1 INTRODUÇÃO

Com a popularização dos tablets e do uso da tecnologia em sala de aula vale a pena investir em atividades que realmente façam a diferença no aprendizado dos alunos. Simplesmente colocar o tablet na sala de aula não é produtivo; pelo contrário, atrapalha a concentração e rendimento, virando objeto distrator. Por isso, as escolas e os professores devem trabalhar em conjunto para que o uso das tecnologias seja saudável, equilibrado e com objetivos claros. A gama de aplicativos oferecida pelo mercado faz com que as possibilidades de aprendizagem se ampliem de maneira significativa, valorizando o processo de ensino aprendizagem. O uso das tecnologias em sala de aula já é considerado um caminho sem volta por especialistas em educação e é um processo que depende essencialmente dos professores para dar certo. O objetivo desta pesquisa é de investigar quais contribuições pode trazer a psicopedagogia para o ensino digital de forma que o processo de ensino-aprendizagem possa ter grande valor. Pergunta-se com o uso do tablet em sala de aula mudaria a forma dos educadores planejarem suas aulas ? Como seria a recepção dos professores frente a essa nova realidade que se desenha ? Essas novas tecnologias e a presença deste aparelho não iria ser um objeto distrator ao conteúdo da aula ?  Que contribuições o psicopedagogo pode trazer a área do ensino digital ? Tendo em vista a relevância do assunto, justifica-se promover o debate na área educacional, Acreditando-se que os educadores precisariam se adaptar a nova realidade, fazendo um planejamento adequado ou que os professores deveriam aceitar a nova metodologia como agente facilitador de seu trabalho. Os alunos não teriam como se distrair durante a aula, pois esse seria seu objeto de estudo que não se compara a caderno e livros no modo tradicional. O ensino tecnológico estaria a um passo frente do tradicionalismo entrando na modernidade do século XXI. A psicopedagogia, por sua vez faria a inclusão “dos esquecidos” valorizando o processo de ensino aprendizagem de forma clara e atualizada. O método utilizado para a realização desta discussão do artigo foi a pesquisa bibliográfica, partindo de palavras chave como: psicopedagogia, ensino digital. Foram consultados monografias e artigos científicos em sites especializados. Este artigo foi realizado como um levantamento bibliográfico, cujo objetivo é instruir educadores no que diz respeito à forma adequada de utilizar as novas tecnologias e observar como o tablet pode ser uma ferramenta indispensável para pratica pedagógica nas escolas. Quando falamos em tablet na sala de aula, estamos falando no importante papel desempenhado pela gestão escolar no sentido de não disponibilizar apenas um local para o armazenamento do aparelho, mas promover a instrução a professores e alunos quanto ao uso do novo equipamento disponibilizado. Um local adequado para carregar baterias e fazer uso da internet. Vieira (2013), preconiza que os desafios do professor do Século XXI foca em seis aspectos principais. Sendo eles o primeiro a falta de Formação de Professores onde encontramos atualmente entre os professores atitudes diversas em relação às tecnologias da informação e comunicação. Identificam-se quatro grupos aos quais descrevemos a seguir: O primeiro grupo olha com certa desconfiança e procura adiar o máximo seu encontro indesejado com os recursos e as novas tecnologias. Já um segundo grupo que faz uso das tecnologias na sua vida diária, mas ainda encontram bastante dificuldade para fazer uso dos conhecimentos e integra-los a sua prática profissional. Um terceiro grupo que até utiliza os recursos, mas não modifica a prática pedagógica. Um quarto grupo formado por uma minoria que faz o grande desbravamento do caminho, que explora de forma incessante as ideias, a criatividade e acabam se defrontando com dificuldades e perplexidades. Neste novo processo, se encontra duas facetas: a tecnológica e a pedagógica de forma que para entender o que isso representa, o professor precisa levar em consideração de como as novas tecnologias estão atuando na sociedade pós-moderna e quais processos de transformação estão ocorrendo dentro do ambiente escolar. Matheus e Brito (2011), afirmam que o professor hoje se vê envolto por um processo de virtualização aligeirado e muitas vezes assustador. Para os autores novos espaços de leitura e escrita, novos ambientes antes nem imaginados estão surgindo e muitas vezes se impõem como uma necessidade inquestionável.  A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou, em maio de 2008, uma lei de número 2.246-A, DE 2007 que proíbe alunos de usar celulares e aparelhos eletrônicos como MP3 players e videogames em escolas públicas e privadas da Educação Básica. Estando liberada a utilização nos intervalos e horários de recreio, fora da sala de aula, cabendo ao professor encaminhar à direção o aluno que descumprir a regra. O projeto de lei que originou a norma diz que o uso do telefone pode desviar a atenção dos alunos, possibilitar fraudes durante as avaliações e provocar conflitos entre professores e alunos e alunos entre si, influenciando o rendimento escolar. Se por um lado, a tecnologia serve de apoio às ações educacionais, por outro o seu uso exacerbado se torna um empecilho. A lei faz com que o processo de ensino aprendizagem caminhe na contra mão do seu tempo. Há diferenças entre a discussão das formas e dos modos de fazer uso de tecnologias em espaços coletivos e sua exclusão. A escola tem o dever de humanizar e educar cidadãos, posicionando-se por vezes na linha de frente entre exercer a autoridade e ser autoritária. Não é imprescindível criar uma lei para disciplinar o uso desses aparelhos nas escolas, pois as determinações sobre essa questão podem constar do regimento interno e do projeto político-pedagógico. Matheus e Brito (2011) indicam que na atualidade os alunos tem smartphones conectados à internet e podem sim se dispersar durante aula, sendo o objeto distrator do que está sendo proposto, porém o aluno pode entrar em redes sociais, se comunicar com amigos em momentos inadequados e até mesmo atrapalhar a aula e outros colegas. No entanto, os educadores poderiam também utilizar o mesmo recurso com o fim pedagógico. Propondo uma pesquisa em dicionários on-line ou em aplicativos já disponibilizados pelas editoras e aplicativos na Internet. A câmera fotográfica está presente em todos os aparelhos e os recursos disponíveis podem ser aproveitados em diversas disciplinas como Artes em um trabalho com fotografias e outras matérias presentes no currículo valorando a aprendizagem. (VIEIRA 2013 apud Melo 2006), afirma que é por meio da função mediadora que se ajuda a intensificar o pensamento complexo, interativo e transversal, criando novas chances para a sensibilidade solidária no interior das próprias formas de conhecimento. Além dessa interconexão essas tecnologias nos proporcionam a possibilidade de acesso de informações hipertextuais. Sendo essa nova organização da construção do conhecimento mais livre e capaz de demonstrar as diferentes trajetórias do indivíduo, de acordo com a subjetividade. Para o autor é agora que diante da hipertextualidade que vemos a reconstrução dessa ideia e, também, dessa forma de ler o mundo. A interligação do texto, nos faz religar as ideias, tecer um novo texto, composto de tantos outros para criação e argumentação das ideias. Essa nova forma de escrita faz com que a noção de texto fechado se dilua. E com ela a figura definida do autor, do emissor e do receptor. São todos eles integrantes dessa obra coletiva do conhecimento. Para (MAINART 2010 apud Moran 1995), a concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis livro didático, giz e quadro, computador ou tablet. A presença desse aparato tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. Os tablets devem servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. Foi pensando nisso que Pinto (2010) trouxe uma contribuição destacando que a psicopedagogia vem colaborar com todos aqueles que têm dificuldades de aprendizagem, que reprovam, que não conseguem acompanhar os seus colegas e que muitas vezes são “deixados” para trás no processo de aprendizagem porém Castro (2005), preconiza que a psicopedagogia é uma área interdisciplinar que integra vários saberes para gerir, prevenir ou entender o motivo de uma dificuldade escolar, a informática pode propiciar a este profissional mudanças significativas. Para Pinto (2010) a insatisfação e a inquietação dos profissionais que trabalham com as dificuldades de aprendizagem resultou no surgimento da  psicopedagogia, permitindo que diversas áreas do conhecimento como Psicologia Cognitiva, Psicanálise, Sociologia, Linguística, Antropologia, Filosofia, entre outros viessem a colaborar com esses alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Castro (2005), enfatiza que o psicopedagogo precisa ser antenado ao novo cenário que se desenha observando e intervindo junto as mudanças ocorridas no mercado de trabalho e sociedade. Usar o tablet em sala de aula  como ferramenta pedagógica e na sua prática de trabalho profissional, tendo como objetivo gerir e compartilhar conhecimentos com todas as pessoas que estão envolvidas de forma direta ou indireta com os processos educacionais. Para a autora o psicopedagogo exerce função fundamental dentro da escola, pois é este profissional que atuará como mediador no processo de ensino-aprendizagem, auxiliando a família, os estudantes e os professores e outros profissionais que compartilham saberes, incentivando um trabalho coletivo e participativo no ambiente escolar.  (Gonçalves, Borges e Piovesan 2013 apud Ferreira 2007) salienta que, para assegurar a inclusão digital nas escolas, o corpo docente de toda escola deve ser capacitado e ter acesso no seu local de trabalho ao computador. Os autores evidenciam a importância da informática no contexto escolar, assegurando que através dela professor e aluno, se farão presentes no atual contento das novas tecnologias e consequentemente infoincluidos na cultura atual.  As TICs têm proporcionado a construção dos conhecimentos de forma quase que instantânea numa rede de interação social. É uma nova forma de aprendizagem na evolução histórico-cultural da humanidade. Castro (2005) afirma que cabe ao psicopedagogo institucional desarticular resistências com relação ao uso do tablet em sala de aula, através de discursos cristalizados, tais como tecnicismo, tecnologia como controle de massa etc. Segundo Castro (2005) são possibilidades de repensar os sentidos das resistências que se repetem na fala do sujeito, através da Maiêutica socrática, sendo uma forma de questionar aquilo que é dito, partindo daquilo que o sujeito pensa como algo verdadeiro, é possível leva-lo ao processo reflexivo o mobilizando internamente.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As escolas não podem ignorar o uso dos tablets na educação. Algumas já o estão adotando como material obrigatório, enquanto outras apenas aceitam e ou estimulam o seu uso. Independente dos meios de inserção, devemos permanecer atentos ao que está sendo produzido no mercado. O tablet não foi inicialmente pensado como ferramentas de uso escolar e pode ser caracterizado como equipamento dinâmico, que começa a pensar de forma que se use a tecnologia para aprendizado dos alunos. Essa ferramenta pode ser um aliado fundamental para os professores, visto uma maior possibilidade de interação e pessoalidade com os alunos. No entanto, precisamos ter de forma clara que estes equipamentos são recursos facilitadores, e não devem ser pensados como elementos de substituição, a livros e cadernos e sim como meio somatórios, complementares e auxiliares. Que auxilie o aluno em sua vida acadêmica. A escola tem o papel de apresentar aos seus alunos as possibilidades e as ferramentas para isso. A modernização deve ser acompanhada de um aprimoramento e desenvolvimento amplo e irrestrito, os alunos devem acompanhar as mudanças e fazerem atividades dirigidas. Hoje em dia é possível ler um livro no papel, em um tablet, em um e-reader,  ou mesmo ouvi-lo em algum aparelho reprodutor musical. A escola não pode dizer qual é melhor, ela deve sim prover um circuito de experiências, mas cabe somente ao aluno a decisão e a opção de utilização. Observa-se a dura realidade enfrentada pela educação brasileira, onde os educadores são  obrigados a conviver com mais esta contradição no ensino escolar: a aquisição de tablets e lousas digitais contrastam com a didática e o discurso pedagógico que sustenta a mentalidade analógica que é reproduzida nos cursos universitários. O alto investimento em tecnologia contrasta com a baixa capacitação dos docentes nesse sentido, sem falar daqueles que pessoalmente são resistentes ao seu uso. A prática psicopedagógica se transforma continuamente e se apropria de aparatos digitais na tentativa de reinventar novos sentidos sociais e profissionais. Cabe aos profissionais da psicopedagogia atuar ativamente nas dificuldades de aprendizagem, levando os sujeitos envolvidos a repensarem sua prática e reinventar o próprio trabalho. Essa é uma das possibilidades que o tablet e outras tecnologias podem propiciar. Mas essa mudança pode apenas ser efetivada pelo sujeito dotado de criatividade. Pensar em tablet como recurso na prática pedagógica não pode ser encarado como a resolução de problemas típicos vividos por países da America latina. A escola reproduz as ideologias que são disseminadas para atender a um pequeno bloco, denominando países de primeiro mundo.

 Referências

http://canaldoensino.com.br/blog/24-maneiras-de-utilizar-tablets-em-sala-de-aula

http://aredacao.com.br/negocios/9515/tablets-invadem-salas-de-aula

http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5943_3667.pdf

http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_1201.pdf

http://educar-aprender.blogspot.com.br/2010/12/as-contribuicoes-da-psicopedagogia-para.html

http://www.avm.edu.br/monopdf/31/LUCIANE%20PASSOS%20PEREIRA%20DE%20CASTRO.pdf

http://maratavarespsictics.pbworks.com/w/file/fetch/74430518/1-INFOINCLUS%C3%83O%20E%20PSICOPEDAGOGIA.pdf