Recorrendo a datas e fatos da História do Brasil, percebe-se que o Estado de Pernambuco teve papel importante na questão migratória e na colonização desde o período de capitanias. Verifica-se que os povoados, vilas e distritos já existiam, como núcleos de colonização desde as sesmarias ocupadas pelos bandeirantes à caça de índios para escravizar. Vários indícios mostram que os municípios proliferaram no Sertão Nordestino somente a partir da consolidação da República, ou seja, as áreas dessa sesmarias eram muito extensas durante a primeira fase de colonização, mas foram ficando menores, em termos de léguas, a partir do final do Primeiro Reinado, com os assentamentos dos núcleos coloniais e prosseguiu durante todo o Segundo Reinado, entretanto, o máximo que essas fazendas e povoados alcançavam era a categoria de vila.
Durante o Império, as terras do reino eram protegidas pela igreja católica e regulamentadas pelo Estado por meio de mandatários nomeados pelo imperador. No caso dessa área do sertão de Pernambuco, as terras eram de Senhora Santana e a assistência era dada pela esposa do imperador, primeiro por Dona Leopoldina, primeira esposa de Dom Pedro I; depois por Dona Amélia, sua segunda esposa. Autonomia essa que se estendia às esposas dos governadores de províncias e, por sua vez, às mulheres dos tenentes-coronéis, majores e capitães.
Com o reinado de Dom Pedro II, várias mudanças ocorreram, frustrando a esperança dos liberais republicanos, os quais incentivavam os constantes ataques de índios contra o conjunto de proprietários portugueses instalados, primeiro nos engenhos de cana de açucar, depois nas fazendas de gado. A maioria composta de tenentes e coronéis pertencentes à Guarda Nacional, cuja função principal era proteger os interesses da Corte. Do lado do império, o maior receio era a ameaça da invasão estrangeira que chegava ao interior, apoiavam as idéias dos liberais na luta pela abolição e incentivavam a rebeldia dos índios e escravos.
CARVALHO( 2007:48),quando trata da postura de D. Pedro II, ? o novo imperador não apoiava a decisão de abolir a escravatura, sendo a pressão maior da parte dos abolicionistas?. Em 1848 o gabinete real demitiu-se insatisfeito com a Regência de Dom Pedro II, o qual operou mudanças nos partidos da época, chamou de volta os conservadores sob o comando do Visconde de Olinda e apesar de não interferir na formação do gabinete, essa mudança provocou grande reação e a maior foi entre os liberais pernambucanos que exigiam regulamentação das terras e o fim do tráfico de escravos. No livro "Dom Pedro II", da Coleção perfis brasileiros, encontra-se a seguinte afirmação.

O gabinete de 1848 foi um dos mais operosos do Império. Promulgou o Código Comercial, reformou a Guarda Nacional e, sobretudo, enfrentou dois problemas centrais do país: o da regulamentação da propriedade da terra e do fim do tráfico de escravos. A Lei de Terras, de 1850, apesar de avançada para a época, teve pouco efeito prático em razão da resistência dos proprietários. Mas a Lei que aboliu o tráfico, igualmente de 1850,chamada Lei de Eusébio de Queirós, conseguiu acabar com o comércio atlântico de escravos, cumprindo-se afinal, os dispositivos da Lei de 1931(CARVALHO,2007).

A situação da imagem do Brasil melhorou com a iniciativa da Princesa Isabel em Proclamar a abolição da escravatura por pressão dos liberais abolicionistas. Entretanto, as oligarquias formadas pelos coronéis e fazendeiros da época continuaram mantendo o monopólio do poder em suas áreas, garantindo a política dos partidos que foram nascendo com a República e com ela houve a expansão do direito ao voto e a participação dos coronéis no destino do país, assim os antigos feudos insistiram em permanecer, tornando-se pequenos municípios, freguesias ou ?currais eleitorais?.