RESUMO: Essa pesquisa teve como objetivo analisar como são realizados os jogos matemáticos na prática pedagógica do educador infantil na pré-escola de cinco anos da Escola Municipal Ricieri Berté, do município de Santa Cruz do Xingu-MT. Para isso verificou-se a concepção da educadora sobre os jogos matemáticos na educação infantil, pré de 5 anos, assim como se verificou quais as metodologias aplicadas pela professora no ensino de matemática, buscando identificar a concepção da entrevistada, sobre as contribuições advindas do trabalho pedagógico com os jogos matemáticos.  O método selecionado foi o qualitativo e como procedimento, aplicou-se a pesquisa de campo e bibliográfica, sendo que a coleta de dados foi a entrevista qualitativa semiestruturada.  A técnica para a coleta e análise de dados foi à qualitativa, com analise de discurso.  Pressupôs ainda se a educadora possui conhecimento da importância da utilização dos jogos matemáticos na pratica educativa e no desenvolvimento infantil, e os utiliza como metodologia.   Portanto, constatou-se com a presente pesquisa que os jogos matemáticos são fundamentais para o desenvolvimento infantil e que é imprescindível o planejamento devidamente realizado para que ocorra sua efetivação na prática.

Palavras chaves: jogos, professor e desenvolvimento.

 

 

ABSTRACT: This study aimed to analyze how mathematical games are held in the pedagogical practice of child educator in preschool five years of the School Ricieri Berté , the city of Santa Cruz do Xingu -MT . For this there was the conception of the educator on mathematical games in early childhood education , pre 5 years , and it was found that the methodologies applied by the teacher in the teaching of mathematics in order to identify the design of the interviewed about the contributions resulting from the work teaching with mathematical games. The selected method was qualitative and as a procedure , applied field research and literature , and the data collection was semi-structured qualitative interview . The technique for data collection and analysis was qualitative , with speech analysis. Assumed even if the teacher is aware of the importance of using mathematical games in the educational practices and child development , and use them as methodology. Therefore , it was found with the present research that mathematical games are crucial to children's development and it is essential to planning properly held to occur its effectiveness in practice.

Keywords: games, teacher and development.

¹Professora de Educação Infantil do Município de Santa Cruz do Xingu-MT, graduada em Pedagogia para Educação Infantil pela Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT/2010.

²Orientador: Prof. Mestre José Olímpio dos Santos E-mail: [email protected] Cel.: (65) 9981 0482 /8112 0482

 

 

1 – Introdução

O presente trabalho teve como objetivo analisar como é realizado o trabalho pedagógico com os jogos matemáticos na educação infantil, partindo de pressupostos acerca do tema e de sua aplicação no cotidiano. Como Professora atuante na Educação Infantil da Instituição, Creche Municipal Ivo da Silva Carvalho, município de Santa Cruz do Xingu-MT, utilizamos os jogos matemáticos como metodologia para ensinar matemática na pré-escola.

Para a realização desta pesquisa, foram feitas abordagens a partir dos conceitos dos jogos matemáticos sob a perspectiva de autores que pesquisaram a este respeito.  Buscou-se conhecer as contribuições pedagógicas quanto aos jogos matemáticos, e em seguida analisou-se a importância dos jogos matemáticos no desenvolvimento infantil e no enfoque educacional.

Este trabalho está subdividido em três capítulos, sendo que o primeiro apresenta reflexões sobre as contribuições pedagógicas promovidas pelos jogos matemáticos.   O segundo capítulo faz uma reflexão sobre a relevância dos jogos matemáticos na educação infantil.  O terceiro capítulo apresenta os dados coletados na pesquisa de campo e estabelece uma análise acerca das informações obtidas e dos fundamentos teóricos abordados na pesquisa, ao analisar a concepção da educadora sobre os jogos matemáticos, de maneira a relacionar suas práticas pedagógicas na educação infantil do município de Santa Cruz do Xingu – MT. Nesse sentido a realização dessa pesquisa ganhou relevância uma vez que tornou possível refletir sobre as práticas educativas desenvolvidas na pré-escola de 5 anos, com as contribuições teóricas visando uma melhor compreensão sobre o potencial pedagógico dos jogos matemáticos para o desenvolvimento infantil.

2 – Contribuições Pedagógicas Promovidas pelos Jogos Matemáticos

A abordagem dos conteúdos matemáticos é muito importante para a efetivação do ensino da disciplina, pois ela pode contribuir para a aprendizagem ou pode gerar problemas como, dificuldades de aprendizagem.  Portanto o professor tem que conhecer as diferentes possibilidades de trabalhos para então construir sua pratica pedagógica.  O ensino de matemática enfatiza o desenvolvimento do raciocínio lógico, estimula a criatividade, o pensamento e a capacidade de resolver problemas.

Nesta linha de pensamento os jogos ganha um espaço como aliado ideal da aprendizagem na medida em que estimula o interesse do aluno.  Através do jogo a criança pode fazer novas descobertas, desenvolver e enriquecer sua personalidade.  Ele representa um instrumento pedagógico que induz o educador à condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

Segundo Gaspar (2009) ao participar de um jogo pedagógico o aluno aplica o que já sabe e confronta o que faz com o que seu colega fez. Para ele essa troca de informações leva o aluno a opinar e formular hipótese, a criar estratégias pessoais, elaborar e reelaborar conceitos, compreender e realizar, além de estimular atitudes adequadas em relação à atividade proposta.

Os jogos pedagógicos de matemática, junto com o planejamento que colabora para a construção do conhecimento, é um instrumento de socialização, que contribui para o desenvolvimento da sensibilidade.  Além de motivar e desenvolver a criatividade propicia o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da construção.

Para o educador utilizar os jogos como instrumentos facilitadores, do processo de ensino e aprendizagem, os seus objetivos pedagógicos devem ser bem claros e a qualidade deve ser priorizada.  Os jogos devem ser interessantes e desafiadores, de maneira a permitir que o aluno se auto  avalie,  possibilitando  a  participação  ativa  do  começo  ao  fim  das atividades.  Precisa ser diversificado.  As regras devem ser ensinadas num primeiro momento, porém dando a liberdade ao aluno para modificar tal realidade e assim, também criar novos jogos.

Neste contexto, o professor é um elemento indispensável na aplicação dos jogos, pois cabe a ele assumir a condição de condutor, observador, estimular a aprendizagem, além de avaliar e planejar em que momento deve ser utilizado, de forma a torná-los um recurso pedagógico. Esses princípios estão explícitos no texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais:

Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer.  Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e aspecto Curricular que deseja desenvolver. (PCN, 1997, 48-19).

Para o Ministério da Educação (1998) apud Andrade, Sandler e Junior, (2009) aprender é construir significados e atribuir sentido as ações.  Por isso é que se parte do concreto, para que a educação se torne significava. 

Vygotsky, em sua teoria histórico-cultural chama esse concreto de instrumento. Segundo Vygotsky (1991), apud Andrade, Sandler e Junior, (2009, p. 740).  “O instrumento constitui um meio pelo qual a atividade humana externa é dirigida para o controle e domínio da natureza”.   Ainda segundo o autor, o aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas, Assim, a escola e o professor de Educação Infantil devem ser elementos mediadores do ensino integral do aluno que proporciona o desenvolvimento cultural e psicológico do indivíduo.

A educação matemática é um fazer meditativo que leva ao autoconhecimento, a autocrítica e, portanto, ao conhecimento e critica do mundo, e estes são fundamentos que a.

Torna imprescindível para o desenvolvimento infantil.

O Referencial Curricular Nacional propôs os objetivos, específicos para a educação infantil.  Realizar atividades que possam contemplar esses objetivos é dar um passo a mais para a educação matemática que atenda aos anseios da sociedade e principalmente, da criança, enquanto um ser em construção.  Os objetivos da Educação Infantil para o ensino da matemática segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil são:

Estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações espaciais, etc. Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano.  Comunicar ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas a quantidades, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática; ter confiança em suas estratégias e na capacidade para lidar com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos prévios.  (BRASIL, 1998, p. 215, apud ANDRADE, STANDLER e JUNI OR, 2009, p. 740).

Esses objetivos devem ser contemplados com atividades diferenciadas e variadas todos os dias e em todos os momentos da criança. Em todas, brincadeiras e afazeres e até mesmo durante as refeições a criança pode estar aprendendo matemática.  Esses objetivos podem estabelecer a aproximação na matemática, feito com atividades simples, como brincadeiras, jogos, questionamentos, atividades no parque, no pátio, em aulas passeios, incluindo as brincadeiras feitas em grupo ou individuais usando os jogos pedagógicos matemáticos.

Segundo Amil (1991) apud Andrade, Sandler e Junior, (2009 p. 740), “devemos encorajar as crianças a pensarem sobre os números e quantidades de objetos, quando esses forem significativos”.  Nesse sentido, os objetivos de comunicar as ideias é justamente o treino para a oralidade e para encorajar a criança a explicitar suas conclusões. A criança deve ser capaz não apenas de fazer matemática, mas também de explicar como desenvolveu esse processo e apresentar sua opinião sobre ele, para que o professor perceba as áreas de interesse da criança.

Diante disto o que se pode perceber é que o educador tem um papel importante na construção desses conceitos. Pois o professor que atua na Educação Infantil deve estimular a criança, a pensar quantitativamente sobre os objetos e situações que sejam significativas para ela. Além de o educador agir como mediador da aprendizagem da criança também precisa pensar nas atividades que devem ser desenvolvidas como os jogos e brincadeiras, e outras atividades práticas que promovam esse ensino.

3 – Os jogos matemáticos na educação infantil

A importância dos jogos matemáticos tem atraído à atenção de vários autores, pois possui uma abordagem significativa. Constata-se que é no período da educação infantil que as crianças devem ter espaço para explorar e descobrir elementos que despertem sua atenção e curiosidade. Para isso tais objetos devem ser atrativos e devem convidá-las para a aprendizagem matemática.  A criança deve ter oportunidade de viver situações lúdicas e desafiadoras, que são proporcionadas pelos jogos como materiais pedagógicos.

Segundo o autor Schwartz (1966), p. 36 apud Soares, (2009) “a noção do jogo aplicado à educação desenvolveu-se vagarosamente e penetrou, tardiamente, no âmbito escolar, sendo sistematizada com atraso, porém, trouxe transformação significativa, fazendo com que a aprendizagem se tornasse divertida”.  Com esta frase afirmativa é possível concluir que a matemática é encontrada em diversas atividades realizadas pelas crianças, possibilitando o desenvolvimento do raciocínio lógico da capacidade e criatividade de resolver os pequenos problemas que surgem durante as brincadeiras com os jogos matemáticos, simplificando e ensinando a compreender e explicar os fatos e conceitos de matemática.  Observa-se que o autor acima valoriza a utilização dos jogos para o ensino da matemática, sobretudo porque os jogos não apenas divertem, mas também extraem das atividades, material suficiente para gerar conhecimento, interessarem e fazer com que os estudantes pensem com certa motivação.

O ensino de matemática na educação infantil deve priorizar o avanço do conhecimento da criança, nas situações significativas de aprendizagem, pois o ensino por meio dos jogos deve acontecer de forma para ajudar na aplicação dos conteúdos propiciando a aquisição de habilidades e o desenvolvimento operatório da criança, e colaborando para que as crianças se sintam seguras e aprendam de forma prazerosa.

Nesta linha de pensamento o RCNEI afirma que:

O trabalho com a matemática pode contribuir para a formação do cidadão autônomos, capazes de pensar por conta própria, sabendo resolver problemas. Esses problemas vão desde classificação e seriação, que nessa faixa etária pode ser feita com objetos da realidade da criança, como figura, como localizar-se no espaço e no tempo da maneira adequada.  Esses conceitos são desenvolvidos e internalizados no indivíduo justamente nessa primeira fase escolar.  (RCNEI, 1998, p. 207, apud ANDRADE, STANDLER e JUNIOR, 2009, p. 740).

Todos os conteúdos propostos para a educação infantil, que visem o ensino da matemática são essenciais para preparar as crianças para o ensino fundamental.  Aplicando situações de aprendizagem na educação infantil que proporcione um desenvolvimento efetivo e de qualidade, obtendo resultados positivos, observando o prazer da criança em estudar, através de materiais concretos que ajude e facilite em sua aprendizagem da matemática.   Pois quando a criança tem contato com materiais concretos na aprendizagem de matemática o desenvolvimento é espontâneo e prazeroso. Toda instituição de educação infantil deve inserir em seu planejamento os jogos matemáticos, preocupando em educar indivíduos desde os primeiros anos de vida, fazendo-as sentir o prazer e a necessidade de aprender à matemática. 

Nesse sentido Kramer (1989) apud Andrade, Sandler e Junior, (2009) afirma que a educação infantil de qualidade é um pré-requisito para educação democrática.  Por isso é tão importante que se tenha a partir das primeiras séries da Educação Infantil um planejamento efetivo de o que e como se devem ensinar matemática às crianças. 

O Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI, 2008, p. 207), é possível observar que há um alerta de que o trabalho com noções de matemáticas deve atender as necessidades da criança da Educação Infantil e estimula-las a construir conhecimentos nos mais variados domínios do pensamento.  A educação matemática tem por função propiciar momentos de aprendizagem o que devem instrumentalizar as crianças para interagir no mundo em que vivem compreender e resolver problemas cotidianos.

Para que a matemática fosse incluída na educação infantil, o Ministério da Educação (2000) apud Andrade, Standler e Junior, (2009), propôs que na educação infantil fossem contemplados os seguintes aspectos com relação á educação matemática: repetição, memorização e associação; do concreto ao abstrato; atividades pré-numéricas; jogos e aprendizagem de noções matemáticas.

Portanto, nota-se que a necessidade de memorização deve ser inserida de maneira que a criança não seja forçada a memorizar e sim aprender brincando e valorizando os aspectos na área de matemática causando assim uma aprendizagem como um todo.    Mas, a memorização é necessária como com os números, sequência e termos, para facilitar a aprendizagem.  O autor relata que para alcançar qualquer objetivo, é preciso esforço continuo e avançar passo a passo, sem interrupções.  “Especialmente, nos casos de matemática, é necessário acumular gradativamente os conhecimentos básicos para conseguir domina-la”.

(Kumon, 2001 apud Andrade, Standler e Junior, 2009, p. 740).

Segundo o autor supracitado esses esforços contínuos, é justamente a memorização dos passos anteriores, para avançar no conhecimento matemático.  Sendo que a necessidade de trabalhar com o concreto, como o lápis, a mesa, como situações em que a criança se identifique e também os conceitos matemáticos, como perceber a diferença do tempo em o semáforo demora em mudar de cor para o pedestre passar.  Com isso ter noções concretas do tempo.

Novamente é possível ressaltar que o jogo desempenha um papel importantíssimo na Educação Matemática.   “Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança” (Kishimoto, 1994, apud Bezerra, 2007).

Através do jogo, temos a possibilidade de abrir os espaços para a presença do lúdico na escola, não só como sinônimo de recreação e entretenimento.  Muito mais do que um simples material institucional, ele permite o desenvolvimento da criatividade, iniciativa e da instituição.   O prazer é o elemento indispensável para que ocorra aprendizagem significativa.

Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas.  Os educadores devem procurar alternativas para motivar a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do individuo com outras pessoas.  Os jogos, se conveniente planejados, são recursos pedagógicos eficazes para a construção do conhecimento matemático.

A utilização dos jogos para o ensino de matemática, sobretudo por que eles não apenas divertem, mas também extrai das atividades materiais suficientes para gerar conhecimento, podem interessar e fazer com que os estudantes pensem com certa motivação.   (Guzman, 1986, apud Soares, 2009).

Os jogos permitem que a criança tenha uma aprendizagem em um processo interessante e divertido.  Devem ser utilizados ocasionalmente para preencher o vazio que se produz na atividade escolar diária.  Neste sentido, verificamos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais.  Jogar não é estudar, nem trabalhar, porque jogando, o aluno aprende, sobretudo, a conhecer e compreender o mundo social que o rodeia.

Para as autoras Kamii e Declark:

Jogos em grupo fornecem caminhos para um jogo estruturado no qual eles (alunos) são intrinsecamente motivados a pensar e a lembrar das combinações numéricas. Jogos em grupo permitem também que a crianças decidam qual jogo elas querem jogar, quando e com quem.  Finalmente, esses jogos incentivam a interação social e competição.  (KAMII e DECLARK, 1994, apud RIBEIRO, 2004, pg. 741).

Conclui-se que os jogos são educativos, e por isso requerem um plano de ação que permita a aprendizagem de conceitos matemáticos e culturais de uma maneira geral.

Considerando toda relevância pedagógica deve-se ocupar deste um horário dentro do nosso planejamento, de modo a permitir que o educador possa explorar todo potencial dos jogos, processos de soluções, registro e discussões sobre possíveis caminhos que poderão surgir.   Os jogos podem ser utilizados pra introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para aprofundar os itens já trabalhados.  Porém todo esse potencial pedagógico torna-se relativo ao se considerar que distante dos sujeitos, que com ele poderão ou não interagir, não a valor pedagógico.  E nos casos em que seja subestimado esse valor pode se destorcer e não se fazer presente. Portanto, tão importante quanto os jogos são para a educação e também a concepção e ação que se possui sobre e com eles no âmbito da Educação Infantil.

4 – Análises de dados

A presente pesquisa foi realizada através do método qualitativo utilizando-se da pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo como procedimentos e optando-se pela entrevista qualitativa semiestruturada como instrumento, pois o objetivo foi de permitir que a entrevistada pudesse expressar com liberdade sua concepção sobre os jogos matemáticos e seus benefícios na Educação Infantil e quanto às metodologias utilizadas no ensino de matemática.

Primeiramente objetivando identificar a opinião da professora entrevistada sobre os jogos matemáticos na educação infantil realizou-se tal indagação, proposta como tópico da entrevista.

Professora A: O jogo desempenha um papel importantíssimo na educação infantil ao transmitir a manifestação do imaginário infantil por meio de objetos, com o uso de jogos matemáticos a criança aprende a agir numa esfera cognitiva sendo livre par a determinar suas próprias ações, estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionado desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.

Diante da resposta acima, o que se pode perceber é que a professora demonstrou ter conhecimento sobre os jogos matemáticos. Pois para ela o jogo matemático na prática com as crianças desenvolve o cognitivo a autoconfiança e estimula a curiosidade atenção concentração. E também desenvolve a linguagem do pensamento. 

Nesta linha de pensamento a autora Silva ET all dizem que “para Piaget o jogo é essencial na vida da criança. De inicio tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a repete uma determinada situação por puro prazer por ter apreciado seus efeitos”. (SILVA, 2004, p. 3).

Nota-se que a concepção da profissional condiz com a expectativa que se tem sobre o ensino de matemática através dos jogos, o que pode contribuir enormemente para a realização do trabalho pedagógico.

No segundo momento buscou-se identificar através da concepção da educadora quais os benefícios que o trabalho com jogos matemáticos em sala de aula pode trazer.  Com a indagação tivemos o seguinte resultado.

Professora A: Os jogos matemáticos desenvolvem.  É a interação do aluno com aluno e professor e aluno. E com a utilização dos jogos as crianças definem as cores, números, letras e também desenvolve a motricidade e a criatividade na criação e montagem de carros, avião, casa, fazendinha, e através dos blocos lógicos elas cria diversas brincadeiras.

Perante a resposta acima o que se pode observar é que para a educadora os jogos matemáticos no trabalho pedagógico contribuem para desenvolver nas crianças a criatividade.

A entrevistada afirmou que assim elas criam através dos jogos outras brincadeiras. Nesta linha de pensamento os autores abaixo relatam sobre a interação e a criatividade, respectivamente e individualmente:

Gioca evidencia, na teoria de Wallon, o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem em seus aspectos relativos à socialização, a descoberta da relação com o outro que o jogo e capaz de propiciar (GIOCA, 2001, p.15).

Para Piaget os jogos tornam-se mais significativos na medida em que a criança se desenvolve, pois a partir da manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas o que já exige uma adaptação mais completa (GIOCA, 2001, p.15).

Portanto constata-se que as contribuições dos jogos para o ensino de matemática são imensas.  E é de fundamental importância que os educadores percebam estas possibilidades pedagógicas neste recurso para que assim ele se transforme em uma metodologia que efetivamente contribua para o aprendizado infantil.

No terceiro momento procurou-se identificar quais os métodos e os recursos que a professora utiliza para ensinar à matemática? Quando indagada a entrevistada respondeu que:

Professora A: os métodos utilizados são jogos e blocos lógicos que motiva a criança aprender a organizar os espaços e o tempo de realizar as atividades de quantidade de objetos, e os recursos de didáticos são jogos de memória, dominó joga com figura geométrica com diversos formatos, quebra cabeça de encaixar o numero de acordo com a sua quantidade de figura.  Ela ainda relata que através da brincadeira ela aprende a construir a matemática.

Diante resposta acima o que se pode perceber é que a professora procura fazer uso dos jogos no ensino da matemática utilizando vários métodos e recursos didáticos.  Pois para ela, com a utilização do jogo no ensino de matemática as crianças aprendem brincando.  

Nesta linha de pensamento o autor Souza (2002) expressa à importância de se trabalhar com o jogo na sala de aula dizendo que:

A proposta de se trabalhar com jogos no processo ensino e aprendizagem da matemática implica numa opção didático-metodológica por parte do professor, vinculada as suas concepções de educação, de matemática, de mundo, pois e a partir de tais concepções que definem normas, maneiras e objetivos a serem trabalhados, coerentes com a metodologia de ensino adotado pelo professor.  (RIBEIRO, 2004 pg. 15).

De acordo com a educadora que atua na educação infantil de 05 anos, no município de Santa Cruz do Xingu-MT, o jogo é de extrema relevância uma vez que a criança aprende brincando e de forma prazerosa, promovendo uma maior interação entre as mesmas.  Isso nos mostra que a professora que atua na educação infantil compreende a importância do jogo na sala de aula.  Diante disso percebe-se que as respostas obtidas sobre a contribuição do jogo condizem com as teorias abordadas.

5 – Considerações finais

O presente trabalho permitiu uma análise sobre a prática pedagógica no ensino da matemática através dos jogos matemáticos com as crianças de cinco anos sob a perspectiva da concepção da professora. A partir de tal análise podemos dizer que o jogo merece uma grande atenção dos educadores, pois através dele a criança desenvolve capacidades afetiva, cognitiva e emocional.

Diante da pesquisa realizada, percebe-se que jogo é enfatizado por diversos autores, onde estes enfatizam a importância dos jogos matemáticos no desenvolvimento do individuo. Dessa maneira o educador deverá estar capacitado para saber interpretar a criatividade da criança.

Nesse sentido, a professora que atua na pré-escola de 05 anos, vem conseguindo interagir as teorias sobre as atividades com jogos na prática.   O que se pode perceber na fala da entrevistada, é que ela valoriza o jogo, na educação infantil, pois o mesmo provoca a manifestação do imaginário e a interação dos alunos com seus colegas e professores, vindo a desenvolver a criatividade e o raciocínio lógico, tornando a aprendizagem prazerosa onde a criança aprende matemática brincando.

Diante do resultado da pesquisa, o que se pode afirmar é que nossos objetivos foram atingidos e a hipótese quanto à verificação do conhecimento pedagógico da educadora foi refutada, pois a mesma demonstrou ter conhecimento para articular os jogos matemáticos em sua prática pedagógica.

Pudemos compreender a partir da realização O educador deve cada vez mais ampliar os espaços do conhecimento e o trabalho pedagógico, proporcionando um encontro significativo entre a criança e o jogo.  O professor deve inserir o jogo, como prática permanentemente no cotidiano da sala de aula, tendo como centro a criança, sua vida, suas ações e seu mundo.

 

 

 

 

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