¹ Raimundo Senzala

Ultimamente, a Educação vem passando por momentos atrozes e práticas meritórias dos quais não se tem limites. Desde tempos imemoriais, que o homem vem se intercalando no tempo à busca de seu ideal que é, o de conhecer a si próprio. Uma questão educativa. Porém, nos tempos atuais, em plena época contemporânea, não se sabe como se ater com tanto malabarismo nas hostes do ensino-aprendizagem ditado por autoridades as quais, nos parecem ainda, um tanto indecifráveis no comando, ou na direção da mesma. E não é que inventaram de que o ensino no Brasil tem que ser pautado tal e qual pelo ensino dos Estados Unidos da América do Norte! Isso, propagado de norte a sul por autoridades educativas do MEC (MINISTÉRIO DA Educação) onde o ensino aprendizagem em sua contemporaneidade propõe-se a adotar novas metodologias no encontro de um ensino, o qual passe a compartilhar de uma nova realidade ou, paradigmas educativos. Existe uma diferença absurda da prática pedagógica de lá, para a daqui.
Imagine leitores, que o desenvolvimento escolar americano, dá-se de modo muito diferente da nossa educação escolar. Dos dois aos quatro anos de idade as crianças americanas freqüentam a escola em nível maternal, e ao atingirem os cinco anos, elas têm acesso ao jardim-de-infância. Assim como, para a escola o nível primário se inicia aos seis anos com durabilidade de cinco períodos ou mais. Daí então, é que elas começam a cursar o ensino secundário. No período do ensino secundário com o médio, as crianças estudam por um tempo considerável, perfazendo um total de doze anos de ensino aprendizagem. Interessante, é que o aluno permanece na escola das 7:30 da manhã até às 14:30 da tarde ou, das 8:30 da manhã até às 15:30 com direito a praticar toda sorte de esportes e eventos culturais, alicerçados por todo aparato em que a Constituição do país e a Educação lhes oferecem, para através de testes extras, terem acesso à Universidade depois de um longo aprimoramento no estudo.
Mas o que é que ocorre no Brasil? Enquanto as crianças pelo interior do país andam a pé ou em cima de transportes indecentes, com fome, sede e desnutridas, os maus políticos que merecem a execração, constroem palacetes e obras faraônicas com o sangue e o suor dessa gente. O generalíssimo Charles de Gaulle já dizia: "O Brasil é um país de futuro, pena que os políticos não o levem a sério". Concordamos, plenamente. São os maus exemplos dessa matilha política que gera a violência nas escolas, nas favelas e em todos os seguimentos sociais.
Estar-se-á a viver com tanta nebulosidade no ensino educacional que a mediocridade, cada vez mais avança tornando a Educação reduto dos proscritos na ganância de amealhar recursos dos cofres da nação, sob a égide de estarem realizando "grandes administrações". Prática abusiva maior reconhece-se nas gestões de prefeituras do interior de alguns Estados. Parece que essa maldição nunca terá um fim.
Os sistemas de cotas para negros não passa de um engodo, porque lhes tira a oportunidade de avançar com os seus próprios méritos na busca do conhecimento científico. Esse "apadrinhamento" não passa de mera questão paternalista. Hitler começou assim, nas suas ordinárias lucubrações até levar o povo alemão ao processo mefistofélico do holocausto. É brincadeira! Eis o que acontece nesse momento com o vestibular: Ninguém está sabendo o certo como explicar tanto jogo inconsistente criado por dirigentes, ditos autoridades em Educação e atrelados aos cabides promocionais do Mec. De repente de uma hora para outra, sequer prepararam com sensatez as mudanças no sistema educacional, de modo convincente. Essas autoridades precisarão penetrar mais nos alfarrábios da história para beberem na fonte infinita da antiguidade grega, desde Sócrates, passando pela República de Platão e rastejando pelo manual de Epicteto escrito há mais de 2700 anos. Nem é preciso consultar Sêneca, tampouco Péricles o grande reformador da Democracia ao instituir a remuneração pela participação do homem na vida pública. Eles, os desastrosos políticos podem não ter jamais ouvido falar em Clístenes, que na democracia grega, soube estabelecer para todos os cidadãos, direitos iguais. Seria até um absurdo querer-se exigir dos ignominiosos políticos tal sabedoria, porém, trata-se de Ética, pelo menos. Aliás, não precisar-se-á ir tão longe. Tomar como lição de moral o exemplo de vida que Paulo Freire legou ao mundo na sua obra a Pedagogia do Oprimido e outras. O escritor sergipano Luíz Antonio Barreto em uma sua obra intitulada "Os Vassalos do Rei", no tomo "A pedagogia do Silêncio", onde o autor disseca de maneira assustadora as mazelas que corroem a Educação brasileira, desde o Brasil Colonial, para que se repense a mesma, ao levar em consideração os jovens e os adultos em todos os seguimentos sociais, procurando afastar e identificar e anular o lado podre da nação brasileira. As chamadas sanguessugas, ou aves de maus agouros. Cruzes! A questão é tão indecente, que privam do aparecimento e credibilidade pública, os bons políticos, homens notoriamente altruístas e com intenções parlamentares dignificantes.
Voltando ao assunto Educação, as escolas brasileiras continuam pecando em sua pedagogia administrativa quando a mesma ainda mantém o sistema de ensino aprendizagem baseado em estrutura obsoletas, ou, na sistemática de salas como reduto de repressão ou até, pela supremacia daquele aluno que obtiver a maior nota. Os cursinhos de pré-vestibulares tornaram-se o reduto do mercantilismo, há muito tempo adotado pelas escolas particulares e entidades afins. Cobram-se altas mensalidades do aluno do que o professor recebe.
Às escolas particulares de um modo geral interessa-lhes apenas, a assombrosa lista de material escolar no início do ano. Enquanto os pais se desdobram para tentar dar aos filhos uma educação condizente com o seu padrão de vida, a ganância de diretores e administradores ou, donos de tais empresas se digladiam no dia a dia, exibindo fórmulas desconcertantes e mirabolantes de desvios da verdadeira educação.
Hoje, temos elementos egressos das faculdades em qualquer área sem a menor qualidade para se desenvolverem com aptidão no mercado emergente. Uma lástima. Um verdadeiro caos de conotação irreversível. A Educação agoniza.

¹Raimundo Senzala
Licenciado em Dança/Ufba.
Pós-Graduação/Gestão Educacional/Faculdade Atlântico/Se.
Pós-Graduação/Educação, Desenvolvimento e Políticas Educativas/ ISEB/PB
Mestrado em Ciências e Tecnologias/Universidade de Lusófona/Lisboa/Portugal