantido intactas por organizações tradicionais, de acordo com Rangel, (2008, [online]):

Além dos aspectos comportamentais, a administração participativa também implica o redesenho das estruturas. Cargos, grupos de trabalho e a estrutura como um todo, são organizados de modo que a participação dependa, não apenas das atitudes e disposições favoráveis das pessoas, mas também e principalmente do sistema de normas e procedimentos. A estrutura deve estimular as pessoas à participação.

A participação dos funcionários nas organizações tem deixado de ser apenas uma atitude informal, voluntária e esporádica, para fazer parte do sistema formal, involuntário e constante. Os gestores têm percebido que as diferenças entre as pessoas constituem uma poderosa força, para o dinamismo e o funcionamento do grupo.
A descentralização proporciona agilidade nos processos, devido os setores serem interligados a comunicação flui mais rapidamente; como também o poder é distribuído, permitindo a tomada de decisão no local que ocorre o problema, fazendo com que não haja quebra no fornecimento do produto ou serviço ao cliente (MINTZBERG, 2003).
A gestão participativa reduz desperdício de tempo e dinheiro, acelerando as condições de competitividade da empresa, ela sempre está à frente dos concorrentes. Pois os seus processos não são emperrados, mas, dinâmicos e eficientes, por poderem contar com a competência de todos os colaboradores.
Para que haja maior envolvimento por parte dos colaboradores a organização precisa se mostrar sensibilizada em relação ao interesse individual dos funcionários; pois só desta forma ela conseguirá fazer com que o interesse da empresa também seja valorizado. Rangel (2008, [online]) diz que "há maior participação quando os interesses do indivíduo e do grupo estão vinculados, isto é, quando os integrantes se conhecem bem e podem se comunicar num clima de confiança".
A empresa é formada por seres humanos e quando eles forem valorizados como tal, então o gestor terá todos os colaboradores como se fossem apenas um com a empresa. Essa ferramenta eficaz garante competitividade, ao passo que possam ter seus colaboradores motivados, comprometidos e envolvidos com a gestão organizacional.


Autor: Marcos Silvestrse da Slva Borges