A constância com que a Policia Federal desmantela quadrilhas de larápios de todos os matizes país afora, não chega a ser alentador, mas desalentador, tal o volume e suas ramificações por todos os campos da sociedade.Na sua maioria, são grupos que dilapidam o Erário Público num oficio de rapinagem que revela tratarem-se não de quadrilhas recentes, mas de máfias vetustas.

O vírusda corrupção que cresta na nossa sociedade e afeta a índole da nação pode ser visto como uma epidemia? Quais as ações para prevenir a sua disseminação?Ou, já de tal forma está tão enraizado nas nossas veias que ninguém dele escapa?

O vírus da corrupção parece não ter cura? Ou há um "coquetel" de medidas capaz de controlá-lo ou extingui-lo?Ou o único modo de combatê-lo além de leis e instituições fortes, é a vigilância constante da sociedade num autocuidado permanente?

Todo o vírus contém um elemento autofágico.Ao destruir seu hospedeiro para alimentar-se dele acaba se destruindo. Esta destruição se manifesta numa sociedade feita da desconfiança interna e, ao mesmo,tempo numa nação que se apresenta como um paraíso da indolência, do roubo, da impunidade.

Será esse o fim da sociedade brasileira, totalmente tomada pelo vírus da malversação, da sonegação, do "levar vantagem a qualquer custo"? Estão todos esperando apenas a sua oportunidade de dizer: "agora é a minha vez"?Ou, pior, aqueles que pautarem seu caráter pelos princípios da justiça e da honestidade mesmo nas coisas mínimas do cotidiano, serão motivo de execração pública? É trágico e desalentador fazer tal previsão, mas observando tudo que ai está e, ainda mais, ao que parece, aí sempre esteve, é impossível pensar de outra forma.

A virtude, a honestidade, o respeito pelo que não é nosso, pelo que é do bem comum, público, não é um mal na consciência e caráter da grande maioria dos brasileiros, afirmamos. Ainda é possível acreditar nisso?Ou estes são a exceção? A regra são aqueles que já são contumazes na mídia e nas páginas policiais?

Embora se observe as ações policiais revelando uma extensa e perene teia de corrupção e roubo entre os entes públicos e políticos fica evidente que a sua nascente está fora da esfera governamental.Se o corrupto aparece em maior evidência no público, ao que se vê o corruptor é sempre privado. 

Será que chegar ao poder seja ele em que nível e instância for, é o definitivo teste do caráter do indivíduo, na sua mesquinhez e vileza ou na sua grandeza e nobreza?A realidade tem mostrado que estas últimas parecem cada vez mais raras naqueles que alcançam algum poder seja pelo voto, por concurso público ou por seu mérito dentro do mercado capitalista ou seja qual for a sua ideologia.