O tenentismo foi um movimento político e ideologicamente difuso, com características militares. As explosões de rebeldia - da revolta do Forte de Copacabana à Coluna Prestes - tiveram grande importância, e no Rio Grande do Sul obtiveram grande participação da população.

Os tenentes acreditavam ser eles os responsáveis pela salvação nacional, guardiões da pureza das instituições republicanas. Na década de vinte tiveram uma espécie de reconhecimento para assumir cargos de elite.

Na revolta do Forte de Copacabana percebe-se a impossibilidade de entregar o poder a alguém saído do tenentismo, conforme as articulações do conselheiro Antônio Prado.

A Câmara e o Senado estabeleceram, apesar das divergências, um consenso quase geral de que a Revolução de 1924 em São Paulo foi um "motim de soldados".

A rebelião gaúcha de 1924 originou um dos núcleos da Coluna Prestes - Miguel Costa que contou com a participação de civis. Em 1926 a mobilização se ampliou pela presença de caudilhos, oficiais e elementos do Partido Libertador.

No encontro dos revolucionários paulistas e gaúchos, em abril de 1925, nasceu a Coluna Prestes - Miguel Costa, as façanhas mais arrojadas do tenentismo, que iria aparecer em episódios como Canudos e Contestado.

Em maio de 1930, Prestes rompe com o tenentismo. Nesse período, as relações entre o tenentismo e as populações urbanas eram de simpatia. Ao entrar em São Paulo, na revolução de 1924, os revolucionários foram recebidos com palmas.

A ideologia tenentismo dos anos vinte revela uma extrema pobreza e incapacidade de transcender sobre os limites da crítica jurídico-político. O tenentismo da primeira fase foi um movimento voltado ao ataque às oligarquias, com um conteúdo centralizador "elitista", vagamente nacionalista.

A descentralização republicana, fruto de um liberalismo excessivo, resulta para Juarez Távora como um divórcio aos antecedentes culturais e etnográficos. É pregada a centralização, mas o que ocorre é o domínio das oligarquias. Através de um comunicado dos revolucionários de 1924, é que se busca uma reforma do ensino, a qual encobre um povo sem domínio de conhecimento.

Delitismo tenentismo se revela, na estratégia revolucionária como incapaz de superar a passividade e promover a derrubada das oligarquias. Todas as revoluções vitoriosas da história contaram com o apoio da população às forças armadas.

A França de 1789 e a Rússia de nossos dias pagaram tributos com sangue à sede de vingança das massas oprimidas. A necessidade de entendimento governo-sociedade muitas vezes ambos acabam pagando preços incalculáveis.

A ideologia tenentista nega às classes populares o direito ao voto e o sufrágio universal, pois assim marginaliza as classes populares ao processo político. O caráter elitista da ideologia dos tenentes demonstra o pensamento das classes dominantes da época.

Tôrres fala da incapacidade das massas para assumir o governo, pois tudo se evita para que ocorra "a manifestação dos incapazes". Seu projeto de Constituição apresentado aos tenentes propõe eleição direta para Presidente da República.

A defesa do voto secreto das liberdades individuais e, nacionalismos estabelecem uma ponte entre tenentes e a pequena-burguesia. Acontecimentos posteriores ao episódio revolucionário dividem os movimentos de esquerda (Aliança Nacional Libertadora), sob a influência de Prestes, e de direita com a Ação Integralista.