O Segredo da  Fantasia.

 

A vida é uma única oportunidade.

Após essa pequena passagem é como se nunca tivesse existido.

A antes não conta, o depois também não.

A vida bem ou mal é apenas o tempo da existência.

Além  da exclusividade do tempo vivido é o nada.

Inventar Deus é apenas uma lexicologia desnecessária.  

 

Tento imaginar milhões de séculos antes de mim.

E o que serão outros séculos depois também.

É um pensamento lépido desse entendimento.

Antes não era absolutamente nada.

Seria bem melhor a ausência da existência.

 

Nascer para quê, apenas para vivenciar um pequeno presente e entender com respeito ao futuro o nada que seremos.

Não tem como não ser apenas a falta de significação.

A vida é na sua natureza lexiogênica a ilusão.

 

Se pudesse ter uma decisão apriori de escolha.

Eu teria escolhido não ser.

Nenhuma neologia levaria-me a mudança.   

Se tivesse poder sequer deixaria o mundo existir.

Não possibilitaria surgir o universo, muito menos o ser humano.

 

Já que surgiu o homem e está condenado a repetição eterna pelo gene.

Se tivesse poder retiraria do homem a consciência.

Deixaria o homem sem nequícia, ser igual a um animal.

Dessa maneira não sofreria ao entender o seu nada.

 

Espero que um dia todas as partes do meu corpo derretam definitivamente na terra.

Quando isso acontecer entenderá, isso antes do acontecimento, que fui apenas um instante.

Solitariamente, perdido a cada movimento do tempo.

 

A grande alienação é entender que exista algum sentido.

A vida é destituída de qualquer significado.

Viver é a mais absoluta loucura. Só as pessoas anormais suportam tranquilamente essa estupidez.

A morte é o obsidiar se da libertação.

Quando o homem morre acaba definitivamente.

É como se o mundo nunca tivesse existindo.

Seria como imaginar o vácuo infinitamente aberto e escuro.

Cheio de partículas de gelo, esperando pela química da evolução.

 

O homem é apenas tudo que jamais poderia ter acontecido.

 Quanto a sua eliminação, o que resta mesmo é a inexistência. 

A crença absoluta na anacrônica ilusão.

Então solitariamente espera-se ao idiossincrático sinal.    

 

Edjar Dias de Vasconcelos.