O VERDADEIRO E LIMITADO HERÓI DA SEGURANÇA

Um dos maiores desafios da segurança privada nos dias atuais, não é o de impedir ou inibir a ação delituosa e sim consolidar sua base, ou seja, valorizar seu maior patrimônio, os atores deste vasto campo profissional, a saber: Vigilantes, Guardetes, Bombeiros, Porteiros e infelizmente os Assemelhados. Pois quem conhece, sabe bem o que estou dizendo, não ignorando as denominações, igualmente, faz-se necessária esta ressalva pelo grande número de pessoas que desconhecem o assunto.

Acredito que deveríamos começar o discurso com menos especulação e mais ação, partindo do pressuposto que no nível em que se vão construindo a segurança privada no Brasil, não precisamos de uma carga pesada de supostos especialistas e sim valor humano nas organizações que se propõe a dar soluções de segurança a sociedade através de seus parceiros de negócios.

È tão contraditória esta postura, que enquanto o mundo globalizado pensa e incentiva a alcançar pessoas o "HUMANWEAR", a maioria das empresas de segurança privada ainda pensam contas bancárias mais gordas e fantasias discursarias em jornais, revistas e folder's coloridos, que escondem a realidade operacional destas instituições.

O verdadeiro profissional da segurança privada, reconhecido pela lei 7102/83 e demais portarias e decretos da legislação em vigor não possui:

- Plano de carreira contemplado pelas empresas – 95% das empresas de segurança não busca profissionais supervisores e coordenadores entre seus colaboradores, o máximo que o profissional atinge é o posto de líder ou supervisor interno, quando há forte indicação do cliente. Não há processo ou promoção de seleção interno;

- Não tem participação nos lucros e resultados;

- Nenhuma iniciativa de reconhecimento profissional, com tantos talentos que tem, de associações, sindicatos, entidades sociais, veículos de comunicação da área e etc... – Geralmente só recebem este tipo de reconhecimento, quem tem dinheiro suficiente para pagar pelo título ou amizade suficiente para a troca de favores ou títulos.

Deixa-me perplexo, alguns supostos especialistas quando falam de mobilização da categoria, esquecerem que os verdadeiros profissionais de segurança (com muita honra e dedicação) geralmente trabalham doze horas, sábados, domingos e feriados e ainda contam com um grande número de coordenadores e supervisores que tem três características:

QRU – Só aparece no posto quando há novidade, problema;

36 – Quando sabe que o posto tem refeição! Que tal fazer uma visitinha?!

Sambalate – Personagem bíblico que tentava impedir ao invés de ajudar a reconstrução dos muros do povo de Deus. Ou seja, não sabe ajudar, mais sabe atrapalhar. Numa verdadeira contenção de talentos já discutida em cursos de formação e encontros da alta cúpula da segurança privada.

Nós profissionais de segurança privada, conscientes de nosso papel primordial e buscando através da capacitação, formação, humildade e equilíbrio percebemos que estas qualidades para pouco ou nada tem sido respeitadas pelas empresas de segurança e por muitas pessoas que desconhecem a verdadeira força motriz desta tão nobre atividade.

Termino! Será que a segurança privada precisa absorver mais títulos e cair na mesmice dos atuais sistemas informativos, cujo valor se verifica pelas medalhas e não pela capacidade?

Será que não estão forçando o profissional de segurança, com pagamentos errados, atrasos de folgas trabalhadas, falta de oportunidade e carreira, sumiço das empresas de segurança e reabertura com outros nomes, homologações com data superior ao legal, desprezo e supervisão caótica nos postos a se tornar um mal profissional?

Ao contrário do discurso dos escravistas, paciência tem limites. Até Deus, sendo Deus esgotará sua paciência com a humanidade no dia do julgamento, quanto mais nós pobres mortais e ridicularizados pelo sistema.

È notável o numero de profissionais, que dão o sangue pela empresa e não são notados, não seria tudo isto agravantes desconhecidos pelas autoridades policiais e que deveriam ser levados em conta pelas empresas na contratação destes serviços? Claro que sim!

Não sou o dono da verdade absoluta, nem tenho desejo de ser, apenas sou uma voz clamando no deserto, deserto da violência que está sendo feita (na cara de todos) em muitas empresas, contra o verdadeiro herói da segurança. Digo com conhecimento de causa e aprofundamento nesta questão.

Aparecido Cruz

Mestrando em Pedagogia, Bacharel em Teologia, Ex. Juiz Suplente/Secretaria da Justiça de São Paulo, Profissional de Segurança do Trabalho e Segurança Patrimonial, Educador Social e Autor de Diversos Artigos.

GRITO VERDADE DA SEGURANÇA

Muito se tem falado

Conclusão?!

E pouco realizado

A teoria sem Prática

Fardo Pesado e Sutil

Que os homens de segurança levam

Enquanto o Inimigo Ardil

Sorridente se alegra

 

Prêmio de Destaque

Só pra puxa e Patrão

Enquanto isso o segurança

Lembrado Não é Não

 

Os Sindicatos de algumas categorias

Não lhes estende a mão

Uma vez que há alegria

Por receber a contribuição.

CONTINUAÇÃO

Infelizmente também no meio

Há uma grande hipocrisia

Companheiros e Companheiros

Enfrentam-se todo dia

 

Se não fosse à ardilosidade

Que há muito tempo nos cerca

Que causa dificuldade

E a muitos Talentos Breca

 

Haveria aí Então

Um caminho mais Real

Convertendo a Perseguição

Em Responsabilidade Social

 

Que motivo teria este homem

Para a tudo guardar

Se o pouco que conquistou

Dia a dia querem tirar

A responsabilidade social começa dentro de casa, valorizando primeiro os que estão ao nosso lado, terceiros ou não.

Do livro: Confabulando em versos, prosas e outras histórias – Aparecido da Cruz/ THS Editora

SEGURANÇA

Quando tudo vai bem, "fingem" não lembrar que existe.

Quando desprezam e vai mal, dizem que não existe.

Quando é para gastar, acha-se que não é preciso que exista.

Porém! Quando realmente não existe, todos concordam que deveria existir.

Vai pagar a conta da ignorância, ou valorizar a segurança?

Adaptação Aparecido Cruz