Macho


Fêmea

Também chamado de Irapuru, Uiramirú, Guirapuru, Arapuru, Irapurá, Tangará, Atangara- tinga, Rendeira, Pássaro-de-fandango, Dançarino-de-cauda-cinzenta e Realejo, o Uirapuru é um pássaro de mais ou menos 10 centímetros de comprimento e com a diferença entre os sexos bem marcada ( dimorfismo sexual ), como mostram as figuras acima.

Está presente em quase toda a Amazônia brasileira, com exceção do alto Rio Negro e da re- gião a leste do Rio Tapajós, sendo encontrado também em todos os demais países amazôni- cos: Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.

O seu canto, curto e melodioso, ao contrário da intenção de demonstrar domínio territorial, tem como finalidade a atração da fêmea para o acasalamento e dura apenas de dez a quinze minutos, pela manhã e à noitinha, e só é ouvido na época em que êle está construindo o seu ninho, pelo que, durante todo o ano, o uirapuru só canta durante cerca de quinze dias , e os caboclos mateiros dizem que quando o uirapuru canta , toda a floresta silencia, e todos os demais cantores param para reverenciar o seu mestre.

Das várias lendas sôbre o uirapuru destaca-se uma que diz que no Sul do Brasil havia uma tribo de índios cujo cacique era amado por duas moças muito bonitas e, não sabendo a qual delas escolher, prometeu casar-se com aquela que tivesse melhor pontaria , o que resultou numa disputa em que só uma delas acertou no alvo estabelecido, tendo sido pois com essa que o cacique se casou.

A outra, chamada Oribici, chorou tanto que as suas lágrimas formaram uma fonte e um cór- -rego, e ela pediu a Tupã para transformá-la num passarinho para que, assim , ela pudesse visitar o cacique sem ser reconhecida.

Tupã fez a sua vontade, mas Oribici , verificando que o cacique amava a sua esposa , resol- veu abandonar aquele lugar e partir para o Norte do Brasil - para as matas da Amazônia - onde até hoje ela ainda canta a sua saudade e as suas dores , pela voz do uirapuru ...