Logotipo do IHGSPEm 2014 a cidade de São Paulo estará comemorando os 120 anos do Instituto Histórico e Geográfico de São Pulo.

Mas vou falar um pouco do ano de seu nascimento, 1894, que segundo Roberto Carvalho, foi o ano mais profícuo na cidade de São Paulo, em termos de instalação de associações culturais e educativas. Era o ano da administração de Bernardino José de Campos Filho, que governo o Estado de São Paulo de agosto de 1892 a abril de 1896. Em fevereiro de 1894, houve a instalação da Escola Politécnica, sob a direção de Francisco de Paula Souza; em maio, o Museu Paulista do Ipiranga, centro científico sob a direção de Hermann Von Ihering, e, depois, por Afonso de Escrgnolle Taunay; em agosto, a inaugaração da Escola Normal da Praça da República; em setembro, o Ginásio do Estado; em 1º de novembro, a fundação do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Neste dia, 1º de novembro, o jornal O Estado de São Paulo estampava a seguinte nota: “Os drs. Jaguaribe Filho, Antonio Piza e o Sr. Estevão Leão Bourroul convidam os homens de letras  desta capital para uma reunião que tem de efetuar-se hoje, ao meio dia, no salão da Academia, gentilmente cedido pelo Sr. Barão de Ramalho. O fim da reunião  é tratar da criação do Instituto Histórico Paulista”.

A essa convocação atenderam 139 personalidades, que pessoalmente, deram apoio à iniciativa. A assembléia foi presidida por Cesário Mota Jr., tendo sido aclamado presidente de honra do Instituto, Prudente de Moraes que, quinze dias depois, haveria de ser empossado Presidente da República.

A primeira diretoria eleita era formada por: Cesário Mota Jr., Manuel Antonio Duarte de Azevedo, Carlos Reis, Manoel Ferreira Garcia Redondo e Domingos José Nogueira Jaguaribe.

A assembléia aprovou ainda os estatutos da instituição, que expressamente estabeleciam como finalidades do Instituto “promover o estudo e desenvolvimento da História e da Geografia do Brasil e principalmente do Estado de São Paulo e bem assim ocupar-se de questões de assuntos literários, científicos, artísticos e industriais que possam interessar o país sob qualquer ponto de vista; publicar uma revista, uma vez ou menos anualmente, dando conta da vida da associação e onde fiquem arquivados os trabalhos que o Instituto julgar úteis e interessantes, e ainda manter correspondência e relações com as sociedades congêneres, nacionais e estrangeiras”.

O volume nº 1 da revista saiu em 1895, "um ano fecundo em que tiveram as seções notável correspondência de sócios, em que numerosas teses referente a história paulista se debateram”, anotou Afonso de Taunay. Foi impressa na Typographia d”O Município, rua do Rosário nº 5, com 186 páginas.

As primeiras sessões foram realizadas na recém inaugurada Escola Normal, na Praça da República. A partir de janeiro do ano seguinte, transferidas para o Ginásio do Estado, na rua da Boa Morte.

Em maio de 1896, secretaria, arquivo e biblioteca passaram a funcionar num prédio da rua 15 de Novembro, nº 59, bem como as sessões. Não demorou para os sócios reclamarem, pois achavam “inconvenientes o local das reuniões por estar retirado do centro da cidade”. Por coincidência, o sobrado foi pedido pela proprietária. O acervo foi removido para o prédio da Typographia d”O Município e depois para a residência de Domingos Jaguaribe. Por falta de local, a sessões foram suspensas de julho a dezembro de 1896. Em 25 de janeiro de 1897, os trabalhos foram reiniciados num prédio da rua Marechal Deodoro, nº 2. O Instituto ainda realizou sessões em prédios no Largo da Sé (1998) e General Carneiro (1900).

Em 1904, ao completar um decênio, o Instituto adquiriu um terreno no mesmo local do atual edifício sede. Nele foi construída a sede própria, de dois pavimentos, inaugurada no dia 25 de janeiro de 1909.

Quando a cidade de São Paulo completou 400 anos de fundação, a 25 de janeiro de 1954, foi inaugurada a atual sede, na Rua Benjamin Constant, nº 158, no centro da cidade.

Em 2014, ao completar seus 120 anos de existência, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo é a mias antiga instituição cultural no gênero em todo o Estado de São Paulo. Do seu quadro social fizeram parte renomadas figuras do mundo intelectual e político do país. Basta lembrar os nomes de Rui Barbosa, Euclides da Cunha, Afonso de Taunay, Eduardo Prado, Barão do Rio Branco, Prudente de Moraes, Campos Sales, Rodrigues Alves, Alfredo Ellis, Antonio da Silva Prado, Bernardino de Campos, Francisco Glicério, entre outros.

Na época de seu centenário, em 1994, foi presidido pelo escritor e acadêmico Hernani Donato, eleito em outubro de 1992, a quem coube orientar as comemorações do centenário desta instituição.

Hoje, o IHGSP é presidido por Nelly Martins Ferreira Candeias.

Por Pedro Oswaldo Nastri