Oração da propina
Publicado em 09 de março de 2010 por Amarília Couto
Oração da propina
Quando pensamos que já vimos de tudo nos bastidores da política, ainda nos surpreendemos ou ficamos estupefatos.Os escândalos de toda ordem tornaram-se recorrentes em nosso país.E a indignação de muitos foi minguando gradativamente à medida que os fatos ultrajantes foram se amiudando, virando arroz -de-festa.Quem acompanha a vida política do país sabe que desde sempre os descalabros sociais acontecem e aos detentores do poder constituído cabe o maior filão pela baderna contra a ética. Mas agora a gente depara com o cinismo escancarado.Parece que o deboche está institucionalizado.Representantes da nação sendo subornados, recebendo maços de dinheiro e os escondendo nas meias, nas cuecas, nos bolsos, ainda causam engulhos, mas é algo que vem se repetindo desde o início de nossa colonização.Mas o que dizer do abraço, das mãos dadas, do ato solene que se impõe num momento de oração? O Pai Nosso, símbolo maior da cristandade, refrigério nos momentos de infortúnio, acalanto nas horas de desespero ou quando o mais puro agradecimento se faz necessário, teve uma apropriação debochada, perversa, aviltante.A turma do paletó e gravata num círculo demoníaco rezou, agradeceu , mencionou o nome de Deus de forma nunca antes imaginada, confraternizaram-se em êxtase, num gozo macabro.Todos se rendiam à bondade de um fulano de tal que conseguiu de forma magistral a grana espúria com que iam se lucupletar ainda mais.
É claro que isso não é privilégio do Brasil, nem se restringe ao Governo atual.Acho também que o movimento popular de repúdio a todo esse mar de lama deveria passar pela exigência de todas as reformas que se fazem necessárias.O sistema político brasileiro está podre há muito tempo.Não se consegue acabar com a corrupção sem acabar com as situações que possibilitam a presença e a atuação do corruptor.É nesse sentido que a reforma política se torna urgente.Ela tem de ser ampla, passando pela transparência das campanhas, com limitação e divulgação das verbas e da origem das mesmas, bem como um cuidado maior em relação à vida pregressa dos candidatos.E muito mais do que isso.Outros países conseguiram, se não acabar, pelo menos diminuir sensivelmente os abusos do poder.
No ano que vem teremos eleições majoritárias novamente.Continuo defendendo a Democracia , continuo achando que o voto ainda compensa, mas é preciso muito mais da participação popular.A gente pode e deve se manifestar usando os recursos que temos, como a internet, enviando emails para os ministros, deputados e para o Presidente.É possivel argumenter, fazer proposições, construir uma cidadania de fato e de direito.
Quem sabe assim, a ridícula e amoral oração da propina não mais aconteça.Ou se acontecer, que os seus adeptos sejam processados e/ou punidos de verdade.
Um país sem leis sérias, sem uma justiça ágil que puna no tempo certo, não pode chegar a ser uma nação de respeito.
E o povo brasileiro, que é trabalhador, honesto e esperançoso em sua maioria ,precisa continuar tendo orgulho desta terra tão ultrajada por quem se considera acima do Bem, do Mal e de Deus.
Quando pensamos que já vimos de tudo nos bastidores da política, ainda nos surpreendemos ou ficamos estupefatos.Os escândalos de toda ordem tornaram-se recorrentes em nosso país.E a indignação de muitos foi minguando gradativamente à medida que os fatos ultrajantes foram se amiudando, virando arroz -de-festa.Quem acompanha a vida política do país sabe que desde sempre os descalabros sociais acontecem e aos detentores do poder constituído cabe o maior filão pela baderna contra a ética. Mas agora a gente depara com o cinismo escancarado.Parece que o deboche está institucionalizado.Representantes da nação sendo subornados, recebendo maços de dinheiro e os escondendo nas meias, nas cuecas, nos bolsos, ainda causam engulhos, mas é algo que vem se repetindo desde o início de nossa colonização.Mas o que dizer do abraço, das mãos dadas, do ato solene que se impõe num momento de oração? O Pai Nosso, símbolo maior da cristandade, refrigério nos momentos de infortúnio, acalanto nas horas de desespero ou quando o mais puro agradecimento se faz necessário, teve uma apropriação debochada, perversa, aviltante.A turma do paletó e gravata num círculo demoníaco rezou, agradeceu , mencionou o nome de Deus de forma nunca antes imaginada, confraternizaram-se em êxtase, num gozo macabro.Todos se rendiam à bondade de um fulano de tal que conseguiu de forma magistral a grana espúria com que iam se lucupletar ainda mais.
É claro que isso não é privilégio do Brasil, nem se restringe ao Governo atual.Acho também que o movimento popular de repúdio a todo esse mar de lama deveria passar pela exigência de todas as reformas que se fazem necessárias.O sistema político brasileiro está podre há muito tempo.Não se consegue acabar com a corrupção sem acabar com as situações que possibilitam a presença e a atuação do corruptor.É nesse sentido que a reforma política se torna urgente.Ela tem de ser ampla, passando pela transparência das campanhas, com limitação e divulgação das verbas e da origem das mesmas, bem como um cuidado maior em relação à vida pregressa dos candidatos.E muito mais do que isso.Outros países conseguiram, se não acabar, pelo menos diminuir sensivelmente os abusos do poder.
No ano que vem teremos eleições majoritárias novamente.Continuo defendendo a Democracia , continuo achando que o voto ainda compensa, mas é preciso muito mais da participação popular.A gente pode e deve se manifestar usando os recursos que temos, como a internet, enviando emails para os ministros, deputados e para o Presidente.É possivel argumenter, fazer proposições, construir uma cidadania de fato e de direito.
Quem sabe assim, a ridícula e amoral oração da propina não mais aconteça.Ou se acontecer, que os seus adeptos sejam processados e/ou punidos de verdade.
Um país sem leis sérias, sem uma justiça ágil que puna no tempo certo, não pode chegar a ser uma nação de respeito.
E o povo brasileiro, que é trabalhador, honesto e esperançoso em sua maioria ,precisa continuar tendo orgulho desta terra tão ultrajada por quem se considera acima do Bem, do Mal e de Deus.