Varias crônicas ? reunidas
Quem sou eu
Apolinario de Araujo Albuquerque

Brasileiro, nato (descendente da tribo FULNI-Ô - PE). Preocupado com toda essa filosofia monetarista que desqualifica o ser humano, transformando-o em animal egocêntrico e individualista, esquecido de sua parte nobre da razão, sentimentos e sublimação do potencial espiritual e sentimental.

Leia-me:
-Textos sobre Cotidiano e Desenvolvimento Pessoal.

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Depois contate: para revelar suas impressões.

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01 ? Você acredita em Papai Noel?
02 ? Teoria do caos
03 ?Joel pode ser punido por mandar bater.
04 - Pense comigo.
05 ? Pense em Deus e nos seus Santos.
06 ? O primeiro bombeiro nunca se esquece.
07 ? O fabricante de armaduras.
08 ? Um dia no quotidiano ? mundo moderno.



Você acredita em Papai Noel.

Ele existe, sempre vai existir Coelhinho da Páscoa, Mula sem Cabeça, Bicho Papão, Papai Noel, Democracia, Estado de Direito, Poder de Polícia, Justiça, Equidade, Igualdade, Fraternidade, Voto Popular. Essas coisas existem mesmo, porque ao homem foi determinado criar fantasias e delas tirar proveito, para melhor viver.

Algumas revestem-se de caráter romântico e dão oportunidade à construção da psique infantil ? outras nem tanto, criam monstros devoradores ou heróis de plantão que alegram nossos dias.

Outros, como os gregos tinham suas mentes brilhantes voltadas para artes e a cultura do físico, inventaram uma realidade de governar os povos ignorantes, dando-lhes a oportunidade de se acreditarem "donos do poder" e capazes de eleger seus algozes ? através do voto. Eles acreditaram, e todas as nações acharam muito bom esse sistema e deram tratos a bola para divulgar como o que de melhor existe para dominar e "governar" o povo em geral ? governar no sentido de oprimir.

E assim a crença floresce, cresce, e se multiplica e dá vazão a outras crenças, como Estado de Direito, Voto Popular, Poder de Polícia, Liberdade, Igualdade. Quando tudo ajustado bonitinho até que a coisa transcorre menos dolorosa, dá pra segurar por alguns séculos a utopia.

Mas quando a miséria a fome e a ignorância aparecem, surgem os tanques, a Polícia repressora e as Constituições Democráticas votadas em quartéis, em Plebiscitos populares para referendar a permanência no poder dos "justos" defensores do povo, da democracia e do direito.

A questão das oportunidades para todos galgarem seus estágios de vida como seres humanos maduros estão circunscritos a "rezar" pela cartilha das crenças convenientes, porque se "sujar" fora dela, rapidamente, você perde a capacidade de trabalhar, de produzir e torna-se um paria. Ou defende as utopias ou vá viver sua indignidade na miséria.

Ao povo se lhes é dito dono e provedor do poder, aquele que através do voto direto e universal, elege seus ditos representantes, que lhes impigem tributos escorchantes como sua retribuição ao mandato recebido; fazendo o jogo da perpetuação. Representando quem?

As escolas de modo geral e em específico às de direito, de educação, "ensinam o que e certo" ? o que é certo é o que esta escrito nos livros ? nas leis, na prática do que deveria ser mas não é. E o fosso, o abismo difere dos pensamentos escritos e a realidade palpável é incomensurável e...vai daí que na rua vive-se um realidade nunca discutida com seriedade por quem deveria discutir. Aí pululam, medo, raiva, covardia, polícia mineira, chefe de morro, governo paralelo, propinas, corrupção, meninas menores presas com vinte homens, diretor de jornal que mata a sangue frio e não é preso.

Pra tudo os livros dão uma explicação certa, mas... é utopia que devemos viver?

Diante desse quadro, onde aprendemos a valorizar o faz de conta, a pensar no conformismo, educados para a mesmice; pergunto: valerá a pena uma vida comprometida com o falso, com a falta de objetivos maiores, só porque está assim escritos em convenções que não fui signatário?

Apolinario de Araújo Albuquerque - - Rio de Janeiro, 27 novembro 2007.






Teoria do Caos.
Estava resfastelado em minha poltrona após um café de boas vindas ao dia, tomado juntamente com minha dileta esposa, que se antecipou ao providenciar além do pão, cereal, jornal, e uma bonita imagem para me deliciar, de modo pudesse eu ficar alimentado, informado e feliz.

Logo na primeira página pude vislumbrar as chamadas ? "STF também já investiga o presidente do Senado" e outras secundárias ? "Bradesco tem o maior lucro na História do país". "CPI vai apurar acusação de brigadeiro". ? "Joel pode ser punido por mandar bater"

Não sei por que, de alguma forma veio a minha mente um filme que assisti recentemente: Efeito Borboleta. Aparentemente não tem nada há ver com as notícias, pois "é um filme que enfoca, entre outras coisas, a teoria do caos. O título vem de um tradicional exemplo usado para explicá-la: uma borboleta que bate asas na China e causa um furacão na América. Grosso modo, a tese afirma que a evolução da ordem de um sistema depende de sua situação inicia"l.

Logo a seguir, procurei na internet o resumo do filme e lá estava a razão estampada "é um filme que enfoca a teoria do caos". Mas, será que esse caos a que se refere tem alguma relação com o caos brasileiro em particular? Se não. Por favor, me perdoem por assim julgar.

STF também já investiga o presidente do Senado
O próprio jornal "O Globo" a um tempinho atrás publicou uma reportagem-pesquisa, onde comprovava que nos últimos quarenta anos ? desde sua criação ? o STF nunca condenou ninguém. E, lendo a notícia atual estampada na página três ? na seção "O país", podemos ler a declaração do Senador Renan Calheiros de que "o procurador apenas atendeu a um pedido que ele próprio lhe fizera".
Ou seja ? o Senador ? quem não se lembra? Protelou o que pode nas reuniões da CPI, ganhou tempo até chegar o recesso e "pediu" ao procurador que abrisse um processo no STF, o tribunal de exceção que não condena ninguém, porque dessa forma tudo estaria resolvido com o tempo.
Tem ou não algo a ver com o tal caos?
Bradesco tem o maior lucro na História do país

Não vamos agora por a culpa das nossas mazelas, satanizar o lucro das empresas, mesmo porque elas foram criadas exatamente para isso, mas também para exercer algumas funções sociais, como se preocupou em antecipar ? o Bradesco - nas páginas centrais ( páginas 9, 10, 11, e 12), do primeiro caderno do mesmo "O Globo".

Essa preocupação mostra também que eles querem associar o lucro obtido com a bondade realizada, se não fosse assim, não teriam satisfação alguma a dar, ou não teriam publicado justamente quando se conheceu o lucro liquido nos últimos cento e oitenta dias.

Ganharam uma quantia diária média a R$ 22.259.011,11 ? (vinte e dois milhões, duzentos e cinqüenta e nove mil, onze reais e onze centavos), que resulta nos 4.006.622 bilhões finais de lucro liquido ? maior em 27,9 % do que o lucro líquido obtido no mesmo período do ano anterior.
Existirá alguma coisa, que tenha crescido tanto aqui nesse país. O que efetivamente em bens produziu o sistema financeiro como um todo? Privilegia-se o ganho financeiro, em detrimento da produção industrial.
Ufanam-se os bancos, por automatização, deixando para o poder publico a solução dos problemas causados como desemprego, e seus corolários: fome, analfabetismo, falta de saúde.
Sabe a custa de quê eles conseguem maximizar os seus lucros: de corrupção e de analfabetismo. E com isso cada vez mais estamos aprofundando o fosso entre ricos e pobres, matéria prima para campanhas eleitorais dos hipócritas que se dizem democráticos e, cada vez mais, exercem sua aristocracia.
Não é nada, não é nada. Não fosse o Super-simples que super-tributa as pequenas empresas e que por isso não se sustentam, e criam um cemitério de lojas "vende-se", "aluga-se", por toda cidade. Mesmo sabendo-se serem as pequenas empresas as maiores empregadoras do país.
Tem ou não algo a ver com o tal caos?
CPI vai apurar acusação de brigadeiro
Em nome dos 168 mortos no desastre com o avião da GOL e em nome dos 200 mortos no desastre com o avião da TAM, não devo adentrar ou especular sobre a pantomima armada pelas autoridades ? não deveria estar entre aspas essa última palavra?. Apenas, repito a pergunta e deixo as analises para cada um de vocês.
Tem ou não algo a ver com o tal caos?



Joel pode ser punido por mandar bater

Vamos com calma, Ganhamos a Copa América ? no sufoco, sem Ronaldinho Gaúcho, sem Kaka, que por sinal se desconvocaram para descansar. Acho muito justo, num país que quem tem dinheiro faz o que quer, não poderia ser diferente no caso de jogador de futebol.

As meninas do futebol ganharam, no último PAN, brigando por uma autoridade que organizasse uma federação que possa criar um campeonato onde elas possam mostrar sua arte. Esquisito que no país do futebol as mulheres tenham essa queixa, porque nos países onde o futebol não é o esporte principal existe torneios organizados e até profissionalização. Soa esquisito não?

Aí os sub-alguma coisa perderam feio lá no Canadá, com o Pato e tudo, que foi vendido por 30 milhões que Euros, e com outros bons nomes com cabeça a prêmio. E não jogaram nada porque o objetivo era "individual", mostrar-se para conseguir um bom contrato na Europa.

Ah! e o Joel ? contratado pelo Flamengo, depois de uma descida vertiginosa no campeonato, apresenta-se com uma novidade, agora de lap-top em punho em substituição da velha prancheta. O salvador do Flamengo nas horas incertas, perdendo o jogo por 3 a zero, vê na atitude dos santistas uma "ofensa" prender a bola, recuar, gastar o tempo e por isso manda: "se ficar de palhaçada, mete a porrada". E por isso querem aplicar-lhe uma punição.

E vocês vão pensar que isso é de agora, nada disso: Raul Seixas já dizia a muito tempo atrás ? parem o mundo que eu quero descer.

Tem ou não algo a ver com o tal caos?

Agora, vejam essa. Vocês sabiam que em tempos de crise é que se identificam as melhores oportunidades de crescimento. Você começa a pensar, cria alguma coisa que possa mudar o que você julga de errado, dedica trabalho sério na sua crença, convence parceiros de sua filosofia, e começa a mudar o seu micro mundo.

Então, não poderíamos nós almejar melhores oportunidades para achar o que de melhor o homem pode fazer por uma vida melhor, já que os exemplos de como não fazer estão borbulhando todos os dias na tendenciosa mídia.

Você já pensou que tédio seria se nós chegássemos aqui e tudo estivesse pronto, nada a fazer. Se tudo estivesse certo, nada por criticar, discutir ou acertar. A nossa vida sem a luta por um mundo melhor, seria, por certo, reduzida a um terço, e um terço vivido com extrema infelicidade, porque nós só conhecemos a verdadeira felicidade quando sentimos em nós, em nossos parentes, em nossos amigos o sentimento de realização, e como poderíamos senti-lo, sem a necessidade de lutar por um algo melhor num futuro que não viveremos, mas com certeza, nossas realizações viverão e, quiçá, poderão estar presentes no nosso semelhante do amanhã.

Não podemos fazer como no filme, voltar ao passado mudar o ato, e construir outros rumos para nossa história, mas podemos contribuir de forma decisiva para que nossos atos possam construir o melhor roteiro, para nossa vida e a vida de outros no futuro próximo.

Eu, por mim gostaria muito que houvesse uma reflexão honesta do quanto mal causa a cultura do dinheiro, em detrimento de valores outros que embora difundidos, pouco são úteis na vida prática. A minha esperança é que se reflita onde e como se pode encontrar o equilíbrio entre:
Valores Dinheiro

Crescimento Sustentado

Apolinario de Araújo Albuquerque -- Rio de Janeiro, 07 de agosto de 2007.


Pense comigo

Como faço todos os dias, leio o jornal na parte da manhã, acho que esse ritual passou a constitui apenas um processo de auto flagelação, porque se pensarmos direito não existe qualquer razão lógica ou de interesse intelectual, que justifique esse danoso hábito. Já dizia o cachorro de Pavlov, o condicionamento é a mãe de todos os males. Se nós podemos escolher livremente o que devemos pensar, porque então escolhemos encher nosso repositório de pensamentos com coisas inúteis, alarmantes, negativas, fúteis e desinteressantes. Que só nos afastam de nossa melhor aspiração de uma vida melhor.

No presente, estou me preocupando seriamente com esse conceito que diz: sermos nós seres humanos, racionais e livres. Portanto, donos de nossa vontade e do que pensar, e se assim for deveríamos ao menos pensar em algo que fosse construtivo e não destrutivo, como o são essas notícias diárias, veiculadas por grupos com seus mesquinhos interesses particulares, e nada condizentes com nossos melhores anseios e de elevada inspiração. Logo, não os deveríamos utilizar ou, pelo menos, na medida em que deles fazemos uso.

Hoje o jornal "O Globo" expõe de forma cruenta a mazela da educação escolar, mais uma vez a ferida é exposta de modo que possamos ver aquilo que a sociedade capitalista, ou melhor, que a filosofia capitalista faz com os jovens e se procurar bem, faz também com os velhos, os trabalhadores etc.. Crianças, que deveriam aos doze, treze anos estar alfabetizadas a ponto de saber ler e escrever algo, são completamente cegos nesse particular, portanto, impedidos de pensar, pelo menos impedidos de pensar o mundo em que vivem. Estão excluídos do mundo dito moderno, não seria melhor mundo malvado?.

Já vivi nesta terra uma discussão sobre nossa incapacidade de ensinar nossas crianças, e a conclusão a que se chegou foi que era preciso, necessário e fundamental que as crianças recebessem merenda escolar ? almoço e janta ? porque criança com fome não aprende. Justo muito justo. Só que hoje, os colégios se transformaram em grandes restaurantes e fugiram do seu objetivo básico de ensinar: ler, escrever e contar.

Não seria mais racional incluí-los como consumidores? Onde está a lógica que os nos fazem incluí-los como pedintes? Ou de bandidos quem sabe? Que lógica capitalista esquisita é esta?

São detonados no processo, uma avalanche de culpas, de carência de gente, de verbas. E tudo existe pronto a ser utilizado de modo racional, mas nada de útil é produzido. Eu lembro que a minha alfabetização, foi feita numa mesa de madeira, às vezes na varanda de um casebre, outras embaixo de uma mangueira no Bairro da Luz em Nova Iguaçu, por uma fada Chamada Terezinha, que sem merenda escolar, sem uniformes, sem ventilador ou ar condicionado, sem quadros negros ou coloridos, sem a família que pudesse me ajudar. Mais com disciplina e vontade. Ou seja, sem nada disso que se disponibilizam hoje, assim mesmo em um ano e pouco se muito, pude alegremente ler e entender os escritos das ruas, saber ver hora, ler o catecismo, a ponto de compreender e memorizar os dez mandamentos ? fiz a primeira comunhão por conta disso, com sete ou oito anos. Ah! Eu sou normal. E os outros ? são o quê, anormais por acaso?

Não eu não penso que no passado tudo era melhor. Penso que nós (esse nós não inclui os políticos, porque não são gente: são arremedo) hoje não estamos querendo é resolver o assunto. E que por sinal é um assunto prioritário para o país. As desculpas, hoje do "não fazer" são mais elaboradas com teses exaustivas e fundamentadas e generosamente fartas bibliografias autorizadas ? de arrepiar. E o resultado é. Pífio, observem os seus atendentes nas lojas.

Eu li meu jornal e por conta da minha vista cansada, me deu sono, e ali mesmo recostei minha cabeça e fiquei preso no labirinto dos meus pensamentos, nos meus porquês. É isso o que realmente quero que vocês me ajudem a resolver, porque acho que não estou bom da bola, ou como diriam meus antigos parentes: Estou "trimilicando".

Do meu quase dormir ? me vi passeando em uma floresta, grandes arbustos, folhas pelo chão, galhos secos e mortos, arbustos verdes como promessas de grandes árvores do amanhã me cercavam e nutriam de uma verde esperança e de um ar puro e frio, que ao passar pelas minhas narinas traziam o prazer de sentir a vida, e o aroma de sentir o cheiro do bem, da paz e da harmonia reinante, como se fosse um pedaço do jardim do Éden.

Eu queria estar dormindo, mas não estava. Pensava acordado e lúcido apenas sonhando e sonhando acordado ? talvez em fuga, para não sentir a pena de ter capacidade de ler, quando tantos estão sendo solenemente enganados. Não pelos poderes públicos somente, mais sim por todos nós gente desse rincão chamado Brasil.

É o meu sonho que eu quero lhes contar.

Na minha caminhada, por dentro de uma densa floresta, em certo momento, me vi esbarrar em uma parede de vidro, translúcido que permitia ver claramente o outro lado, e ele ali me impedindo de prosseguir, na minha caminhada. Estava o imponderável vidro: quieto, translúcido, branco, alto e extenso. Não entendi. Apenas caminhei um pouco para um lado tentando contornar e descobri que ele se prolongava infinitamente, para um lado e para o outro, se enterrava e se estendia até o céu infinito. Estava emparedado.

Examinei atentamente o outro lado, e nada de anormal se me dizia ou explicava a razão daquela parede, tudo perfeitamente igual à mata onde estava eu, chão coberto de folhas e galhos, arbustos verdejantes, e grandes árvores apontando para um céu azul salpicado de nuvens brancas.

É o desconhecido intransponível que se apresenta à minha frente. Por mais que eu tenha vontade, por mais que eu tenha desejo e curiosidade, o meu limite está ali altaneiro, silente e imóvel. Sem nada dizer, mas dizendo tudo que naquele momento não quero. O mundo paralelo se me apresenta e eu apenas não compreendo, não decifro e nem posso descobrir.

Estaria eu dormindo e sonhado que estou acordado. Ou estaria eu sonhando acordado em devaneios dado meu estado de racional incompreensão, dos fatos vividos e trazidos como problemas que se arrastam, por longos e longos dias. Estou eu perdendo o juízo, ou é assim mesmo?

Outro dia, no passado recente, me vi estar em consciência em vários lugares, e no caso também habitando em montanhas cobertas de árvores, e claramente tinha consciência de existir em todos os lugares sem haver necessidade de me deslocar de um ponto a outro. E eu racionalmente escolheria viver essa consciência, de puro espírito, para viver minha eternidade. Se isso não constituir uma redonda bobagem, claro. Ou será que morri em vida.

Qual a razão então de querer ir além daquela barreira, se tudo que vejo do outro lado se me apresenta igual a onde estou, porque não fico onde estou. E porque tenho em mim despertada a necessidade de conhecer além do intransponível, e me faz pequeno e frágil, diante de uma barreira.

Porque meus pensamentos se me atormentam na prisão de uma barreira apenas, quando tenho toda uma extensão para descobrir nesse lugar onde estou uma vida repleta de coisas novas e interessantes? A minha barreira é um limite que me prende onde estou, ou constitui um desafio a ser superado em minha caminhada? Pedindo para que vá além.

Sabemos nós que minha parede é irreal, portanto, não existe materialmente. Está em um campo fora da minha capacidade racional de compreender. Mas mesmo assim, ela pode existir no mundo da ficção e lá eu estava vivendo, portanto, se eu também tenho um mundo ficcional a viver, minha parede também existe, e se ela existe lá nesse mundo ? ela é real também. Ou você duvida que tenhamos uma vida ficcional a ser vivida por todos?

Se aquela barreira parecida com vidro translúcido, pode representar o meu limite de ir e vir, ou a senha para que eu descubra um novo caminho a seguir é o que se questiona agora. Todos nós temos essas paradas em nossas vidas. Todos nós nos deparamos com nossas paredes invisíveis e desconhecidas. O que podemos fazer diante delas é o que conta.

Podemos simplesmente, parar e choramingar por não podermos ir além; podemos voltar às costas ao empecilho natural e procurar descobrir um mundo novo, dentro do mundo velho que vivemos; podemos tentar voar em direção ao céu infinito buscando a passagem que poderá não nos trazer de volta; podemos tentar fazer um caminho paralelo ? seguro ? vivendo nosso mundo atual, e conservando a esperança de achar uma brecha segura que nos mostre a passagem e possamos descobrir aquele mundo novo.

Podemos até simplesmente explicar nossas ações e reações, o homem pode tudo e nada. Pode tudo quando pensa e age, pode nada quando sucumbe às suas barreiras. E. podendo tudo não precisa se julgar um deus onipotente, porque fatalmente ao descobrir a sua capacidade de superar suas limitações se infla de vaidades, e se descobre em mascarada autolatria. Sucumbindo às barreiras, morre em vida ? tornando-se um coitado.

Vivamos, pois nossas vidas, aquela real que você defende e advoga com todo monetarismo e racionalismo possível e, a ficcional que nos permite fugir e vivenciar outras realidades, e que de certa forma nos prepara de modo sutil para os dia-a-dia, onde comemos, bebemos e vestimos, mas que um dia esses benefícios nasceram e são como são, porque outros como nós, ousaram sonhar acordado e não tiveram qualquer receio de pensar sobre e como viver em outras vidas.

Apolinario de Araújo Albuquerque - Rio, 23 dez 2007.



Pensar em Deus e nos seus Santos. Natal-2007.

"Deus é amor: aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele."

A respeito de Deus, único e verdadeiro. João nos diz algo que haveremos de pensar, e pensar seriamente. Porque à nossa razão se torna difícil, quase impossível, pensar de modo racional e entender o mistério do Deus único, que de tão longe da nossa compreensão se nos colocam, acabamos por não vivenciá-Lo, plenamente.

Mas vejam o que João amorosamente nos brinda: Fala de um Deus ? bem próximo de nós, Deus é Luz¹; logo em seguida diz: Deus é Paz, e conclui convencendo-nos que Deus é Amor².

Assim, na verdade, não precisamos buscar uma teoria de difícil compreensão, para achá-Lo, porque esse Deus que se nos é apresentado por João de três modos diferentes, está em nós, desde que saibamos encontrá-Lo. E em algum lugar já se disse Deus está em nosso interior.

Então não fique aí você agora procurando rótulos de ateu, apenas para parecer moderninho, alardeando não crer em Deus, antes, porém se explique qual deus você não acredita? Este que você não acredita, verdadeiramente, não existe mesmo.

Mas, pondere alguns minutos a respeito do Deus, esse que João nos apresenta, de modo aparentemente diverso daquele único, apresentado em formas diferentes, mas que resultam em um Deus que existe em cada ser humano que se encontrou como gente, que descobriu a si mesmo, e sabe diferenciar o viver angustiado e tormentoso da materialidade; do viver em Paz, na Luz e no Amor, e por isso, não vive no limbo perdido entre a racionalidade e o material, condenado a viver o vazio sem valores, ou com valores distorcidos; vendo a vida, como quem vê apenas a metade da laranja.

João nos prega o Deus Luz, justamente, a capacidade de vermos a vida, com a mente clara sem distorções, acreditando poder ser capaz de compreender a vida em toda sua extensão ? em todas as suas facetas ? com o mínimo de distorções e com a máxima competência para buscar a verdade razoável aos nossos sentidos, para que possamos fazer valer a nossa condição de ser pensante. Deus é essa luz, que brilha em nossa mente da abertura dos nossos olhos até o último suspiro. Saber ver Deus iluminando nossa razão, capacitando-nos dia após dia, na busca daquilo que não compreendemos, é verdadeiramente achar dentro de nós o Deus Luz.

Outro Deus se faz presente, aquele que nos prepara para que nosso corpo seja são em tempo integral, aquele que nos capacita e nos protege dos males, e nos prepara para que possamos encontrar a verdadeira felicidade, razão de ser de nossa estada aqui nessa "faze terrena", como dizem os espíritas: Deus Paz.

A ninguém, verdadeiramente é permitido viver saudavelmente, se não O encontrar em si, se não se rodear de Paz e estocar dentro de si a Paz espiritual, a qual capacitará ao homem, viver diante de sua luta pelo sustento, com tranquilidade e consciente de que, nada disso poderá afetá-lo negativamente. A Paz de Deus fortalece aquele que plantou em seu coração a segurança de que as vicissitudes da vida, não poderão derrotá-lo, e tirá-lo de sua vida plena, do seu eixo. Porque sabem que todos os acontecimentos são passageiros e apenas existem para fortalecer o ânimo daqueles que pretendem viver plenamente, isto é, lutando.

O homem encontra outra forma de Deus dentro de si, o Deus Amor, e com ele deve aprender a comungar e celebrar a vida, com seus parentes, amigos e conhecidos e desconhecidos, com seu próximo, já se disse. O amor é a maior força espiritual que o homem pode lançar mão para conquistar vitórias em batalhas cruentas, pode docificar sua vida, em meio o amargo da lide, como a cerveja gelada e, diante dos seus pode celebrar o melhor da vida no amor de sua esposa, filhas e netos. Pode encontrar finalmente o significado maior, diante do exercício prático do amor, descompromissado para com os amigos, conhecidos, pode enfim dignificar a sua espécie como um ser que alcançou Deus, aprendendo a simplesmente a servir, por amor e, além disso, nada mais restará para que tenha encontrado um verdadeiro Deus.

Deus é Luz, Deus é Paz, Deus e Amor ? Compreendam Deus está na sua razão - capacidade de pensar como ser humano, em um extremo, portanto. Deus é Amor - capacidade mais elevada que o espírito humano pode alcançar no outro extremo, portanto. E no meio destes paira o Deus Paz ? o equilíbrio que poderá ser alcançado se você souber viver essas três facetas de um mesmo Deus que João nos apresenta.

Agora você fica de longe matutando, com que freqüência nos relacionamos com pessoas que tão facilmente, poderíamos identificar como possuidoras desse Deus ? assim harmonioso dentro do seu coração. Pessoas que não guardam em seu coração magoa ou rancor, vivem positivismo na prática do cotidiano e dedicam sua vida à melhor felicidade dos outros, porque nisso encontram a sua plena alegria de viver, fazendo com que cada dia do ano seja um natal permanente para nós.

Certamente, podemos ao olhar ao nosso redor encontrarmos pessoas assim, que bebem, comem, xingam, falam impropérios, falam de suas vidas e da vida dos outros, mas que podemos atestar por convivência cultivam a Luz, a Paz e o Amor em si ? e cultivam esses atributos, não para si somente, mas para distribuir com seus pares, com seus filhos, amigos e conhecidos. A esses nós chamamos de santos ? Santos de Deus, porque verdadeiramente, vivem em comunhão com Deus e por isso se fazem Santos.

São àqueles que descobriram o "servir" como a melhor forma de oração, para rogar pelo fim dos males que afetam os homens, praticando diariamente o bem com sua alegria, desprendimento, coragem e bem querência. Sem pieguice ou falsos testemunhos.

Essa homenagem é para você, que transforma os dias em um Natal perene e alegre, todos os dias, todos os anos.

AAAlbuquerque Rio de Janeiro, 08 dezembro 2007.

e 2) Primeira Epistola de João? 1, 5 ? 4,8 ? Bíblia de Jerusalém, Ed. Paulinas, 1980.



O Primeiro bombeiro nunca se esquece.

Para que você realmente venha a entender o que se passa e como me sinto interiormente, peço sua licença para gastar um pouco do seu precioso tempo. Ah! O tempo, tudo antigamente ? digo lá pelos anos sessenta, que alguns teimam em classificar em tempos de chumbo, só porque as forças militares não gostavam de bagunça, naquele tempo eu era estafeta, sabe o que é isso, é office-boy, na língua do tio san. E eu costumava ir aos bancos receber cheques para os chefes, e chefe sabe como é, tem conta em banco de bacana. Lá ia eu com o maior cuidado para não perder o cheque e lembro, especialmente de um banco, o Banco de Boston ? Rua da Quitanda com Alfândega, você adentrava (eu usei isso só por lembrar de um baiano conversando na praia com os amigos, repetiu umas quatro ou cinco vezes ? e eu fiquei sem saber se isso é bacanisse ou babaquisse ? quem souber me informa), na Agência e vislumbrava um balcão com os caixas, uns quatro ou cinco, te esperando ? sem aquela proteção de vidro, e você entregava o cheque ? ele conferia numa cartolina, o saldo existente, pegava outra cartolina e verificava a assinatura ? quando queria ser rigoroso, porque como eu já era conhecido, até esse passo era suprimido, o Caixa contava o dinheiro à minha vista calma e pausadamente, para que eu pudesse acompanhar e me o entregava com um boa tarde, um bom dia, e lá ia eu cuidadoso para não perder ? sem o receio de hoje de ser assaltado.

A que vem isso? Ao intenso uso da informática e dos computadores ? do automatismo que alongaram o tempo indefinidamente. Sabe temos de repensar na utilização racional desses equipamentos, porque estão trazendo transtornos. É claro que compreendo que o número de correntista aumentou, e claro que a infinitude de operações só poderão ser realizadas via eletrônica. Mas perde-se hoje muito tempo para fazer a mesma operação que se fazia no passado sem essa parafernalha toda, e com uma interação humana mais aceitável e por isso com menos desgaste emocional.

O tempo passou as coisas se complicaram, principalmente, para quem teve um treinamento operacional (chique isso em? mas ficaria melhor: pratica em fazer as coisas), sem o uso intenso da informática como eu. Como naquele tempo pude aprender que ao homem só é lhe permitido viver se estiver disposto a viver o seu tempo, e como o meu tempo ainda não acabou ? o juiz não apitou, então não acabou e pronto. Voltei a sala de aula, para fazer direito ? quando no passado deveria ter feito mas não fiz e não me vou me torturar agora pensando os porquês, ou as desculpas, todas são próprias daquele tempo ? agora não.

Voltei a estudar ? e como não poderia deixar de ser ? procurei o comodismo do curso próximo a minha residência, onde pudesse calmamente me deslocar ao fim da tarde, e encher minha cabeça ? de teorias e institutos jurídicos, princípios constitucionais, que na prática resultam nulos, mas que aprendemos ser "assim mesmo". (O critério de facilidade nem sempre combina com o de qualidade).

Estava eu gostando, da convivência com as minas (isso é paulistada pura), do calor das tensões das provas, das discussões acadêmicas, da malhação do governo, das ideologias discordantes, das broncas recebidas veladamente, da que pude dar sem muito pejo, (agora me superei), porque aos sessentões isso é permitido. Mas, toda história que se presa tem um "mas"... cheguei ao quarto período e me borrei todo.

O processo de aprovação é assim: consta de três provas denominadas A1, A2 e A3 ? com a obrigação de você atingir doze pontos, ou média 6 em duas delas. Se você conseguir 7 na primeira, ira precisar de 5 na segunda e pronto está dispensado da terceira. Mas se você tirar 5 na primeira, e 6 ou nota inferior que não somaria os 12 pontos, você terá direito a fazer a A3 e descartar a de menor pontuação.

Foi isso que aconteceu eu fiz no período sete matérias e fiquei para prova de A3 em seis matérias, ou seja, passei em apenas uma ? a que mais odiava, porque tinha tudo de ruim, inclusive o aluno, mas a esse eu desculpo, por estar velho, com pouca memória e vivendo um ambiente desconfortável, no meio daquela juventude toda.

Hoje, quarta-feira ? 12 dezembro 2007, lá fui eu fazer a minha prova de Serviços e Servidores Públicos, a qual eu não consigo entender porque tenho de aprender como matéria do curso, essa classe com suas conquistas, com sua arrogância, deveria ser a ultima coisa a ser ensinada a um ser humano, no entanto eu tenho ? justo eu, que fiquei três horas na fila da Agência da Secretaria da Receita Federal ? Leblon, para dar entrada em um requerimento, no passado ? (na época do chumbo, agente se dirigia ao protocolo central ? e o atendente nos estava esperando), justo eu tenho de conhecer o artigo 37 da constituição que diz tudo diferente do que acontece ? só para ilustrar lá esta escrito:

"Art.: 37 ? A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência..."

Estão mangando do brasileiro, estão nos fazendo crer que vivemos no melhor dos mundos, só porque temos de aprender utopias, que nem criação nossa é.

É assim mesmo, o que está escrito é uma meta para que todos possam atingir como objetivo maior da sociedade como um todo. Está bem, então vamos nas faculdades, ensinar ao cidadão que isso tem de valer e se não for assim: valendo, terá de ser combatido e não aceito pacificamente, como fazemos hoje. Então não é o que está escrito que está errado, o erro consiste em não se combater o desvio de conduta na prática. O desvio das academias ensinarem o conformismo do "é assim mesmo", quando sabemos que temos uma meta social a ser atingida a qual somente poderá ser alcançada com combatividade, ou seja, com trabalho, com moral, com determinação e descortínio e luta.

Voltemos a prova ? Serviços e Servidores Públicos, acho que me dei bem, mas isso não é e nunca foi importante, nota alta, nota baixa, são circunstâncias passageiras inerentes a quem estudou mais ou quem estudou menos, de quem aprende mais rápido ou quem aprende mais lentamente. O que importa em tudo que fazemos é sem dúvida o relacionamento humano, porque a vida na terra está circunscrita a interação humana, que por fim preenche todas as lacunas e carências possíveis de serem encontradas em qualquer ambiente.

Caiu nesta noite de 12 de dezembro 2007, por volta das 20:30 horas uma tempestade torrencial, dessas que formam rios, como aconteceu de fato, na Estrada do Galão. Apesar disso lá estava eu esperando a professora chegar em sala, com as provas de A3, poucos alunos e muita expectativa. Foi fácil, simples e acredito deu para "contornar". ? que vale é aprender o suficiente para ser aprovado na prova da Ordem.

Ao sair fiquei na porta do prédio, matutando e esperando a chuva diminuir, e jogando aquele papo descompromissado com outros conhecidos que haviam feito provas também. Quando aparece um jovem ? trintão e me oferece carona ? aceita sem qualquer sombra de dúvida, mesmo porque entre navegar, e seguir confortavelmente, a melhor opção e sempre bem vinda.

Lá vamos nós, papo cabeça, alegria do Natal, o aborrecimento de não estar livre inteiramente para curti-lo, mas uma dúvida surgiu, porque ele me chamou pelo primeiro nome, ao que eu incontinente fui forçado a perguntar o seu: Jonilson. Pergunto em seguida se era Fuzileiro Naval, porque havia mencionado ser militar. Não. Era bombeiro e trabalha no quartel central e embora trabalhe no Recursos Humanos, justamente com a legislação afeta ao funcionário público estava na mesma oportunidade fazendo a tal prova, não por perder a memória como eu, mas por perder a primeira prova. Lembram das circunstâncias, essas coisas acontecem toda hora, e não dá para mudar ou ficar aborrecido ou perder a tranqüilidade por isso.

Lá estava eu com meu primeiro bombeiro, alegre e feliz, conversando sobre matérias esquisitas e fiz questão de perguntar também, como ele sabia do meu nome, já que ao me oferecer carona, havia demonstrado conhecer. Ao que ele me disse que todos no colégio já me conheciam, porque o professor (não sei qual ? injustiças também acontecem) fazia menção a mim toda aula. Aí eu virei celebridade, e estufei o peito, ganhei o meu dia.

Até cair a ficha ? e descobrir o por que disso.

Estava eu macambúzio (fala a verdade, me ler é cultura pura) e, intolerante comigo mesmo, com minhas seis pendências, fazendo uma força enorme para assimilar o golpe, dizendo pra mim mesmo, você esta perdendo seu tempo, esta jogando seu dinheiro no lixo, em cinco anos de investimento na bolsa, você vai acumular um bom capital e talvez esteja na hora de repensar sua vida, e viver como um velhinho feliz, com menos atribulações acadêmicas.

Também nesse dia, exatamente nesse dia, recebi uma mensagem eletrônica, dessas que os colonizados chamam de "e-mail", de um companheiro do Conselho de Administração do Condomínio, dizendo do seu desagrado e me convidando a não usar o seu nome sem a sua autorização, quando eu apenas fiz uma minuta de ata ? para ratificação do nome do sub-síndico e ousei lhe enviar para opinar. É gente importante de mais, que não aceita o mundo como ele é, cheio de gente com defeito de fabricação assim como eu.

E, isso mais as notas da prova A2, me deixou de farol baixo, sorumbático ao extremo e fui assim mesmo, curtir meu saudável hábito de não desistir nunca ? afinal sou brasileiro, e brasileiro não desiste nunca, não faz nada, mas também não desiste.

Quando ouço do meu prestígio, da minha popularidade ? eu fico intrigado: porque será que ninguém me pediu autografo, isso não é comum nas celebridades? ? porque eu tão lembrado sou justamente o discriminado. Deve ser porque a realidade nunca está exatamente onde nós mortais pensamos estar. Ela se nos apresenta de forma curiosa e desastrosa, as vezes como a de ontem se apresenta de modo curioso e despretensioso. Mas fique ligado, porque ela sempre vai se apresentar aos que mantiverem sua fé na vida, e sua atenção voltada a ouvir o que o seu interlocutor está realmente dizendo. Até porque sua razão muitas vezes conflita com suas oportunidades e você pode se borrar todo, se quiser vivenciar tudo ao mesmo tempo, e exclusivamente ao seu modo, dê uma chance ao sagrado, ao misterioso, ao oculto e tudo vai transcorrer como direi: divinamente.

Sabe por que, digo isso, porque estava pronto para deixar o direito, partir para outro ciclo, embora não seja do meu feitio ? nunca é tarde para criar um feitio novo e passar a ser irresponsável também, ou melhorar, vá lá tentar melhorar o que julgamos insuficiente em nós.

O que ouvi foi que era conhecido, e que algum professor ou alguém havia mencionado a minha figura, ora isso é um bom motivo para não desistir tão facilmente, (ou pelo menos é assim que eu leio o tema), porque a coisa mais difícil do mundo é você ensinar a alguém alguma coisa através do exemplo, porque isso exige comportamento ético, e a cultuar valores como: honestidade, pontualidade, coragem, desprendimento, disciplina, aceitação de suas limitações. Além de liderança, organização, clareza, fé, etc. etc., como também de muita humildade e modéstia, como essas que me são características, na prática diária.

Viver um dia após outro, a cada hora ser chamado a não transigir e continuar exemplificando extra muros de sua família é um bom motivo para continuar, mesmo que isso seja realidade apenas para mim. Porque necessariamente as verdades que vivemos não precisam ser realidades para todos, bastam que nos sirvam de paradigmas para continuar, lutando por aqueles ideais com que fomos forjados durante toda nossa vida.

Então no mesmo instante que ouvi o "Meu bombeiro" dizer que me conhecia, apesar de nunca te-lo visto, foi motivo suficiente e necessário para que o meu comportamento mudasse as minhas idéias a respeito de parar e fosse inundado com um comportamento de Ulisses, vencendo seus dragões. (Se não foi ele deve ter sido S. Jorge).

O fato em si é que o sagrado nos reserva surpresas, apresenta seus anjos e seus demônios de formas inusitadas, de modo que possam transmitir as mensagens do deus que acreditamos de modo surpreendente. Mas para isso você precisa estar aberto a essas mensagens, o receber a mensagem, não garante que você vai ouvir, e muito menos que você irá processar e entender de um modo positivo, de modo possa parecer um tijolo, com o qual você irá construir sua fortaleza.

Pense nos mistérios ? da vida, da interação humana, na capacidade de amar o próximo, na necessidade de compreender esse próximo não exatamente como você gostaria que ele fosse, mas apenas veja-o diferente, com algo a servir a você como curiosidade das formas de ser de cada um. Veja esse momento apenas como uma voz humana, tentando dizer a você ? através de notícias banais ? mensagens daquele que lhe ama profundamente e deseja que você aprenda sem medo a construir sua própria felicidade, claro isso é um exemplo.

Não poderia de deixar de fora, outro sentimento que neste momento, se faz presente. Mantenha sempre a esperança de que tudo passa, não se exaspere, não se irrite, não culpe os outros por suas preguiças e principalmente, acredite que amanhã tudo será diferente, mas mesmo assim: um ótimo dia para viver e amar, profundamente, na exata medida com que você amar.

Apolinario de Araújo Albuquerque ---Rio de Janeiro, 13 dez 2007.



O Fabricante de armaduras


Na Roma antiga, próximo ao Coliseu, havia uma oficina de armaduras. Além de fabricar excelentes conjuntos de armaduras, escudos e elmos desenvolveu a fama de dar conselhos aos seus fregueses sobre combates, e até sobre a maneira de viver. Insistia ele na conduta do gladiador, dentro e fora da arena. Especialmente na sua forma física e treinamento.

Seus melhores fregueses, além de aceitar seus preços salgados, quando o visitavam se deixavam deliciar pela conversa franca e honesta daquele homem, deixavam-no destilar por longo tempo seus sábios conselhos e suas impressões sobre esse ou aquele combatente. E naturalmente, a melhor forma de sobrepujar o inimigo daquela tarde.

Aos fregueses eventuais que apenas o visitava para adquirir uma armadura que pudesse ser mostrada juntamente com seus elmos vistosos, que tivesse assinatura daquela casa. Gostavam mesmo era de desfilar com o brasão do fabricante estampado nas peças. Eram do tipo que insistiam na pechincha dos preços, ficavam argumentando além do preço o peso de cada peça. Julgando tudo muito pesado para ser carregado. Alegavam, e às vezes com razão, da grossura da chapa usada para fabricar o escudo, que resultava numa pesada peça.

O fabricante, não se fazia de rogado, e aproveitava a oportunidade desses diálogos para ensinar sua filosofia. Dizia ele:

Veja você. Eu fabrico a melhor armadura de Roma. Os melhores profissionais me procuram para adquiri-las. E sabe por quê? ? Porque são peças próprias para profissionais e não para amadores. Os profissionais têm de diferente a capacidade de lutar melhor e mais bravamente, mas também tem a qualidade de se preparar ? fora da arena - de modo diferenciado dos demais gladiadores.

Eles acordam ao nascer do sol, não ficam a sonhando acordados até tarde. Comem de modo correto, ou seja, não se empanturram de guloseimas e todo santo dia, cuidam do seu corpo, com exaustivo treinamento. Banham-se cedo e não freqüentam os bares da moda. Lêem sistematicamente algo de novo relativo à sua profissão e vão dormir cedo. Por isso são profissionais.

Sua vida é voltada todo tempo, para preparar sua mente e músculos para vencer seus combates. Por isso não reclamam do peso, porque seus músculos agüentam confortavelmente o peso específico de cada peça sem que aquilo lhe cause desconforto.

Outros, entretanto, vêm à minha casa, para pedir peças mais leves de carregar, peças vistosas com plumas encimando o elmo que mais me envergonham do que me satisfazem. Eu naturalmente reluto em trabalhar dessa forma. Porque mais me dignifica participar das vitórias do que dos desfiles.

Não sabem eles que o peso das peças só pode ser aliviado pelo treinamento dos seus músculos ? numa rotina diária e metódica de treinamento ? não sabem eles que a grossura específica da chapa tem a finalidade de proteger sua vida e que fugindo desse padrão, não só estão se enganando, como correndo riscos de não sobreviver ao primeiro embate.

É assim, a vida é dura para os moles. A vida é mole para os que se preparam para vivê-la de um modo mais racional e sem engodos ou enganos.

De que se lhes adiantará uma peça vistosa, leve e fácil de carregar, se ela não resistirá ao primeiro golpe de uma espada de combate desferida sobre sua cabeça sem dó nem piedade por seu oponente. Ele se preparou toda vida para essa luta, e vai lhe desferir o golpe sem qualquer sentimento de culpa, porque seu treinamento foi feito para aquele momento.

E você me pede para que sua proteção seja leve, suave. O que somente pode ser feito com chapas mais finas, logo menos resistentes, que certamente não vão resistir à primeira luta.

Mas... sempre tem um mas, eu vou fazer o que me pedes. Porque não sou palmatória do mundo, não posso viver sua vida, não sou melhor do que ninguém a ponto de achar que os outros devem viver a sua vida ao meu modo de viver. Cada qual é afinal de contas, dono de seu próprio corpo e faz dele o que bem quiser.

Eu cá sou de opinião que devo ganhar meu pão meu vinho de modo honesto, e nesse honesto se incluiu fabricar armaduras mais resistes com a melhor chapa, e do modo mais confortável possível. Só que isso implica em um peso extra que os meus clientes têm de carregar, esse peso somente poderá ser aliviado ? repito ? pelo seu treinamento diário.

Na verdade é o treinamento continuado que vai permitir fazer a distinção entre os verdadeiros heróis da arena e os vaidosos enganadores. A armadura, o escudo o elmo ? são somente acessórios, disponíveis para o seu trabalho. Como vão manejá-los será próprio de cada lutador.

É assim: aos profissionais verdadeiros ? à vida regrada, o treinamento, à realização e o objetivo maior alcançado - o pódio e a coroa de louros. Aos medíocres a ostentação, às plumas, o ressentimento e as desculpas de uma vida sem realizações.

É um enganar enganando-se eternamente.

Ao homem resta, portanto, preparar-se para vida, treinar para o combate sem engodos sem enganações ? com assertividade - com destemor e coragem de recomeçar a cada dia.

Guarda, pois, essas palavras para que quando o teu rosto coberto com sangue e areia, vislumbrar o povo todo aplaudindo o vitorioso, e desprezando teu fracasso, não venhas a pensar que o mundo é mau. O que te colocou nessa condição foi tua falta de vontade de viver, viver com brio e com a fé de que tudo vale a pena "quando a alma não é pequena".

aaalbuquerque Rio, 23 jun 2007.

Qualquer semelhança com: Professores, Provas e Colas ? não terá sido mera coincidência.



Um dia no quotidiano... Mundo Moderno.

À
Andréa Serpa,

Você que um dia me ensinou, que a vida ? a ser vivida nesse novo século ? se complexou, dedico este relato, o relato de um dia, apenas um dia 29 de julho de 2008, quando a força física já não é tão esplendorosa como antigamente, mas a mente teima, ainda bem, em querer viver aquela vida ? como tão bem dita por Gonzaguinha: "É a vida, é bonita, e é bonita... - sempre desejada, por mais que esteja errada, Ninguém quer a morte, Só saúde e sorte...".

Assim, me preparei espiritualmente para ir a faculdade e mais uma vez tentar resolver minhas pendências ? a de ver consideradas as matérias cursadas em outra faculdade, na atual grade, definindo assim aquelas que devo frequentar doravante.

Vamos entender isso melhor, estava eu feliz e fagueiro estudando na Univercidade, aqui bem pertinho de minha casa, confortavelmente me deslocava a pé para minhas aulas, mas eis que essa fechou porque a unidade Ilha dava prejuízos, isso ocorreu no início do ano letivo de 2008. Facultou a generosa instituição que os alunos se deslocassem para o Centro ? com acréscimos de mensalidade, ou para Unidade Bonsucesso, com manutenção da mensalidade e disposição de um ônibus para deslocar os alunos da Ilha para a nova Unidade.

Razoável, até que um professor zangado achou por bem prender a turma até depois das 22:00 dando margem ao ônibus ir embora e deixar os alunos na Praça das Nações de bobeira procurando condução ? para quem tem vinte e poucos anos isso se tira de letra, mas para quem tem sessenta e seis, com dificuldades de andar por causa dos joelhos que doem represente uma tortura, não pela dor física, mas e principalmente, pelo medo de ser assaltado.

Disso resultou a renúncia em cursar direito ? parte pelas dores, parte pelo medo de enfrentar tal situação uma segunda vez ? já tive experiência de ser roubado cinco vezes por trombadinhas e uma vez por assalto a mão armada, não quero me candidatar a uma outra, não gosto de jogar jogo que não domino o resultado.

Passou um tempo, resolvi não desistir ? eu acredito em Milton Nascimento: Mas é preciso ter força, É preciso ter raça, E preciso ter gana sempre, Quem traz no corpo essa marca ? Maria, Maria ? Mistura a dor e a alegria. La vou eu procurar a transferencia para a Universidade Estácio de Sá ? aqui pertinho de minha casa, onde eu possa ir a pé. Transferência solicitada ? ritual de burocracia brasileira ? sabe como é... por fim fiz a matricula no dia 17 jul 2008, e fiquei com a promessa de que em dez dias todas as matérias cursadas estariam definidas ? acusando aquelas em que seriam consideradas como isentas pela nova instituição, dando margem assim a formação de uma nova grade curricular. Fácil não?

Sem as matérias cursadas na Univercidade ? a minha grade foi confeccionada como a inicial do curso de direito, dando margem a começar do zero ? após ter frequentado por dois anos seguidos um curso de direito. E isso não é muito direito penso eu.

Doze dias se passaram e, na busca de informação do que está acontecendo la vou eu, disposto a frequentar a máteria constante da minha nova grade ? que segundo o meu entendimento ? não fora cursado ? Português ? já que na Univescidade essa matéria é dispensada. Em lá chegando, confirmo no mural a sala onde seria ministrada a primeira aula: Sala 103B, exatamente como consta no quadro de horário disponibilizado pelo sistema ? da Secretária Virtual.

Surpresa: a sala 103B - está ocupada por uma secretaria de "Novas Matrículas". Volto procuro a secretaria de alunos, onde sou encaminhado a procurar um Inspetor ? este me encaminha a um "Coordenador" - Um senhor zangado que em princípio parte do pressuposto de que sou imbecil e que não sei ler e com cara, voz e atitude de "pitbull", me pergunta: "Ja olhou no mural". Ao ser informado positivamente de que lá estava escrito 103B e que confirmava o indicado na meu quadro de horário, saíu apressadamente caminhando em direção o mural, para confirmar.

Em lá chegando, viu que eu esta correto e foi procurar quem de direito para abrir a sala, que ao ser aberta se constatou ser "sala de mátricula": computadores ? mesas etc. Ao que me remeteu a "direção" para que eu resolvesse o meu problema.

Em la chegando ? fui informado de que as aulas para os iniciantes começaria em 11 agosto 2008, e que eu deveria ter sido informado disso na matricula, lógico não?

Bem, depois da zanga do moço das chaves, fui a secretaria procurar saber da minha grade... das isenções, pois já se passará doze dias, da promessa de definição.

Parece que não éra um bom dia, pois a atendente também estava com a cachorra, e queria por que queria não entender o que eu pretendia. Sabe quando você esconde sua incompetência com zanga, é assim mesmo, que fui recebido. Finalmente, depois de muito auto-controle, ela conseguiu "gritar" para uma outra que estava por trás da porta e que respondeu: "vou me comunicar com a central hoje para ver esse caso". Um alento e tanto, mas que vejo agora ? via secretária virtual, que nada foi concretizado.

Gil diz assim: Se eu quizer falar com Deus ? Tenho de aceitar a dor, tenho que comer o pão que o diabo amassou, Tenho que virar um cão, tenho que lamber o chão... - Dar as costas, caminhar decidido caminhar, pela estrada, Que ao findar vai dar em nada, nada, nada, nada... Do que eu pensava encontrar.

O dia não terminou ? e como programado ? fui alertado que tinha assumido o compromisso de levar o Léo meu neto para vêr uma aula de capoeira, com o objetivo de motivar o menino a fazer alguma coisa física, saír do sedentarismo e tentar de alguma forma, fazer com que a adiposidade que se acumula a olhos vistos se esvaiam.

O menino tem dez anos, sua rotina é de baixa intensidade física, e as promessas de inscrevê-lo em uma atividade se sucedem e se eternizam sem quaisquer consequencias prática, daí a necessidade de que alguém assuma esse ônus. Como ele estuda pela manhã, também fiz minha matricula na parte da manhã, para que a tarde possa eu mesmo assumir a responsabilidade de encaminhar o asssunto.

Conversei com ele, fiz ver que minha opção não éra e não pode ser impositiva, mas apenas e tão somente a de poder "conhecer na prática", o que se propunha: Capoeira ? já que nessa atividade o corpo é chamado a se movimentar e a se movimentar em ritmo, tão necessário à juventude.

Assim programado, falado com a mãe, convencido o menino. Alertado pela esposa, lá vai eu as 20:35 buscar o jovem pretendente a conhecer o que é uma academia, vêr uma aula de capoeira. Pesquisa pura pesquisa ? para resolver um problema futuro. Problemas sómente são resolvidos antecipadamente e com ação concreta, nunca vamos resolver problemas de saúde na farmácia, no hospital, mas sim com cuidados e com prevenção.
Chegando ao portão ? toquei e a mãe atendeu o interfone. Quando o portão abriu quem o abriu foi o pai. Serimonioso, protocolar. E o menino de boné, um agasalho pesado, braços cruzados, como se pronto para adentrarmos na Siberia.

O que doeu foi o seu primeiro comentário: "Acho que não vai dar, porque minhas juntas estão doendo" Isso dito assim, por um menino de dez anos nos faz ver quanto de influência tem um pai e uma mãe na psquê de um filho, nos faz ver como são responsaveis os pais, por tudo de erro que um filho comete, nos faz vêr quanta responsabilidade está envolvida por parte dos país em: saúde, educação e vida.

As juntas, de um menino de dez anos não podem doer, a menos que assim lhe seja ensinado a viver, com doença e não com saúde.

E a vida, Ela é maravilha ou é sofriento? Ela é alegria ou lamento? O que é? O que é?
Meu irmão... Gonzaguinha

Mas, nos fomos, eu sabendo "que não ia dar em nada. Ele sabendo que tinha de dizer não ao avô. Em meio ao constrangimento ? assistimos a um pedaço da aula e por fim a conclusão esperada, não vai dar, porque não tem meninos da minha idade... - Ok. Aceito, embora relutando, e defendendo fortemente aquilo de Mohandas Karamchand Gandhi disse: As enfermidades são o resultado não só dos nossos atos como também dos nossos pensamentos.

E, p'ra não dizer que não falei das flores, nesse dia ficou decidido que eu voltaria a me exercitar, fazer uns aparelhos, em fim voltar a exemplificar os netos que o corpo precisa de movimento para ser saudável. Porque "o amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo" Gandhi outra vez. E, em razão disso devo continuar querendo resolver hoje o problema que por certo se apresentará no futuro, se continuarmos apostando na omissão. Mãe e Pai de todos os problemas.

O mundo se complexou, ficou muito mais difícil a vida, muito mais lento para a resolução de problemas, muito menos amigável e, tudo isso atribuimos sem qualquer dúvida a um conceito novo ? que embora todos falem mau, todos praticam descaradamente, capitalismo. As empresas estão postas aí para ganhar dinheiro a qualquer custo ? sem qualquer freio e acima de qualquer humanismo, aprenderam a ganhar mais prestando o pior dos serviços, o pior dos atendimentos, vendendo o pior das mercadorias. E são amparadas pelo Governo Central, pela Justiça (o que significará realmente isso?), que por sua vez também abdicaram seus princípios éticos para também apenas agir quando houver ganho financeiro envolvido.
Humanismo, socialismo, adeus ? hoje vivemos sob a égide do deus dinheiro. E seus anacronismos ineficazes ? onde uma simples informação demora dez, doze ou mais dias para ser produzida, onde uma simples consulta a uma atendente de balcão de um hospital ou de uma clinica, demora três ou quatro horas, para ser informado de que não é possível obter uma consulta médica.

E você pensa que essa demanda reprimida ? não assistida pelo governo ? com seus mecanismos de proteção é um acaso? Pense ? os legisladores, governantes, são os financiados ou proprietários das empresas, clinicas de saúde, hospitais, laboratórios, jornais, empresas de radio e televisão, universidades, porque iriam minimizar os seus clientes em potencial, com atendimentos gratuitos e operacionais, como prevê a constituição. Ora bolas, se fosse você, faria o contrário? Trabalharia muito e ganharia pouco. Arriscaria seu patrimônio por conta de uma filosofia altruísta?

Complicado chegar a uma razão pacífica entre o capital x trabalho x lucro x necessidades. Se você encontrar a forma de solucionar essa equação, atendendo o povo em geral em suas necessidades, sem o sofrimento atual; como também remunerando o capital adequadamente pelo risco do investidor, sem ferir as regras da usura. Então você é um abençoado. Porque com os pensamentos atuais essa solução, simplesmente, não existe.

Apolinario de Araujo Albuquerque
Rio, 30 julho 2008.