Sucesso: no mundo dos negócios esse é sempre o desejo, mas infelizmente nem sempre acontece. Basta observar as tristes estatísticas que o Sebrae-SP vem apontando em suas pesquisas sobre a mortalidade empresarial desde 1999: até o 5º ano de vida, quase 60% das empresas encerram suas atividades, gerando frustrações e perda de patrimônio. Mas por que isso ocorre? Como isso poderia ser evitado? Por que algumas empresas se destacam enquanto outras fecham as portas?

Tenho observado exemplos de empresas que conseguem uma posição de destaque, que três fatores são fundamentais: COMPETÊNCIA TÉCNICA, CAPACIDADE DE GESTÃO E COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR.

Competência técnica é a empresa dominar muito bem o que se propõe a fazer. É necessário ter um ótimo produto ou serviço, um ótimo atendimento e alguma coisa diferente em relação aos concorrentes. Satisfazer e surpreender são evidências dessa competência técnica. Cumprir prazos também traduz um bom serviço. Até a década de 70 tínhamos uma demanda maior que a oferta, após a década de 80 houve uma inversão dessa situação para a maioria dos setores. Há pouco mais de 20 anos nosso mercado era fechado e protegido. Em pouco tempo tivemos que apreender a concorrer no mundo global. Ontem mesmo tínhamos 4 marcas dividindo o mercado automobilístico brasileiro. Hoje são mais de 30 marcas, sendo que mais de 10 possuem fábricas no Brasil. Nos pequenos negócios a concorrência também aumentou. Basta observamos o número de padarias, papelarias, farmácias, restaurantes, postos de combustíveis que tínhamos há 20 anos com os números atuais.

A Capacidade Administrativa é a segunda condição na busca e manutenção do tão desejado sucesso. Finanças, custos, marketing e RH são áreas que merecem destaque. Em finanças e custos podemos destacar que não importa o quanto a empresa tenha de receita se não souber administrar custos e despesas. Dentro dessas duas áreas temos a possibilidade de medir os resultados das ações, assim como projetar o equilíbrio operacional e a metas de custos e de resultados ideais, além de apontar o realizado e fazer a comparação com o projetado, possibilitando ajustes necessários. Em finanças também podemos monitorar a saúde da empresa, assim como prever possíveis e futuros problemas de caixa, evitando despesas financeiras que podem prejudicar o resultado do negócio. Em marketing, além do produto já citado na competência técnica, é necessária uma comunicação adequada com o mercado, além de uma política de preço que contemple além dos custos a percepção dos clientes e a concorrência.

Descuidos nas áreas de finanças e marketing são as principais causas de falência das empresas, o que comprovam a sua importância. Além disso, saber contratar os colaboradores e mobilizar a equipe na busca dos objetivos é fundamental para o sucesso da empresa. Durante muito tempo acreditou-se que as empresas teriam seu sucesso atribuído às máquinas e software. Hoje o capital humano é visto como o principal recurso que uma empresa pode possuir, valorizando cada vez mais a área de recursos humanos.

O terceiro e último fator, o Comportamento Empreendedor, se resume em um conjunto de características que diferenciam o empresário de sucesso dos demais. Exemplos desse comportamento: Capacidade visionária e Iniciativa; Planejamento e levantamento de informações a respeito de tudo que vai fazer; capacidade para transformar sonhos em objetivos; ousadia e coragem para assumir riscos; inteligência emocional aplicada na prática; persistência, empenho na busca dos objetivos e muito comprometimento. Se observamos os grandes empreendedores da nossa história, desde o Império, como o Barão de Mauá até os empreendedores da nossa época, veremos esses comportamentos como traços de suas personalidades.

Portanto, não há de se esperar que o sucesso venha por acaso. Ele é fruto de muito trabalho dentro das três competências: técnicas, administrativas e empreendedoras.