1.Introdução

No processo de ensino e aprendizagem a selecção e a organização de conteúdos assim como a escolha dos meios, métodos e estratégias de ensino desempenham um papel muito importante para o alcance dos resultados esperados e da qualidade de ensino desejada. Professores em diferentes níveis de ensino e com diferentes tipos de grupos procuram usar métodos que maximizam os resultados educacionais.

Ao longo da história de educação, diferentes escolas filosóficas apareceram e criticaram as outras e sugeriram diferentes propostas metodológicas baseadas nos princípios e nos objectivos que pretendiam alcançar.

Uma vez que os grupos de aprendizes ou as turmas nunca são homogéneas por serem constituídas por estudantes de diferentes “backgrounds”, com personalidades, interesses e ate estilo de aprendizagem diferentes, não é fácil para o professor encontrar um método ou uma estratégia de ensino que possa acomodar as necessidades de todos os estudantes. É pela esta razão que Pimenta. et al no seu livro Dimensões de Formação na Educação: Contributos Para Um Manual de Metodologia Geral argumenta que os professores competentes desenvolvem um repertório de métodos não se limitam a somente um método ou estratégia.

Se buscarmos para a nossa reflexão o principio estatístico que dita que só existe qualidade se existir quantidade e competitividade argumentaríamos, também inspirados pelo Pimenta, que quanto maior for o repertório do professor; maior em número e em qualidade, melhor o professor estará equipado para fazer a escolha do métodos ou da estratégia a ser aplicada na sala de aula.

Em outras palavras, pode-se aqui sugerir que para uma melhor escolha de métodos e estratégias de ensino o professor como a peça chave deverá estar familiaridade com diferentes métodos e estratégias baseadas no contexto, nos resultados esperados e nas implicações do uso de cada um deles. Uma escolha aleatória destes poderá ter implicações negativas nos resultados.

Em muitas instituições de ensino superior os docentes tem pautado pelo uso dos seminários como uma estratégia de ensino. Na Universidade Pedagógica esta prática é característica em quase todas as disciplinas e todos níveis. No entanto, muitas vezes observamos a fraca participação dos alunos quer do grupo que apresenta o seminário assim como dos membros doutros grupos, estudantes que só vam ler o que esta escrito no trabalho e quando questionados mal sabem responder mesmo o que leram, o que sugere que alguns destes trabalhos não são feitos por todos os membros do grupo, alem disso em muitas ocasiões observam-se grupos que só baixam artigos na internet e vem ler como se fosse trabalho de pesquisa. Doutro lado alguns estudantes também se queixam das sínteses “lacunosas” feitas pelos docentes que mostram ou sugerem falta de preparação da parte do docente manchando assim o objectivo principal do uso dos seminários.

O presente trabalho tem como objectivo reflectir sobre o uso dos seminários como uma estratégia de ensino na Universidade Pedagógica. Deste objectivo geral são extraídos os seguintes objectivos específicos: i) identificar o impacto do uso dos seminários como uma estratégia de ensino superior ii) sugerir linhas orientadoras a serem seguidas pelos docentes e estudantes no uso desta estratégia de ensino e aprendizagem e iii) identificar causas do fracasso no uso de seminários como método ou estratégia de ensino e aprendizagem.