Ao procurar meios que assegurem vantagem competitiva, não se pode negar que, atualmente, as mídias sociais acabam maximizando tanto no planejamento e pesquisa, como na reavaliação de todo e qualquer ciclo de gestão. 

Seria um erro encarar as mídias sociais como modismo. Embora o "fenômeno" da mídia social seja relativamente recente, são inúmeros os benefícios de sua utilização como ferramenta indispensável na gestão de qualquer ramo de atividade. Independente da ferramenta utilizada, o ponto mais importante desta questão é a identificação do conceito de mídia social antes mesmo da escolha da ferramenta efetiva a ser utilizada.

Entretanto, levando em consideração a definição de modismo como tendência de consumo da atualidade, também é possível considerar que a utilização especificamente das mídias sociais pode mudar com o tempo, fazendo a mídia social como conhecemos hoje, ou seja, baseada exclusivamente na tecnologia da informação, se transformar, ou até mesmo desaparecer. 

É importante perceber que, atualmente, quando se fala em mídia social, a primeira coisa que se tem em mente são as ferramentas tecnológicas, entretanto, o conceito e a essência desta ferramenta são muito maiores que a própria internet. O cerne do conceito de mídia social é a interação, a produção descentralizada de conteúdos e opiniões, a proximidade entre organizações e consumidores etc. 

Caso a evolução da mídia social baseada na tecnologia a deixe tão diferente a ponto de não a reconhecermos mais, a interação da humanidade, que foi conquistada ao longo do tempo, não morrerá e, mantendo essa essência de interação, logo surgirá outra ferramenta similar. Desta forma, nesse contexto de abandono de uma "moda" e evolução de um conceito com ferramentas novas, sempre caberá ao profissional de marketing identificar nas novas ferramentas os antigos conceitos para poder explorar melhor as suas potencialidades.

No entanto, ao mesmo tempo que a utilização de ferramentas de mídias sociais traz benefícios como a instantaneidade da informação e o alcance de grande quantitativo de pessoas, os mesmos benefícios observados podem ser armadilhas para o marketing se não forem trabalhados adequadamente. 

Em redes sociais, pode ser ousado lutar pelo direito de cometer barbaridades como erros na utilização do plural, o uso da vírgula etc., mas na vida profissional e na prática da criação de vínculo com o cliente isso é uma tragédia. A língua portuguesa é muito difícil. É claro que todos nós cometemos muitos erros ao falar ou escrever, e, dependendo do contexto, se expressar como um prodígio literário pode soar arrogante e desnecessário, mas, na vida real, comunicar-se minimamente correto só traz vantagens.

A produção de conteúdo de maneira descentralizada e sem controle editorial, ao mesmo tempo em que nos proporciona a falsa impressão de liberdade de expressão, acaba por nos constranger e, muitas vezes, nos prejudicar. Entendendo a propaganda como uma das ferramentas de marketing e, tendo a definição de marketing como sendo "a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles", (Kotler, 1999, p. 155), não é difícil perceber que o resultado de um produto será proporcional à imagem que for criada a seu respeito. Quanto maiores forem os erros vinculados à imagem de um produto (sejam erros de informações diversas e até gramaticais), pior será o resultado acerca do empreendimento realizado. Dessa forma, investir na imagem de uma empresa é investir diretamente no seu futuro, pois a imagem pode ser considerada seu principal ativo.

Entretanto, analisando os argumentos apresentados no parágrafo anterior, percebe-se que a construção de uma imagem negativa refletirá diretamente no faturamento da empresa. Quem esperaria transparecer credibilidade, sem investir na qualidade de sua comunicação? Quem contrataria um profissional que não é capaz de se comunicar adequadamente, com expectativa de criação de valor com o consumidor, bem como a geração de vantagem competitiva no mercado? É fato que, às vezes, certos erros gramaticais, intencionais e conscientes, podem funcionar como atrativos, sendo até boas ferramentas de propaganda, chamando mais ainda atenção para o produto. Isso também não pode ser desconsiderado.

Concluindo, não é o fato de se expressar corretamente na divulgação que vai diferenciar um produto básico de um produto ampliado ou diferenciado. Em contrapartida, perceber erros grosseiros de linguagem na embalagem, ou na divulgação em redes sociais, de um produto diferenciado, nos faz refletir se aquele produto vale realmente o valor que está sendo cobrado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI - como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Futura, 1999.

SIQUEIRA, Ito. Marketing Negativo. Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CDMQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.biblioteca.sebrae.com.br%2Fbds%2Fbds.nsf%2F1d7b269b07fee04a03256eae0 05ec615%2Fdd92d60db339e4b503257141006ef711%2F%24FILE%2FMa rketing%2520Negativo.doc&ei=iHopUYTVIIf09gSN6IG4Bw&usg=AFQjCNGDMXHL5QWgEKk391UhTFh0zPIPhg&sig2=wXv YRFMYiZnn8q0gHrnZ0g&bvm=b v.42768644,d.eWU. Acesso em: 23/02/13

LIMA, Eliomar de. Querem assassinar a Língua Portuguesa. A turma “vão” permitir isso? Disponível em: http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/querem-assassinar-a-lingua-portuguesa-a-turma-vao-permitir-isso/ . Acesso em 23/02/13