Há 50 anos, um negro ou um mulato só podia andar num ônibus, nos EUA, sentando-se nos últimos bancos. E isso se todos os brancos já estivessem sentados. Tal fato pode ser comprovado pelas palavras de um campeão olímpico, Jesse Owens, o negro que derrotou os arianos de Hitler: 
 
"Quando eu retornei dos jogos olímpicos à minha pátria americana, depois de todas as estórias sobre Hitler, como ele teria me desprezado, me foi negado sentar na parte da frente dos ônibus públicos." Owens disse ainda: "Eu tinha que sentar na parte de trás. Eu não podia morar onde queria... Eu não fui de fato convidado a apertar a mão de Hitler, mas eu também não fui convidado à Casa Branca para apertar a mão do presidente americano.""Joe Louis e eu fomos os primeiros atletas negros que tiveram a permissão para representar a América", disse Owens, "mas nenhum de nós obteve permissão para fechar contratos publicitários, pois o sul dos EUA não teria comprado tais produtos anunciados. Este era o estigma social ao qual estávamos submetidos".(The Tampo Tribune (Florida-EUA) – Terça, 01/04/1980 - Cfr. http://www.inacreditavel.com.br/historia/jesse_owens.html). 
 
Por isso, a vitória de Barack Hussein Obama é tão extraordinária, por ter ocorrido num país que até pouco tempo atrás via o racismo como uma política de Estado.  
 
Porém, houve dois fatores que ajudaram Obama a se eleger presidente dos EUA: a encalacrada em que George W. Bush se meteu nas guerras do Afeganistão e do Iraque, e a crise econômica que tomou de assalto a nação mais rica do planeta. Não havia como um democrata não vencer essa disputa, fosse quem fosse, mesmo um poste. Vencer o opositor do mesmo partido de Bush não foi um grande feito, já que este se tornou o "pato manco" mais impopular da história americana. Portanto, pode-se afirmar, sem margem para o erro, que o maior cabo eleitoral de Obama não foi a cor de sua pele, mas o próprio Bush. 
 
Virgem em política externa, Obama pode, paradoxalmente, obter discussões positivas com governos de países como o Irã e Cuba. Ele é paparicado como ninguém no dito "eixo do mal". No entanto, se Obama se omitir, pode apenas referendar as pretensões atômicas dos aiatolás, colocando em risco a existência do Estado de Israel. E garantir a perpetuação do totalitarismo na Ilha, se ele aumentar as relações comerciais com a dinastia comunista dos Castro, na ilusão de transformar aquele país em uma democracia. 
 
E por favor não digam que um negro venceu um branco nos EUA. Obama já esclareceu que não é negro, mas "marron". Filho de negro com branca, ele é tão preto como branco. Moreno claro, Obama é mulato ou mestiço, não negro. Chamá-lo de negro é um embuste, uma mentira, um racismo às avessas, por dar a entender que um negro é superior ao branco somente por causa da cor de sua pele. O que há com esses embusteiros, que se estendem por todo o jornalismo, desde a TV Globo até o mais rasteiro dos jornalecos panfletários? Uma não declarada nostalgia da chibata? 
 
Hoje tudo é festa! Obama nas alturas! Ninguém mais quer saber se ele é ou não é de fato americano, se nasceu no Havaí ou no Quênia. Ninguém mais vai pedir para ver sua certidão de nascimento. Obama vendeu como ninguém o sonho de mudanças. E todos os americanos, democratas e republicanos, querem uma mudança radical. Querem a volta dos soldados do Afeganistão e do Iraque, e querem uma solução urgente para os problemas financeiros decorrentes da bolha imobiliária que recentemente estourou. Em janeiro, todos esses problemas, criados ou não pelo governo Bush, irão cair no colo de Obama. Ele é quem deverá dizer como vai resolver tudo isso, e em que velocidade. Eu não queria estar na pele dele! 
 
Parabéns, povo americano, por mais esta prova de que a verdadeira democracia existe. E sucesso a Barack Obama e seu staff, para que conduzam da melhor forma os destinos da maior potência político-econômico-militar do planeta. God save America, para que todos nós também nos salvemos das "marolinhas" tsunâmicas que vêm pela frente!