O tempo silenciou o medo.

Então Edjar.

O tempo acabou.

O vento parou.

Então Edjar.

O silencio voltou.

O que devo dizer.

Apenas um raciocínio distante.

Pródromo.

As estrelas perderam seu brilho.

Sem hidrogênio.

O sol acabou.

A terra congelou.

Então Edjar.

O mar secou.

O céu terminou.

O prolífero mundo dispersou-se.

Então Edjar.

Sem ideologia.

Findou as utopias.

A prodigalidade burguesa.

O monômio significado.

Também exauriu.

O que restou Edjar.

A dialética da imaginação.

O que tenho a dizer ao senhor.

Nicomedes Costa de Vasconcelos.

A morfologia mimética.

Esse mundo não é mundo.

Um noctâmbulo.

Nada disso tem significado.

Coisa da poesia de Fernando.

O resplendor da ilusão.

O andar litogenético.

O liberalismo anacrônico.

Então Edjar.

Tudo isso poderia ser.

Aqueles dias contados.

Na fazenda serra da moeda.

A vila em homenagem.

Ao senhor João Dias.

Lembro-me do Sol.

Como sempre foi quente.

Quantas noites inteiras.

Itapagipe, Itapagipe,  MG.   

Mas um segredo foi descoberto.

Naquelas bandas de lá.

Mas não pode ser revelado.

Cada árvore cortada.

As capivaras a floresta.

Os trilhos.

Então Edjar.

A rua quatorze.

Quantos dias não foram.

Quando o sol nascia.

A brisa.

Indelével.

A palurdice daqueles que acreditaram.

Mas o mundo que sempre fora.

A mais magnífica fantasia.

Não era para ninguém entender.

O tempo tinha voado.

Como asas de pássaros.  

Préstimo a prelibação ao destino.

Então Edjar.

A pergunta fundamental.

Recorda a cada segundo.

Porque o ser e não o nada.

Presságio da escolha.

O peremptório significado.

Uma abstração apenas.

Sem lógica formal.

Entenda senhor Nicomedes.

Teria que dizer a mim mesmo.

O sentido foi revelado.

Sobejado ao ultimo significado.

A taxinomia da destinação indutiva.

Então a vossa intuição.

Não quero mentir.

Não tinha nenhum segredo a ser descoberto.

Certo tautocronismo  rórido.

Sem majorar o ultimo sinal.

Então Edjar.

Nenhuma outra palavra destina-se.

A inexorabilidade.

Esse é o mundo, o nosso mundo.

Nada além dele mesmo.

Inefável é o destino comum das coisas.

Apenas essa destinação.

Edjar Dias de Vasconcelos.