O universo de Lucrécio.

98-55 antes da nossa era.

Titus Lucretius Carus ou Lucrécio.

Ele escreveu um livro de fundamental importância para a velha cosmologia, que influenciou muito o mundo de hoje, Sobre a natureza das coisas. Foi influenciado pela cosmologia de Epicuro.

Epicuro.

341-270 antes da nossa era.

A Física grega, particularmente a epicuriana imaginava o espaço infinito, ilimitado e constituído de átomos, para ele o espaço e os átomos são eternos, isso significa que sempre existiram não tiveram um tempo histórico, a realidade do infinito nunca teve demarcação de tempo, o mesmo é uma invenção recente.

O pensamento de Epicuro influencia Lucrécio, portanto vamos ver o que Epicuro pensava a respeito do átomo ou da sua teoria do atomismo. Em primeiro lugar defende a teoria que nada nasce do nada, de certa forma já é uma experiência empírica, não admite a existência de Deus.

Tudo que existe nasce de alguma coisa, se não fosse desse modo, aquilo que termina se acabaria em definitivo, existe uma lógica replicadora da matéria, particularmente da vida.  A matéria se repete eternamente esse conceito é a constituição do universo.

Porque não existiria aquilo que foi destruído, por outras palavras mudadas de estados no seu regime de natureza. O que naturalmente se dissolve tudo que existe em forma da vida existe para dissolver, mas antes da dissolução, o que existe se reproduz, essa é a lógica da evolução da matéria.

Lucrécio desenvolve sua Física a partir da teoria atomista de Epicuro. Não se veem homens nascendo da água, muito menos peixes da terra, nem pássaros implodindo no ar. Cada coisa diz Lucrécio surge a partir de uma determinada coisa, isso é lógico evidente.

Se fosse possível alguma coisa nascer do nada, teriam surgido tantas outras coisas sem nenhuma origem. Então tudo que existe, vem de alguma coisa, de algo já existente a priori. Em consequência dessa teoria nada pode deixar de existir as coisas se são eternamente, essa é a lógica do universo.

Se fosse possível o desaparecimento das coisas, elas iriam desaparecendo até acabar o próprio universo, ficaria apenas o infinito aberto no vazio e no escuro. Se pensarmos num tempo ao infinito no passado, tudo já teria deixado de ser.

 Pois já existiu tempo suficiente para tudo deixar de existir.  O que acaba é a individualidade aquele homem, um determinado animal, mas a espécie se repete eternamente, essa é a ideologia de Lucrécio. O mundo existe para existir eternamente.

Mas o que é interessante no pensamento de Lucrécio, como nada pode ter surgido do nada, o contrário também não pode acontecer, uma coisa não pode desaparecer sem deixar outra em seu lugar.

 Por exemplo, um determinado homem, Pedro não pode deixar de existir sem deixar outros homens em seu lugar.  Exatamente esse o fundamento do mundo, a matéria vai se reproduzindo para sempre.

 Epicuro propõe também a sua teoria que existem corpos no espaço, mas que também existe o vazio, não podemos perceber a existência do vazio pela materialidade do mesmo, mas podemos sentir sua existência e a maior prova dela, é que os corpos se movimentam no vazio, ou seja, no vácuo.

Se tudo estivesse completo, não seria possível o movimento, não existiria espaço para a matéria ir para nenhum lugar. Lucrécio tem outros argumentos para explicar essa teoria.

 Ele mostra o vazio no meio da própria matéria e argumenta com sua teoria. A umidade é capaz de atravessar as rochas cotejando o teto das cavernas, o alimento penetra no corpo dos seres vivos, por todas as partes fazendo crescer ossos etc.

Tudo isso só pode existir com espaços vazios no meio daquilo que tem aparência de sólido, isso significa que o sólido não é tão solido como aparenta ser. O universo é diverso, múltiplo, não poderá ser compreendido em uma análise simplista diz Lucrécio.  

Epicuro continua argumentando em defesa da sua teoria atomista, a existência de corpos que são indivisíveis os átomos, imutáveis, porque tem coisas que permanecem sempre iguais, isso quando algo é destruído ou reproduzido.

Se não existissem coisas indivisíveis e imutáveis na matéria, a mesma iria sempre sendo destruída eternamente até acabar.

Epicuro entende que existe uma permanência na mudança, que a natureza não é por essência tão radical, o que é constante não pode sofrer mudanças, não pode ser dividido, quebrado, esse princípio fundamenta a existência do átomo.

Lucrécio apresenta uma teoria mais sofisticada a esse respeito. Diz ele nada pode existir fora do universo, o mesmo é a limitação de todas as coisas, o fundamento da existência da matéria.

 O universo é a totalidade da existência de todas as coisas, nem mesmo o vazio pode existir fora do universo, sendo que o mesmo é o infinito.

Não tem limite para o universo. Não importa qual lugar que um determinado objeto está no universo, seja qual a posição reflete Lucrécio, o universo continua sendo infinito como antes em todas suas dimensões, não existe um centro de referência para o universo, ele funciona desse modo descrito apenas.

Por isso é um erro pensar que a terra está no centro do universo, do mesmo modo o sol, não existe centro para nenhum corpo material, sendo que mesmo só poderá ser produto da criação imaginária do homem.  Isso significa que existem bilhões de universos paralelos, uns contínuos aos outros.

Epicuro acha que os átomos são infinitos se movimentam em um espaço infinito, com efeito, podem destruir muitos mundos, semelhantes ou iguais a terra, eles surgem pela união das partículas e destroem-se dividindo em átomos.

 O que pensa Lucrécio, a partir desse raciocínio de Epicuro, o espaço aberto sem limite para todos os lados, compostos de átomos voando em todas as direções e unificando se em formas diversas, criou se uma infinidade de mundos, o que significa que não existe só a terra.  Ele é o verdadeiro autor da teoria dos universos paralelos.

Lucrécio afirma também por outro lado, tudo que existe, não tem nenhuma finalidade para sua existência, nunca existiu plano para o mundo, a existência de tudo aconteceu porque tinha que acontecer, mas não existe uma força ordenando nada disso, a matéria, o átomo, a replicação da vida, apesar de ser muito interessante, tudo isso não passa de uma grande ilusão.

O que resta explicar a Física é como surgiu à matéria, refiro a causa primeira de todas as causas, essa explicação foi dada por um artigo escrito por mim e publicado.

 A teoria da nada como explicação de como surgiu à matéria, é que todas as formas de universos paralelos, surgiram da antimatéria, ou seja, da antienergia, constituída na forma do gelo passando por um fascinante processo químico, resultando hoje na diversidade de universos paralelos, é recomendável ser o meu artigo.

Edjar Dias de Vasconcelos.