O Sangue do Sacrifício de Cristo

Estamos acostumados a ouvir se falar que o sangue de Cristo nos purifica dos nossos pecados, e até nós mesmos acostumamos dizer isso. Mais será realmente um fato essa declaração? Ou não estamos um tanto quanto equivocados ao que julgamos professar com intensiva determinação? Chegamos a afirmar, até mesmo com ousadia, que o sacrifício de Cristo na Cruz encontra-se de maneira presente na vida de todo cristão. Acredito, eu, estarmos um tanto equivocados em relação a estas duas respectivas questões, que gostaria de refletir juntamente com você, estimado irmão, um pouco a respeito destes dois ângulos teológicos convergentes.
Em I João.1:7 está escrito o seguinte: "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo pecado." Agora procuremos analisar o seguinte, estaria João realmente afirmando com isso que o sangue de Cristo purifica o pecado de todo aquele que procura servir ao Filho de Deus em espírito e em verdade? Ou não estaria o Apostolo apenas se utilizando de uma linguagem analítica contextual retrospectiva em referencia a eficiência espiritual do sangue de Cristo para com seus discípulos? Observe que ele diz; "Mas, se andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros" ao fazermos um paradoxo com as próprias palavras de Jesus em João.13:35 veremos que está escrito: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." Então compreendemos com isso o que? Compreendemos que para estarmos sob o sangue de Cristo é necessário se fazer notório um sentimento de amor em nosso coração para com nossos irmãos como até mesmo para com os nossos inimigos, caso contrário estaremos em trevas e na verdade nos enganamos a nós mesmos quando afirmamos sermos obedientes a sua palavra, I João.2:4-6 "Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos (que é o amor ao próximo) é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou." Andar como ele andou, como assim? Veja Lucas.6:27 "Mas a vós, que ouvis, digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam." É sobre esse ponto que João quis se referir quando mencionou em sua epistola escrevendo a igreja da Ásia Menor que eles deveriam andar do mesmo jeito como ele andou! Então começamos a nos dar conta do fato concernente, que quando ele se expressa dizendo que o sangue de Cristo nos purifica dos nossos pecados, ele não esta com isso afirmando que este sangue continua purificando o cristão após a sua conversão, mas sim se reportando a experiência particular apropriada de cada servo de Deus que na ocasião de sua vida de pecado a qual levava Cristo o resgatou libertando-o do laço do pecado e da morte, condicionando-o através disso a fazer parte exclusiva de seu corpo místico aqui na terra até o dia de sua vinda. Veja o que esta escrito no Ver.9 de I João "Aquele que diz que esta na luz e aborrece seu irmão até agora está em trevas." Perceba que ele diz: "até agora" isso significa que se este suposto irmão que se diz irmão carrega em seu coração algum tipo de sentimento pernicioso e peçonhento para com o seu próximo é porque na verdade ele nunca se converteu de maneira autentica. Logo concluímos com isso, por meio destas palavras, que o Apostolo jamais poderia estar se referindo a algum tipo de purificação após a conversão e sim em meio a experiência do pecador no momento em que ele se converte. Agora que já esclarecemos este impasse continuarei nosso estudo esclarecedor afim de podermos ser o mais transparente possível neste meu objetivo que é o de provar o fato de que o sangue de Cristo não purifica o pecado do Crente e nem o sacrifício de Jesus se faz de maneira presente na vida do Cristão.
Para começarmos precisamos compreender que sem santificação não existe salvação e que a salvação deriva da santificação com ela dividindo-se em quatro aspectos distintos: Santificação no Estado Original ? I João.1:7; Santificação do Comportamento Inicial ? II Coríntios.5:17; Santificação do Processo Continuo ? Romanos.12:12; Santificação do Ponto Central ? Marcos.8:34.
Enfrente a este esquema de analise progressiva cristã, qual o significado espiritual de cada um destes apropriados processos prolíferos em concernência a vida do seguidor de Cristo?
Em primeiro lugar quando ele tem uma experiência imprevista circunstancialmente marcante com Cristo por meio do Espírito Santo o sangue de Jesus derramado na cruz o purifica do seu pecado com ele recebendo este Espírito Santo nos atributos da pessoa de Cristo tornando-se assim uma nova criatura, já não sendo mais ele quem vive mais Cristo reinando e vivendo através dele, com este processo denominando-se Santificação no Estado Original. É o que nos informa Romanos.5:8-9 "Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira."
Decorrente de sua aceitação à Cristo tornando-se uma nova criatura ele agora passa a dar os primeiros passos de uma vida de renuncia aos prazeres convidativos e envolventes deste mundo que antes o persuadiam para um caminho tortuoso, vindo gradativamente, com dedicação e esforço na sua crença renovada pela fé no filho de Deus a se libertar dos hábitos mundanos que em outrora cativavam-no. É o que nos afirma Colossenses.3:1-3 "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus."
No adequado passar do tempo conforme as lutas e adversidades vão surgindo com ele vindo a se tornar vitima de calunias e perseguições das mais variadas situações controversas, se tornando até mesmo incompreendido pelos seus próprios parentes e amigos de outrora, sua vida de convívio social secular começa a desabar sobre a sua cabeça em que sua fé passa a ser testada diante de um mundo hostil o qual jaz no maligno, mais que sob a graça de Cristo acaba por manter sua perseverança. É o que nos garante Romanos.8:35-37 "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou."
Mediante o fato de já termos feito o devido comentário sobre os três principais aspectos do Esquema de Exposição Analítico da palavra Salvação veremos agora aquele que se denomina a Salvação do Ponto Central, ocupando uma posição estratégica de vinculo maestral sem a qual os demais aspectos distintos, de envolvimento com a vida cristã, não tem como conseguir alcançar o seu considerável êxito.
Todos nós antes de nos convertermos vivíamos em um ritmo desregrado fundamentando-se em nosso próprio conceito filosófico de vida cotidiana, sem nos importarmos com a existência de algum Deus o qual pudéssemos nos encontrar desagradando-o. Assim seguíamos rumo ao horizonte de um destino que por certo afirmávamos estar de acordo com as concepções de nosso característico entendimento pessoal e acabávamos por nos deixar ficar dependentes de algum hábito secular pernicioso. Nesse impasse em meio a uma experiência marcante, repentina de vida, com o Espírito Santo de Deus, somos derrubados do cavalo de nosso EU na decorrente estrada de Damasco de nossa presunção individualista de convívio egocêntrico. É quando então na trajetória de nossa cristandade precisamos abrir mão daquele hábito pernicioso que mais nos prendia, o qual outrora éramos plenamente dependentes antes de nos decidirmos ao lado de Cristo Jesus, pois não sendo assim de nada adiantará portanto sermos cristãos com a nossa conversão não passando de uma farsa.
É o que nos determina o Senhor Jesus em Lucas.9:23-25 "E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará. Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?"
Pois muito bem! Agora que já fizemos uma avaliação facultativa direcionada aos 4 aspectos distintos do termo salvação, podemos perceber que este é um processo pelo qual todo aquele que decide-se em ter Cristo como seu salvador e continua sua jornada de vida, deve passar, sem que de alguma forma possível possa chegar a existir algum tipo de exceção.
Portanto, se é assim, então podemos prosseguir em nossa jornada rumo ao horizonte finalístico da comprovação sapiente que em breve, se não formos obtusos, iremos adquirir. Sabemos que o convertimento de uma pessoa ao Senhor Jesus, através do Espírito Santo, é eficientemente acompanhado de uma determinada purificação espiritual. Hebreus.9:13-14 "Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?"
Mediante esse eventual acontecimento circunstancial em minha vida, se estou purificado, lavado e remido pelo sangue de Cristo, isso significa que esta purificação da qual trata a Bíblia não é uma purificação de pecados momentâneos, pelo contrario corresponde-se à uma purificação em mudança de personalidade, veja o que nos diz II Coríntios.5:17 "Assim que, se alguém esta em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." Nesta passagem o Apostolo Paulo nos afirma que a purificação dos pecados de alguém, seja lá quem for, no momento de sua experiência de conversão, com o Espírito Santo o convencendo da justiça, do pecado e do juízo, caracteriza-se em morrer para o mundo e viver para Deus numa posição como filho do Deus Altíssimo.
Então quando aceito a Cristo deixo de ser criatura para me tornar sacerdote real? É isso mesmo? I Pedro.1:9-10 "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua preciosa luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia." Ficando-se bastante claro diante deste levantamento textual bíblico que acabamos de concluir, que a palavra redimir tanto no Antigo como no Novo testamento liga-se em numero, gênero e grau à uma mudança de caráter por parte do homem e não ao que ele ainda poderá fazer de errado nesta sua trajetória completamente nova de conduta social em Cristo.
Logo, conclui-se à frente deste quadro panorâmico teológico o seguinte: Homem nenhum por mais fiel que seja à Deus, na comunhão do Espírito Santo, tem os seus pecados purificados pelo sangue de Cristo. Mais o que dizer então dos pecados ainda cometidos por aqueles já convertidos ao evangelho de Cristo? Se o sangue de Jesus já não os purifica mais, qual a sua finalidade para o corpo de Cristo?
Antes de que se tenha a resposta para essa pergunta precisamos analisar o outro ângulo convergente desta questão, tratando-se da afirmação quanto ao fato do sacrifício de Cristo não se fazer de maneira presente na vida do crente. Seria realmente isso possível? É o que iremos ver agora:
Perceba que no Esquema de Exposição Analítico da palavra salvação avaliamos o significado do primeiro aspecto distinto por nome A Santificação no Estado Original, sendo necessário neste momento refletir sobre o segundo aspecto o qual denomina-se A Santificação do Comportamento Inicial, e mediante a meditação que fizermos deste segundo aspecto chegaremos a conclusão deste nosso estudo.
Todo aquele que testifica de Cristo em seu coração é porque esta alicerçado na rocha e se ele esta alicerçado na rocha é porque a palavra de Cristo entrou no seu coração e se a palavra de Cristo entrou no seu coração é porque o Espírito Santo lhe falou pela pessoa de Cristo e se o Espírito Santo lhe falou pela pessoa de Cristo é porque Cristo se apresentou a ele na pessoa do Espírito de Deus e se Cristo se apresentou a ele na pessoa do Espírito de Deus é porque se fez necessário que o seu sacrifício se torna-se presente a ele para sua salvação. Mantendo-se em evidencia o fato inquestionável do sacrifício de Cristo se fazer presente apenas na vida de quem é ainda um miserável pecador. Concluindo-se mediante este conceito que quem já é salvo não precisa do sacrifício de Cristo de maneira presente em sua vida, pois ele já é um cristão!
Mais se o sacrifício de Cristo não se faz presente na vida de quem em outrora converteu-se ao evangelho de que jeito ele se assume então diante deste respectivo servo de Deus? Temos neste momento duas questões a 1ª referente ao fato de que o sangue de Cristo não purifica o pecado do crente e a 2ª concernente ao esclarecimento de que o sacrifício de Cristo não se faz presente na vida do Cristão. Com as devidas explicações tendo sido expostas bem esclarecidamente. Contudo nos resta explicar qual a finalidade do sangue e do sacrifício através daquele que já tem a Cristo como seu salvador.
Para começarmos iremos ler I João.1:8-10; 2:1 "Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo o Justo."
Antes de avaliarmos este contexto precisamos primeiramente compreender em que sentido do termo João quis chegar quando se expressou dizendo "purificar de toda a injustiça". A que tipo de injustiça ele está se referindo? Porque no que diz respeito ao pecado ele deixa claro a fidelidade de Cristo e a sua justiça afim de que confessando nossa iniqüidade sejamos perdoados.
Perceba que ele ao mencionar a palavra injustiça não é a nenhum tipo de ato pecaminoso que esta se referindo, mais a um certo tipo de acusação moral depreciativa para há posição de justificados na qual nos encontramos aos olhos de Deus, pois muito embora tenhamos sido redimidos pelo sangue de Cristo no ato de nossa conversão ainda sim somos pecadores devido ao nosso corpo continuar vendido a corrupção e a iniqüidade em que somente no dia do arrebatamento é que passaremos a ter um corpo incorruptível.
Pois é justamente a esse tipo de situação a qual, o Apostolo, se refere quando diz; "Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós", porém da mesma maneira que nos orienta a não negarmos nossa condição pecaminosa ele também nos declara para não pecarmos; "estas coisas vos escrevo para que não pequeis" não é preciso ser muito inteligente para saber que ele aqui esta se referindo a condição de não se pecar deliberadamente, mais se ao por fraqueza ou descuido formos relapsos dando margem a algum tipo de ato pecaminoso temos um advogado; "e se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo o Justo."
Repare bem que o Apostolo não diz temos o sacrifício da cruz ou o sangue, mais sim um ADVOGADO e que ELE é JUSTO, o que significa dizer que todo aquele o qual é uma nova criatura após ter aceitado a Cristo como seu salvador tornando-se filho de Deus, tem à ressurreição do Cordeiro absolvendo-lhe do seu pecado por meio de Cristo como seu advogado a destra de Deus, pois quanto ao sangue derramado na cruz que um dia nos purificou este sangue agora nos leva, não a termos o sacrifício de Cristo de maneira presente em referencia a ocasião de nossa conversão, mais sim em termos o seu sacrifício de forma MARCANTE devido ao seu sangue se encontrar agora como marca de redenção, e não de purificação, na porta do entendimento de nosso coração.
Resumindo: Podemos mediante o estudo em evidencia, naturalmente garantir no mais alto parâmetro incontestável, que o sangue de Cristo apenas purifica o pecado do crente no momento de sua conversão ao evangelho de Cristo, vindo logo após tão somente à redimi-lo (absolve-lo) dos pecados cometidos na seqüencia de sua respectiva trajetória cristã. Tendo o sacrifico de Cristo se fazendo de maneira presente, apenas no momento em que o Espírito Santo convence o homem da justiça, do pecado e do juízo, passando a encontrar-se de forma marcante só após o sangue da cruz ter purificado o homem de seu
antigo modo de viver pecaminoso, com Cristo encontrando-se a destra de Deus como seu advogado.
Vamos neste momento averiguar alguns versículos Bíblicos sobre a conversão do Apostolo Paulo, em testificação a respeito do resumo proposto:
Começaremos com o Apostolo Paulo em sua viagem no caminho para Damasco, respirando ameaças contra os discípulos de Cristo. Atos.9:1-6 "E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. E, indo a caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer."
É bastante interessante essa passagem em referencia a este 13º Apostolo, ele acreditava ser o cristianismo uma seita não conseguindo de forma alguma conceber a idéia da possibilidade de uma ressurreição, pois não podemos esquecer que Paulo foi educado aos pés de Gamaliel um dos maiores eruditos de sua época e ele era Saduceu. Embora tendo seguido a ramificação dos fariseus sua cultura e erudição provinham do partido dos Saduceus, à ressurreição para ele portando era algo inaceitável. Assim não cabia em seu entendimento um evangelho que pregasse a um suposto Cristo, tendo tal miraculoso homem ressuscitado dentre os mortos, isso era um absurdo e precisava tal movimento ser desmantelado a qualquer custo, Paulo ainda não havia tido uma experiência circunstancial com o Cristo ressuscitado. O Jesus sacrificado na cruz do calvário ainda não havia se feito de maneira presente na vida de Paulo, para ele este homem estava morto.
Saulo então monta em seu cavalo junto com alguns centuriões da guarda e parte em direção a cidade de Damasco, chegando quase perto desta cidade ele tem a visão de um resplendor de luz vindo do céu, tombando do cavalo atônito ele ouve uma voz como que falando com ele, Saulo agora estava tendo o seu encontro direto em relação a divindade do Mestre, era o próprio Jesus se fazendo presente em sua vida, uma presença que deixariam marcas, daquele dia em diante, de um Cristo ressuscitado, já não era mais um Saulo que tremendo e atônito sobre o chão empoeirado perguntava sobre qual deveria ser sua atitude a partir obviamente daquela ocasião em diante. Mais um Paulo convertido e atemorizado carregando sobre sua existência humana as marcas de um Jesus ressuscitado que agora não se apresentava mais no momento que ele o obedece e entra na cidade, conduzido pelos centuriões da guarda pretoriana, como determinado homem pregado na cruz.
Paulo estava cego, não tendo portanto entrado na cidade sozinho, os centuriões da guarda o conduziram deixando-o em uma hospedaria da qual era o dono um cristão chamado Judas, os três dias que Paulo passou na escuridão sem comer e nem beber, tão somente orando e refletindo, refletindo e orando, o levaram talvez, tão somente talvez, à pensar da seguinte forma; "Sou um varão judeu, nascido em Tarso da Cicília e educado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da Lei dos Patriarcas de minha nação, circuncidado ao oitavo dia, da linhagem pertencente a tribo de Benjamim, hebreu de hebreus em que segundo a Lei sou fariseu tendo procurado agir até aqui em sã consciência, de maneira irrepreensível, em meu zelo podia acreditar estar fazendo a vontade de Deus! Mais o que para mim até aqui achei que era ganho, começo a reputar como perda diante da experiência a qual tive. Eu mesmo pude vê-lo ressuscitado! Então na verdade sem duvida alguma passo a ter como perda todas estas coisas das quais cheguei a me orgulhar delas até este exato momento, pois pela excelência da experiência em relação a ressurreição de Cristo Jesus me coloco a disposição meu Deus e meu Pai a perder todas estas coisas das quais cheguei a me orgulhar delas até esta ocasião considerando-as, segundo a tua misericórdia, como esterco para que tenha em meio a tua benevolência a graça de conseguir ganhar a Cristo, na posição de meu único e suficiente salvador."
Paulo estava nas trevas e nas trevas viu a verdadeira luz, e nesta luz o sangue de Cristo não só o purificou do seu pecado no momento em que ele, tremendo e atônito, se humilha na estrada de Damasco a Cristo, mais também este mesmo sangue o absolve do peso da culpa de sua consciência, pela certeza da real segurança que ele passa a ter de um Cristo ressuscitado encontrando-se a destra de Deus como seu advogado. O notório sacrifício de Cristo passa a ocupar naquele momento, diante da experiência respectiva, um marco de triunfo ressurreto em sua consciência, tendo se feito presente em sua vida quando era um perseguidor e estava longe em sua vaidade de alcançar a altruística realidade de que só Jesus é o caminho a verdade e a vida.


Paulo Roberto Freitas dos Santos
Licenciado em Teologia