O silêncio dos sinais.

 

 

Oculta me nesse tempo à distância.

Num estar apenas não metafísico.

Preso a uma rede de sinais ausentes.

Não sei se existe possibilidade a fuga.

Se nesse momento é necessário à partida.

 

Qual delas, num longe daqui.

Talvez a distância seja ainda perto.

Esta a principal dúvida.

O medo de sentir a temeridade.

A ausência de ser, isso encanta.

 

Qual a verdadeira importância.

A surpresa da semente surpreende.

Floresce o campo, uma luz recondizente.

Qual o significado então, do movimento.

 Tudo se repete, mas muda a forma.

 

Uma ânsia de temer a verdade.

 O único significado.

O qual deve dizer.

Ele nasce e desaparece constantemente.

O que é o mistério é a sua significação.

 

Um privilégio poder entendê-lo.

Mas nada se entende com a verdade.

Porque a intuição é simplesmente.

Uma exuberante caverna platônica.

Não poderia ser diferente à vontade.

 

 

Mas aqui tão distante, supostamente.

Uma imaginação, que leva ao encantamento.

 O absurdo deve ser decifrado em parcelas.

 Parte por parte e a não lógica das partes.

Tudo isso precisa ser revelado.

 

O princípio da não matéria.

O segredo da ausência da energia.

Um infinito absolutamente escuro.

 Uma temperatura indescritível  e fria.

A origem do átomo mater.

 

Isso é o nada.

Lá de do outro lado, nasceu tudo.

A complexidade dos universos.

Os movimentos paralelos distantes.

O giro do hidrogênio conectado as estrelas.  

 

Isso vai e  volta constantemente.

Tudo desgasta naturalmente.

 Como se o tempo tivesse existência.

 A realidade não fosse à imaginação.

O que somos é o que não somos.

 

Ser é o momento.

Viver é o instante experimentado.

O partir é o silêncio do tempo ausente.

Nada antes tão distante e recomendável.

Esconde-me o desejo do saber.

 

O que mais poderia ser saudável.

Tudo volta o eterno recomeço.

Esse é o princípio fundamental da matéria.

Mas a forma desmancha ao seu silêncio.

Nada é o que é ao mesmo movimento.

 

Tudo deixa de ser.

 Sem alterar a substância.

A eterna condenação.

  É ser sempre a mesma coisa.

Ao destino comum da ignorância.

 

Esse mundo já foram tantos mundos.

 O princípio já se aplicou milhares de vezes.

Mas nesse tempo da inexistência.

Prendemos-nos as ideologias.

A interpretação é essa epistemologia.

 

Diversidades, diversidades, tantos meios.

Resquício de um pó químico distante.

O temor dos sonhos frequentemente.

Antes que o infinito voltar a ficar escuro.

E outra vez a produzir a não energia.

 

Somos apenas a produção dessa ausência.

Eternamente.

Essa é a única forma possível.

O mundo é o silêncio desse entendimento.

Aquilo que não pode ser compreendido.

 

Edjar Dias de Vasconcelos.