O texto literário nos anos iniciais do ensino fundamental do 1º ao 5º ano no município de Reriutaba[1]

Dinelza Furtado Morais [2] 

Resumo

Este artigo tem como objetivo mostrar a pesquisa feita na E. E. I. e F. Deputado Manoel Rodrigues no município de Reriutaba-ce, sobre a delimitação dos objetivos propostos pela pesquisa, para apresentar a importância de sabermos realizar e de como produzir método para aplicar os textos literários na sala de aula.

Palavras-Chaves: Textos literários. Objetivo. Metodologia.

Introdução 

  O presente artigo consistirá em uma análise de uma pesquisa de campo feita nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 1º, 2º e 5º anos, da Escola Deputado Manoel Rodrigues, localizada no município de Reriutaba-ce, com o propósito de observar a importância da utilização do texto literário na sala de aula.

  Para melhor compreensão da pesquisa foram observados, os métodos utilizados pelas professoras nas séries em questão.

  Com aprofundamento teórico em autores que contribuíram com fundamentais propostas a cerca da utilização dos textos literários e sua enorme contribuição no desenvolvimento do intelecto e psiquismo das crianças, dentre eles foram aprofundados Paulo Urban, Nelly Novaes Coelho (1991), Isabel Maria de Carvalho Vieira (2005) e Auricéia Dumke (1976).

  Um dos procedimentos iniciais, utilizado pela professora é a escolha do livro para ser feita a leitura em sala e depois o reconto, a partir da interpretação dos alunos.

  Outra forma de trabalho utilizada é o teatro. Nesse momento os alunos utilizam personagens confeccionados por eles mesmos. 

  Há também um processo em que um aluno é escolhido pela professora, para ler um livro, e depois fazer o reconto para o restante da turma, onde o mesmo é identificado como Agente de Leitura.

  E por fim a utilização de formas diferenciadas de textos, onde os alunos trabalham a produção escrita.

  Esperamos que o esforço aqui empreendido possa servir de subsídios para pesquisas futuras, relacionadas ao estudo do texto literário em sala de aula. 

Materiais e Métodos

Na pesquisa de campo realizada na E. E. I. F. Deputado Manoel Rodrigues no município de Reriutaba-ce podemos fazer um aprofundamento da utilização dos textos literários nas séries iniciais, nossa pesquisa foi voltada especialmente para as séries de 1º, 2º e 5º ano. De acordo com a pesquisa realizada foi constatado que a utilização dos textos infantis na sala de aula é de fundamental relevância para despertar o raciocínio dos alunos e facilitar a leitura com fluência, melhorando o vocabulário e a escrita, despertando neles o gosto pela leitura.

Foi observado que as professoras utilizam nas contações de histórias diversos materiais para chamar a atenção dos alunos, momento esse que os mesmos esperam ansiosos por ser um momento “mágico” para eles. Segundo Paulo Urban (p. 41), “Nesse processo, cada criança depreende suas próprias lições dos contos de fadas que ouve, sempre consoante seu momento de vida, e extraída das narrativas, ainda que inconscientemente, o que de melhor possa aproveitas para ai ser aplicado”. Esse momento permite as crianças desenvolver seu raciocínio crítico extraindo dos contos o mundo fascinante e mágico que envolve a mente e a vida das crianças.

Entre os materiais mais utilizados são o avental, o baú da leitura, a janelinha da leitura, o teatrinho, os dedoches e os fantoches. Um dos momentos que mais chama a atenção é a hora do conto na sala do 2º ano, em que um aluno escolhe um livro e um colega para ouvir e vice-versa, em seguida os dois comparam e discutem sobre os personagens, lugar onde a história se passou. O que desperta o interesse do aluno a ter gosto pela leitura, ao mesmo tempo em que troca conhecimentos com o colega. É exatamente nessa questão que essas histórias infantis se tornam fundamental no acervo básico da literatura infantil. Segundo Vieira (2005, p. 15) “Os contos de fadas são narrativas simbólicas extremamente simples, primitivas; capazes de transmitir experiências subjetivas complexas e vivências emocionais delicadas às pessoas mais ingênuas e as crianças”. A medida que as crianças têm contato com os contos de fadas acabam se identificando e vivendo no seu imaginário aquelas histórias fascinantes.

Resultados e discussão 

               Pode-se ressaltar que as salas aonde foi realizada a pesquisa utilizam diversas formas de textos dentre eles os literários para melhorar a aprendizagem dos alunos. A professora do 1º ano no momento da leitura de histórias utiliza livros infantis diversos em uma rodinha no chão, mostrando o livro para as crianças, para saber os conhecimentos prévios dos alunos sobre a história e começa lançando perguntas para chamar a atenção deles do tipo: Quem será os personagens? Onde acontece? Com o acontece?

Segundo a professora isso irá despertar o interesse e a atenção do aluno para o momento da contação da história. Os alunos já se sentem tão habituados a ter esse momento seja no inicio no meio ou no fim da aula que eles cobram da professora para fazer.

Por serem alunos do 1º ano e por estarem sendo alfabetizados, a professora pede a representação das histórias através de desenhos e se torna um momento único para eles aonde realmente libertam sua imaginação.

Para terem esse momento de leitura também em casa as professoras utilizam o projeto do livro viajante, um fato curioso e até engraçado é o prazer que eles têm em levar uma sacola com o livro, até mesmo aqueles menos interessados se sentem felizes quando chega o seu tão sonhado dia de levar aquela bela sacola enfeitada e colorida, vale ressaltar a criatividade das professoras em relação à sacola do livro viajante, sendo uma prazerosa forma de ler o livro e assim despertar o interesse e o gosto pela leitura.

Outro momento aguardado nas salas do 1º e 2º ano é a visita dos agentes de leitura do 5º ano que sempre apresentam as historinhas de uma forma diferente; seja através do teatrinho de dedoxes, ou da janelinha de leitura ou até mesmo encenando a historia caracterizados de acordo com os personagens. Fato curioso e interessante é o empenho com que os alunos se mobilizam para realizar essas atividades, desenham cuidadosamente os personagens dos livros e colam em palitos para serem utilizados nas visitas a sala de aula.

A professora do 5º ano é muito criativa e sempre realiza apresentações baseadas nos livros infantis. Esse é um momento único para os alunos e para a escola já que as salas das outras séries iniciais são sempre convidadas a assistir, observa-se o encantamento e o deslumbramento que eles sentem ao participarem destas atividades. Comprovando a importância do trabalho realizado através dos textos literários.

Ao entrar nas salas de aulas visualmente percebe-se o ambiente alfabetizador ao qual os alunos estão inseridos, por que para chamar a atenção dos alunos tem que ser um ambiente diferenciado, segundo a professora do 2º ano vale a pena ficar umas horas a mais durante a noite para elaborar uma aula diferenciada e trazer alguma novidade para eles.

Segundo as professoras são inúmeras as vantagens em se trabalhar com textos infantis, por que eles despertam o interesse pela leitura e quanto mais eles lerem mais aprendem. Eles melhoram seu vocabulário e escrita, ajudando a automatizarem as palavras e a realizar inferências. Sem contar que através das histórias os alunos aprendem mais rápido e a ler com mais fluência e desenvolvem seu raciocínio crítico. Nesse sentido não há como discutir a importância do livro de literatura infantil, já que ele desperta o raciocínio e o desenvolvimento intelectual das crianças. Segundo Coelho (1991, p. 61).

Embora não abranja a totalidade do fenômeno em causa, essa definição toca em seus elementos essenciais: o livro infantil é entendido como uma “mensagem” (comunicação) entre um autor-adulto (o que possui a experiência do real) e um leitor-criança (o que deve adquirir tal experiência). Nessa situação, o ato de ler (ou de ouvir), pelo qual se completa o fenômeno literário, se transforma em um ato de aprendizagem. É isso que responde por uma das peculiaridades de literatura infantil.

Nas séries iniciais o contato com textos literários é indispensável para melhorar a aprendizagem, pois são muitas as habilidades da mente de uma criança. O processo de alfabetização dos alunos envolve muito a utilização dos textos literários e explicação dos mesmos e quanto mais contato eles tem com os contos de fadas, mais compreensão e aprendizagem eles desenvolverão.

O momento da leitura é sempre uma atividade diferenciada já que as professoras ao mesmo tempo em que contam as histórias, elas lançam perguntas e cada um fala um pouco de sua aprendizagem em relação à história contada. Elas sempre utilizam um avental ou um tapete de leitura para aproximar o máximo à atenção dos alunos que aos poucos irão absorvendo conhecimentos e se aproximando cada vez mais do prazer pela leitura.

A contação de história é uma forma de alfabetizar, já que os alunos ouvem atentamente a história é como se eles viajassem e fizessem parte do próprio mundo da imaginação. Segundo Dumke (1976, p. 75).

Por isso, nas séries iniciais é importante a contação baseada no texto, sem marcas de oralidade e sem interrupções por parte dos ouvintes. É uma forma de alfabetizar pela audição: as estruturas da norma padrão da língua vão se fixando, para que mais tarde os pequenos ouvintes possam lançar mão delas com familiaridade.

Podemos observar nessa pesquisa, que as professoras destacam como momento único a contação das histórias apesar de alguns ainda não lerem, eles são capazes de recontar toda a história só em ouvi-la.

A preparação do momento da leitura é importantíssima, pois os detalhes podem fazer toda diferença e saber como contar a história é fundamental para que os alunos compreendam o verdadeiro e real sentido da história. Segundo Dumk (1976, p. 76), É preciso criar um clima de envolvimento, de encantamento. As pausas são importantes para que o ouvinte possa criar em seu imaginário as figuras e cenários que o texto suscita”. Nesse sentido o professor tem um papel fundamental na contação das histórias permitindo aos alunos irem criando no seu imaginário a história de acordo com sua maneira de compreensão. Por isso mesmo as professoras aonde foi realizada a pesquisa acreditam tanto na aprendizagem através de textos literários.

Considerações finais:

Naturalmente, o conteúdo dentro de uma obra infanto juvenil depende da idade do leitor; enquanto obras literárias destinadas a crianças de dois a quatro anos de idade são quase sempre constituídas de poucas palavras e são muito coloridas e/ou possuem muitas imagens e fotos, já que obras literárias destinadas ao jovem adolescente muitas vezes contêm apenas texto.

Além disso, precisa ser interessante e, acima de tudo, estimular a criança. Principalmente os educadores vivenciam de perto a evolução do maravilhoso ser que é a criança. O contato com textos recheados de encantamento faz-nos perceber quão importante e cheia de responsabilidade é toda forma de literatura. E aqui com esse trabalho foi possível observar como acontece a vivência de aluno e educador, sendo que é viável dizer como é estimulante a aceitação de uma nova dinâmica educativa para com as crianças. Os profissionais que têm em seu dia a dia a convivência com crianças devem sempre apostar numa melhor forma de lidar com as mesmas, usando sempre de artifícios divertidos, alegres e diferentes, visando sempre entreter e trazer a vontade da criança de aprender mais e mais.

Portanto, hoje a literatura infanto juvenil é usada também para propiciar uma nova visão da realidade, diversão e lazer, assim fazendo uso de um estímulo maior ainda partindo do educador para melhor proporcionar a criança, ao jovem e ao adolescente a se envolver com vontade nas belezas da literatura.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências Bibliográficas

COELHO, Nelly Novaes. Panorama histórico da literatura infantil e juvenil. 4 ed. São Paulo: Ática, 1991.

DUMKE, Auricéia. Unindo aos pedaços. Curitiba, PR: Datacult Ed, 1976.

VIEIRA, Isabel Maria de Carvalho. O papel dos contos de fadas na construção do imaginário infantil. IN: Revista criança, Nº 38. Brasília: Ministério da Educação, 2005.

www.amigodaalma.com.br/conteudo/artigos/contos_fadas. htm Acesso em 31.07.09



[1] Artigo elaborado como requisito necessário para aprovação na disciplina de Literatura Infanto-Juvenil.

[2] Aluna do 4º período do Curso de Letras Habilitação Língua Portuguesa da Universidade Estadual Vale do Acaraú.