Introdução

Ao introduzirmos este trabalho que ira abordar sobre a origem do conhecimento, constatamos que na nossa vida quotidiana falamos de conhecimento e de conhecer, isto porque raras vezes nos perguntamos o que e isto de conhecimento, dai que conhecimento e a concordância entre sujeito e objecto e distinguimos como conhecimento quando há concordância entre os elementos cognitivos do sujeito e as propriedades do objecto, seja ele material ou ideal.

Objectivos:

Objectivo geral:

Livro relacionado:

  • O objectivo geral deste trabalho é de compreender a origem do conhecimento

Objectivos específicos:

  • Identificar os níveis de conhecimento
  • Explicar a natureza do conhecimento
  • Descrever as teorias do conhecimento;

Metodologia

  • Foi possível a elaboração deste trabalho através da revisão bibliográfica e análise de ideias referentes a autores que abordam sobre este tema.

A origem do conhecimento

Na reflexão a cerca da fonte do conhecimento, a questão de partida é a seguinte: qual é a fonte que nos da o conhecimento? A sensibilidade (os sentidos, a experiencia) ou a razão do sujeito (intelecto)?

O conhecimento é constituído pela ideia (conceitos), juízos e raciocínios. Os juízos e os raciocínios são obtidos a partir das ideias. Por isso, o problema da origem de conhecimento consiste em determinar como se adquirem as ideias e os primeiros princípios que normalizam todo o conhecimento.

Na tentativa de responder a pergunta sobre a origem do conhecimento, surgiram três teorias fundamentais: o empirismo, racionalismo e o apriorismo ou intelectualismo.

O surgimento de empirismo e do racionalismo, como correntes antagónicas justifica-se pelo facto de, em primeiro lugar, surgirem em áreas geográficas diferentes e, em segundo, principalmente, pela divergência das áreas de investigação. Em quanto a Europa continental florescia a matemática e a geometria - ciências meramente especulativas, na Inglaterra floresciam as ciências matemáticas e experimentais a saber: a botânica, a química, astronomia e, a óptica, a medicina…isto fez com que os filósofos continentais (Descartes, Spinoza) exaltassem o conhecimento abstracto e universal, baseando na razão em quanto os ingleses se interessam por um a pesquisa de teoria de conhecimento e de um método que satisfizessem as exigência  das ciências por eles  investigadas. As ciências experimentais partem da constatação de conhecimentos particulares, da experiencia de certos factos concretos; o seu objecto é ir além dos factos, mediante a descoberta de relações constantes de leis estáveis de que tornem possível a antecipação de outras experiencias.

A problemática epistemológica da filosofia inglesa, sobre a origem do conhecimento consistira essencialmente em saber como é possível, partida da experiencia, de factos singulares, elaborar leis universais que garantem o retorno a esfera dos acontecimentos concretos, das experiencias individuais.

O empirismo

As origens do empirismo remontam John Locke e David Hume, dois filósofos ingleses do século XVIII: Trata-se de uma corrente filosófica que surgiu na Inglaterra que defende o primado da experiencia na aquisição do conhecimento. Para estes autores, conhecesse a quilo que tem experiencia.

Segundo John Locke, no início do processo cognitivo, a mente humana é como Tábua rasa ou como um papel em branco, onde nada esta escrito, em que a experiência preenche de conhecimento resultante de factos vividos. A experiência é a fonte processo cognitivo por dois modos: como sensação através da qual chegam até nos as ideias das coisas exteriores, e como reflexão, que nos da o conhecimentos da quilo que se passa dentro de nos. Da experiencia, mediante a sensação originam-se as ideias simples (exemplo: a ideia de azul, doce, macio, etc.) e, pela reflexão, a ideia de percepção, de duvida, desejo etc., e todas as operações da mente.

 As ideias complexas nascem das ideias simples, em virtude de actividade do sujeito que as une, separa, analise e sintetiza.

John Locke, nada, pôr, existe de diferente destas ideias complexas daquilo que caracteriza as ideias simples, as quais se podem reduzir.

David Hume, por sua vez, diz que todos os conhecimentos se reduzem a impressões ou a ideias (vista de uma árvore e recordação da mesma) e pretende explicar a partir destes conhecimentos simples, a formação das ideias complexas por meios de leis ou princípios que são chamados “ ideias de associação.

O racionalismo

A doutrina oposta ao empirismo é o racionalismo, que baseia a origem do conhecimento da razão. Esta doutrina também admite varias matrizes, apresentadas seguidamente.

Para o racionalismo a razão é a fonte principal do conhecimento. O conhecimento sensível é considerado enganador. Por isso, as representações da razão são as mais certas, e as únicas que podem conduzir ao  conhecimento logicamente necessário e universalmente válido.  A razão é capaz de conhecer a estrutura da realidade a partir de princípios puros da própria razão. A ordenação lógica do mundo permite compreender a sua estrutura de forma dedutiva. O racionalismo segue, neste aspecto, o modelo matemático de dedução a partir de um reduzido número de axiomas.

Os racionalistas partem do princípio que o sujeito cognoscente é activo e, ao criar uma representação de qualquer objecto real, está a submete-lo às suas estruturas ideias.

 Entre os filósofos que assumiram uma perspectiva racionalista do conhecimento, destacam-se Platão,  René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632 -1677) e Platão,  René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632 -1677) e Platão,  René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632 -1677) e Leibniz (1646-1716), partem do princípio que possuímos  ideias inatas e que é a realidade é uma construção da razão.

Descarte é considerado o fundador do racionalismo moderno. As fases da sua filosofia podem ser resumidas da seguinte maneira:

  • Objectivo: atingir verdades indiscutíveis, deduzidas logicamente, a partir de uma evidência irrefutável.
  • Dúvida Metódica: Para atingir um conhecimento absoluto, tem que eliminar tudo o que seja susceptível de dúvida. Nesse sentido, começa por suspender todos os conhecimentos susceptíveis de serem postos em causa. Descobre que todos os dados dos sentidos o podem enganar.
  • Primeira Evidência. Ao pôr tudo em dúvida, e enquanto o faz, descobre que a única coisa que resiste à própria dúvida é a razão. Esta seria a primeira verdade absoluta da filosofia. "Eu penso, logo existo" (cogito).
  • Ideias inatas. Descobre ainda que possuímos ideias, como a ideia de perfeição, que se impõem à razão como verdadeiras, mas que não derivam da experiência, nem foram por nós criadas. Atribui a sua criação a Deus (prova da existência de Deus).   
  • Deus garantia da verdade. Sendo a bondade um dos atributos de Deus, certamente que Ele não nos engana, logo as ideias inatas são verdadeiras. Deus é assim, a garantia da possibilidade do acesso à verdade. 

 Dualismo. Deduz uma divisão nas coisas:

Aquilo cuja existência se revelou irrefutável, corresponde à res cogitans, isto é, à razão ("pensamento", "espírito", "alma" ou "entendimento"). Apresenta-se como inextensa e livre.

Aquilo cuja existência e determinação levanta dúvidas, corresponde à res extensa, isto é, ao mundo exterior (corpos físicos). Os corpos são determinadas pela sua extensão, movimento, forma, tamanho, quantidade, lugar e tempo. O mundo fisico é assim des-espiritualizado, pois está submetido às leis da física, mecânicas.

 Dedução. Só com base nestas ideias claras e distintas, segundo Descartes, se poderia construir por dedução um conhecimento universal e necessário.   

Platonismo

Para Platão, as ideias são imitações ou sombras dos arquétipos (modelos ou essências) do mundo das ideias, mundo puramente inteligível constituído por realidades abstractas e universais que a alma vai recordando (teoria de reminiscência).

Segundo Platão, a alma racional viveria no mundo das ideias em plenitude de conhecimento. Depois foi encerrada no corpo e a matéria obscureceu todas as ideias, as quais só podem ser despertadas através dos sentidos. Quando o Homem nasce, já traz consigo as ideias.

Platonismo Agostiniano

Santo Agostinho parte da filosofia platónica e explica a origem das ideias das seguinte maneira: as ideias são expressas pela inteligência como provindo de si mesma e não elaboradas, como dados recebidos através dos sentidos. Como surgem, então, as ideias? Santo Agostinho fala de uma iluminação divina, que seria, juntamente com a inteligência, causa da geração das ideias.

Inatismo

Descarte foi o expoente máximo do racionalismo, dada sua crença inabalável no poder da razão. Para Descartes existem vários tipos de ideias: as ideias adventícias, provindas da experiencia, as ideias factícias, resultantes das adventícias( por exemplo, a ideia de seria), e, por ultimo, as ideias inatas, as que são co-naturais a própria inteligência , que provem da razão e, por isso, não estão sujeitas a erro. Todos os nossos conhecimentos seriam, por conseguinte, formados a partir dessas ideias inatas, únicas e infalíveis.

Leibnitz, outro grande filósofo alemão do século XVIII, admite um inatismo virtual: as ideias inatas existem no nosso espírito como percepções inconscientes que se vão consciencializando progressivamente através da experiencia.

O apriorismo ou intelectualismo

 Falar de intectualismo não é senão falar de Kant e do seu posicionamento em relação ao problema de origem do conhecimento, deveras debatido pelo empirismo e pelo racionalismo.

Kant foi influenciado pelo progresso científico do seu tempo o sucesso proveniente do método utilizado pelas ciências exactas e naturais. Porem, ele estava consciente de tentação de começar aplicar o método das ciências indiscriminadamente para explicar e compreender o ser humano, pois dessa forma os valores morais e a sua fundamentação metafísica podiam ser absorvidos pelo mundo de mecanismo material.

As principais correntes filosóficas do tempo de Kant foram o racionalismo e o empirismo. Mas para Kant, o racionalismo defendia os princípios metafísicos, era desenraizado da experiencia e portanto, dogmático. O empirismo, por sua vez, enraizado na experiencia, mas incapaz de levar o Homem além da experiencia, conduzia o Homem ao cepticismo. Para Kant, o empirismo implica a negação da validade universal e necessária do conhecimento científico, porque a experiencia nunca é universal. Com base nesta constatação, Kant integra o que há de positivo no racionalismo e no empirismo e produz a sua própria teoria filosófica. Kant faz esta integração através de uma análisecrítica das três principais operações da razão humana: conhecimento, vontade e sentimentos (sensações).

Esta análise deu origem a três importantes obras criticam que marcaram o mundo: a crítica da razão pura (sobre o conhecimento), crítica da razão prática (sobre a vontade) e acrítica do juízo (sobre os sentimentos).

Segundo Kant, a verdade e ao conhecimento só se chega através do juízo. O juízo é a combinação que é feita do sujeito e o objecto. Kant distingue dois tipos de conhecimento: conhecimento puro, proveniente da razão, e conhecimento empírico, proveniente da experiencia. Na introdução da crítica da Razão pura, Kant escreve: “ todo o conhecimento humano começa com a experiencia, mas a experiencia não esgota todo o nosso conhecimento”. Diz ainda: “ se todo o conhecimento se inicia com a experiencia, isso não prova, porem, que todo ele todo ele deriva da experiencia”.

O conhecimento sensível é constituído pela receptividade do sujeito que sofre certa impressão pela presença do objecto. Este conhecimento representa os objectos como eles aparecem para o sujeito. Portanto, o conhecimento empírico e sempre subjectivo, por isso, não se pode confiar muito neste tipo de conhecimento, pois depende de como o sujeito sofre a influência do objecto.

O conhecimento puro, também chamado inteligível, é a faculdade que a nossa razão tem de representar aqueles aspectos das coisas que, pela sua própria natureza, não podem ser captados pela sensibilidade. Então, o conhecimento inteligível é a faculdade da nossa razão. O conhecimento empírico ocupa-se com o conhecimento dos fenómenos, ou seja, com os objectos que se manifestam no mundo sensível, enquanto o conhecimento puro ou inteligível ocupa-se com o mundo numérico (mundo de numero), a que pertencem os objectos ou entidades enquanto pensados, objectos em si (puros).

O conhecimento propriamente dito, que engloba os conhecimentos provenientes da experiencia sensível e da razão, vem dos juízos que estabelecem ligação entre sujeito e objecto. Há dois tipos principais de juízo: analítico e sintético. Quando se formula a informação de que o predicado B pertence ao sujeito A, trata-se de um juízo analítico.

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