O pensamento necessita de expansão. Para poder brilhar, figurar reluzente como as estrelas é necessário primeiro sonhar. Infeliz daquele que nunca sonhou, ou daquele outro que acha que os sonhos não são inexistentes, típico dos que nada fazem.

Sonhei muito e ainda sonho, sou daqueles acostumados a contar as estrelas, a olhar para a Lua em noites que ela brilha incessantemente. Namoro com as palavras; adormeço com canções de ninar. Acredito no amor. Sonho. É por isso que faço desses momentos um tempo de realidades, instantes inesquecíveis e intermináveis. Sossego para a alma, alívio para a mente, inspiração para a criação. Causo inveja aos de alma triste, de dedo em riste, donos dos narizes empinados. Não tenho dinheiro, apenas trabalho. O dinheiro não me traz felicidade, apenas é o passaporte para que consiga viajar pelas veredas dessa sociedade hipócrita e hostil. O sonho é a minha fortuna, foi através dele que cheguei a conquistá-las. Acreditei que um dia seria feliz, que a esperança pode ser alimentada, regada, tratada e dará muitos frutos. Sonhei com estes momentos em que o sonho continuaria, perpetuar-se-ia, mas que este instante infinito se concretizaria. Nadei por essas águas e hoje posso exclamar de peito aberto que conheço a felicidade, ela mora aqui, dentro de minha casa, ao lado de minha mulher e minha filha. Essa parte do sonho ganha ares racionais. Mas não é por isso que paro de sonhar, pelo contrário: sonho com uma sociedade mais justa e fraterna, onde os Homens possam conviver civilizadamente. Respeitando-se. Unindo-se. Abdicando-se do individualismo. Prezo pelas palavras de paz de Gandhi e acredito que este sonho ainda seja possível.

O sonho tem que continuar. Nossa história merece um final feliz. Sonhem.