O silêncio do infinito.

Durante a noite não dormi.

Tive um pesadelo interminável.

Protraído. 

Levantei várias vezes.

Tentei entender o próprio sonho.

Atento a cada minuto.

Até mesmo as frações do tempo.

 Acordei tive medo tentei compreender.

A intensidade do escuro.

Recordei de tantas coisas.

Do passado que foi rápido.

Sem renuir o prolongamento.

De como poderia ser o futuro.

O mundo é um grande segredo.

Queria compreender seus mistérios.

Ripostar o entendimento do tempo.

Alguém com muito afeto.

Sépala a sensibilidade indescritível.

Recordei-me daqueles instantes.

Imemoriáveis.

Seródio  ao esquecimento inexorável.

Tudo era exatamente belo.

Como a sombra que a própria terra produz.

Em torno do seu eixo.

Tive lembrança de tudo.

Do tempo que era criança.

Encantamentos dóceis.

Mas tudo teve que passar.

O que me restou foi apenas.

O consolo do choro.

De um abraço distante.

E perto ao mesmo tempo.

Seráfico.

Acordei ao meio da madrugada.

Apesar de confortavelmente.

Reclamei do abrigo.

Poderia ser de outras memórias.

Sequaz a malandragem comum.

A história se repetia em um infinito.

Absolutamente escuro.

Mas pude ver o mesmo preso solitariamente.

No presente.

Um passado tão perto do futuro.

Tudo que desejei era um abraço forte.

De um mundo ainda solidário.

Sem perspectiva do humanismo.

Era o medo de coisas que  ainda  estavam.

 Silenciosamente dentro da minha pessoa.

Certa tafofobia.

Algo sem começo, sem meio, mas com principio.

Indelével ao fim.

Anos  taxinômicos.  

Epagogicamente como uma indução.

Indiferente ao meu entendimento.

Aparentemente o que pude ver.

Era tudo o que eu tinha que perder.

Inclusive a ingenuidade da existência.

O que restou a minha pessoa.

Teria que ficar ao meio do caminho.

Um tempo escuro e frio.

Imensidade labroste.

Pela luz solta ao infinito.

A beleza dos acontecimentos.

Realizavam-se exuberantemente.

Naquele saudoso instante.

Edjar Dias de Vasconcelos.