¹ Marcelo Veras Pacheco
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
[email protected]


² Alcirene Maria da Silva Cursino
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
[email protected]


Resumo: O presente trabalho faz uma abordagem e analisa a utilização de maneira alternativa as
tecnologias existentes e disponíveis ao alcance de alunos e professores do ensino fundamental no
tocante à sua importância, principalmente, nas aulas de geografia, discutindo a forma de utilização,
inclusive, em situações além da sala de aula, tais como simpósios, assembleias e programas
animados. Independente do propósito para o qual são utilizadas, elas tem forte impacto para
potencializar a imaginação, nesse caso, de crianças e adolescentes. Para apresentar cada uma
dessas ferramentas, realizou-se uma pesquisa bibliográfica tanto com livros especializados quanto
com a internet, onde serão reveladas cada uma das nossas (já citadas) ferramentas didáticas, que
variam desde simples mapas até materiais para videoconferência.

Palavras-chave: novas tecnologias – ensino – geografia – ensino fundamental.

Introdução:


É tão irreal, para muitos atualmente, imaginar o mundo sem os aparatos tecnológicos de hoje que chegam a perguntar-se como vivemos tanto tempo sem os mesmos. Difícil também é acreditar como todo esse arsenal, que está ao alcance das mãos, não é
encontrado no contexto das salas de aula da maioria das escolas brasileiras. Em um momento em que as novas tecnologias assumem cada vez mais espaço no dia a dia das pessoas, não poderia ser diferente dentro da sala de aula. A ideia principal é abordar o seu grau de importância nas atividades envolvendo os alunos na sala de aula, em uma perspectiva de vários especialistas. Muitos, inclusive, defendem arduamente a inserção das Novas Tecnologias (NT) através da ampliação dos investimentos por parte do Estado que, para muitos, investe muito pouco em educação e, consequentemente, em novos recursos
“tecno-didáticos”. O especialista em gestão de sistemas e escolas, Rubens Barbosa de Camargo, afirma que “aplicar 6% do PIB é suficiente quando o sistema funciona bem. Ainda 
temos vários gargalos e, por isso, precisamos investir 10%”. O docente da PUC de Minas Gerais, Carlos Alberto Jamil Cury, reforça essa ideia declarando que “A qualidade da educação não virá se não houver uma qualificação de professores e também melhores atrativos para a docência”.

Os desafios

Ensinar geografia já não é um grande desafio ao professor de hoje, quando comparamos com os mesmos profissionais de, pelo menos, dez anos atrás. Com todo o aparato tecnológico disponível (imagens, mapas, retroprojetores, etc.), a performance do
professor em sala de aula tende a melhorar e, consequentemente, aperfeiçoar o desempenho de seus alunos, fazendo destes resultados um bom tema de estudo. Mas nem todos os professores, tanto de geografia quanto de várias outras disciplinas,
se mostram ou acreditam estar preparados para tal. Muitos até as resistem com medo de voltar aos tempos do tecnicismo ou declaram (poucos, na verdade) não saber manipular as
mesmas, alguns as vendo, inclusive, como um empecilho às aulas. Este sim seria um desafio maior do que aquele que é mais abordado atualmente: inserir as Novas Tecnologias (NT) no
interior das salas de aula de países em desenvolvimento como Brasil, que se mostra tão carente nesse aspecto, como aponta Jorge Martínez, especialista em educação e tecnologia
do Programa de Educação do Instituto do Banco Mundial, no livro Educação e Novas Tecnologias:


“Os sistemas educativos de países em desenvolvimento enfrentam atualmente não só o desafio de responder à demanda de acesso universal à educação (...) mas também de oferecer uma educação que considere a diversidade cultural e, em alguns casos, as necessidades de desenvolvimento das comunidades (...).” Martinez, 2004, pág. 95.


O autor ainda explica que, incrivelmente, existe a possibilidade de que as NT, se não trabalhadas e manipuladas da forma correta, podem se converter em mais um aparato de diferenças sociais:

“(...) vem surgindo necessidades no setor educativo que antes não existiam e que, agora, se somam à grande massa de assuntos que exigem mais atenção, criando o grande desafio de evitar que a introdução das NTIC gere mais diferenças entre aqueles que têm e aqueles que não têm acesso a elas, tanto na comunidade como na escola.” – Idem.

O Doutor em Geografia, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, reforça a ideia de Martínez ao explicar um fato até mesmo “escondido” com os professores, não só de geografia, mas também de outras disciplinas:

“a grande maioria dos professores das redes de ensino sabem muito bem que o atual ensino da geografia não satisfaz nem ao aluno e nem mesmo ao professor que o ministra. Um quadro herdado particularmente do período extremamente autoritário em
que o país viveu, é evocado para justificar a situação atual do ensino de 1º e 2º graus: jornadas de trabalho incompatíveis com a docência, salários aviltados, certa instabilidade no emprego, ausência de cursos de reciclagem para os professores da
rede, falta de entrosamento entre muitas direções de escolas, delegacias de ensino, divisões regionais de ensino e professores. Estas e muitas outras razões são lembradas em qualquer debate sobre a situação atual do ensino e a geografia
ensinada não fugiu à regra.” – Oliveira, 2003, pág. 137.


O maior desafio, com relação às NT, na opinião de muitos especialistas, é a sua inserção nas escolas; finalizado este passo os próximos passos serão a imediata adaptação destas à realidade local e ao currículo escolar. Em entrevista à revista NOVA ESCOLA, a docente e coordenadora do Programa de Pós Graduação em Educação da PUC de São Paulo, Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, defende a associação do currículo escolar com as novas “possibilidades tecnológicas”:


“O currículo da sala de aula não é apenas o prescrito. Ele se desenvolve do que emerge das experiências de alunos e professores, do dialogo entre eles. Nesse sentido, o uso das NTIC pode auxiliar muito porque, quando é desenvolvido um currículo mediatizado, é feito o registro dos processos e, com essa base, é possível identificar qual foi o avanço do aluno, quais as suas dificuldades e como interferir para ajudá-lo. Isso é pouco aproveitado ainda.” – Revista Nova Escola, Ed. 233, pág. 52.
Não é apenas a internet;


Diferente de como se apresenta para a maioria das pessoas, aplicar novas NT na escola não se restringe a uma sala de informática equipada, com acesso à internet. Há muito
mais por trás disso. O papel do professor, nesse caso, é de extrema importância porque ele será o manipulador de tudo o que o aluno, enquanto estiver em sala de aula e perto de um computador, ouvir e visualizar, a fim de transportá-lo para o conhecimento que se está abordando em sala. Em sua contribuição para o livro Arquivos, fontes e novas tecnologias,
Diana Gonçalves Vidal lança uma realidade já prevista nos dias de hoje a respeito da internet:


“A Internet, assim, vem se tornando a prioritária fonte de informação para um contingente cada vez maior de leitores. Nessa perspectiva cabe refletir sobre como criar uma espécie de identificação que reconheça em algumas páginas a acuidade
dos dados ou como gerar filtros de busca que indiquem os endereços eletrônicos de tais sites (...).” – VIDAL, 2000, pág. 43.


A seguir vamos apresentar os principais recursos tecnológicos, inclusive alguns já conhecidos:


Computadores:

Esta ferramenta, obviamente, é a mais utilizada, embora nem assim mesmo tão acessível na maioria das escolas até hoje. Não apenas nas aulas de geografia, como em outras matérias, como História (Pesquisas sobre fatos históricos), Língua portuguesa
(redação e produção de textos), e outras, é possível fazer uso de um bom computador. E é ultrapassada, segundo Elizabeth de Almeida, a ideia do acesso às NT apenas por ele:


“Sem duvida! Não que o computador não deva existir. Ele precisa estar na escola, mas passa a ter ressignificado. O laboratório é para uma atividade mais sofisticada, que exige recursos de uma reconfiguração, digamos, mais pesada e atualizada. Essa
tecnologia precisa estar à mão para a produção de conhecimento dos alunos à medida que surja a necessidade.” - Revista Nova Escola, Ed. 233, pág. 50


Telefone Celular:


Com tantos recursos disponíveis num único aparelho de celular (vídeo, fotos, GPS, televisão, internet, etc), pode se transformar num potente aliado para a “transmissão” do conhecimento não só na área de geografia, como em disciplinas exatas (usando recursos
como conversores de unidades de peso, medidas, temperatura, valores, etc). Entretanto boa parte das escolas, justificando a falta de atenção dos alunos e o seu mau desempenho nas notas, acaba proibindo os aparelhos dentro das salas de aula, o que, segundo Elizabeth Almeida, não tem o menor efeito:

“Vetar o uso não adianta nada porque o aluno vai levar e utilizar ali, embaixo da carteira. É preciso criar estratégias para que os celulares sejam incorporados, pois oferecem vários recursos e não custam nada à escola. A proibição só incentiva o uso
escondido e a desatenção na sala de aula. Geralmente os estudantes, inclusive de escolas públicas, têm celular e levam a todos os lugares. Ele é o instrumento mais usado pela população brasileira. Basta olhar as estatísticas. O que o webcurrículo
prevê é o uso integrado da tecnologia. Os alunos, com seu celular, podem fazer o registro daquilo que encontram numa pesquisa de campo. Podem trabalhar textos e fotos. E preparar pequenos documentários em vídeo. Isso precisa estar integrado ao
conteúdo.” – Idem.


Data-Show:

Muito encontrado, quase que em sua totalidade, dentro das instituições de ensino superior, apresentando certa desconexão com a realidade nas escolas de ensino fundamental e médio, onde é tão importante quanto. Abordando um pouco a metodologia do
ensino superior, é curioso notar que todo o modo de ensino transmitido por professores de ensino fundamental e médio é uma cópia do que se executa no ensino superior, segundo revela o filósofo Marcos Masetto, em sua contribuição para o livro Novas tecnologias e mediação pedagógica:


“Nos próprios cursos do ensino superior, o uso de tecnologia adequada ao processo de aprendizagem e variada para motivar o aluno não é tão comum, o que faz com que os novos professores do ensino fundamental e médio, ao ministrarem suas aulas,
praticamente copiem o modo de fazê-lo e o próprio comportamento de alguns de seus professores de faculdade, dando aula expositiva e, às vezes, sugerindo algum trabalho em grupo com pouca ou nenhuma orientação.” – Masetto, 2004, pág. 135.


O data-show é um instrumento imprescindível para apresentação de seminários e trabalhos em grupos, além, é claro, para a transmissão da aula do docente para os alunos. É uma ferramenta importante dentro de sala de aula por ser interativa tanto no sentido de se trabalhar a aula e o seu conteúdo entre alunos e professores, quanto por ser um equipamento utilizado por ambos os lados; 


Imagens de satélite, GPS (geotecnologias):

É aqui onde a geografia assume seu formato mais original. Segundo dados internacionais, o mercado da geoinformação, que envolve setores como sensoriamento remoto, cartas e mapas cartográficos, movimentaram mais de R$16 bilhões de dólares no
mundo em 2003, R$ 1 bilhão somente no Brasil. Materiais com essa tecnologia (fotos aéreas e equipamentos portáteis utilizados) torna a aula de geografia menos massificante e mais dinâmica no sentido da praticidade. Mas como muitas das chamadas geotecnologias não são tão conhecidas por parte dos alunos, o professor deverá se converter em uma ponte que dará aos alunos o devido acesso sobre cada um destes equipamentos. É importante que o docente especifique (e, se possível, exemplifique) o que é o aparelho, a sua função fora da sala de aula e como ele pode aplicado dentro desta pelos próprios alunos. No caso do GPS
(Global Position System) ele é um pouco mais acessível porque já está presente em muitos telefones celulares. O professor nesse caso pode explicar aos alunos como utilizar essa poderosa ferramenta e aplicá-la, de modo prático, por exemplo, nas aulas de geografia sobre orientação, oferecer algumas noções básicas de cartografia e como essa ferramenta é utilizada em pesquisas em geral. Com as imagens de satélite, ou da chamada aerofotogrametria, é possível tornar a aula interativa, por exemplo, mostrando as alterações realizadas em determinado espaço
pela própria natureza ou pela ação antrópica. Esse aparato pode ser aplicado, por exemplo, nas aulas sobre alterações no espaço geográfico e os seus impactos para as gerações
futuras, abrindo espaço para a parte mais reflexiva do assunto. Esse momento é de suma importância e o professor deve se mostrar presente e atuante apara ajudar o aluno a
despertar, paulatinamente, o seu senso critico;


Documentários (Cinema na escola):


Há um bom tempo “já é da casa”. As conhecidas videotecas fizeram parte da geração anos 90 e inicio dos anos 2000. E podem ainda ser mais aprimoradas na era de possibilidades tecnológicas na escola, segundo afirma José Manuel Moran, Doutor em
Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), no livro Novas tecnologias e mediação pedagógica:


“Televisão e vídeo exploram também – e basicamente – o ver, o visualizar, o ter adiante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-baixo, direita-esquerda,grande-pequeno, equilíbriodesequilibrio). Desenvolvem um ver entrecortado – com múltiplos recortes da
realidade – através dos planos e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fiz ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador. Um ver que está situado no presente, mas que o interliga não linearmente com o passado e com o futuro.” – Moran, 2004, pág. 37.


A exploração desse recurso didático tem importância pelo seu conteúdo audiovisual, o que prende a atenção do aluno e aumenta a dinamicidade da aula, fora do campo da sala de aula. A exibição de documentários, embora tenha a vantagem de apresentar um bom e bem delimitado assunto, não deve ser exclusivo. O uso de filmes infantis também pode oferecer excelente contribuição, mas o professor não deve perder o foco do assunto tratado no mesmo, menos ainda permitir aos alunos que estes se desviem do objetivo principal. Como educador, pode orientar o objetivo principal do filme e repassá-lo aos alunos, sempre lembrando-os em certos intervalos de tempo e destacando trechos do filmes que possam
interessar numa eventual reflexão. Moran, novamente apresenta a sua estima com o material televisivo:


“A televisão e o vídeo partem do concreto, do visível, do imediato, do próximo – daquilo que toca todos os sentidos. Mexem com o corpo, com a pele – nos tocam e “tocamos” os outros estão ao nosso alcance através dos recortes visuais, do close, do som estéreo envolvente. Pela TV e pelo vídeo sentimos, experienciamos sensorialmente o outro, o mundo, nós mesmos.” – Idem.


Na geografia, a tecnologia se incorpora também com o uso de materiais já conhecidos pelos professores e alunos. O importante é que o professor não se prenda exclusivamente ao livro didático num momento tão favorável ao aperfeiçoamento de suas aulas. Callai (1998,p.60) conta que ir além da aula descritiva e distante exige um esforço do professor para trazer para realidade do aluno aquilo que está sendo estudado; para ir além das descrições
sejam elas aulas expositivas realizadas pelo professor, escritas no livro didático ou apresentadas nos mapas - quando procura estudar o porquê do espaço se apresentar de um ou de outro modo. É preciso que o professor esteja disposto a realizar um trabalho que mude a forma como o ensino de geografia vem sendo ministrado no Brasil nas ultimas décadas. Abaixo, mais alguns exemplos, desta vez os mais familiarizados:


CD-rom:


Embora já acessível na geração anos 90, foi muito pouco aproveitado nessa época, provavelmente pela ainda falta de acesso ao próprio computador, tendo o CR-ROM o mesmo
grau de importância ainda nos dias de hoje. Muitas informações úteis acompanham esse material. Em se tratando de geografia, e aliado a outros equipamentos, como computador e
data-show, o assunto pode ser tratado com uma abordagem mais interativa com os alunos. Existem muitos desses materiais programados com assuntos e exemplos animados. Através
dele, é possível causar o mesmo efeito de um documentário, com a sutil diferença de que o professor será o protagonista e, ao mesmo tempo, diretor desta situação, já que é ele quem
manipulará todo o assunto abordado contido dentro do material;


Globo Terrestre e Mapas temáticos:


Mesmo nas aulas de geografia de alguns anos atrás, era possível (e ainda é) tornar a aula mais interessante com a utilização do globo terrestre e os mapas temáticos. Em assuntos discutidos, como continentes, estrutura física da Terra, população e sua
distribuição, localização em relação ás diferentes visões de mundo (eurocêntrica, americana, etc.), é conveniente a utilização do globo terrestre e um mapa para auxiliar o aluno a abranger a visão que se pede. É respeitável também a utilização de gráficos legendados,
caso se aborde uma temática mais humanizada, como crescimento vegetativo, expectativa de vida, etc. Mas é importante que o professor, como educador, entenda que vários úmeros estatísticos, mesmo agrupados ordenadamente, podem perturbar a mente em construção do aluno, que está num momento solene de construção da sua mentalidade. Ao docente cabe a função de explicar cada detalhe impresso em gráficos, mapas ou imagens, com uma
linguagem acessível, e de forma que os inexperientes alunos entendam nela, até mesmo, a sua própria realidade enquadrada em números. As legendas e uma escala menor do mapa
ajudarão o professor no enriquecimento dos detalhes.


Tecnologias e mediação pedagógica;


Masetto (2004) define a mediação pedagógica o “comportamento do professor como facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, que se apresenta com a disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e a aprendizagem – não uma ponte estática, mas uma ponte rolante, que ativa e colabora para que o aprendiz chegue a seus objetivos”. Por mais aparatos que possa ter acesso, é trabalho da escola, na pessoa de diretores,
pedagogos, supervisores e professores, ajudar os alunos a usufruir dessas NTIC dentro de uma perspectiva de aprendizagem e de acesso a estas. Uma circunstância abordada por Masetto (2004) foi o porquê da desvalorização das tecnologias na educação, que revelam “as experiências vividas nas décadas de 1950 e 1960, quando se procurou impor o uso de técnicas na escola, baseadas em teorias comportamentalistas que, ao mesmo tempo em que
defendiam a auto-aprendizagem e o ritmo próprio de cada aluno nesse processo, impunham excessivo rigor e tecnicismo para se construir um plano de ensino, definir objeto de acordo com determinadas taxionomias, implantar a instrução programada, a estandardização de métodos de trabalho para o professor e de comportamento esperados para os alunos. Esse cenário tecnicista provocou inúmeras críticas dos educadores da época e uma atitude geral de rejeição ao uso das tecnologias na educação.”
Hoje o problema não é o tecnicismo, mas é o que Oliveira (2003), chama de “indústria do livro didático”, onde ele denuncia que:

“(...) foram, seguramente, os professores as maiores vítimas deste processo. O livro didático tornou-se a bíblia dos professores e nem sempre e nem sempre as editoras colocaram no mercado livros com um mínimo de seriedade e veracidades cientificas. A grande maioria contem erros grosseiros, cuja identificação certamente daria para escrever um livro.” – Oliveira, 2003, pág. 137.


Com todos os recursos à disposição (e por um preço mais acessível nos últimos anos) aliados a um programa especifico de qualificação em novas tecnologias para professores, já
podemos estar diante de um momento importante em nosso país, onde já não pode mais haver motivos para toda essa defasagem na educação que coloca o Brasil fora dos dez países mais bem posicionados em educação (18º posição, segundo dados UNESCO, 2007) na América Latina.


Considerações finais

É interessante como abordar todas essas tecnologias acabou nos dando a impressão de que é mais fácil do que parece ensinar geografia. Mas, assim mesmo, é algo que possui o seu grau de complexidade, e as novas tecnologias ajudam a aperfeiçoar e potencializar o processo de ensino e da aprendizagem. Trabalhar a questão das novas tecnologias e o desafio que será acessá-las em sala de aula ajuda-nos a compreender o quanto ainda se tem de caminhar para melhorar a qualidade da educação no Brasil.


Referências bibliográficas


CALLAI, Helena Copetti. O Ensino de Geografia: Recortes espaciais para análiseIn CASTROGIOVANI, A. C.; CALLAI, H.C.; SHÄFFER, N.O.; KAERCHER, N.A.; (Orgs) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre. Editora da UFGRS, 1998;


VIDAL, Diana Gonçalves. Fim do mundo do fim: Avaliação, preservação e descarte documental. In: FILHO, Luciano Mendes de Faria (Org.). Arquivos, Fontes e Novas Tecnologias: questões para a história da educação. Campinas: Autores Associados, 2000;

OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Educação e ensino de geografia na realidade brasileira. In: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (Org.). Para onde vai o ensino da geografia¿ São Paulo: Contexto, 2003;


MORAN, José Manuel (Org.); Masetto, Marcos T; Behrens, Marilda Aparecida Novas tecnologias e mediação pedagógica. 8º Ed. Campinas: Papyrus, 2004;


TEDESCO, Juan Carlos (Org.) Educação e Novas Tecnologias: esperança ou incerteza¿ São Paulo: Cortez, 2004;


Um dia cheio de aprendizagens. NOVA ESCOLA, revista mensal. Ano 25. Ed. 231. São Paulo: Abril, 2010. Pág. 26-30.

Cyber Bullying. NOVA ESCOLA, revista mensal. Ano 25. Ed. 233. São Paulo: Abril, 2010. Pág. 48-52