O USO DA CALCULADORA NA SALA DE AULA

INTRODUÇÃO     

    Para muitos pais e educadores a calculadora representa uma ideia do que ela vai substituir a capacidade humana de calcular, logicamente o uso dela não deve ser para fazer cálculos simples bem como, por exemplo, 10 + 2, pois o educando tem e deve usar o raciocínio para fazer os cálculos do mais simples aos mais complexos. No entanto a calculadora deve ser utilizada de forma que o educando faça uma interpretação de que cálculo deve ser realizado para chegar no resultado correto, a mesma deve ser apenas para realiza-lo com mais rapidez e segurança.

 

A CALCULADORA E O RACIOCÍNIO DO EDUCANDO

    Tal como computador, a calculadora de bolso é uma máquina matemática, muito útil para fazermos cálculos precisos com rapidez. Ela é utilizada no mundo todo, em praticamente em todas as atividades profissionais, para evitar tarefas demoradas e repetitivas de certos cálculos.

    As primeiras máquinas mecânicas de calcular foram inventadas há cerca de 350 anos. Mas a pequenas calculadoras eletrônicas de bolso surgiram a cerca de trinta anos. Foram sendo aperfeiçoadas, diminuindo de tamanho e de preço e, agora são objetos tão indispensáveis quanto o relógio e a caneta.

   Porém, apesar de sua importância incontestável e de sua presença obrigatória no dia a dia a dia da maioria das pessoas, as calculadoras têm sido pouco utilizadas na sala de aula. Sua ausência é explicada pela crença em alguns mitos, como o de que os educando “vão deixar de raciocinar” ou “vão ficar preguiçosos”.  

No entanto querer que o aluno faça, como lição de casa, cinquenta conta com lápis e papel não garante que ele vai raciocinar.

                         

   
    Partindo do ponto de vista que a calculadora inibe o raciocínio do aluno, encontramos falhas nesse argumento, pois a calculadora reproduz operações mecânicas que ao serem feitas manualmente são realizadas sem raciocínio algum, portanto a utilização da mesma para realização apenas de operações com algarismos habituais não teria problema algum.

    Observando com atenção iremos perceber que quem realmente condena o uso da calculadora são os adeptos ao ensino tradicional, pois encaram a educação matemática como sendo um mero “mecanismos de cálculos” e a calculadora impede esse tipo de trabalho.

    Alguns professores que não se julgam tradicionais e que são contra o uso de calculadoras partem do pressuposto de que nos vestibulares não é permitido o seu uso, mas o fato do aluno usar  calculadora na sala de aula não significa que não saberá fazer cálculos importantes, afinal, é fato que nos vestibulares de hoje em dia avaliam a capacidade de o aluno relacionar conteúdos, raciocinar e não de fazer operações extensas. Para o autor: Para o autor GUINTHER, (2008, p.1):

  A utilização da calculadora de forma reflexiva e bem planejada pode contribuir para o aprendizado de diversos conteúdos matemáticos, desenvolvendo a capacidade de investigar ideias matemáticas, resolver problemas, formular e testar hipóteses, induzir, deduzir e generalizar, de modo que os alunos busquem coerência em seus cálculos, comuniquem e argumentem suas ideias com clareza.

Até mesmo as calculadoras científicas que muitas vezes são utilizadas apenas por estudantes do ensino superior de áreas específicas podem ser manuseadas por alunos do ensino médio que teriam curiosidade pelas teclas que  calculam os valores pertinentes a trigonometria (seno, co-seno, tangente) e sobre os números escritos na notação científica que são apenas indicados pelos livros didáticos.

    A calculadora pode e deve ser utilizada em sala de aula sempre que o cálculo for um passo do trabalho, e não a atividade principal. Para que os educando usem a calculadora com inteligência, o professor precisa selecionar atividades adequadas, que seja motivadora e despertem a curiosidade, ajudando a raciocinar.

   O maior desafio dos professores de matemática é tornar essa disciplina agradável, aplicada ao cotidiano, tornar possível através dela estimular o raciocínio lógico, mudar a visão de que saber matemática é um privilegio de poucos, mas isso só será possível se o objetivo maior da matemática não for fazer “contas”. Desse modo à calculadora pode ser uma forte aliada.

   Os estudos demonstram que, que quando liberado do cálculo, os alunos conseguem se concentrar melhor nas relações entre os dados, nas condições e nas variáveis dos problemas. Em outras palavras canalizam o raciocínio.

   Imagine que você se veja diante da seguinte situação-problema: tenho R$ 419,50. Posso comprar:

  • Uma dúzia e meia de camisas por R$ 23,30; ou
  • Duas dúzias e meia de camisas por R$ 17,47.

Você faria essas contas com lápis e papel? Pode até ser que sim. Porem, no mundo de hoje, no comércio, nas indústrias e nos escritórios, o cálculo com lápis e papel é coisa do passado. Além de consumir tempo precioso, oferece grande risco de provocar erros desnecessários.

    A base do cálculo mental reside no conhecimento das operações e no uso adequado de suas propriedades. A final que sabe utilizar a calculadora sabe Matemática.

LOURIVAL SOARES LIMA - VILA RICA MT