Oração ao sujeito de pesquisa
Publicado em 06 de maio de 2011 por Simônides Silva bacelar
ORAÇÂO AO SUJEITO DE PESQUISA
Incógnito sujeito de pesquisa,
Que dignamente contribui com fé
Às duras lides de extensas pesquisas
Científicas, técnicas, empíricas,
Com o alto tributo de seu sangue,
Com o padecer constante por moléstias,
Com a cessão de secreções e soro,
De seus órgãos, tecidos - com seu corpo,
Sem jamais ter visto um sóbrio prêmio
Nem para si nenhum laurel foi dado,
Nenhuma glorificação lhe concederam
Ou muito menos citação fizeram
A não ser como doente inominado,
O portador da doença no relato,
O diabético, o cardíaco, o aidético,
O indivíduo, o assistido, o enfermo,
O mórbido cliente em rápida consulta,
Um numeral entre dezenas, centenas ou milhares
Um componente de taxa, índice ou escore,
Só um valor no contexto intervalar.
Esse doente e esquecido ser usado,
Despojado dos científicos louvores
Auferidos aos laboriosos autores,
Não cobrou, entretanto, à humanidade,
Dentre os supinos patrimônios desta,
Talvez os mais valiosos ou de mais valia
? A saúde, a cura ou o alívio em tantos males.
Possa este simples acervo de razões somadas
Trazê-lo à lembrança da classe devedora
Que ora goza os benefícios do labor alçados.
Mas, se não forem os próprios investigadores,
Façam-lhe ao menos mérita homenagem
As próprias descobertas e invenções trazidas.
E, desse pódio, com reflexiva face,
Em nome de todos nós doutores
Diga-lhe amém ao menos com apreço ? o povo.
Incógnito sujeito de pesquisa,
Que dignamente contribui com fé
Às duras lides de extensas pesquisas
Científicas, técnicas, empíricas,
Com o alto tributo de seu sangue,
Com o padecer constante por moléstias,
Com a cessão de secreções e soro,
De seus órgãos, tecidos - com seu corpo,
Sem jamais ter visto um sóbrio prêmio
Nem para si nenhum laurel foi dado,
Nenhuma glorificação lhe concederam
Ou muito menos citação fizeram
A não ser como doente inominado,
O portador da doença no relato,
O diabético, o cardíaco, o aidético,
O indivíduo, o assistido, o enfermo,
O mórbido cliente em rápida consulta,
Um numeral entre dezenas, centenas ou milhares
Um componente de taxa, índice ou escore,
Só um valor no contexto intervalar.
Esse doente e esquecido ser usado,
Despojado dos científicos louvores
Auferidos aos laboriosos autores,
Não cobrou, entretanto, à humanidade,
Dentre os supinos patrimônios desta,
Talvez os mais valiosos ou de mais valia
? A saúde, a cura ou o alívio em tantos males.
Possa este simples acervo de razões somadas
Trazê-lo à lembrança da classe devedora
Que ora goza os benefícios do labor alçados.
Mas, se não forem os próprios investigadores,
Façam-lhe ao menos mérita homenagem
As próprias descobertas e invenções trazidas.
E, desse pódio, com reflexiva face,
Em nome de todos nós doutores
Diga-lhe amém ao menos com apreço ? o povo.