Discentes: Deise Vasconcelos, Milena Tarcila e Renata Itaparica

Introdução

Atualmente estudos apontam a importância do apoio social, sendo “um processo de interação entre pessoas ou grupos de pessoas, que através do contato sistemático estabelecem vínculos de amizade e de informação’’ (Pietrukowicz, 2001). Na maioria das pesquisas investiga-se quanto o suporte social está relacionado com o bem estar psicológico e/ou com o nível de estresse apresentado pelos sujeitos. Observa-se na literatura que o suporte social esteja entre os fatores de redução do impacto causado por eventos estressores. (Antunes & Fontaine, 2005). Muitas vezes, o enfermo experimenta fragilização da identidade, do próprio sentido da vida e da capacidade de resolver problemas que o afetam, já que tudo aquilo que organizava a identidade é alterado de forma brusca com a doença (Gibson,1991. Citado por Andrade & Vaitsman, 2002).

O câncer é um problema de saúde pública que cada vez mais se torna necessária incluir as famílias na assistência e no processo diagnóstico terapêutico, o apoio social serve como uma ferramenta importante para auxiliar os que vivenciam a doença. Zecchin (2004) aponta que a paciente toma conhecimento de algo importante e grave que se passa com seu corpo do dia para a noite, o que pode causar certa alienação, além do choque causado pelo diagnóstico. No momento de recebimento da notícia, é comum notar-se um estado de estranhamento, onde fica clara a dificuldade de aceitação de estar doente.  No apoio social as crianças recebem apoio material, emocional e afetivo, esse apoio realça o papel que os indivíduos podem desempenhar na resolução de situações cotidianas em momentos de crise. O período do tratamento é traumáitco para crianças, e principalmente para as mães ou seus responsáveis, a pessoa que pede ajuda está fragilizada, vulnerável e em sofrimento e muitas vezes tal vulnerabilidade não lhe permite encontrar dentro de si, o caminho para ultrapassar as suas dificuldades, “vivenciando sentimentos de insegurança, e de incapacidade que bloqueiam a sua auto-imagem positiva, atribuindo ao outro aquilo que não consegue encontrar em si: a solução.” (Nunes, 1999: p.61)

O apoio social é um dos fatores mais importantes na predição da saúde física e bem-estar de todos, desde a infância até os adultos mais velhos. A ausência de suporte social apresenta algumas desvantagens entre os indivíduos afetados. Na maioria dos casos, pode prever a deterioração da saúde física e mental entre as vítimas. O apoio inicial dado social também é um fator determinante no sucesso estresse da vida de superação. 

A presença de apoio social prediz significativamente a capacidade do indivíduo de lidar com o estresse. Sabendo que são valorizadas pelos outros é um importante fator psicológico para ajudá-los a esquecer os aspectos negativos de suas vidas, e pensar mais positivamente sobre o meio ambiente. O apoio social não só ajuda a melhorar de uma pessoa bem-estar, que afeta o sistema imunológico também. Assim, ela também um fator importante na prevenção de sintomas negativos, como depressão e ansiedade de se desenvolver. A saúde física de um indivíduo pode ser fortemente afetada pelo seu sistema de apoio social e nível de apoio social. 

Às vezes, basta saber que há alguém para conversar e confiar pode ajudar as pessoas a superar seus problemas, tanto quanto qualquer tratamento. Aqueles com um sistema de maior apoio social, quer sejam familiares ou amigos, têm uma maior chance de resolver os problemas com que estão confrontados. O processo de enfrentamento pode ser melhor simplesmente porque alguém está lá para conversar sobre os problemas, dar às pessoas o amor incondicional e apoio ou fornecer uma possível resolução. Crianças (e adolescentes) que sofrem de câncer apresentam necessidades especiais.

Ishibashi, (2001) investigou as necessidades específicas de informação e apoio social entre crianças e adolescentes com câncer. Sua pesquisa indicou que estes dois fatores (informação e apoio social) podem ajudar crianças e adolescentes com câncer a enfrentar sua doença e a levar uma vida normal. Seus resultados também indicaram que adolescentes com câncer expressam um claro interesse em receber mais informação e apoio social. Crianças e adolescentes sofrendo de câncer mostraram grande incerteza sobre a enfermidade, de tal forma que apoio e informação são necessários. Várias pesquisas investigaram a importância do apoio social no caso da criança com câncer.

Em uma revisão da literatura internacional efetuada por Woodgate (1999), o autor destaca a existência de muitos estressores que a criança com câncer, assim como sua família, tem de enfrentar. Para crianças com câncer, tais estressores poder ser especialmente desafiadores. Nestes casos, o apoio social parece exercer uma influência bastante positiva no sentido de criar condições mais propícias para essas crianças lidarem com tais desafios. Os dados indicam que a capacidade para lidar com essa situação é, ao menos parcialmente, dependente de apoio fornecido por outras pessoas. Os autores concluem que relações sociais positivas melhoram a qualidade de vida de indivíduos em geral e ajudam a proteger contra eventos estressantes da vida, como o câncer. 

 

Método

Realizamos o estagio de observação (sem interferir) que consistiu em visitas a uma instituição que abriga crianças com câncer, de 0 a 18 anos, tendo este uma pessoa como acompanhante, para ajudar em seu tratamento e estadia. A instituição abriga e alimenta as crianças debilitadas com a doença do câncer, as crianças são todas do interior, ou seja, é um local de apoio para os seus tratamentos. Para aquelas famílias que não dispõem de recursos para acompanhar o tratamento dos filhos, são distribuídas cestas básicas. A entidade atende também às necessidades de transporte entre as cidades de procedência e Salvador - local do tratamento, assim como transportes do hospital para a entidade. Para um acompanhamento emocional, o Nacci desenvolve oficinas educativas e técnicas, além de um apoio psicológico para o assistido e seu acompanhante. O Núcleo de Apoio ao Combate do Câncer Infantil é uma entidade beneficente fundada em 27 de outubro de 1994 em Salvador-Ba, com o intuito de prestar serviços de apoio ao tratamento do câncer em crianças, e até mesmo adolescentes, carentes do Estado da Bahia, principalmente do interior.

A instituição tem como objetivos:

  • Contribuir para o aumento das expectativas de vida das crianças com câncer na Bahia, garantindo o direito à saúde, maior conforto, atendimento de qualidade e bem estar social.
  • Melhorar serviços educacionais à criança e ao acompanhante, assim como investir em oficinas para o segundo.
  • Ser porta-vozes reconhecidos das necessidades e interesses das crianças com câncer
  • Atender com qualidade às necessidades das crianças baianas, englobando principalmente as áreas psicossocial, pedagógica, recreativa, etc.
  • Garantir maior qualidade de vida e dignidade às crianças e suas famílias
  • Ser sinônimo de atendimento à criança com câncer

 

 

 

Objetivo geral

 

 

  • Conhecer o papel social da instituição.

 

 

 

 

Objetivos específicos

 

 

  • Buscar informações sobre as crianças com câncer e vê no que esse apoio social influencia na vida e no decorrer da doença destas.
  • Ver como os profissionais de saúde e de assistência social lidam com essas crianças, mães e suas emoções sobre a doença.
  • Entender por que esse apoio social é importante para a criança doente e para seus familiares.

 

 

 

 

 

Justificativa

 

 

Devido ao aumento de uma população que necessitada de cuidados,e por uma questão social que pode contribuir significativamente com crianças necessitadas, tais como crianças hospitalizadas ou carentes. Tornou-se evidente para nós a procura de conhecimentos específicos nessa área, numa tentativa de entender como o apoio social para essas crianças hospitalizadas, com câncer, influenciam para um crescimento e desenvolvimento mais feliz que garanta que essas crianças tenham o cuidado de que necessitam, com a maior parte do tempo hospitalizadas, as crianças acabam se esquecendo de que “são crianças”, o apoio de pessoas da sociedade, interagindo com elas de forma sadia faz com que , essas crianças tenham oportunidade de conhecer um mundo além da doença, e perceber que não estão sós, se socializando com pessoas que não estão doentes, como, as que estão. A Partir daí, é visto por elas , um novo significado para sua vida, além de lembrarem sempre que estão doentes, dado um novo significado a vida de seus pais também, logo, o ambiente familiar dessas crianças muda, torna-se mais ameno, e se fala menos em doença e o fim da mesma. Essas crianças encaram uma realidade diferetente da que estão acostumados a ver, e consequentemente, agirem de forma diferente, em alguns casos, em relação a própria doença.

Em decorrência disso, visamos o aprofundamento teórico e observamos diferentes casos de vivência da doença em crianças e adolescentes, para contribuir com o crescimento desse objetivo as crianças e seus pais recebem apoio psicológico. Observamos como pessoas da sociedade se portam diante da criança doente e como isso influencia no tratamento de cada um, fazendo tambem, um trabalho voluntário, entendendo a importancia desse trabalho na insituição.

REFERÊNCIAS

 

RELAÇÕES ENTRE SUPORTE SOCIAL E SAÚDE FÍSICA (Corey Clark M. Rochester Institute of Technology), Disponivel em: <http://www.personalityresearch.org/papers/clark.html>

APOIO SOCIAL E FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM CÂNCER: REVISÃO INTEGRATIVA (Iara Cristina da Silva Pedro,Cristina Maria Galvão, Semiramis Melani Melo Rocha, Lucila Castanheira Nascimento) . Rev Latino-am Enfermagem 2008 maio-junho; 16(3)www.eerp.usp.br/rlae Artigo de Revisão.

ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA CRIANÇA COM CÂNCER (Cintia Flores Mutti, Cristiane Cardoso de Paula, Marise Dutra Souto), Artigo submetido em 7/5/09; aceito para publicação em 26/8/09 .   

ZECCHIN, R.N. (2004). A perda do seio: um trabalho psicanalítico institucional com mulheres com câncer de mama. São Paulo: Casa do Psicólogo.

PIETRUKOWICZ, M. C. L. C. Apoio social e religião: uma forma de enfrentamento dos problemas de saúde. Rio de Janeiro, 2001. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz.

ANTUNES, C; FONTAINE, A M. Percepção de apoio social na adolescência: análise fatorial confirmatória da escala Social Support Appraisals. Paidéia (Ribeirão Preto),Ribeirão Preto, v. 15, n. 32, p. 355-366, dez.2005.

NUNES, M. O. Uma Abordagem Sobre a Relação de Ajuda. In A Pessoa Como Centro – Revista de Estudos Rogerianos (Nº 3). Lisboa: Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling, 1999.

WOODGATE, R. L. (1999). Apoio social em crianças com câncer: uma revisão da literatura. Revista de Enfermagem Oncológica Pediátrica, 16 (4): 201-213.

ANDRADE, G. R. B. & Vaitsman, J. (2002). Apoio social e redes: conectando solidariedade e saúde. Ciência e Saúde Coletiva, 7, 4, 925-934