GRACILENE CARVALHO ROCHA

RESUMO

O presente trabalho objetiva verificar e analisar o ensino dos pronomes no livro didático de língua Portuguesa. Os quais se dividem em: Reto e oblíquo, o conceito de pronomes pessoais é exposto de acordo com a gramática normativa, pois, define as pessoas do discurso (primeira, segunda, terceira pessoas). Classificam-se os pronomes pessoais como "Retos" quando estes desempenham a função de sujeito da oração e "oblíquos" quando desempenharem a função de complemento verbal. Diante disso, nota-se que os autores desse material mesclam gramática tradicional e descritiva, de forma obscura, ou seja, não estabelecem o entrelaçamento entre os fatores gramaticais e a sua contextualização no cotidiano e as suas explicações são estritamente estruturalistas.

Palavras-chave: Pronomes. Livro didático. Gramática

RESUMEN

El presente trabajo tiene como objetivo verificar y analizar la enseñanza de los pronombres en el libro didáctico de la Lengua Portuguesa. Los cuales se dividen en Recto y oblícuo, el concepto de pronombre personal es expuesto de acuerdo con la gramática normativa, pues define las personas de discurso (primera, segunda, tercera personas). Se clasifican los pronombres personales como "Rectos" cuando estos desempeñan La función de sujeto de la oración y "oblicuos" cuando representen la función del complemento verbal. Enfrente de eso, se nota que los autores de esse material mezclan gramática tradicional y descripción, de forma obscura o sea, no establecen y entrelazan los factores gramaticales e su contextualización en lo cotidiano y las explicaciones son estrictamente estructuradas.


Palabras-llave: Pronombre - libro didáctico - Gramática.


INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva verificar e analisar o ensino dos pronomes no livro didático de língua portuguesa de ensino médio, como foco de estudo utilizei o livro "Português de olho no mundo do trabalho". Almejo verificar se o material exposto contribui para a aprendizagem e destacar se o método de ensino é baseado na Gramática Normativa ou na Descritiva. Partindo do principio que o livro didático, em geral, é o principal norte para os professores de Língua Portuguesa, é importante ressaltar que a estruturação gramatical da maioria dos materiais didáticos se fundamentam na Gramática Normativa, a qual trabalha de forma fechada e especifica os aspectos gramaticais, ou seja, segundo Câmara Jr. (1977) a Gramática Tradicional expõe as classes de palavras de forma linear ou independente, como se elas não dependessem uma das outras.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No livro em análise, verifica-se que tais traços estão explícitos, uma vez que na obra, o conteúdo pronomes está todo dividido, como se fossem partes independentes, nesta oportunidade abordarei somente no que tange os pronomes pessoais, os quais se subdividem em: Reto (tônico) e Obliquo (tônico e átono). O material didático começa com um trecho de uma reportagem, a qual trata sobre o telespectador brasileiro e o seu baixo nível intelectual. O texto é bastante interessante, porém, exigi uma postura crítica do professor para direcionar esta ferramenta, de maneira coerente e eficaz, possibilitando a seus alunos uma interpretação reflexiva, tanto da temática do fragmento em questão quanto da função dos pronomes pessoais para a formação do discurso.
É relevante mencionar que a interpretação de tal texto é colocada de forma mecânica, haja vista, que as perguntas utilizam os termos "reescreva", "substitua" ou ainda "indique" retratando um mero processo de transcrição. O conceito de Pronomes Pessoais é exposto de acordo com a Gramática Normativa, pois define que estes são representantes das pessoas do discurso (primeira, segunda, terceira). Classificam os Pronomes Pessoais como "Retos" quando estes desempenharem a função de sujeito da oração e "Oblíquos" quando desempenharem a função de complemento verbal. Com isso, nota-se que os autores desse material educacional fazem uma mesclagem entre Gramática Tradicional e Descritiva, no entanto, isso é feito de maneira obscura, ou seja, estes disponibilizam um texto de cunho crítico, mas não estabelecem o entrelaçamento entre os fatores gramaticais e a sua contextualização no cotidiano, ficando subentendido a sua função destes para formação do discurso no dia a dia, ou seja, os exercícios e as explicações são estritamente estruturalistas.

2 O ENSINO CONTEXTUALIZADO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Atualmente, o ensino de língua portuguesa vem assumindo uma nova postura, muito se fala em construir alunos pensantes, críticos ou reflexivos, mas mediante as deficiências e lacunas nos livros didáticos, tais anseios transformam-se em uma grande utopia. Pois, de acordo com Gregolin (1993), a Linguística Textual é responsável por utilizar o texto como unidade de análise para promover o ensino de língua portuguesa. É natural professores e estudiosos dizerem que a escola ou a universidade precisam de estudantes críticos, que reflitam sobre os assuntos, que saibam as regras gramaticais e que construam um texto coerente. No entanto, o que se constata nos diferentes contextos educacionais é que o estudante aprende somente as teorias através de frases isoladas que não são inseridas em um contexto, fazendo que no momento da produção textual ele não consiga passar para o papel um texto com ordenação de idéias e de estruturas aprendidas, porque não foi ensinado a construir algo com sentido e coerência, mas sim, frases descontextualizadas e/ou isoladas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo, a partir da análise do livro didático "Português de olho no mundo do trabalho" dos autores Ernani Terra e José de Nicola, verifica-se que os objetos de ensino e estudo são baseados prioritariamente na Gramática Tradicional, apresentando pouca abertura à Linguística Textual, analisamos também a questão do próprio nome do livro, pois, entende-se que este passa uma "ideologia"; uma vez que tal material é destinado para a rede pública de ensino, a qual é composta por sua grande maioria por estudantes de classe baixa, ou seja, para "arrumar" um trabalho é preciso estar de olho no "português", não como língua materna, mas como instrumento do "mundo do trabalho". Acredita-se que os materiais didáticos devem ser bem estruturados, primando pelo senso crítico, pela a construção do pensamento bem como sua estruturação tanto na oralidade quanto na escrita.

REFERÊNCIAS

TERRA, Ernani et NICOLA, Jose de. Português de olho no mundo do trabalho. São Paulo: Scipione, 2007

CÂMARA, Jr. M. A classificação dos vocábulos formais. In: A estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 67-70.

GREGOLIN, M. R. V. Linguística textual e ensino de língua: construindo a textualidade na escola. São Paula: Alfa, 1993, p. 23-30.

ABREU, Vitória de A Gramática hoje. Disponível em: http:/revistaescola.abril.com.br/línguaportuguesa/praticapedagogica/gramatiadecoreba-423568. Shtml. Acessado em: 15/05/2010.

VIEIRA, Débora. Aula de Português. Disponível em http://www. português.com.br/art7.htm. Acessado em: 15/05/2010.

CORTEZ, Ruth de A. Gramática descritiva versus normativa. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica_descritiva. Acessado em 15/05/2010.

NERY, Alfradina. Gramática normativa, descritiva e internalizada. Disponível em: http://educação.uol.com.br/portugues/ult1693u. jhtm. Acessado em: 15/05/2010.