O SISTEMA LOGÍSTICO NA REGIÃO NORTE – UM ESTUDO SOBRE OS TRANSPORTES UTILIZADOS

Kecia Katarine Castro Trindade [1]

INTRODUÇÃO

A região norte sempre teve uma particularidade em relação as condições de transporte interestaduais, sendo uma triste realidade que não condiz com o potencial econômico da região e sua extrema importância. Banhada por diversos rios, a região praticamente fica ilhada das demais cidades brasileiras, tendo no transporte fluvial seu principal meio de escoamento e de entrada de materiais e insumos.

Quando falamos de transporte de carga na região, estamos falando no modelo mais utilizado que é o transporte rodo fluvial, que integra duas maiores modalidades logísticas. Sendo assim, as cargas em sua grande maioria saem em carretas ou containers direto para Belém/PA ou Porto Velho/RO através de balsas, e nessas cidades elas são distribuídas em carretas e seguem para seus destinos finais pelas estradas que cortam o Brasil.

Apesar de a região contar com outras modalidades de transporte, esse parece ser ainda o modal preferencial das indústrias. Além da falta de estrutura das rodovias, existe outro fator a ser ressaltado diante das particularidades da região que é a documentação fiscal e seu processo de liberação.

Portanto, por se tratar de uma área de livre comercio e oferecer inúmeros incentivos fiscais a quem se instalam na região, os órgãos competentes criam determinadas barreiras para garantir a organização e idoneidade dos processos, por este motivo se fez necessário explorar um mais sobre o assunto.

1 JUSTIFICATIVA       

            O estudo é de suma relevância, pois aborda o transporte de carga englobando todo o seu sistema logístico, que é aplicado na região norte e principalmente no Estado do Amazonas onde se localiza um dos maiores Pólos Industrias do Brasil.

O transporte de materiais figura como um importante alicerce da economia regional e nacional, é um setor determinante para as exportações e geração de empregos em diversos outros setores.

Sendo que, sem transporte os produtos hoje essenciais não chegariam as mãos de seus consumidores, e qualquer nação ficaria paralisada com a ausência desse tipo de serviço.

Ao mesmo tempo em que o mercado global oferece maiores oportunidades, a concorrência entre empresas cresce e a necessidade de otimizar suas operações e oferecer um melhor nível de serviços aos clientes tornam-se primordiais.

O que se percebe é que os setores interligados acompanham o crescimento e a globalização, com isso foi necessária adaptações e criações de novos serviços, ou a modernização dos já existentes.

Portanto, o transporte de carga é sem duvida um dos principais motores da economia nacional e mundial, onde atualmente não só o transporte rodoviário figura, mas também transportes hidroviários e aéreos, englobando todo o processo logístico da região.  

 2 METODOLOGIA

 O trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica e documental, onde foi possível coletar dados em forma de observação para análise do material chegando a conclusões que mostrem a real situação do objeto de pesquisa - Logística de Transporte. Foi feita uma revisão bibliográfica minuciosa, onde foram consultadas edições de livros disponíveis na área, sites, artigos e revistas, sendo elas de vital importância para todo o trabalho.

A pesquisa documental permitiu um aprofundamento maior da realidade ficando, a mesma abordou todo o estudo, uma vez que o objeto de estudo é pertencente a um determinado a área logística, com seus procedimentos, objetivos e atividades, trazendo uma carga histórico-cultural, caracterizando-se como foco do estudo, (DEMO, 1995).

Para Furastê (2006, p.36), a pesquisa bibliográfica divide-se em oito fases:

- Escolha do tema;

- Elaboração do plano e trabalho;

- Identificação do objetivo do trabalho;

- Fichamento;

- Análise e interpretação dos dados coletados;

- Redação;

- Revisão final do trabalho;

- Entrega final do trabalho.

 3 REFERENCIAL TEÓRICO

 3.1 De que forma se trabalha com o sistema de transporte na Região Amazônica mais especificamente no Estado do Amazonas.

            A partir do crescimento desordenado na Região Amazônica ocorreram vários fatores que dificultaram a urbanização na região que encontra-se ainda em fase de estruturação, que caracteriza-se também em uma região de fronteira, onde dinâmicas de cidades ainda é muito intensa, falando também dos problemas que trazem os assentamentos urbanos sem planejamento.

            De acordo com Freitas e Portugal, (2006, p.13):

 Contudo, o crescimento da população urbana não foi acompanhado pela implementação de infra-estrutura para garanti condições mínimas de qualidade de vida, o que, mesmo não sendo exclusividade da região  Amazônica, precisa ser considerado [...], o processo histórico de ocupação humana e urbanização da Amazônia não se deu linearmente, os contextos político e econômico ao longo do tempo foram determinantes destas flutuações.

             Sobre este ponto, cabe ressaltar a necessidade de se garantir que o desenvolvimento que vem ocorrendo, tenha que ser acompanhado de forma correta que ocorra um princípio de sustentabilidade para todos da região.

            Ocorre um crescente reconhecimento entre a interação do sistema de transporte e ocupação de solo, nesse sentido é fundamental que a infra-estrutura e os serviços de transporte de vários segmentos como de passageiros, cargas e outros sejam adequados, procurando ligar as regiões.

            Sendo que tratando mais especificamente do estado do Amazonas existe uma principal modalidade que é a hidroviária e aeroviária, neste caso a grande importância que se dar ao aeroporto de Manaus Eduardo Gomes, que se tornou um dos principais do país.

            O aeroporto além de ser utilizado para vôos de passageiros, também é usado para escoamento da produção das indústrias eletrônicas da Zona Franca de Manaus.

            Segundo retrata o autor Silva, (2004, p. 20):

 A cidade de Manaus pode ser considerada uma grande ilha, pois só existe acesso através de transporte aéreo e da combinação dos modais rodo-fluvial, com exceção da conexão rodoviária via Boa Vista com destino a Venezuela.

 As hidrovias são apontadas como a modalidade com menor custo relativo e impactos ambientais. Daí começa a se perceber a importância do transporte para a região Amazônica e mais especificamente para o Estado do Amazonas que possui o Pólo Industrial que abastece não só o país com seus produtos mais todo o mundo.

Segundo Silva, “Manaus, pois é um mercado de cerca de 350 milhões de consumidores, com uma demanda estimada de 400 a 500 bilhões de dólares anuais “(2004, p.21). Percebe-se a partir daí a importância do Pólo Industrial para economia do Estado, da Região Amazônica e do Brasil.

Vendo sobre esse aspecto a presa na entrega de material faz com que as empresas do Distrito Industrial se utilizem cada vez mais do transporte aéreo. Outro fator que é importante ressaltar é a competitividade que extrapola na industria, obrigando com isso a otimização do tempo.

Já o transporte rodoviário, sabe-se que não há nenhum a rodovia de ligue Manaus diretamente a cidades grandes do país onde está localizada a maior parte dos consumidores de sues produtos. A pesar disso também é feito a transporte terrestre.

O Estado do Amazonas mantém cerca de somente 600 km de estradas estaduais. Claro que também é utilizado meio rodoviário, que é bem precário e demorado pela falta de BR’s. No caso das rodovias, Manaus possui BR 174 e BR 210 que liga o município a Boa Vista, sendo que a BR 319 que ligará o Estado do Amazonas ao restante do país não testa concluída.

De acordo com Ballou (1995), a questão do planejamento dos transportes na Amazônia mais especificamente no Amazonas caracteriza-se pela ausência de um planejamento integrado para infra-estrutura de transportes, com repercussões sociais e econômicas.

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