O tempo se esvai, escorre por entre nossos sonhos perdidos. Nada fica de pé. Tudo rui diante do vazio de sentido que vivenciamos em algum ponto de nossas vidas.
Quando isso acontece, melhor mesmo é ficar quieto, calado e sisudo. Fechar-se em copas, se esconder do mundo e de si mesmo, nestas horas.
Pois quanto mais tentarmos nos contagiar, nos embriagar com a vida, mais a ilusão da superficial alegria dos tumultos, das risadas sem perspectivas, momentâneas e fugidias vão nos consumir, nos deixar ainda mais vazios e perdidos do que antes.
É preciso que aprendamos a silenciar a nossa alma aflita, para que aos poucos a vida volte a pulsar em equilíbrio, com a calma aconchegante de uma noite fria de inverno.