O Sistema Colonial do Oriente compreende geograficamente o oceano Índico, as regiões costeiras da Índia, da Birmânia e da península Malaia, a atual Indonésia e as Filipinas. Embora outras regiões orientais mantivessem relações comerciais com os europeus, mas o fraco impacto que os ocidentais lhes causaram fez com que não se incluíssem nesse sistema colonial. O que possuía de principal no comércio oriental constituiu sempre de especiarias, que devido ao valor que possuiu em relação a cada unidade e a crescente procura, conseguiu proporcionar diversos lucros. O consumo europeu de especiarias, em que a pimenta ocupava uma posição de auto valor, esta cresceu constantemente, o que fez com que se buscasse monopolizar o fornecimento, por parte dos Estados que se encontravam inseridos em seu comércio, mas além do comércio de especiarias o oriente também fornecia diamantes, pérolas, seda chinesa, tecidos de algodão indianos, tapetes, salitre e porcelana.

As regiões orientais, a Índia, a China e a Indonésia, com grande freqüência eram trocados por especiarias e demais produtos por metais preciosos, principalmente prata, que entesouravam, retirando de circulação. O fato era que a Europa não possuía nenhum produto que se levasse muito em conta para oferecer as economias orientais, o que fez com que a prata, de que a Europa carecia, acabasse tornando-se o principal produto de suas exportações para o Oriente, devido a isso grande parte da prata que foi explorada tanto no continente americano e da Europa Central, foi para as áreas orientais, assim cronologicamente o sistema colonial do Oriente foi dividido em duas fases: a do monopólio português no século XVI, e a da aberta competição anglo-franco-holandesa que visava obter o maior domínio de áreas produtoras, a partir do século XVII. Os portugueses conseguem se transformar nos virtuais monopolizadores do fornecimento de produtos orientais à Europa, mas isso mediante - as feitorias -, que visava assegurar o embarque das mercadorias orientais, assim como houve pouca penetração pelo interior dos territórios asiáticos, a preocupação maior era de controlar mais os portos de embarque e as rotas oceânicas do que as áreas produtoras em si mesmas, estas foram deixadas mais ou menos intocadas quanto as suas formas de produção e sistema de dominação política. Mas, no século XVII, o monopólio português acabou sendo quebrado pela concorrência anglo-holandesa, e depois da França.

Com a Companhia Holandesa das Índias Orientais estabeleceu-se um sistema de dominação indireta sobre as diversas ilhas da Indonésia, o que fez com que em pouco tempo, o volume de produção de especiarias (pimenta, cravo-da-índia, mostarda, sândalo), de café, açúcar e arroz, sendo condicionado à demanda mundial, as populações nativas forma obrigadas a períodos de trabalho compulsório, e a entregar suas produções a Companhia com preços pré-estabelecidos. A Companhia se tornava quase que um departamento de Estado, assim o sistema colonial do Oriente teve um impacto marginal sobre as áreas envolvidas e, revelou-se contrário, a seu objetivo primário - a acumulação de capitais na Europa Ocidental, devido ao padrão de troca que foi utilizou.