UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS
CURSO DE EDUCAÇÃO FISÍCA


    




   O Yoga como metodologia alternativa nas aulas de Educação Física para crianças hiperativas







Rio de Janeiro
2014



     Introdução :
           
            O fenômeno da democratização da mulher no mercado de trabalho, fez crescer a procura e demanda cada vez mais precoce de atividades que preencham os horários nas rotinas diárias de seus respectivos filhos ; seja na escola ou no clube, atividades lúdicas e desportivas estão cada vez mais presentes no cotidiano das crianças, seja como forma de suprir a falta de tempo com os pais,seja para exercer o papel militarista da Educação Física, sendo esta responsável pelo adestramento físico e mental, a fim da construção de indivíduos disciplinados, tendo como meta a construção de um físico saudável e equilibrado organicamente ; o que afastaria a possibilidade de doenças além de adestrar o indivíduo.
           " No século passado, a Educação Física esteve estreitamente vínculada as instituições militares e a classe médica. Esses vínculos foram determinantes, tanto no que diz respeito à concepção da disciplina e suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e a forma de ser ensinada." 1

                 Nesta concepção, devemos compreender a individualidade de cada um de forma a priorizar um olhar diferenciado, ampliando-se a visão biológica, cognitiva e afetiva, percebendo este aluno como um ser humano integral. Nesta perspectiva, o presente estudo vem abordar o uso do yoga como metodologia alternativa para crianças hiperativas ; o yoga como coadjuvante no adestramento físico deste público desafiador, que é a criança hiperativa. Apontando a possibilidade da construção de indivíduos mais organizados mentalmente, disciplinados e socialmente aceitáveis, no ponto de vista que a problemática da inquietação e o déficit de atenção presentes nas crianças que apresentam tal disfunção trazem para si, os familiares e todos que fazem parte do seu convívio cotidiano. Cabe salientar que desatenção, hiperatividade e impulsividade, observados de forma isolada não configuram a presença da síndrome; estes sintomas, principalmente se tornam alarmantes principalmente no caso das crianças quando observados ao longo do tempo , em vários ambientes da vida da criança.





 
 













Hiperatividade / TDAH
 :
   ´´ O Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) é um quadro caracterizado pela presença de um desempenho inapropriado nos mecanismos que regulam a atenção, a reflexibilidade e a atividade motora. Porém não pode ser considerado um comportamento mais exuberante de um pequeno grupo de crianças, uma vez que se associa a um comprometimento funcional da vida acadêmica, profissional e de relações ´´2.   Portanto a tríade de sintomas é clássica na síndrome, que caracteriza-se pela presença de uma impulsividade / hiperatividade extrema, e desatenção, o que independente do grau  classificatório empregado, crianças que apresentam TDAH, são notoriamente reconhecidas, seja em clínicas, escolas e em casa, devido ao comportamento tempestivo, como se estivessem á todo vapor; dificuldade de realizar tarefas que exijam atenção, como atividades lúdicas na escola, devido a facilidade pela distração por estímulos alheios a atividade proposta. A desatenção, um dos sintomas mais frequentes nesta síndrome, é identificada pela grande dificuldade em estar atentos á detalhes, cometendo erros por descuidos, devidos á falha na condição de concentração; devido á esta grande dificuldade, relutam no envolvimento com atividades que exijam esforço mental constante. A agitação corporal é constante; portanto tarefas que exijam a permanência sentado, concentrado, como a realização de uma tarefa de lazer em silêncio, para estes indivíduos seria um grande desafio, devido a comportamentos inapropriados.
     ´´Além destes comportamentos citados anteriormente, a auto-estima destas crianças encontra-se rebaixada, que pode ser justificada pelo ao isolamento social que acabam sofrendo devido ao
modo como tentam estabelecer as suas relações. Além disso, não podemos desconsiderar que a maior parte de suas atitudes e ações são vistas como inadequadas e, tudo isso, ainda é acentuado pelas frustrações que adquirem por não conseguirem realizar atividades escolares como os colegas´´3 . Sem sombras de dúvidas, o conjunto somático das alterações causadas pela síndrome são notórios, haja vista o transtorno causado pela alteração ambiental, o transtorno torna o aluno estigmatizado: seja pelo comportamento aaredio, sendo a síndrome muitas das vezes desconhecida por inúmeros professores e profissionais que farão parte do cotidiano da criança.
    ´´ Pais e familiares também encontram muita dificuldade na maneira como lidar com as crianças portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mesmo depois da confirmação do diagnóstico´´4 Para os pais o desafio é ainda maior; tendo em vista que a sociedade os constrange até mesmo com olhares, gestos e atitudes, cobrando destes pais atitudes mais enégicas no que tange a educação dispensada a este ente.
   ´´Até hoje é comum que se diga que o TDAH é um distúrbio essencialmente infantil. Sabemos hoje em dia que isso não é uma verdade: a maioria das crianças com TDAH na infância terão sintomas por toda a vida, que poderão ou não interferir de modo significativo em suas vidas profissionais, sociais e familiares .´´5 Sabe-se que adultos afetados pela síndrome, deveriam ter diagnósticos realizados ainda na infância, onde o apoio de uma equipe multidisciplinar apontariam uma melhora significativa, o que corroboraria em adultos menos atingidos, e controlados.

      




 
 




Yoga x  hiperatividade


    A problematização das crianças que sofrem com o distúrbio Hiperativiade /TDAH, é a falta de concentração, embora sejam crianças com alto grau de inteligência, percebem muito do mundo á sua volta , mas pouco possuem da sua própria consciência corporal,  pois estão constantemente inquietas e precisam mover o corpo para liberar a energia em excesso que produzem. Nesta concepção, o yoga assume um papel crucial, como metodologia alternativa que ajudará a criança na concentração, que tanto necessita.´´O Yoga visa a supressão da instabilidade da consciência Significa, portanto, o ato de afastar o devaneio que “surge diante do impasse entre [...] o que gostaria que fosse e o que é 6 . Esta arte milenar, visa através de posturas e o controle da respiração trabalhar com este indivíduo sua ansiedades e a falta de concentração. ´´O Oriente é visto, por um lado, como uma civilização de rica tradição
cultural, símbolo de sublimidade espiritual, força inspiradora e fonte de sabedoria; por outro, como uma região sombria de impenetrável mistério, irracional, não -científica, portadora de um exotismo sinistro e ameaçador. De fato, o Oriente é um lugar que nos convida a vôos imaginativos e exageros de toda espécie´´7. O Yoga ainda visto com olhares preconceituosos, como algo pouco explicado pela ciência, entretanto demonstrando á milênios sua legitimidade e seriedade em entender o homem como um todo. Nesta perspectiva o Yoga com suas asanas e panaimas busca o equilíbrio do mcorpo e da mente deste indivíduo.






 
 
 





Glândulas acionadas x Chakras:

  "O diagnóstico clinico deve ser feito com base no histórico da criança. Observação de pais e professores é fundamental" 8. Sem sombras de dúvidas como já apontado, o diagnóstico da síndrome se dá por uma equipe multidisciplinar, sendo muita das vezes necessária  a intervenção de um médico. ´´Concentrar-se dá trabalho. Exige esforço mental" 9, a inquietação presente no hiperativo denota á uma falta de´´ paz interior´´, como devida á alta concentração de energia presente. No campo da clarividência tais energias precisam ser equilibradas.      "Tanto o portador de TDAH como o mal-educado são irritáveis por falta de capacidade de esperar. A espera é um exercício´´9 Nesta perspectiva sofre a família, devido á pressões da sociedade que revogam da família a obrigatoriedade da ´´boa educação´´, trazendo para o hiperatitivo o sentimento de menos valia pois o mesmo não tem controle por suas atitudes e desejos.  ´´Os hiperativos apresentam alterações na chamada memória de curto período, e isto se deve à baixa capacidade de atenção e à pouca concentração. As mães referem que, quando solicitam algo à criança, esta retorna após alguns minutos perguntando qual foi a solicitação, pois esqueceu-se do pedido que lhe fora feito. Esta falta de memória já é, por si só, um fator de baixo rendimento escolar que quando associado à hiperatividade agrava o quadro´´ 10 Nesta concepção, a consciência corporal da criança hiperativa é atingida de forma negativa; e é notório que somos frutos também da aceitação familiar e social, onde alguns sãomais ,outros menos atingidos por essa má percepção. Ansiedade, inquietação, euforia e distração freqüentes podem significar mais do que uma fase na vida de uma criança: os exageros de conduta, diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), doença precoce e crônica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela atenção e memória. Dentre essas perspectivas e colocações duas glândulassão acionads nesta síndrome a Pineal e Hipófise, estando correlacionadas respectivamente ao chakra coronário, o chakra mestre de onde viemos pra onde iremos, e o chakra frontal,  o que regula nossa vitalidade,  força, presentes em demasia no hiperativo.

1- O Chakra Coronário :

   Sendo o Chakra Coronário intimamente ligado a glândula Pineal ; este está situado á seis centímetros  do alto da cabeça. Tendo a forma de pires, composto por 12 pétalas douradas centrais e um conjunto de 960 pétalas secundárias, estando dispostas entorno das primeiras; sendo por este motivo chamado de ´´Lótus de Mil Pétalas´´, no Tantrismo Indiano.  Com predominância da cor violeta , tendo este Chakra correspondência na glândula Pineal (Epífise) - Que de acordo com estudos particularmente ligados á clarividência, com pontos relevantes mas ainda pouco esclarecidos cientificamente, adota-se a provável atuação sobre o organismo, como um todo - ´´A glândula mestre´´ - Estudos apontam, que uma falha nesta glândula acarretaria uma puberdade prematura.
    Segundo Sharamon, o sétimo Chakra, o coronário,´´É o lugar onde nos sentimos em casa; nele começou a nossa viagem pela vida, e é para ele que voltaremos no fim do nosso desenvolvimento. Nele vivemos e nos sentimos em Deus, nos tornamos unos com a origem divina da qual proviemos. Nosso campo de energia pessoal misturou-se com o campo energético universal´´11.
    Através dete Chakra, tudo antes compreendido de modo intelectual e após intuitivo, tornou-se visível de forma completa, objetivando o ´´terceiro olho´´.



2- Chakra Frontal:
    Localizado na altura do nariz , entre os dois olhos ; na clarividência ele surge no meio da testa , tendo ligação no meio físico com a glândula Hipófise. Está dividido em duas partes, cada uma das quais com 48 pétalas (num total de 96 pétalas), por isto as escrituras hindus só se referem a duas pétalas. Uma delas, segundo Leadbeater, é de cor rosada, com muito amarelo, enquanto na outra sobressai um azul-purpúreo (correspondente com a cor da vitalidade - prana - que o chakra recebe). Coquet e Powell indicam as mesmas cores. Satyananda indica o cinza (ele destaca que outros autores descrevem-no como transparente). É preciso não esquecer que Satyananda descreve sempre os centros astrais,
enquanto Leadbeater, os etéricos. Aurobindo indica a cor branca. É representado como um lótus branco resplandescente com duas pétalas. No centro do pericárdico encontra-se um triângulo branco invertido contendo o Itara-Linga luminoso como um cristal e o bija-mantra “Om”.
  ´´A hipófise, ligada à dimensão física, controla as funções do corpo físico regulando o funcionamento de todas as demais glândulas´´12.
   Distúrbios na glândula causados pela super produção e a deficiência na produção hormonal,  e suas causas:
Acromegalia :superprodução do hormônio do crescimento
Deficiência do hormônio do crescimento: produção reduzida do hormônio do crescimento
Síndrome de hormônio antidiurético inapropriado: superprodução vasopressina
Diabetes insipidus :    produção reduzida; vasopressina
Síndrome de Sheehan: produção reduzida prolactina
Adenoma pituitário:superprodução: qualquer hormônio da hipófise
    
    
    Asanas e  Panaiamas que ajudam crianças com hiperatividade :
     
 


 

           

 




 


 

 







Conclusão:
   As aulas de educação física tendem a ser prazerosas para uns e um tormento para outros, alguns pela dificuldade motora e a falta de manejo com jogos; para outros em especial hiperativos encontra- se a dificuldade da obediência á regras propostas pelo jogo e a impulsividade. A proposta de yoga para este público se faz eficaz, pois observa o indivíduo por um todo, respeitando a individualidade , e além do mais em concordância com práticas alternativas que transcendem o dualismo corpo e mente; mente sã corpo são.


Bibliografia:

1- Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental, - Brasília: Mec / SEF, 1997

2- Rohde LA, Mattos P. Princípios e práticas em TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) Porto Alegre: Artmed; 2003. 236 p.

3-Kilic BG, Sener S. Family functioning and psychosocial characteristics in children with attention deficit hyperactivity disorder with comorbid oppositional defiant disorder or conduct disorder. Turk Psikiyatri Derg 2005; 16(1):21-8

4-Simões JM, Assencio-Ferreira VJ. Avaliação de aspectos da intervenção fonoaudiológica junto a um sistema educacional. Rev CEFAC 2002; 4(2):97-104

5- Brondani AR, Assencio-Ferreira VJ, Zorzi JL. A incidência de trocas surdas/sonoras na escrita de crianças com e sem história de alteração de linguagem. Rev CEFAC 2002; 4(2):105-10

6- GOMES, Eunice Simões. A catástrofe e o imaginário dos sobreviventes quando a imaginação molda a social. PB: UFPB, 2009

7- NOGUEIRA, Maria Inês e CAMARGO Jr Kenneth Rochel História, Ciência, Saúde . Rio de Janeiro, jul./ set. 2007 v.14, n.3 p.841 - 861

8-  ANDRADE, Ênio Roberto de. Indisciplinado ou hiperativo. Nova Escola, São Paulo, n. 132, p. 30-32, maio 2000

9-  TIBA, Içami. Quem ama educa. 6. ed. São Paulo: Gente, 2002. 302 p

10-  TOPAZEWSKI, Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. 89 p.

11-  Chakras mandalas de vitalidadee poder - Shalila Sharamon - 1998 - Pensamento Editora
12-  Sampaio, Cyntia Meditação, Saúde e Healing in: Encontro Paranaense, Congresso Brasileiro de Psicoterapias Corporais, XV,X, 2010 Anais Curitiba
CENTRO Reichiano, 2010 - Cd Rom  ISBN - 978-85-87691-18-7 - Disponível em: www.centroreichiano.com.br/artigos   
ACESSO EM 27/04/2014