Autores: Carlos Humberto Biagolini, Cristiane B.Cangani,
Eliodete Pereira

RESUMO

O jornal é uma das formas mais antigas de comunicação em massa e no Brasil desde que o primeiro jornal foi criado, tem sido fonte de informação direcionado a públicos diversos. Na Europa, os jornais existem a muito mais tempo que no Brasil. Aqui, a produção desta forma de comunicação foi controlada pelo governo até final do século XIX. O primeiro jornal do Brasil foi o Correio Brasiliense que era editado em Londres e com linha ideológica contra o governo e a favor da independência, mais tarde surgiram outros jornais tais como A Gazeta do Rio de Janeiro, O Patriota e A Oratória e A Retórica. Além destes, outros jornais também eram impressos, já que não haviam leis que regulamentasse o jornalismo neste país. Com a vinda da família real para o Brasil, foi criada em 1808 a Imprensa Régia e junto com esta publicação, a censura prévia de expressão verbal e oratória. O primeiro jornal impresso no Brasil foi a Gazeta do Rio de Janeiro, que marca o início da produção de diversos tipos de publicações por todos os países em vários formatos diferentes. O jornal, pode ter papel importante também na educação pois apresenta linguagem mágica que com linguagem simples, facilita a compreensão das informações e por isso pode ser utilizado na formação do conhecimento em turmas do ensino fundamental I e II como também em turmas de ensino médio. A forma de apresentação de jornais como meio de pesquisa são diversas e incluem a disponibilidade em bibliotecas nas unidades escolares, o uso de jornal em sala de aula intermediado por professores ou ainda na forma de exposição com jornais, apresentando os diversos formatos, formas de linguagem diferenciadas, uso de lay-out específico para cada público, etc. Em busca da melhor forma de utilização dos jornais como fonte de pesquisa, foi montada uma exposição com diversas tipos de publicação, como também jornais de diferentes localidades do Brasil e os resultados se mostraram favoráveis para a utilização deste veículo de comunicação em vários níveis de ensino.


INTRODUÇÃO
O homem, sempre procurou formas diferentes de comunicação, entre as primeiras, estão as figuras feitas nas paredes das cavernas onde através de um fragmento de rocha, o homem primitivo riscava as paredes registrando ali informações que observava no dia a dia. Com a evolução do homem e de tudo que o rodeava, surgiu mais tarde o papel. A invenção do papel com fibras vegetais, é atribuído a um oficial chinês de nome Cao Lun, por volta de 105 aC. A primeira fábrica de papel foi instituída por Tsai Lun, também na China no mesmo ano do descobrimento do papel de fibras vegetais. A técnica de produção de papel foi mantida em segredo pelos chineses por cerca de 500 anos. Os japoneses conheceram o papel no século VII e já no ano de 770, produziram a primeira publicação que era uma oração budista impressa em bloco batido; técnica semelhante a de um carimbo, da qual editaram cerca de 1.000.000 de exemplares. O papel tornou-se conhecido pelos europeus depois que os árabes venceram os chineses em Samarcanda, no ano de 751 da atual Era. Levaram os segredos da fabricação do papel para a Espanha quando Mouros invadiram a península Ibérica no século IX. Depois que os Mouros perderam o domínio territorial na Catalunha, Espanha, o segredo de fabricação disseminou-se por toda a Europa.. O papel ganhou importância na produção de documentos, uma vez que os pergaminhos até então utilizados, apresentavam maior facilidade para serem falsificados (MiniWeb Educação/2010).
Em 1276 o papel passou a ser fabricado na cidade de Fabriano, Itália enquanto na França a fabricação iniciou-se em 1348. Na Alemanha o papel iniciou a fabricação em maior escala em 1390 enquanto na Inglaterra, em 1494. Embora a produção nestes países fosse a nível indutrial, um trabalhador não podia fazer mais de 750 folhas por dia. O processo continuou artesanal até o século XVIII, quando em dezembro de 1798 o francês Louis Nicolas Robert, patenteou uma máquina para fazer papel de grande comprimento. A patente desta máquina foi vendida ao seu patrão que apesar de proprietário da patente, não conseguiu viabilizar inteiramente o invento. A patente acabou sendo roubada e vendida na Inglaterra para dois industriais que aperfeiçoaram o invento transformando-o numa máquina de confecção cilíndrica com melhor desempenho. A invenção foi sendo aperfeiçoada ao longo dos anos e hoje, uma máquina de papel tem capacidade de produção de 1000 metros de papel/minuto.
Os tablóides são jornais em dimensões reduzidas em relação aos convencionais e só foram possível de serem produzidos nos Estados Unidos e Inglalterra, devido ao formato do papel produzido por estas máquinas aperfeiçoadas para a produção de papel.. Só a partir da industrialização do processo de fabricação de papel é que surgiram livros, revistas e jornais democratizando a divulgação de informação nos mais diversos segmentos tais como a ciência, a fé, o terror, os contos provenientes da imaginação além da publicidade impressa.(FREITAS/2010).
O papel nos dias de hoje, ocupa lugar de destaque na diversidades de produções escritas . O Brasil, entrou para a história através de um documento, a carta memorável de Pero Vaz Caminha, tornando-se portanto conhecido para o mundo pela carta que o escrivão da frota de Cabral enviou ao rei D.Manoel. O papel está aliado aos primeiros vagidos de nacionalidade. Contudo, foi com a descoberta da imprensa que o papel entrou a desempenhar "digamos sem temor de redundância, um papel de grande relevância da civilização. A queda da Constantinopla, a Idade Média deveu o seu término a descoberta da Imprensa por Guttemberg e à disseminação do livro. (AZEREDO, 1943)
O papel transformado em jornal ocupou e ocupa lugar de destaque nas formas de publicações produzidas no Brasil. Foi através dos jornais que muitas notícias e informações chegaram até a população, como por exemplo os anúncios publicados no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro e do Diário de Pernambuco que em uma de suas publicações trazia a seguinte declaração" Esclarecem-nos sobre a indumentária dos domésticos das famílias pernambucanas uns ainda seminús, isto é, só de tanga; a maioria, porém de camisa de baeta encarnada e ceroula de algodão ou de calça e camisa de estopa, ou de camisa de algodão grosso e calça de ganga. Molecas de vestidos de panno da costa, com listras vermelhas, pretas velhas de vestidos de chita roxa, saia lilá prata por cima, panno da Costa Azul com matames brancos e lenço azul amarrado na cabeça".(Freyre, 2010). Isto mostra que toda e qualquer espécie mensagem e informação eram publicadas nos jornais do passado.Quando os jornais começaram a ganhar força no Brasil, uma das grandes vítimas de críticas foi o Imperador Dom Pedro II.
Data dessa época (1871), o aparecimento das primeiras caricaturas, que descreviam um "Pedro Banana", um "Pedro Caju", resultado sobretudo da indiferença com que o monarca encarava os negócios de Estado, ou da atitude oscilante que começava a ostentar publicamente. Desde os anos 50, a imprensa gozava no Brasil de grande liberdade e é por isso mesmo que o próprio imperador era um dos alvos mais constantes de ataques e desenhos satíricos. Esse tipo de imprensa será, inclusive, objeto de uma grande expansão e já em 1876 o Rio de Janeiro contava com meia dúzia de jornais satíricos geralmente semanais, cuja tiragem chegava a 10 mil exemplares . Entre eles destacam-se alguns mais antigos como: A Semana Ilustrada, O Mosquito além de outros mais recentes como O Mequetrefe, O Fígaro e a Revista Ilustrada (SCHWARCZ, 2007, p.416)
A evolução do jornal no Brasil, merece destaque pois ganhou qualidade, cor e criatividade para atrair o leitor. Fazendo uso de uma linguagem simples, consegue transmitir informação e conhecimento muitas vezes pelo simples desenho ou ilustração disperta a curiosidade levando o leitor ao maior interesse em toda a informação disponível a respeito das imagens utilizadas.

RESULTADOS

Se o jornal impresso, tem a capacidade de atrair o indivíduo pela imagem e diagramação e conduzi-lo a leitura e conseqüente informação, ele pode e deve ser utilizado em escolas no aprendizado dos alunos. O experimento realizado no presente trabalho, ocorreu em escola pública localizada no extremo leste de São Paulo e transcreveu da seguinte forma:
Foram organizadas 60 capas de jornais de circulação na cidade de S.Paulo, Capital, em ordem cronológica de tempo (por dia) de 2 tipos de jornais diferentes sendo 30 considerados de leitura popular e 30 capas de jornais considerados de nível superior no que se refere ao tipo de linguagem e informação fornecida. As capas foram coladas em papel cartão e expostas nas paredes da unidade escolar. Além das 60 capas de jornais, foram também disponibilizados para observação, jornais de outros países, além de jornais de bairro e de outros estados. Além deste material, foram também expostos jornais antigos, com mais de 10 anos da publicação.
Após a visita dirigida por um professor, o que se observou através de atividade escrita é que os alunos conseguiram descrever informações disponíveis nos jornais, como também a memorização para várias imagens presentes nos jornais e tablóides, podendo então ser comprovado que o uso de jornais, facilita a memorização e o mais importante ; o aprendizado.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, L.; O Papel e a Celulose na Economia Nacional. São Paulo. Editora Cia Nacional de Papel e Celulose ? 1943.

FREITAS, O E. M.; A Invenção do Papel. Publicação do site miniweb.com.Br.

FREYRE, G.; Casa-Grande e Senzala: Formação da Família Brasileira sob o regime da Economia Patriarcal. São Paulo, Global Editora, 2010. 51a Ed.

MARIANI, B.; O PCB e a Imprensa: Os comunistas no imaginário dos jornais 1922, Campinas Editora Revan-Unicamp ? 1998.

Site www.miniweb.com.br. (acesso em 13/09/2010)

SCHWARCZ, L. M; As Barbas do Imperador. São Paulo. Editora