O uso das Tics no processo de ensino e aprendizagem. Implicações do uso da TIC na educação

Leandro Francisco Alves[1]

Marlene da Paixão Costa[2] 

RESUMO

Usar ou não usar novas tecnologias no dia a dia escolar já não é mais a questão. Afinal, o uso da tecnologia faz parte da vida das novas gerações fora da sala de aula e, por isso, a sua aplicação em benefício da educação pode ser considerada um importante caminho para aumentar o dinamismo das aulas. Nesse contexto, o importante é saber como integrar as novas gerações fora da sala de aula e, por isso, a sua aplicação em benefício da educação pode ser considerada um importante caminho para aumentar o dinamismo das aulas. Nesse contexto, o importante é saber como integrar as novas formas de ensinar e aprender ao planejamento e ao currículo escolar.

É clara a evolução das novas tecnologias e o impacto que tem causado na sociedade em geral, e isso inclui a educação, onde os professores qualificados usam as novas tecnologias como meios de abrir novos caminhos e ampliações de conhecimento.

É necessário que o professor explore novas formas de ensinar e aos alunos, novas formas de aprender, e por isso surge a necessidade de romper com velhos paradigmas educacionais, muitas vezes centrado em currículos fragmentados, de memorização e transmissão de informações.

Na sociedade em que vivemos o uso de recursos tecnológicos no processo educativo não pode ser deixado de lado bem como conhecer as práticas pedagógicas da educação é de suma importância para uma educação de qualidade.

Esse artigo relata a importância do uso das Tics no processo de ensino e aprendizagem às implicações do uso da TIC na Educação

1 - INTRODUÇÃO

Enfrentamos hoje uma guerra muito sutil acerca da maneira correta de “aprendizar”. Globalização, multiculturalismo e legislação são conceitos que permeiam nossa realidade e nos fazem repensar novas técnicas que possibilitem o despertar do aprendizado.

Muitos conceitos precisam ser revistos. Talvez por conta de uma onda sociodemocrática que se espalhou como um tsunami devastador; o problema é que toda devastação deixa marcas e precisa ser remodelada para que se encontre novamente firme e segura para nossa convivência.  E por toda essa nova cultura que se vai imperando, percebemos que o conhecimento é um bem social e democrático, sem os limites didáticopedagógicos.

Não há como nos cegarmos a este fato: hoje podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo; a teleconferência, a internet, o Whatsapp, o skype, o facebook.... é a linguagem comum das crianças, dos nossos jovens e portanto dos nossos estudantes. Isso tudo é muito dinâmico por isso é nesse momento que temos que nos reinventar, nos reciclar e nos recolocar no mercado para concorrer à esta disputa muitas vezes desleal, que encanta, que distrai, que desperta, porém alheia a ação humana, ao contato, ao sentimento.

Segundo Paulo Freire,

Ensinar exige rigorosidade metódica; Ensinar exige pesquisa; Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos; Ensinar exige criticidade; Ensinar exige estética e ética; Ensinar exige corporeificação das palavras pelo exemplo; - Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática; - Ensinar exige o reconhececimento e a assunção da identidade cultural.

Toda esta revolução impõe à Educação o desafio de absorver a tecnologia em seu contexto, principalmente formando indivíduos aptos a interagir,assimilar e se beneficiar destas novas ferramentas, agregando-as a sua trajetória socioprofissional.

Belloni (2003) afirma que a Educação tem um processo histórico de complexidade e que usa a mediação de qualquer tipo de meio de comunicação como uma ferramenta complementar ou de apoio às atividades interativas entre  professor e os alunos. De acordo com a autora até a sala de aula pode ser considerada uma 'tecnologia' da mesma forma que o quadro negro, o giz, o livro e outros materiais são ferramentas pedagógicas que auxiliam o processo de mediação entre o conhecimento e o estudante.

Moran (2008, p. 05), em seu artigo intitulado “Ensino e aprendizagem inovadoras com tecnologia”, expõe que humanidade caminha para a “gestão menos centralizada, mais flexível, integrada” e com estruturas administrativas diferentes, mais enxutas, com maior participação de professores, alunos, pais, e comunidade na gestão da instituição educacional.

Está claro que o conceito de aula deva ser revisto, e, em face à fossilização do sistema que não obstante era tido como verdade absoluta, será muito difícil pensar uma "aula" multidisciplinar ou transdisciplinar, mas será antes de tudo necessário.

2 TEORIAS DE APRENDIZAGEM 

O conceito de aprendizagem tem vários significados não compartilhados. Algumas definições incluem: condicionamento, aquisição de informação, mudança comportamental, uso do conhecimento na resolução de problemas, construção de novos significados e estruturas cognitivas e revisão de modelos mentais.

Segundo Hsiao (2000), “As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a relação entre conhecimento preexistente e o novo conhecimento. Várias teorias construtivas contribuem para o entendimento da aprendizagem cooperativa. Elas têm como ponto comum a visão de que indivíduos são agentes ativos, que, a partir de seus objetivos, buscam e constroem conhecimento dentro de contextos significativos."

Faz-nos refletir que então, o ensino visa aprendizagem a partir do entendimento do aprendiz pelos conceitos e sua interação com a realidade que está em seu entorno. Schimitz (1984) a descreve como sendo "um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir".

Existem hoje muitas teorias sobre aprendizagem. Teoria é uma tentativa humana de sistematizar uma área de conhecimento, uma maneira particular de ver as coisas, de resolver problemas. Uma teoria de aprendizagem é, então, uma construção humana para interpretar sistematicamente a área de conhecimento que chamamos aprendizagem (Moreira,1999).

Estes conceitos de aprendizagem e ensino são expressos em três principais enfoques teóricos: Comportamentalista, Cognitivista e Humanista. O primeiro trata da organização dos elementos para as experiências curriculares. Assim, a aprendizagem será garantida pela sua programação. (MIZUKAMI: 1986, p. 31); já o segundo mostra que é aquela que se dá no exercício operacional da inteligência. (MIZUKAMI: 1986, p. 76), e por fim a última apresenta uma qualidade de um envolvimento pessoal – a pessoa, como um todo, tanto sob o aspecto sensível quanto sob o aspecto cognitivo, inclui-se de fato na aprendizagem. (ROGERS, 1972, p. 5).

A familiarização com as principais teorias de aprendizagem, salientando principalmente a influência das mesmas no processo ensino- aprendizagem, auxilia na compreensão das causas das dificuldades reveladas pelos alunos, identificando os fatores que para elas contribuem. Além disso, um melhor entendimento das teorias de aprendizagem pode contribuir com uma formação mais adequada de todos aqueles que participam do sistema educacional.

É importante compreender o modo como as pessoas aprendem e as condições necessárias para a aprendizagem, bem como identificar o papel do professor nesse processo. Estas teorias são importantes, pois possibilitam a este educador adquirir conhecimentos, atitudes e habilidades que lhe permitirão alcançar melhor os objetivos do ensino, interagindo com os estudantes, e se realinhando com o uso de novas tecnologias que ainda neste século serão evidentes neste processo.

Na aprendizagem escolar, existem os seguintes elementos centrais para que o desenvolvimento escolar ocorra com sucesso: o aluno, o professor e a situação de aprendizagem. Consideraremos aí as questões sociais, religiosas e  culturais importantes de serem contempladas devido à abrangência a que se designa a educação, porém não esqueçamos de que estas questões não são distintas entre si, nem excluem os valores e atitudes que permeiam a relação entre o professor e os alunos. A realidade mostra que as escolas precisam contar com profissionais dispostos a aprender continuamente, tendo-os assim autonomia e preparo para enfrentar desafios diários.

As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento. A aprendizagem não seria apenas, inteligência e construção de conhecimento, mas, basicamente, identificação pessoal e relação através da interação entre as pessoas e o meio ao qual estão inseridas.

Cabe neste ponto avaliarmos as novas práticas sociais e culturais, as novas tecnologias na educação como facilitadoras de interação e comunicação humana, suas possibilidades para a transformação do aprender a aprender dos indivíduos e as mídias digitais como estímulo ao letramento, autoestima, e expressões multiculturais.

  • CULTURAS HIBRIDAS E A EDUCAÇÃO 

A partir da discussão dos controvertidos conceitos de modernidade e pós-modernidade, busca-se destacar os ideais e as conquistas da sociedade moderna em dois campos cada vez mais complementares no processo de socialização das novas gerações: a educação e a comunicação. Considerando a crescente importância do fenômeno comunicacional na sociedade atual, globalizada e tecnificada, a educação é chamada a constituir-se em espaço de mediação entre a criança e um meio ambiente povoado de máquinas cada vez mais "inteligentes".

Tendo como eixo teórico a integração necessária e inelutável ao campo educacional das novas tecnologias de comunicação e de informatização, tentamos delinear alguns caminhos para a formação de professores numa perspectiva inovadora, e indispensável para a melhoria da qualidade da escola do  presente e do futuro.

  • Modernidade Radical

Analisando correntes/teorias/movimentos ditos pós-modernos, Giddens parte da compreensão da natureza da própria modernidade para concluir que, o que chamamos "pós moderno" corresponde a um período em que "as consequências da modernidade estão se tornando mais radicalizadas e universalizadas do que antes" (1991a, p. 13).

Para compreender como seria, ou deveria ser, a escola que corresponde a essa modernidade radical e principalmente para compreender as relações entre educação e comunicação envolvendo as TI (tecnologias da informação), devemos buscar nas raízes do projeto humanista da modernidade a significação das duas maiores conquistas do homem moderno: o direito à educação (universal, igualitária, democrática) e o direito à comunicação (livre e plural).

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