Os Antecedentes Históricos da Administração nos Povos da Antiguidade.

                                                           Por: Professor Ms Gilson Lopes da Silva Junior.

 

A Máquina Estatal da Suméria.

A ideia de administrar é antiga, esse conceito surgiu aproximadamente há 5 000 anos a.C, onde povos antigos procuravam uma melhor forma de se viver e conduzir seus problemas práticos do dia a dia, principalmente as dificuldades que ocorriam por gerenciar comida ou até mesmo os danos causados pela natureza.

Os Sumérios foram talvez os pioneiros em introduzir o conceito de administração em seu território, é importante citar que era vasto o condado sumério, com vastas fronteiras era fácil ser atacado por povos rivais e inimigos havendo um sério risco do Império Sumério perder cidades importantes.

 

 

Na região oeste da Suméria, a dinastia Ur conseguia acautelar-se seus territórios nomeando príncipes que governavam cada cidade, eram conhecidos com Ensi possuíam funções de governadores que estendiam seus domínio de Ur até Mari. No leste o clima de incerteza estava sobre os sumérios, Essa região era constantemente atacada por povos inimigos, situação que prejudicava sensivelmente a administração do Reino Sumério. Diversas tribos seminômades estão distribuídas por estas cidades sumerianas, os líderes dessas tribos auxiliam no policiamento das cidades sendo os olhos imperiais do Ensi e do próprio Imperador.

Para ocorrer uma administração eficiente do império, os reis sumerianos desenvolvem uma complexa máquina burocrática, incidida e meticulosa. O governo administrativo sumeriano existe diversas ramificações estatizadas que irão auxiliar o monarca administrativamente. O Rei será sempre o Chefe de Estado, chefes do executivo eram os senhores da administração e tomam todas as decisões, suas funções eram também de nomear os governadores e os altos funcionários; juízes supremos administram a justiça e impõem as leis. Abaixo do rei a Suméria tem por nomeação real um Chanceler ou 1° Ministro com o título de sukkalmah, termo convencionalmente traduzido por "grão-vizir", é o funcionário com o cargo mais alto do Estado. Suas atribuições são de supervisionar o conjunto da administração, dando ordens aos encarregados de missão (supervisores locais que fiscalizam camponeses na produção de comida), participa fortemente na centralização do Estado e concentra em suas mãos poderes importantes, sendo sempre subalterno e fiel ao rei.

Em cada província o Ensi (governador), possui funções civis e judiciárias, ele também tem a importante função de zelar pela lei elaborada pelo rei dentro das suas províncias, ao seu lado o shagin detém a autoridade militar, com árdua função de realizar o policiamento e manter a ordem nas cidades.

Por fim, alguns textos fazem alusão à existência de uma assembleia conduzida por um gal-zu-unkina, "chefe de assembleia". Ignoramos a centralização estatal dessa assembleia e quais eram seus reais poderes e atribuições. Sabemos apenas que ela representa a Suméria, muitos dos participantes assessoram o rei em conselhos e que o rei lhe comunica as suas decisões, mas em nenhum momento encontramos fonte que o monarca era controlado ou manipulado pela assembleia.

 

Egito Antigo: A Burocracia Administrativa em torno do Rio Nilo.

 

O Faraó era o Monarca com direitos divinos, o rei tinha todos os poderes concentrados em suas mãos como: administrativo, judicial, militar e religioso; em principio, ele era o único ser sobre a Terra que pode prestar culto aos deuses. Como lhe é impossível exercer pessoalmente todos estes poderes sobre o conjunto do país, procura ajuda nos seus colaboradores, para que houvesse a plena obediência, reverencia, fidelidade e o culto a pessoa do Faraó.

Durante um período significativo o Rio Nilo com suas enchentes, fora sinônimo de destruição, mortes, pobreza e atraso no Egito. As inundações adentravam em localidades urbanas e rurais com um determinado potencial em produção agrícola, gerando destruição nessas cidades, os egípcios devido às cheias estavam sempre recomeçando suas vidas dentro do reino.

“Egito não pode prosperar se os trabalhos exigidos pelo aproveitamento da cheia do Nilo não forem feitos a tempo para todo o pais”.

http://www.historia.templodeapolo.net/civilizacao_ver.asp?Cod_conteudo=197&value=A%20Administra%C3%A7%C3%A3o%20durante%20o%20Antigo%20Imp%C3%A9rio&civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Eg%C3%ADpcia&topico=Administra%C3%A7%C3%A3o#topo

O implemento de fiscalizar o período de cheias do Rio Nilo, tornou-se um rigoroso afazeres a fim de ter uma equipe especializada para a elaboração de pesquisas com o propósito de controlar as enxurradas do rio que provocavam rastros de destruição nas cidades egípcias, o  "Responsável pela Abertura dos Canais" teria o título de Nomo ele seria responsável pela justiça e efetua, de dois em dois anos, o recenseamento geral. Verossimilmente, possui de fato, dentro da sua província, todos os poderes que o rei detém sobre o conjunto do país. Sua função também seria supervisionar um grupo de estudiosos matemáticos, engenheiros, geógrafos, astrólogos e astrónomos que observavam o tempo todo com o propósito de encontrarem soluções para as inundações do rio Nilo. Os canais de irrigação no Egito, tornam-se soluções práticas para diversos problemas, esses canais serão agora soluções principalmente para o abastecimento de água, transporte e irrigação a agricultura local.

 

 

O cargo de Vizir era o segundo mais importante no Egito, ficando subordinado ao Faraó o Vizir, entre suas diversas atribuições estava a justiça, o chanceler egípcio deveria ministrar com presteza o direito de zelar e fazer justiça nos domínio do Egito, o 1º ministro egípcio careceria administrar o Reino fiscalizando as reservas de cada província do Tesouro Central (celeiros de alimentos), a correspondência administrativa também era essencial na sua supervisão, os registros e a guarda de arquivos onde se encontram a produção de cada província, os decretos faraónicos, os contratos que nobres e ricos oligárquicos possuíam com o Faraó, importantes testamentos que registravam a entrada e saída do tesouro nacional, o monarca egípcio deveria ser muito bem informado pelo vizir, praticamente um tipo de 1º ministro do Egito.

O Chefe do Duplo Celeiro era provavelmente o 3º cargo mais importante do Egito Antigo, sua função era de controlar o abastecimento de gêneros alimentícios e a contabilidade para fornecer alimentos para os camponeses de cada localidade. Havia dois celeiros em cada província uma branca “casa branca” e outra vermelha “casa vermelha”, cada cidade possuía esses departamentos administrativos, os chefes dos celeiros atuavam juntos com os nomos (governadores) para que houvesse sempre com sucesso a construção de diques ou manutenção dos canais, construções de estradas, policiamento das embarcações que trafegavam nos canais de irrigação (principalmente as embarcações que levavam alimentos) etc.

Os Sacerdotes, Escribas e Líderes militares aparentam ter um determinado grau de importância semelhante entre eles, talvez com uma ligeira estimação para os Escribas do reino, função essencial nos domínios egípcios, eram eles os escribas que redigiam cartas, documentos, registravam o controle das produções agrícolas, escreviam as cerimonias religiosas, esses escritores também eram responsáveis por lavrarem decretos reais.

 

Administração Descentralizada da Fenícia.

A Fenícia foi composta por quatros cidades-estado ( Arad, Biblos, Tiro, Sídon) em cada uma dessas cidades havia um governo próprio, os fenícios eram hábeis navegadores portanto as cidades estado eram rivais entre si comercialmente, politicamente e as vezes militarmente.

Cada cidade da Fenícia possuía um rei com o título de Sufeta, as cidades fenícias possuíam administração pública própria cada monarca tinha seu poder assistido por um conselho de poderosos comerciantes, quanto mais rico fosse o mercador, mais poder político ele teria para discutir e elaborar leis nas assembléias fenícias, onde o estado cujo reino, governo ou poder centraliza-se em seu contexto marítimo  formando uma talassocracia.

As cidades fenícias a hierarquia ou posição social dos indivíduos estava diretamente atrelada à sua casta econômica e ao papel que desempenhavam. A classe dominante era composta pelos “empresários” (comerciantes marítimos, donos das oficinas de artesanato, negociantes de escravos) e pelos funcionários e sacerdotes a serviço do poder real. Vinha, a seguir, uma classe composta pelos trabalhadores livres (artesãos, pescadores, camponeses, marinheiros) e pelos pequenos proprietários de comércio. A parcela social mais oprimida era composta pelos escravos domésticos e marinheiros pobres. 

Referências Bibliográficas 

L. Oppenheim, antiga Mesopotâmia, Chicago, 1964; 

JB Pritchard, do antigo Oriente Próximo em Imagens: Princeton, 1954; 

C. Aldred. Arte Egípcia nos dias dos Faraós: Londres, 1980; 

N. Kanawati, A Administração egípcio no Reino Antigo: Warminster, 1977; 

http://www.historiadomundo.com.br/fenicia/estrutura-social-e-politica-fenicia.htm