O Yoga como metodologia alternativa nas aulas de Educação Física para crianças hiperativas
Publicado em 09 de junho de 2014 por Priscila Rodrigues de Souza Barboza
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS
CURSO DE EDUCAÇÃO FISÍCA
O Yoga como metodologia alternativa nas aulas de Educação Física para crianças hiperativas
Rio de Janeiro
2014
Introdução :
O fenômeno da democratização da mulher no mercado de trabalho, fez crescer a procura e demanda cada vez mais precoce de atividades que preencham os horários nas rotinas diárias de seus respectivos filhos ; seja na escola ou no clube, atividades lúdicas e desportivas estão cada vez mais presentes no cotidiano das crianças, seja como forma de suprir a falta de tempo com os pais,seja para exercer o papel militarista da Educação Física, sendo esta responsável pelo adestramento físico e mental, a fim da construção de indivíduos disciplinados, tendo como meta a construção de um físico saudável e equilibrado organicamente ; o que afastaria a possibilidade de doenças além de adestrar o indivíduo.
" No século passado, a Educação Física esteve estreitamente vínculada as instituições militares e a classe médica. Esses vínculos foram determinantes, tanto no que diz respeito à concepção da disciplina e suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e a forma de ser ensinada." 1
Nesta concepção, devemos compreender a individualidade de cada um de forma a priorizar um olhar diferenciado, ampliando-se a visão biológica, cognitiva e afetiva, percebendo este aluno como um ser humano integral. Nesta perspectiva, o presente estudo vem abordar o uso do yoga como metodologia alternativa para crianças hiperativas ; o yoga como coadjuvante no adestramento físico deste público desafiador, que é a criança hiperativa. Apontando a possibilidade da construção de indivíduos mais organizados mentalmente, disciplinados e socialmente aceitáveis, no ponto de vista que a problemática da inquietação e o déficit de atenção presentes nas crianças que apresentam tal disfunção trazem para si, os familiares e todos que fazem parte do seu convívio cotidiano. Cabe salientar que desatenção, hiperatividade e impulsividade, observados de forma isolada não configuram a presença da síndrome; estes sintomas, principalmente se tornam alarmantes principalmente no caso das crianças quando observados ao longo do tempo , em vários ambientes da vida da criança.
Hiperatividade / TDAH
:
´´ O Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) é um quadro caracterizado pela presença de um desempenho inapropriado nos mecanismos que regulam a atenção, a reflexibilidade e a atividade motora. Porém não pode ser considerado um comportamento mais exuberante de um pequeno grupo de crianças, uma vez que se associa a um comprometimento funcional da vida acadêmica, profissional e de relações ´´2. Portanto a tríade de sintomas é clássica na síndrome, que caracteriza-se pela presença de uma impulsividade / hiperatividade extrema, e desatenção, o que independente do grau classificatório empregado, crianças que apresentam TDAH, são notoriamente reconhecidas, seja em clínicas, escolas e em casa, devido ao comportamento tempestivo, como se estivessem á todo vapor; dificuldade de realizar tarefas que exijam atenção, como atividades lúdicas na escola, devido a facilidade pela distração por estímulos alheios a atividade proposta. A desatenção, um dos sintomas mais frequentes nesta síndrome, é identificada pela grande dificuldade em estar atentos á detalhes, cometendo erros por descuidos, devidos á falha na condição de concentração; devido á esta grande dificuldade, relutam no envolvimento com atividades que exijam esforço mental constante. A agitação corporal é constante; portanto tarefas que exijam a permanência sentado, concentrado, como a realização de uma tarefa de lazer em silêncio, para estes indivíduos seria um grande desafio, devido a comportamentos inapropriados.
´´Além destes comportamentos citados anteriormente, a auto-estima destas crianças encontra-se rebaixada, que pode ser justificada pelo ao isolamento social que acabam sofrendo devido ao
modo como tentam estabelecer as suas relações. Além disso, não podemos desconsiderar que a maior parte de suas atitudes e ações são vistas como inadequadas e, tudo isso, ainda é acentuado pelas frustrações que adquirem por não conseguirem realizar atividades escolares como os colegas´´3 . Sem sombras de dúvidas, o conjunto somático das alterações causadas pela síndrome são notórios, haja vista o transtorno causado pela alteração ambiental, o transtorno torna o aluno estigmatizado: seja pelo comportamento aaredio, sendo a síndrome muitas das vezes desconhecida por inúmeros professores e profissionais que farão parte do cotidiano da criança.
´´ Pais e familiares também encontram muita dificuldade na maneira como lidar com as crianças portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mesmo depois da confirmação do diagnóstico´´4 Para os pais o desafio é ainda maior; tendo em vista que a sociedade os constrange até mesmo com olhares, gestos e atitudes, cobrando destes pais atitudes mais enégicas no que tange a educação dispensada a este ente.
´´Até hoje é comum que se diga que o TDAH é um distúrbio essencialmente infantil. Sabemos hoje em dia que isso não é uma verdade: a maioria das crianças com TDAH na infância terão sintomas por toda a vida, que poderão ou não interferir de modo significativo em suas vidas profissionais, sociais e familiares .´´5 Sabe-se que adultos afetados pela síndrome, deveriam ter diagnósticos realizados ainda na infância, onde o apoio de uma equipe multidisciplinar apontariam uma melhora significativa, o que corroboraria em adultos menos atingidos, e controlados.
Yoga x hiperatividade
A problematização das crianças que sofrem com o distúrbio Hiperativiade /TDAH, é a falta de concentração, embora sejam crianças com alto grau de inteligência, percebem muito do mundo á sua volta , mas pouco possuem da sua própria consciência corporal, pois estão constantemente inquietas e precisam mover o corpo para liberar a energia em excesso que produzem. Nesta concepção, o yoga assume um papel crucial, como metodologia alternativa que ajudará a criança na concentração, que tanto necessita.´´O Yoga visa a supressão da instabilidade da consciência Significa, portanto, o ato de afastar o devaneio que “surge diante do impasse entre [...] o que gostaria que fosse e o que é 6 . Esta arte milenar, visa através de posturas e o controle da respiração trabalhar com este indivíduo sua ansiedades e a falta de concentração. ´´O Oriente é visto, por um lado, como uma civilização de rica tradição
cultural, símbolo de sublimidade espiritual, força inspiradora e fonte de sabedoria; por outro, como uma região sombria de impenetrável mistério, irracional, não -científica, portadora de um exotismo sinistro e ameaçador. De fato, o Oriente é um lugar que nos convida a vôos imaginativos e exageros de toda espécie´´7. O Yoga ainda visto com olhares preconceituosos, como algo pouco explicado pela ciência, entretanto demonstrando á milênios sua legitimidade e seriedade em entender o homem como um todo. Nesta perspectiva o Yoga com suas asanas e panaimas busca o equilíbrio do mcorpo e da mente deste indivíduo.
Glândulas acionadas x Chakras:
"O diagnóstico clinico deve ser feito com base no histórico da criança. Observação de pais e professores é fundamental" 8. Sem sombras de dúvidas como já apontado, o diagnóstico da síndrome se dá por uma equipe multidisciplinar, sendo muita das vezes necessária a intervenção de um médico. ´´Concentrar-se dá trabalho. Exige esforço mental" 9, a inquietação presente no hiperativo denota á uma falta de´´ paz interior´´, como devida á alta concentração de energia presente. No campo da clarividência tais energias precisam ser equilibradas. "Tanto o portador de TDAH como o mal-educado são irritáveis por falta de capacidade de esperar. A espera é um exercício´´9 Nesta perspectiva sofre a família, devido á pressões da sociedade que revogam da família a obrigatoriedade da ´´boa educação´´, trazendo para o hiperatitivo o sentimento de menos valia pois o mesmo não tem controle por suas atitudes e desejos. ´´Os hiperativos apresentam alterações na chamada memória de curto período, e isto se deve à baixa capacidade de atenção e à pouca concentração. As mães referem que, quando solicitam algo à criança, esta retorna após alguns minutos perguntando qual foi a solicitação, pois esqueceu-se do pedido que lhe fora feito. Esta falta de memória já é, por si só, um fator de baixo rendimento escolar que quando associado à hiperatividade agrava o quadro´´ 10 Nesta concepção, a consciência corporal da criança hiperativa é atingida de forma negativa; e é notório que somos frutos também da aceitação familiar e social, onde alguns sãomais ,outros menos atingidos por essa má percepção. Ansiedade, inquietação, euforia e distração freqüentes podem significar mais do que uma fase na vida de uma criança: os exageros de conduta, diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), doença precoce e crônica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela atenção e memória. Dentre essas perspectivas e colocações duas glândulassão acionads nesta síndrome a Pineal e Hipófise, estando correlacionadas respectivamente ao chakra coronário, o chakra mestre de onde viemos pra onde iremos, e o chakra frontal, o que regula nossa vitalidade, força, presentes em demasia no hiperativo.
1- O Chakra Coronário :
Sendo o Chakra Coronário intimamente ligado a glândula Pineal ; este está situado á seis centímetros do alto da cabeça. Tendo a forma de pires, composto por 12 pétalas douradas centrais e um conjunto de 960 pétalas secundárias, estando dispostas entorno das primeiras; sendo por este motivo chamado de ´´Lótus de Mil Pétalas´´, no Tantrismo Indiano. Com predominância da cor violeta , tendo este Chakra correspondência na glândula Pineal (Epífise) - Que de acordo com estudos particularmente ligados á clarividência, com pontos relevantes mas ainda pouco esclarecidos cientificamente, adota-se a provável atuação sobre o organismo, como um todo - ´´A glândula mestre´´ - Estudos apontam, que uma falha nesta glândula acarretaria uma puberdade prematura.
Segundo Sharamon, o sétimo Chakra, o coronário,´´É o lugar onde nos sentimos em casa; nele começou a nossa viagem pela vida, e é para ele que voltaremos no fim do nosso desenvolvimento. Nele vivemos e nos sentimos em Deus, nos tornamos unos com a origem divina da qual proviemos. Nosso campo de energia pessoal misturou-se com o campo energético universal´´11.
Através dete Chakra, tudo antes compreendido de modo intelectual e após intuitivo, tornou-se visível de forma completa, objetivando o ´´terceiro olho´´.
2- Chakra Frontal:
Localizado na altura do nariz , entre os dois olhos ; na clarividência ele surge no meio da testa , tendo ligação no meio físico com a glândula Hipófise. Está dividido em duas partes, cada uma das quais com 48 pétalas (num total de 96 pétalas), por isto as escrituras hindus só se referem a duas pétalas. Uma delas, segundo Leadbeater, é de cor rosada, com muito amarelo, enquanto na outra sobressai um azul-purpúreo (correspondente com a cor da vitalidade - prana - que o chakra recebe). Coquet e Powell indicam as mesmas cores. Satyananda indica o cinza (ele destaca que outros autores descrevem-no como transparente). É preciso não esquecer que Satyananda descreve sempre os centros astrais,
enquanto Leadbeater, os etéricos. Aurobindo indica a cor branca. É representado como um lótus branco resplandescente com duas pétalas. No centro do pericárdico encontra-se um triângulo branco invertido contendo o Itara-Linga luminoso como um cristal e o bija-mantra “Om”.
´´A hipófise, ligada à dimensão física, controla as funções do corpo físico regulando o funcionamento de todas as demais glândulas´´12.
Distúrbios na glândula causados pela super produção e a deficiência na produção hormonal, e suas causas:
Acromegalia :superprodução do hormônio do crescimento
Deficiência do hormônio do crescimento: produção reduzida do hormônio do crescimento
Síndrome de hormônio antidiurético inapropriado: superprodução vasopressina
Diabetes insipidus : produção reduzida; vasopressina
Síndrome de Sheehan: produção reduzida prolactina
Adenoma pituitário:superprodução: qualquer hormônio da hipófise
Asanas e Panaiamas que ajudam crianças com hiperatividade :
Conclusão:
As aulas de educação física tendem a ser prazerosas para uns e um tormento para outros, alguns pela dificuldade motora e a falta de manejo com jogos; para outros em especial hiperativos encontra- se a dificuldade da obediência á regras propostas pelo jogo e a impulsividade. A proposta de yoga para este público se faz eficaz, pois observa o indivíduo por um todo, respeitando a individualidade , e além do mais em concordância com práticas alternativas que transcendem o dualismo corpo e mente; mente sã corpo são.
Bibliografia:
1- Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental, - Brasília: Mec / SEF, 1997
2- Rohde LA, Mattos P. Princípios e práticas em TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) Porto Alegre: Artmed; 2003. 236 p.
3-Kilic BG, Sener S. Family functioning and psychosocial characteristics in children with attention deficit hyperactivity disorder with comorbid oppositional defiant disorder or conduct disorder. Turk Psikiyatri Derg 2005; 16(1):21-8
4-Simões JM, Assencio-Ferreira VJ. Avaliação de aspectos da intervenção fonoaudiológica junto a um sistema educacional. Rev CEFAC 2002; 4(2):97-104
5- Brondani AR, Assencio-Ferreira VJ, Zorzi JL. A incidência de trocas surdas/sonoras na escrita de crianças com e sem história de alteração de linguagem. Rev CEFAC 2002; 4(2):105-10
6- GOMES, Eunice Simões. A catástrofe e o imaginário dos sobreviventes quando a imaginação molda a social. PB: UFPB, 2009
7- NOGUEIRA, Maria Inês e CAMARGO Jr Kenneth Rochel História, Ciência, Saúde . Rio de Janeiro, jul./ set. 2007 v.14, n.3 p.841 - 861
8- ANDRADE, Ênio Roberto de. Indisciplinado ou hiperativo. Nova Escola, São Paulo, n. 132, p. 30-32, maio 2000
9- TIBA, Içami. Quem ama educa. 6. ed. São Paulo: Gente, 2002. 302 p
10- TOPAZEWSKI, Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. 89 p.
11- Chakras mandalas de vitalidadee poder - Shalila Sharamon - 1998 - Pensamento Editora
12- Sampaio, Cyntia Meditação, Saúde e Healing in: Encontro Paranaense, Congresso Brasileiro de Psicoterapias Corporais, XV,X, 2010 Anais Curitiba
CENTRO Reichiano, 2010 - Cd Rom ISBN - 978-85-87691-18-7 - Disponível em: www.centroreichiano.com.br/artigos
ACESSO EM 27/04/2014